Anjo, Promessa, Esperança e Fi



Who knows what could happen
Do what you do
Just keep on laughing
One thing’s true
There’s always a brand new day
I’m gonna live today like it’s my last day.¹


O garoto corria pelos corredores turbulentos envolto pela capa da invisibilidade. Corpos e feitiços eram lançados sem um rumo certo, e Harry só desejava que pudesse chegar à sala Precisa a tempo.

Virou um corredor e chegou na sala. Abriu a porta e viu a garota andando, apreensiva, de um lado para o outro.

“Ginny!”

“Harry!” A ruiva se virou e jogou-se em seus braços, “Como você está?”

“Eu estou bem, mas não tenho muito tempo. Vim só ver como está e me despedir, antes de ir me encontrar com o Ro...”

Ela colocou um dedo nos lábios de Harry, “sssh, não diz nada.” E se aproximou.

Ela segurou-o pela cintura e acabou com a distância de seus corpos, levantou o rosto e tocou os lábios dele com os seus. Levou suas mãos para o seu rosto e iniciou o beijo. Então, tudo que não fossem os dois deixou de existir, só havia o moreno e a ruiva, e nada mais.

Dentes, línguas e lábios se chocavam com voracidade, como se os dois quisessem se fundir em um só. As mãos já estavam dentro da blusa do outro, e o lugar estava ficando cada vez mais quente e apertado. Ginny se agarrou mais ainda no garoto, como se estivesse colada com cola permanente. Harry, no entanto, encostou-a na parede e afastou um pouco os lábios, colou suas testas e disse:

“Eu tenho que ir, mas antes eu preciso que me prometa duas coisas,” Ela confirmou com a cabeça e ele continuou,
“Primeiro eu quero que você me prometa que não vai sair daqui essa noite, haja o que houver.”

A ruiva virou o rosto para o lado e não respondeu. Como poderia prometer algo assim se toda a sua família e todas as pessoas que amava estavam naquela maldita guerra?

Harry segurou seu queixo e obrigou-a a olhar em seus olhos. “Me promete, Ginny. Se você não me prometer eu não vou conseguir. Me promete para eu acabar com isso de uma vez.” Ele passou seus braços em volta da garota e apertou possesivamente. Juntou mais os rostos e sussurrou em seus lábios “Por favor”.

A garota deixou uma lágrima cair e acenou fracamente com a cabeça. Seu coração estava apertado no peito, ela sentia como se vários dementadores estivessem ali na sala, só esperando para dar o bote. Harry apertou mais ainda seus corpos e continuou:

“ Agora me prometa que depois que tudo isso acabar você ainda vai ser minha garota, que nós vamos continuar juntos, não importa o que aconteça. Me promete? Me promete mesmo sabendo que eu posso não voltar vivo dessa?”

“Prometo Harry, eu vou estar sempre do seu lado, aonde você estiver, para te fazer feliz. Eu te amo.”

~HG~

Heaven’s gates won’t open up for me
With this broken wings I’m fallin’
And all I see is you²


Avada Kedavra!” E o Lord das Trevas estava, enfim, derrotado.

Harry se deixou cair no chão, e pode respirar direito, depois de tantas horas de tensão. Seu corpo estava fadigado e seu coração disparado. As duas pernas estavam sangrando e ele tinha certeza de Ter ouvido barulho de ossos quebrando no braço esquerdo. Mas quem se importa? Voldemort estava morto. Morto! Nunca sentira uma felicidade tão grande na vida.

Ele se sentou e olhou para cima da Torre de Astronomia, o céu não poderia estar mais lindo, parecia que até os anjos estavam festejando.

Um barulho nas escadas o fez sair de seus devaneios. Uma moita de cabelos negros apareceu no topo dos degraus e a face de Bellatrix Lestrange surgiu da escuridão. A mulher de face pálida, olhos negros e expressão maníaca, correu os olhos pela Torre e parou em choque ao ver o estado de seu mestre.

“Milorde!” Ela correu e se jogou aos pés de Lod Voldemort, sua capa negra como seus olhos e cabelos esvoaçou e parou graciosamente ao seu redor, “Milorde! Milorde, não! Não! Não me deixe Mestre! Não faça isso comigo! Eu, que sempre fui a sua escrava mais fiel, que sempre te amou com todas as forças! Não vá!” Sua face estampava puro desespero e seus olhos pareciam que estavam prestes a sair dos olhos. A cena era um tanto cômica para Harry.

“Não, Bella. Ele não vai voltar para você. E sabe por que? Porque ele está morto” Ele fez questão de dizer essas palavras bem devagar para ver a reação da mulher. Ele pode ver os resultados do que estava fazendo, a expressão de Bellatrix, agora, era puro ódio. “Não é engraçado como as coisas acontecem? Ele, que sempre achou que fosse imortal, aqui, aos meus pés... morto.”

Ela se levantou. Seus olhos brilhavam em ódio, seu cabelo, caindo no rosto, dava-lhe uma aparência assustadora,
seu peito subia e descia freneticamente, e seu corpo emanava uma aura diabólica. Harry estaria com medo, se não estivesse cansado demais para isso, sentia-se confiante demais, como se pudesse fazer tudo o que quisesse. Sensação estranha, pensou mas muito boa.

Ele tentou se levantar mas suas pernas não deixaram, ele tropeçou e sua varinha rolou para o outro lado da Torre. Bellatrix soltou uma risada histérica.

“Coitadinho do Pottinho, não consegue se levantar?” Seus olhos saíram da órbita por um momento e Harry se deu conta do que havia feito. Estava no chão, sem varinha e sem poder se levantar. “Pena” Bellatrix ergueu a varinha e o garoto fechou os olhos.

Belo jeito de se morrer.

Avada Kedavra!

Mas o clarão verde não veio; ou pelo menos não em sua direção. Em vez disso, ele ouviu um barulho de coisa caindo à sua frente. Abriu os olhos.

De repente, todo o ar saiu de seus pulmões e ele achou que fosse desmaiar: Ginny estava deitada aos seus pés de braços abertos; seus cabelos caindo no rosto e os olhos vidrados, como se tivesse levado um susto. Uma bolha pareceu se formar na boca do estômago de Harry.

Não, não é possível... A Ginny não.

“Vou matar dois coelhos em uma cajadada só! Que ótimo!” A comensal bateu palmas e soltou uma risadinha. Aquilo fez com que a bolha dentro de Harry estourasse; o garoto se levantou, ergueu a varinha e, sem parar por um segundo, gritou:

Avada Kedavra!

Mais um clarão verde e Bellatrix foi arremessada para trás; o choque passou pelo seu rosto ao perceber o que estava acontecendo, e, pela segunda vez, Harry viu uma pessoa explodir no ar e cair da Torre de Astronomia.

Ele ficou olhando para o espaço da onde a mulher caíra por um segundo, e se virou para Ginny; sem parar para pensar por um momento, ele enfiou a mão no bolso das vestes, tirou a adaga que colocara ali horas antes e enfiou-a no peito.

Nobody says it was easy
I’m going back to the start³


FIM


¹ Who knows – Avril Lavigne
² Savin’ me – Nickelback
³ The scientist – Coldplay

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