º O retrato.. º








Harry aproximou-se e abraçou Hermione, olhando fixamente para o rosto pálido dela.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - perguntou Lyn com frieza, atirando o casaco sobre o sofá.
Hermione deu um suspiro profundo e doloroso.
- Não há nada para explicar - disse, tentando manter a calma. - Adeus Lyn. Espero que consiga o que deseja.
Os olhos de Lyn contraíram-se, voltados para Harry. Passou a língua sensualmente pelos lábios vermelhos.
- O que está planejando conseguir Hermione? - Olhou com suspeita para o rosto inexpressivo de Harry. - Ou já conseguiu?
Hermione corou e apressou-se a pegar o casaco. Lyn interrompeu o gesto da irmã segurando-a pelo pulso e olhando fixamente para a aliança de ouro.
- O que isso está fazendo aqui? - perguntou com raiva. Hermione livrou-se dela e vestiu o casaco, procurando controlar o tremor dos ombros.
- Acho que devia conferir seu dinheiro - disse Lyn com ironia. – Certas pessoas às vezes roubam as outras. - Olhou desafiadoramente para Harry.
Ele se mantinha em silêncio, com a expressão indecifrável. Hermione passou cambaleando pela irmã e saiu para o vestíbulo, atormentada pelo silêncio que havia em toda parte, na cozinha, no andar superior, o silêncio deixado pela ausência da mãe.
Saiu da casa sem olhar para trás, invadida por uma dor que somente agora estava começando a aceitar.
Continuou caminhando pelo jardim, esquecida de Harry, pensando unicamente na mãe. O imenso vazio deixado pelo desaparecimento da mãe parecia interminável. Tinham sido tão amigas, tão chegadas, que agora tinha a impressão de ter perdido tudo de uma só vez.
Quando se deu conta, estava caminhando na direção do mar, como fizera tantas vezes durante a infância, sentindo que voltavam todas as memórias daqueles tempos.
Quase não tinha consciência de si ao chegar à areia cinza. O vento frio de inverno penetrava em seu casaco, fazendo-a tremer.
Lembrou-se de Harry apenas quando já estava diante do mar, percebendo que o havia deixado para trás. Um leve amolecimento a invadiu. Afinal, que importância tinha isso? Tinha encontrado aquele homem durante um sonho, e o sonho estava terminado.
Poderia voltar para Rímini, pensou, recordando com profunda nostalgia o lar dos Falzetti. O ambiente ruidoso e antigo a ajudaria imensamente a esquecer o vazio que havia dentro dela.
Sentou-se na areia de pernas cruzadas, numa atitude infantil, construindo entre os pés um, castelo de conchas, absorta naquele trabalho e sem sentir o frio cortante.
Sempre há um amanhã, pensou, era covardia fugir da vida. Era necessário enfrentar as tragédias que a vida às vezes traz e começar novamente, construir, construir...
Passos soaram por trás dela. Harry agachou-se ao lado dela virou-lhe o rosto, encarando-a fixamente com os olhos cinzentos.
- Por que desapareceu assim? Andei como louco a sua procura... O que pensa que está fazendo?
Com voz tranqüila, respondeu:
- Desculpe, tinha esquecido de você.
O rosto dele se endureceu.
- Tinha esquecido de mim? - Repetiu com voz sombria.
- Tinha outras coisas na cabeça.
- Recobrou a memória? - perguntou, sem tirar os olhos dela.
Ela fez que sim com a cabeça, afastando-se dele. Voltando ao trabalho que estava fazendo, continuou empilhando conchas, construindo um muro com admirável precisão.
- Percebi assim que a vi gritar, ao olhar para aquela fotografia - disse Harry. - Eram seus pais?
Lentamente Hermione começou a falar, contando-lhe toda a sua história. Ele ouviu sem interromper, observando-a no seu trabalho com as conchinhas. Terminou com um suspiro.
- Acho que a amnésia foi provocada pelo duplo acidente... primeiro bati minha cabeça no carro, depois no meio da névoa, estava desesperada por causa da morte dos meus pais.
- Um choque provocado pelo ferimento na cabeça - disse ele. - Parece lógico.
- Bem, mas agora está tudo acabado. Contou a Lyn que me confundiu com ela?
- Não - disse ele secamente.
Hermione colocou mais uma concha sobre a pilha.
- Ela o deseja, não é? - perguntou friamente.
Inesperadamente Harry desceu o punho sobre a construção de conchas, desmanchando-à. Ela olhou para o castelo destruído, sentindo um profundo ressentimento.
- Por que fez isso?
- Não construa parede entre nós - disse Harry bruscamente. – se o fizer Hermione, derrubarei cada uma delas. Usarei todos os meios que estiverem ao meu alcance, entendeu bem?
- Vou voltar para a Itália, Harry. – Disse calmamente.
Ele ficou imóvel por alguns momentos, tenso, olhando para o rosto impassível de Hermione disse com cuidado:
- No momento vamos voltar para Wind Tor, Hermione. Mais tarde pode decidir o que fazer. Por enquanto está em estado de choque e precisa descansar.
- Não vai adiantar – disse sem emoção. – Sei o que eu quero agora.
Harry puxou-a violentamente pelas mãos, obrigando-a a levantar-se, com os olhos cheios de raiva, mas ela não ergue o olhar e seguiu-o sem se voltar para o mar cinzento.



Voltaram para Wind Tor no mais absoluto silêncio, o que não preocupava Hermione, concentrada nos seus pensamentos. Sentada muito ereta, com as mãos nos bolsos e o olhar fixo no nada, mal se dava conta da presença de Harry. Ele dirigia quase que automaticamente, pois também estava imerso em profundos pensamentos. Um veículo que surgiu inesperadamente numa curva obrigou-o a uma quinada violenta que atirou Hermione contra ele. Murmurou uma desculpa e ela voltou à posição anterior.
O breve incidente trouxe-a de volta à realidade. Durante o breve instante em que seu corpo tocara o dele, tinha sentido uma reação incontrolável, como se uma corrente elétrica estivesse percorrendo seus nervos.
Ficou perturbada, pois não queria sentir nada por ele. Harry tinha entrado em sua vida durante aquele período estranho e vazio e, agora, ela queria reprimir tudo que sentia por ele, exceto, é claro, a gratidão que lhe devia pela proteção e bondade que havia demonstrado durante aqueles dias.
Percebeu, ao ver o olhar que Lyn dirigira a ele, que Harry jamais poderia ser seu. Tinha-o roubado de Lyn, portanto, nada mais justo que ele pertencesse à irmã, a quem Harry realmente queria, embora afirmasse odiá-la.
Hermione contraiu os músculos do rosto. Não queria nada que havia pertencido à irmã. Se continuasse com Harry carregaria sempre consigo a dúvida: se ele a queria por ela mesma ou como substituta da irmã. Não estava disposta a aceitar essa situação.
Entraram no pátio e Harry brecou com violência. A sra. Potter apareceu na porta e acenou para eles. Hermione desceu e caminhou até ela, sorrindo com falso contentamento.
- Encontramos Lyn, e eu recuperei a memória - disse despreocupadamente.
A sra. Potter olhou-a com intensidade.
- Parece cansada, menina. Entre e venha jantar. Vocês saíram há horas e eu já estava ficando preocupada.
- Fomos a Scarborough – explicou Hermione, agitando-se ao perceber que Harry vinha se aproximando.
- Scarborough - A sra. Potter pareceu incrédula. - Por que lá pelo amor de Deus?
- É uma longa história - disse Jake bruscamente. - Hermione, é melhor ir para a cama e jantar lá em cima.
- Não sou inválida - disse ela, revoltada.
- Faça o que lhe digo - ordenou ele.
- Não! _ Os olhos dela brilharam. - Não me dê ordens, Harry!
Harry respirou fundo tentando controlar a raiva.
- Pelo amor de Deus garota, você parece meio morta. Tenha um pouco de juízo e faça o que lhe digo.
- Eu vou comer aqui em baixo mesmo, obrigada.
Antes que ela, pudesse reagir, Harry tomou-a nos braços e carregou-a para cima, sem se importar com as tentativas desesperadas que Hermione fazia para livrar-se dele.
- Solte-me Harry! - gritou. - Seu... seu bruto!
Jogou-a sobre a cama e ficou parado por uns momentos, as mãos na cintura e os olhos cheios de rancor.
- Tire a roupa Hermione, ou será que vou precisar fazer isso também?
Ela o encarou, furiosa, consciente que ele era bem capaz disso.
- Saia daqui! - exclamou humilhada pela impotência que sentia diante dele. Baixou a cabeça e deixou que os cabelos macios caíssem sobre seu rosto, escondendo de Harry as emoções que lhe iam à alma. Harry fitou-a com ar sombrio, virou-se e saiu do quarto.
Depois de uns minutos ela se levantou e foi para o banheiro tomar um banho. Já estava na cama vestindo uma camisola limpa, quando Harry voltou, trazendo uma bandeja com comida.
Durante a ausência dele ela tivera uma dura batalha consigo mesma. Olhou-o calmamente e agradeceu.
Ele colocou a bandeja no colo dela e examinou-a com um olhar penetrante.
- Tente dormir Hermione. Amanhã conversamos.
- Não temos nada para conversar - respondeu ela começando a comer o cozido preparado pela sra. Potter.
- Não seja teimosa - disse com raiva. Depois, sem dizer mais nada, saiu do quarto.
Depois de comer tanto quanto foi capaz, levantou-se para colocar a bandeja fora da porta e voltou para a cama.
Deitada na escuridão ouvindo o gemido triste do vento lá fora, tentou pensar na vida feliz que teria em Rímini, mas percebeu que a verdadeira felicidade era ficar ali mesmo, naquela casa, onde passara os últimos meses de sua vida, suspirou. Não adiantava nada pensar nisso agora. Wind Tor não era seu lugar, seu lugar era em Rímini.
Dormiu até tarde na manhã seguinte. Pela luz que entrava pela janela percebeu que tinha dormido muito mais do que normalmente e que a essa hora, o trabalho da casa já devia estar adiantado.
Examinou o quarto amplo com tristeza. Agora era outra vez uma hóspede, depois de ter sido parte da família, pensou com amargura. Eles a estavam tratando como convidada.
Desceu meia hora mais tarde e estranhou encontrar Harry na cozinha aquela hora, quando já devia estar no estúdio.
Ele ergueu os olhos do jornal que estava lendo e examinou-a com expressão indefinível.
- Bom dia – disse - Parece que o sono lhe fez bem. Está com uma aparência muito melhor hoje.
- Estou ótima. - disse ela, passando manteiga em uma fatia de torrada. - Onde está sua mãe? - perguntou depois de um longo silêncio.
Harry inclinou-se e serviu-lhe o chá quente e forte, adoçando-o generosamente, apesar dos protestos de Hermione.
- Foi até a vila - respondeu ele. - Queria fazer umas compras.
Como normalmente era Harry quem fazia as compras para a mãe, Hermione olhou-o com suspeita. Por que será que ele ainda estava ali, e sozinho? Sentou-se bem longe dele e tomou o chá.
Ele dobrou o jornal, colocou os cotovelos sobre a mesa e ficou olhando fixamente para ela.
Hermione corou diante daquele olhar penetrante e baixou a cabeça, brincando nervosamente com a colher.
- Muito bem - disse ele. - Fale-me sobre Emílio.
Ela sentiu que corava e mordeu o lábio inferior.
- Não é da sua conta.
- Você minha esposa - disse ele secamente. - Acho que não preciso lembrá-la disso, não é?
- Como você mesmo disse, casamentos podem ser desfeitos com facilidade.
- Se ambas as partes estiverem de acordo.
Hermione olhou para ele e tremeu.
- Mas nós estamos.
- Estamos? - Olhou bem dentro dos olhos dela. - Fale-me sobre Emílio, Hermione.
Ela baixou os olhos e pensou um pouco.
- Ele vive em Rímini - disse com cuidado.
- Disso eu já sei – retrucou Harry.
- Trabalha na mesma firma que eu. Foi assim que nos conhecemos. - Ergueu o rosto já tranqüilo. - É um italiano típico, um pouco mais velho que eu, moreno, simpático, atraente...
Harry recostou-se na cadeira com expressão sombria.
- Sabe muito bem o que eu quero saber, Hermione. Estava envolvida com ele?
Ela não falou por uns momentos, lutando contra as próprias emoções. Depois, disse com tranqüilidade:
-Emílio queria casar comigo.
Harry ficou calado durante certo tempo e depois disse:
- Pobre Emílio. Como você já está casada comigo...
Ela corou e baixou os olhos.
- Só até que consigamos o divórcio - disse secamente.
- Ele é italiano, não é? - perguntou Harry em tom de zombaria. - E provavelmente católico os católicos não aceitam o divórcio.
Isso não tinha passado pela cabeça dela. Empalideceu, incapaz de falar.
Harry levantou-se saiu sem dizer mais nada.
Hermione começou a arrumar a cozinha, depois chamou Sam, e levou-o para um passeio, voltando uma hora mais tarde.
- Eu pretendia fazer o almoço para a senhora - desculpou-se ao ver a sogra no fogão. - Não pensei que fosse voltar tão cedo das compras.
- Ponha a mesa para mim - disse a sra. Potter, sorrindo.
Contou à sogra como recobrou a memória e recebeu dela todo o apoio.
- Agora entendo por que sua irmã sempre disse que a família estava morta - comentou tristemente. - Acho que passou a considerá-los mortos desde que a expulsaram de casa.
- Meu pai ficou muito abalado – disse Hermione - Ele adorava Lyn e lhe fazia todas as vontades.
- De certa forma ele é que foi o culpado de tudo o que aconteceu - disse a sra. Potter. - Ele fez dela o que Lyn é hoje... autoritária, egoísta.
- É verdade - suspirou Hermione. - Pobre papai acho que não suportou o choque.
- Na minha opinião, ela apenas seguiu os passos dele. - Comentou a sra. Potter. - Um homem de caráter teria impedido que a filha levasse a vida que Lyn levava, em vez de se matar por isso. Meu Harry, por exemplo, seria incapaz de se entregar á bebida por causa de uma mulher.
Hermione baixou os olhos é traçou um círculo com o dedo sobre a toalha.
- Concordo - disse com amargura. Harry era auto-suficiente, duro e determinado. Podia ainda desejar Lyn, mas seu orgulho o impedia de admitir. Mas, se ele pensava que ela estava disposta a ficar e servir como substituta, estava muito enganado.
Harry veio para o almoço que engoliu rapidamente e saiu em seguida, sem nem olhar para as duas mulheres.
- Acho que alguém está de mau humor - disse a sra. Potter divertida.
Hermione não respondeu. Levantou-se e disse:
- Vou limpar as janelas. - Precisava ocupar-se com algum trabalho pesado para não pensar. Olhou com hesitação para a sogra. - Eu... vou partir logo - falou timidamente. - Vou voltar para a Itália.
A sra. Potrter olhou-a, boquiaberta.
- Itália! - Repetiu com incredulidade a palavra. - Já disse isso a Harry?
- Disse - respondeu Hermione, virando o rosto.
- Está bem - concordou a sra. Potter, sem saber o que dizer.
Hermione pegou o material de limpeza e foi para frente da casa por onde pretendia começar. Trabalhou com vigor, tentando manter a cabeça vazia.
Agora, no inverno, anoitecia mais cedo. Às quatro horas já estava escurecendo e Hermione voltou para dentro, sentindo o corpo moído de tanto trabalho. Depois de tomar um banho, ajudou a sogra a preparar o jantar. Harry voltou logo em seguida e foi direto para o quarto, voltando quinze minutos mais tarde, de banho tomado e roupa limpa. Sentou-se à mesa sem dirigir a palavra às mulheres.
- Como vai conseguir dinheiro para voltar à Itália? – perguntou a sra. Potter, distraída, sem notar o rosto fechado do filho.
- Tinha muito dinheiro guardado no bolso do casaco que deixei no carro de miha irmã. – disse Hermione – o suficiente para compra uma passagem de volta a Itália.
- E quando pretende partir? - perguntou a sra. Potter ingenuamente.
- Antes do Natal. O Natal na Itália é magnífico, estou ansiosa por reencontrar todos lá.
Harry lançou-lhe um olhar penetrante.
- Cale a boca! – exclamou.
A sra. Potter levantou-se e saiu discretamente da sala. Hermione chamou-a de volta, assustada com o tom raivoso de Harry.
Ele se levantou e aproximou-se dela.
- Harry!
Harry a levantou nos braços e carregou-a para fora da cozinha, sem se importar com os protestos assustados.
Quando ele entrou no quarto que haviam compartilhado antes, ela deu um grito e tentou livrar-se dele.
- Solte-me, Harry... ponha-me no chão!
Jogou-a sobre a cama, onde ela ficou imóvel e aterrorizada, e deitou-se ao lado dela, envolvendo-lhe o rosto com as mãos.
- Já me atormentou bastante por hoje - murmurou, comprimindo-lhe a boca com os lábios famintos antes que ela tivesse tempo de afastar o rosto, beijando-a repetidamente e correndo a mão trêmula por baixo da blusa dela até encontrar os seios.
Hermione, com raiva, tremula e perturbada, tentou resistir por algum tempo, mas a pressão do corpo dele sobre o dela, o toque excitante das suas mãos, a paixão dos seus lábios quebraram-lhe todas as defesas e aos poucos ela se entregou.
Quando suas bocas se afastaram com relutância, ela reuniu todas as forças que ainda possuía para dizer:
- Não é a mim que você deseja Harry, mas a ela.
- Não aceitaria Lyn nem mesmo se ela me fosse servida em uma bandeja de prata – disse ele com indiferença, deixando que os olhos passeassem pelo corpo dela com paixão. - Meu Deus, Hermione como pode ser tão cega? Qual homem de bom senso que deixaria você para ficar com a venenosa da sua irmã? Fico enojado só em pensar a espécie de vida que teria ao lado dela. Não entendo como vocês podem ser tão parecidas fisicamente e, no entanto totalmente diferentes...
Ela não ficou convencida. Virou o rosto sem parar de chorar.
- Não posso Harry. Desculpe-me, mas não posso.
Ele ficou imóvel por alguns segundos, depois virou-se e segurou o rosto dela.
- É por causa de Emílio? Hermione, se estava apaixonada por ele, como pôde sentir-se atraída por mim? - Havia uma raiva profunda na voz de Harry.
Ela deu um longo suspiro.
- Não, não é por causa de Emílio. É Lyn... Nunca saberia se deseja a mim ou a ela, não entende? Você diz que não a quer, mas como posso ter certeza?
Ele se descontráiu e deu um leve sorriso.
- Lyn tirou toda a roupa em meu estúdio e não me senti tentado em momento algum a ir para a cama com ela. Acho que foi isso que me fez compreender que não estava apaixonado. Via-a só como um lindo corpo, mas totalmente vazio, sem nada mais que me atraísse. O sexo não é puramente físico, Hermione. É preciso desejar a pessoa que existe por dentro do corpo. Havia qualquer coisa em Lyn que me desgostava, mesmo quando admirava seu lindo corpo.
Hermione parecia indecisa.
- Mas quando eu cheguei... - calou-se, mordendo os lábios. – Era embaraçoso dizer o que pensava.
Os olhos de Harry brilharam provocativos.
- Fale, minha querida.
O tom carinhoso fez com que ela corasse. Olhou-o com os olhos brilhantes.
- Quando você chegou... - repetiu ele em tom brincalhão. - Quer que eu diga? Quando você apareceu comecei a sentir uma coisa muito diferente pela moça que pensava ser Lyn... Acho que tudo começou no hospital, quando a carreguei nos braços e você me pediu que não fosse embora... parecia tão frágil, tão indefesa, como uma criança. Tive vontade de protegê-la e não compreendi o que estava começando a sentir. Na última vez que vi Lyn, senti nojo dela. Ao contrário, quando tinha você nos meus braços a sensação era bem diferente, chegava a sentir raiva de mim mesmo, pois pensava que você estava fingindo. Apesar disso, tinha um desejo cada vez maior de tocá-la, de abraçá-la. - Correu a mão pelo corpo dela, cheio de desejo. Ela tremeu e afundou o rosto no peito do marido. - Hermione, Hermione, você está me deixando louco!
O coração dela começou a bater descompassadamente. Fechou os olhos para não ceder ao impulso que crescia dentro dela.
- Como posso ter certeza de que era a mim, e não a Lyn, que desejava?
- Querida, isso não tem explicação. Cada vez que a via trabalhando pela sentia raiva de você, mas não conseguia deixar de olhá-la e quase morria de desejo de tocá-la. Lyn tinha uma aparência sofisticada, e agressiva, o que não acontece com você. Descobri que sua doçura estava aos poucos destruindo meu ódio. Quando a vi com a camisola de mamãe, tão simples e descontraída, tal qual uma garotinha desamparada, senti coisas que me deixaram furioso com você e comigo mesmo. – Sorriu para ela. - Não queria sentir nada por você, mas não pude evitar.
Ela olhou para ele, indecisa.
- Harry, eu...
- O que é? – perguntou ele acompanhando com o dedo a curva dos lábios dela.
- Apesar de tudo que me, disse, acho que ninha semelhança com Lyn influenciou seus sentimentos por mim.
- Pessoalmente, acho que foi a semelhança de Lyn com você que me influenciou meu amor.
Os olhos dela se arregalaram de susto.
- O que quer dizer?
Ele brincou com os cabelos dela, erguendo-os para observar as curvas delicadas das suas orelhas e correndo os dedos intimamente pelo corpo macio.
- Se a tivesse encontrado primeiro, seria por você que estaria apaixonado - disse com doçura. – Não tenha dúvidas sobre isso. Se tivesse conhecido Lyn depois de você, não teria lançado a ela um segundo olhar, a não ser para admirar-me de ver uma criatura tão pura como você sendo irmã de uma sem-vergonha daquele tipo. Lyn é bonita, mas a beleza dela termina no exterior, ao passo que a sua... meu Deus a sua é profunda como um nome gravado na rocha.
Acariciou de leve as orelhas de Hermione, fazendo-a sentir calafrios pelo corpo. Ela tentou ignorar a carícia lenta e perturbadora. Harry passou o dedo de leve pelos cílios dela.
- E então, querida? - perguntou suavemente. – Já está convencida?
Hermione ergueu os olhos e mordeu o lábio.
- Harry, quero posar para você.
Perplexo, tudo que conseguiu foi perguntar:
- Mas, Deus do céu, por quê?
Com cuidado, explicou:
- Você mostrou muito bem a personalidade de Lyn naquele quadro. Através dele percebe-se muito bem o que ela significa para você. Agora quero que me pinte para saber exatamente o que sente por mim.
Durante um momento ele ficou calado, depois deu um assobio de surpresa.
- Fico lisonjeado por sua confiança. - Examinou-a atentamente. – E se você não aprovar o resultado?
- Então voltarei para a Itálià.
Harry sacudiu-a violentamente pelos ombros:
- Para Emílio?
- Não - respondeu com simplicidade. - Nunca senti nada por Emílio. Quis se casar comigo, mas é um italiano sentimental e tenho certeza de que se apaixona e se desinteressa com a mesma facilidade. Desde o princípio sabia que não gostava dele.
Harry olhou-a com ar sério.
- Mas você o usou para me provocar.
Ela concordou, corando.
- Estava tentando conquistá-lo e acho que você sabia disso. Fui muito clara desde o início, não fui Harry?
O rosto dele se suavizou e um brilho apaixonado surgiu nos olhos cinzentos.
- Querida - murmurou, estendendo os braços, para ela, que se afastou.
- Não Harry. Não quero sentir seus braços até que pinte meu retrato.
Ele reagiu com incredulidade.
- Não está falando sério! Posso levar dias, até mesmo semanas.
- Assim teremos tempo de nos adaptarmos um ao outro - disse com tranqüilidade. - Casamos sem saber nada um do outro.
- Eu soube desde o começo que a queria para mim por toda a vida - disse ele com ardor. -Tinha consciência do risco que corria, mas desejava-a desesperadamente.
- Por favor, Harry - sussurrou. - Dê um pouco de tempo a nós dois.
Ele respirou profundamente e sorriu com ironia.
- Percebe que está me pedindo uma tarefa quase impossível? Não vai ser fácil para mim pintar um quadro que mostre a diferença entre o céu e o inferno.
- Desculpe - murmurou ela.- Mas acho que só assim terei certeza.
- Oh, maldição – exclamou irritado. - Está bem.
Levantou-se devagar, olhando-a de alto a baixo, dos cabelos desmanchados à blusa levantada que lhe revelava a pele macia da barriga.
- Hermione, não percebe o que está me pedindo? Deixe-me ficar esta noite, por favor! – A voz dele estava cheia de desejo e, ela sentiu um impulso irresistível de ceder, mas sacudiu a cabeça.
- Não, Harry.
Ele se contraiu violentamente e saiu do quarto, batendo a porta. Depois de algum tempo Hermione se despiu e foi para a cama. Ouviu a sogra fechando a porta do quarto e depois o silêncio caiu sobre casa. Teve um sono inquieto cheio de pesadelos terríveis, onde se via refletida em vários espelhos que revelavam toda desilusão e o desespero que lhe ia à alma.

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Bom gnt tenho eu pensei q esse fosse ser o ultimo cap. mais acabo q eu dividi em dois.. mais o proximo é o final sim!! estou mto relutante em termina isso aqui..!! mto tristes esses momentos.. mto obrigado a todosss!!





PRI POTTERMANIACA: Oi, é sempre bom ter leitores que gostam do que a gnt escreve, pessoas que não são mto chegadas nos assuntos e gostam da fic é melhor ainda, como um desafio.. foi mto bom saber q msmo universo alternativo não ser sua area vc gosto.. mto obrigada pelo comentario e a visita!



MILENA3173_GRANGER: Bom ainda bem mso que ela deu a volta por cima, isso era realmente importante. Fico mto feliz por seu comentario e sua visita, siginificao mto! obrigada




MELISSA CRAFT: Oi mel, sim a fic esta terminando, eu pensei que esse fosse ser o cap. Final, mais ia ficar enormeee entao eu decidi partir ao meio. Tb pq eu estou relutante em me despedir de vcs todos!! mto obrigada por toda a força imensa q vc deu no decorrer da fic..!!! acho q dessa vez eu atualizei rapido ne? Heheh espero q sim..




PINK_POTTER: Ixa pink, de novela e televisao eu sou horrivel!! so vejo smallville e heroes.. e outras series ai, mais a tv normal msmo eu quase não vejo.. mais minha mae já me flo desse usurpadora msmo. Acho q sempre um bom suspense e drama é bom hehe vc ta mais que certa, espero que tenha gostado do cap. Mto obrigada!!!



FABIANA SOUSA PETITO: graças a deus as coisas estao se resolvendo ne? Ada cap. Acho que vai finalizando e a gnt vai se despedindo um poquinho. Mais já ta quase tudoo resolvido. Estou msmo procurando novas fics e achei uma bem legal, mais estou em outra na mente que talvez demore um pouco, pq eu vo te que digita ela pro pc, não achei o e-book dela. Mais vamos ver... mto obrigadaaaa!!



DIANY ~ ♥ ~ DyP ~ ♥ ~ PAULA: Nossa menina que grande matematica vc esta fazendo ein? Eu sou horrivel em mat hehehe. Vc deve ser otimaaaa; ixa vc vai muda de cidade? Q paia.. isso sempre mexe com a gnt.. ano que vem eu vo pros EUA, to morrendo de medo desde ja.. boa sorte p vccc!! e fica firme que tudo da certo, mais sorte ainda é no vesti!!! isso é barraa.. boa sorte msmoo!! mtoo obrigadaaa por tdo!!



EDILMA MORAIS: Edilmaaa, essa uma semana na cama com HP eu já tinha lido a temposss..!! fic mais que maravilhosa, meninaaa como vc escreve bem, se um dia vc vira escritora não me deixa na fila esperando horassss p um autografo não ta?? eu to lendo as outras aos poucos e to adorandoooo!!!! parabensss, a Lyn é msmo uma piranhona, num tem como!! estou tentando postar sempre e espetar sempre presente! Mto obrigada msmo por tuddddoo!!!




LORENA BENNI: heheh a cena do beijo realmente ficou mto boa, espero que tenha gostado dos momentos desse cap. Tb!! sempre procuro responder aos comentarios, pq vc são a coisa mais importante da fic. E merecem toda dedicação.. vc realmente são mtoooo importantes!! obrigada!!!!



MONALISA MAYFAIR: Oi fico realmente feliz que vc tenha adorado o cap. Anterior, sera que vai gostar desse tb? To torcendo p sim!! a Lyn e tudo de ruim e ainda de pior.. senti realmente sua falta nos comnetarios, mais eles são mais que justificaveis..!!! esse negocio de net é uma coisa.. heheh, mto obrigadaa!!



KELLY**DODGES_ Oi kelly, acho que vc tb dve ter achado esse cap. Pequeno, mais é pq eu ando completamente tudo corrido aki, mais estou tentando sempre deixar vcs atualizados..Sim, sim tem Harry p tudoo mundo.. mais no final ele é só meu.. = p heheheh menina, rio, mtas boas sortes, vai chega bem na epoca de mtos turistas.. qm sabe não acha um gringo la ein? Huhuhuh imaginaaaa.. mto obrigada pela melhoras.. realmente!! obrigadaaa por tdo!!



MIONE MALFOY Alyn é pior, sempre pior. Ainda bem q a Mi se lembro. Infelismente não teve brigar de mata, nem apanha, sinto mto realmente, eu tb esperava isso!! mto obrigada por acompanhar a fic e por tdoo!!



A.K PRI: ei, me desculpe se erro, mais acho q é a 1º vez q vc comenta aki, é? Não me lembro d te ter respondido nenhuma vez.. msmo assim, mto obrigadaaa pelo comentario, importa mto, e sim, uma irma dessa vale p milhoes de inimigos.. mto obrigadaaa!!



CARLA LIGIA FERREIRA Menina, qm diria se visse q as duas são irmas ne? Sem comparação.. nda a ver..!! ainda estamos em vago sobre o harry e a mione, sera q ele pinta ela bem? Esperamos q simmm..!! fico feliz de msmo peq. Vc tenha gostado do cap anterior, espero q tenha gostado desse tb..!! mto obrigadaaa!!



JEANNY: noossa, adorei os elogios da fic. Com certeza ela é isso tdo q vc acha, eu espero q seja, pq vc faz dela isso!! vc e todos os leitores, e eu agradeço mto a isso!! mto obrigada msmoo!! espero q tenha gostado do cap. abraçoss!!


•LUXÚRIA BLACK • Ai, que alivio, q bom q vc gosto do cap. E q bom q respondeu mta coisa p vc.. fico feliz. Eu não sei se esse responde mtaa coisa ou deixa mais duvidas, mais espero q goste dele..!! claro q pode xinga essa vadia (Lyn) de tudo qnto é coisa.. qm não xinga? Ela é terrivel.. qro ela bem longe de mim. Achoq postei esse bem rapidim, por menos q seja ne? O proximo vem logo tb..!! mto obrigada msmoo!!! e nda melhor q descer a tamancaaa eu adoroo um barraco, vo t conta.. heheheh



NICK GRANGER POTTER;~menina aquela irma da Mi é horrivel.. qndo a gnt pensa q ela é ruim ela é pior.. uma coisa doida!! espero tb q o Harry e Mi terminem bem.. a Mi é a maior vitima disso tdo.. tadinhaaa!! mto obrigada de verdade!!!









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