Nova



O dia em que minha vida mudaria completamente amanheceu nublado, uma brisa fria soprando aonde quer que fosse. Fiquei deitada em minha cama até que ouvi um prato quebrando na cozinha e a voz ríspida de minha avó proferir maldições antes de me chamar, irritada.

Desci depois de fazer minha higiene matinal. Minha vó passava uma vassoura no chão, tentando tirar o máximo possível dos cacos de porcelana do chão. Minha cabeça girou e senti uma pequena náusea.

'Estamos atrasadas, Hermione.'

Eu assenti, apesar de não fazer idéia do que ela havia dito. Estava mais preocupada em observar a mediana cozinha, com pratos sujos em cima da pia, armários brancos com panelas de pressão e pratos como o que vovó acabara de quebrar dentro.

E pensar que eu nunca mais chamaria aquele lugar de 'lar'.

'Vá pegar suas malas.' O resmungo de minha avó me despertou para a realidade. Senti uma pontada no peito quando observei os olhos azuis da senhora - os mesmos olhos de minha mãe. 'Está na hora.'

E eu desejei que ela não tivesse me despertado dos doces pensamentos; desejei não ter acordado naquela manhã. Não ter aberto os olhos para a triste e dura realidade: minha nova vida.



Fazia-se três anos desde minha última viagem à minha futura cidade. À casa a qual agora seria meu lar.

Minha avó me levou até o aeroporto, resmungando coisas inaudíveis ao meu lado no táxi. Encolhi-me. Amava minha avó, porém a senhora não era alguém considerada 'paciênte'. Para falar a verdade, era impaciente até demais .

E isso me dava medo nela...

Quando se despediu de mim, apenas deu um seco beijo em minha cabeça, murmurou algo em meu ouvido com sua voz rouca e virou as costas, enquanto eu me afastava dela.

O vôo foi consideravelmente rápido na companhia de meu MP4 ultrapassado. Enquanto as músicas iam lentamente se repetindo, fechei meus olhos e cochilei na poltrona azul e macia do avião.

Só fui acordar quando a voz da aeromoça invadiu meus ovidos através dos fones que nada mais tocavam. Quando fui conferir, a bateria tinha acabado.

'... Por favor, senhores passageiros, ponham seus cintos de segurança. Estamos preparados para pousar.'

Olhando através da minúscula janela do avião, eu não imaginei o que me esperava assim que desembarcasse...



O nome dele era George. Do meu pai, quero dizer. Ele me recebeu com um sorriso caloroso, de braços abertos, mas - eu sabia - com um aperto no peito. Sabia que seria difícil para ele me ter ali... Mas não havia outra opção. Era ele, ou minha avó. George já estava acostumado com a vida pacata naquela cidade após quatorze anos desde que minha mãe e eu o havíamos deixado ali.

E eu finalmente retornara. Sozinha.

'Como foi o vôo?' Ele me perguntou, quando já estávamos no carro. O rádio estava ligado em uma daquelas estações que só passavam músicas dos anos cinquenta aos oitenta. 'Sua vó está bem?' Ele emendou uma pergunta na outra. Nesta última, porém, percebi seu pomo-de-adão subir e descer.

Vovó não gostava muito de papai. Aliás, de quem ela gostava?

'Foi ótimo, obrigada por perguntar. E ela está bem, mandou lembranças.' Apesar desta última parte não ser` exatamente verdade.

A viagem até a casa de meu pai não foi longa, mas também não foi curta. Parecia que ele não queria contribuir com a quebra do silêncio, então eu não insisti em conversar com ele. Não o culpava... Nós dois não conversávamos muito nem mesmo quando passava minhas férias lá. Bom, pelo menos até três anos atrás.

'Já a matriculei na escola.' Ele disse repentinamente, quando já estávamos parando na garagem de sua casa. Nossa casa.

'Legal.' Respondi, apesar de não ter muito entusiasmo na voz. 'Quando começo?'

George corou.

'Tudo bem se for amanhã?'

Continua....




Oi, pessoas! Tudo bom com vocês?

Caraa. Vocês não acreditam COMO eu fiquei feliz com todas essas reviews. Realmente, eu fiquei boquiaberta aqui. E eu não sei como pude ser tão cruel com vocês ao ponto de não atualizar por todo esse tempo... Espero que vocês me perdoem!
E, bem. Desculpem-me pelo capítulo curto. Eu até que ia escrever mais... Mas eu preferi deixar assim mesmo. Apesar de o prólogo ter sido no capítulo anterior, esse capítulo é apenas uma introdução na nova vida da Hermione.
E fãs do Draco ( Reeh levanta a mão bem alto ) não se preocupem: ele aparecerá no próximo capítulo! (:
Muito obrigada por lerem 'Crepúsculo'! Agradeço desde já quem comentar! :D
Até a próxima!






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