Rony



Terry entrou no hospital quase que correndo. As palavras de Kate ecoavam em sua mente. Não conseguia acreditar até agora que Eric tinha sofrido um acidente.


Foi até o balcão de atendimento e perguntou para a mulher se existia algum Eric Farrel internado. A enfermeira confirmou e deu o número do quarto para Terry.


Seguiu o corredor e quando encontrou o quarto, relutou um pouco em girar a maçaneta e entrar. Respirou fundo, tentando se controlar. Assim que viu Eric deitado dormindo, seus olhos se encheram de lágrimas e começou a chorar.


Foi até o namorado e o beijou. Eric acordou com o movimento e encontrou Terry chorando.   


-         Não chore Terry – disse Eric. Terry não tinha percebido que ele acordou e ganhou um susto.


-         Ah – ela enxugou as lágrimas – Eu não queria que você me visse desse jeito.


-         Está tudo bem – Eric forçou o corpo para cima e sentou. Terry aproveitou e sentou na ponta da cama também.


-         Como você está? – ela perguntou.


-         Melhor – respondeu sorrindo – É sério, não precisa ficar preocupada. Eu vou sair daqui uns dias.


Terry tentou sorrir, mas novamente seus olhos se encheram de lágrimas. Baixou os olhos pelo corpo do namorado, que tinha diversos curativos, e se levantou da cama.


-         Isso é tudo culpa minha! – desabafou chorando novamente. Eric ficou surpreso com que o que ela dizia, não espera aquilo – Se eu não tivesse brigado com...


-         Terry! – ele cortou o raciocínio dela – Nada disso é sua culpa! Foi um acidente! Não fique se culpando por uma coisa que não é verdade!


-         Mas...


-         Mas nada Terry! Acidentes acontecem a todo o momento. Por coincidência, houve aquela discussão na festa, mas ela não é a razão por eu estar aqui!


-         Eu sinto muito Eric! Sinto mesmo! – disse se aproximando dele – Se eu pudesse voltar atrás, eu...


-         Você teria feito a mesma coisa – respondeu. Terry ficou olhando para ele.


-         Quanto àquela discussão, eu acho que podemos esquecer tudo e seguir em frente. Acho que vai ser o melhor!


-         Melhor para quem? – perguntou um pouco sério.


-         Melhor para nós! – respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo.


-         Terry – ele começou – Nós precisamos ter uma conversa séria.


-         Sobre nós? – perguntou preocupada. Ele confirmou com a cabeça – Mas Eric está tudo bem entre nós, certo?


-         Eu não acho que tudo esteja bem entre nós. E também acho que aqui não é lugar para discutimos isso! – se apressou a dizer quando Terry abriu a boca para falar.


-         Você está me castigando, é isso? – perguntou – Você diz que não, mas você está me culpando pelo acidente, não é? – Eric respirou fundo.


-         Terry, eu já disse que não culpo você, nem ninguém sobre o que aconteceu. Mas eu realmente acho que precisamos conversar sobre o nosso relacionamento.


-         Mas...


-         Por favor, Terry. Eu estou muito cansado para ficar conversando sobre isso agora – uma enfermeira entrou no quarto.


-         Está na hora do seu remédio, senhor – comunicou a enfermeira – Ele precisa descansar agora – ela disse para Terry – Você pode voltar amanhã! – Eric pegou o remédio com a enfermeira e o engoliu. Voltou a se deitar na cama, pois sabia que o remédio o ia fazer dormir.


-         Então amanhã eu volto – disse Terry. Ela se inclinou e beijou os lábios de Eric. Esperou que ele retribuísse o beijo, mas ele não o fez.


-         Até manhã – ele disse quando ela se afastou dele. Eric fechou os olhos e logo pegou no sono. Terry saiu do hospital com medo. Medo do que iria acontecer com o seu namoro.


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Rony estava andando calmamente pelos corredores. Pretendia dar uma passada rápida em casa, filar o almoço que sua mãe fez e voltar para a detenção.


Virou para o corredor da direita e deu de cara com uma pessoa. Alguns livros caíram no chão. Depois do susto, olhou para a pessoa que tinha trombado com ele e reconheceu Jennifer.


-         Fala ai, Hill!


Jennifer o olhou com caras de poucos amigos, mas Rony já estava acostumando com essa reação. Jennifer se abaixou e pegou os livros do chão.


-         Não tem aula de reforço? – ele perguntou tentando puxar assunto.


-         Ao contrário de uns – ela olhou diretamente para ele – Eu não preciso de aulas de reforço!


-         Sorte sua!


-         Se você me dá licença, eu vou embora!


-         Vê se não vai se atrasar para a detenção de hoje! – disse enquanto a loira ia à direção contrária.


-         Eu não vou vir hoje! – respondeu Jennifer sem olhar para trás. Rony correu até ela e parou na sua frente.


-         Não vai vir? Por quê?


-         Porque eu não estou afim! É um bom motivo para você? – perguntou grosseiramente.


-         Na verdade não. Você é minha parceira de detenção. Acho que eu tenho o direito de saber porque você vai me deixar na mão!


-         Ah, não exagera! – disse se esquivando dele, mas Rony não deixava ela passar.


-         Vamos lá Hill! Qual é o problema? – perguntou. Jennifer olhou nos olhos dele. Ele parecia realmente se importar.


-         Não estou me sentindo bem – mentiu – Me desculpe por te deixar sozinho hoje, mas amanhã eu compenso, ok?


-         Você acha mesmo que eu vou acreditar nessa mentira ultrapassada de estar passando mal? – Jennifer bufou impaciente e o empurrou para o lado.


-         Se não quer acreditar, o problema não é meu! Não vou vir hoje, é uma escolha minha!


-         Sabe que você vai ficar me devendo uma, né? – Rony falou mais alto. Jennifer já estava com a mão na porta para sair. Virou-se lentamente, olhando incrédula para o ruivo.


-         O que você disse?


-         Vão perguntar por você hoje – começou, caminhando em direção a ela, com um sorriso cínico no rosto – E eu vou ter que te dar retaguarda. Você achou mesmo que isso ia sair de graça?


Jennifer estava vermelha de raiva. Só bastava aquilo para completar o seu dia. Ser chantageada por Rony.


-         O que você quer de mim? – perguntou entredentes.


-         Por enquanto – ele fez cara de pensativo – Uma mesada, talvez?


-         Você não está falando sério! – perguntou incrédula. Além de estar sendo chantageada, estava sendo extorquida?


-         É claro que não! – ele começou a rir – Você tinha que ter visto a sua cara! – Jennifer fechou a cara e tentou bater nele, mas Rony se esquivava ainda rindo.


-         Você é um idiota – desistiu de bater nele e ajeitou o cabelo – Então fale logo que o que você quer!


-         O que eu quero? – ele parou de rir e se aproximou dela – Eu só quero que você pare de me tratar desse jeito! – murmurou. Eles estavam tão próximos que parecia que Rony tinha falado alto.


Jennifer estranhou a proximidade do ruivo, não esperava por isso. Ficou sem palavras.


-         Adoro quando causo esse efeito nas mulheres! – comentou voltando a ser brincalhão. Jennifer ainda estava desconcertada, mas tratou de disfarçar.


-         Não sei do que você está falando! – olhou nos olhos dele – Então o que você quer, é que eu te trate melhor? – recapitulou.


-         Sim. Afinal, ninguém agüenta ser tratado como um cachorro para sempre!


-         Ei! Eu não te trato assim! – se defendeu. Rony apenas olhou para ela. Ele estava certo e ela sabia disso – Ta bom. A partir de hoje eu te trato como um ser humano! Está bem assim para você?


-         Está ótimo – disse sorrindo.


-         Então tchau! – Jennifer abriu a porta e seguiu para o estacionamento. Rony ficou olhando a garota até ela ir embora no carro dela.


Eles podiam não se conhecer tão bem assim, e Jennifer talvez não gostasse de Rony. Mas ele sabia que tinha acontecido alguma coisa com a loira. Não quis demonstrar, mas ele percebeu que seus olhos estavam vermelhos. Ela tinha chorado. E muito.


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E mais um dia tinha se passado. Hermione chegou em casa desgastada. Seus pais ainda não tinham chegado do trabalho, então foi direto para o seu quarto e se trancou lá.


Na detenção de hoje, ela e Kate tiveram que pintar as arquibancadas da quadra. Obviamente elas não conseguiram terminar tudo a tempo e teriam que terminar o serviço amanhã. Por conta disso Hermione estava suja com tinta e com dor nas costas, por ter ficado abaixada o dia todo.


Entrou no chuveiro e ficou lá. A água quente relaxava seus músculos e apesar de odiar desperdício de água, se viu obrigada ficar ali por mais tempo que o normal.


Quinze minutos depois saiu do banho e se vestiu. Seu quarto era amplo, mas não tão grande quanto o de Jennifer. Gostava de coisas simples, nada muito extravagante. Por isso mesmo se orgulhava tanto do seu quarto, que ela mesma decorou. Era todo branco, com móveis brancos, mas com detalhes em azul, sua cor favorita.


Caminhou até uma mesa que ficava na ponta do quarto. Seu formato era um grande ele, onde Hermione tinha espaço suficiente para deixar seu notebook e fazer seus deveres do colégio. Pegou um caderno da mochila e foi até a mesa. Sentou na cadeira e começou a fazer o trabalho. Não era algo muito complicado, mas exigiu um certo tempo. Quando se deu conta, já tinham se passado duas horas e escutou barulho vindo da porta. Levantou e foi até a sala. Jane tinha acabado de chegar. Hermione foi até a mãe e a cumprimentou.


-         Como foi seu dia hoje? – perguntou enquanto sua mãe guardava a bolsa.


-         Movimentado – comentou indo até a cozinha – Tive um paciente com emergência, o que atrasou todas as outras consultas – A porta novamente se abriu.


-         Tem alguém em casa? – chamou o pai de Hermione na sala.


-         Estamos na cozinha! – respondeu.


Ambos os pais de Hermione eram dentistas, mas tinham consultórios diferentes e em pontos opostos da cidade. Eles diziam que um dos grandes segredos para se manter um casamento feliz, é nunca interferir na vida profissional do parceiro. Para eles, esse esquema parecia dar certo.


-         Comprou o que eu te pedi?


-         Pediu-me? – ele perguntou confuso. Jane pegou um copo d’água.


-         Sim, na hora do almoço eu te pedi para ir no mercado comprar alguns ingredientes que estavam faltando para a janta de hoje.


-         Eu esqueci completamente – ele se lembrou – Eu vou agora! – ele já estava saindo da cozinha quando Hermione se postou na frente dele.


-         Pai, eu vou! Você está cansado e eu não estou fazendo nada.


-         Tem certeza?


-         Claro – disse sorrindo – Mas com o seu carro, obviamente!


-         Sabia que tinha alguma coisa por trás dessa gentileza... – comentou rindo, entregando as chaves. Jane estava escrevendo em um papel a lista de coisas que Hermione ia comprar e a entregou.


-         Não demore muito!


-         Pode deixar.


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Harry estava voltando para casa. Depois da detenção, ele foi para a casa de Ty. Já tinha escurecido e eles perderam a noção do tempo. Ty se ofereceu para dar uma carona para Harry, mas ele não quis incomodar o amigo. Foi embora andando.


Há muito tempo não fazia isso. Desde que tinha tirado a carteira de motorista, eram raras às vezes que andava para ir até a algum lugar. Não tinha percebido até aquele momento o quanto aquilo lhe fazia falta. Respirou fundo. O céu estava estrelado, como nenhuma nuvem para esconde-las.


Um carro passou por ele, mas Harry não deu importância. Estava com a cabeça longe. De repente o carro parou um pouco mais na frente. Harry ficou inquieto com aquilo. Fechou os punhos. Quando chegou perto do carro, a janela do carona abaixou. Harry olhou para dentro do carro e não pode evitar um sorriso.


-         Quer uma carona? – perguntou uma Hermione descontraída. Harry pensou que aquele ambiente combinava com ela.


-         Hermione Granger dando uma carona para um integrante do V.I.P? – perguntou abrindo a porta e entrando no carro.


-         Hoje é dia de dar caronas a pessoas necessitadas! – respondeu rindo.


-         E amanhã?


-         Ah, amanhã é dia de dar sopa! – explicou. Harry riu. Hermione deu partida no carro.


-         O que está fazendo há essa hora na rua? – Hermione levantou uma sobrancelha. Harry se apressou em completar a sentença – Não que seja da minha conta, mas já está tarde!


-         Tudo bem. Eu fui no mercado para a minha mãe – ela indicou com a cabeça o banco de trás do carro. Harry olhou e viu algumas sacolas – E você? – Harry olhou para ela – O que foi? Você me perguntou, eu também posso perguntar! – Harry riu novamente.


-         Estava na casa do Ty. Eu sempre passo o dia na casa dele, ou ele na minha!


-         Ih, a Elizabeth vai ficar com ciúmes! – comentou.


-         Dobre aqui – ele indicou o caminho – Fazemos isso desde que nos conhecemos – explicou – A mãe dele morreu muito cedo e o pai viaja muito. Ele sempre ficava sozinho. Quando nos conhecemos, eu prometi para ele que nunca o deixaria sozinho.


Hermione olhou para Harry. Ele estava observando a rua. Não esperava tal atitude de Harry.


-         Surpresa? – perguntou tirando Hermione de seus devaneios. Ela piscou os olhos rapidamente e voltou a atenção na rua.


-         Mais ou menos – disse sincera – Quer dizer, você é Harry Potter! – exclamou como se aquela informação fosse autoexplicativa – Você, junto com seus amigos, infernizou a vida de muitas pessoas no colégio, inclusive a minha! Nunca esperaria uma atitude dessas vindo de você! - Harry não espera que ela fosse tão honesta.


-         Quanto a tudo o que eu fiz com você, peço que me desculpe! Eu era idiota e imaturo!


-         E o que mudou?


-         Não sou mais o mesmo – explicou.


-         Desde quando? – perguntou um pouco incrédula.


-         Desde o acidente com as tintas – Hermione lembrou do dia. Lembrou da humilhação que passou tudo por conta de um homem que estava sentado ao seu lado – Eu percebi que eu tenho escolha! E eu não quero mais ser aquele cara! – disse decidido.


-         Estou feliz por você ter feito a escolha certa, mas isso não vai apagar tudo o que você fez!


-         Eu pedi desculpas para você.


-         Não estou referindo apenas a mim...


-         Como assim? – perguntou confuso – É aquela casa branca ali na frente – indicou.


-         Eu acho que você deveria pedir desculpas com todas as pessoas do Da Vinci School, que de alguma forma, você tenha humilhado, maltratado ou desprezado – disse depois de estacionar o carro em frente à casa. Harry olhou perplexo para a morena na sua frente.


-         Todos? Mas são tantos!


-         Mais uma razão. Você não quer fazer a coisa certa agora Harry? – ela perguntou.


-         Quero... – disse pensativo – Acho que você tem razão. Não posso apagar tudo o que eu fiz com as pessoas, mas posso pelo menos pedir desculpas pelas minhas atitudes.


-         Sim – concordou orgulhosa. Sentia que Harry era uma pessoa legal, só estava no caminho errado, com as pessoas erradas.


-         Bem, obrigado pela conversa e pela carona – agradeceu abrindo a porta.


-         Não por isso – sorriu em retribuição – Nos vemos amanhã! – Harry estava debruçado na janela do carona, conversando com Hermione.


-         Claro – ele se levantou e deu a volta. Hermione ainda ficou parada um pouco. Harry se virou e olhou para a morena. Ela deu tchau e acelerou deixando um Harry sem entender exatamente o que estava sentindo.


 


 




Meninas, vou ser bem sincera:


Não gostei desse capítulo!


 Eu não sabia o que escrever. Parei na frente do pc e isso acabou saindo. Esse é o primeiro e espero, que seja o último, capítulo que eu não gostei de escrever e que não gostei do resultado final.


Se vocês gostaram, tudo bem. Senão, prometo melhorar na próxima!


Momentos H²... É estou sendo cobrada. rsrs


Bem, estou trabalhando nisso meninas! As coisas não podem acontecer da noite para o dia, certo? Mas fiquem tranquilas que daqui para a frente veremos uma participação maior do nosso casal nº 1.


Valeu pela enxurrada de comentários meninas! Vocês são ótimas!!!


Melissa - Não entendi sua pergunta. Ela é referente a que? Ao nome da fic ou aos nomes dos capítulos?


Carolzinha - Gosto tanto que coloquei a prévia! rsrs


Bia.Tsh - Espero que você tenha gostado! Mesmo eu não tendo gostado...


 

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