CAPÍTULO VI



CAPÍTULO VI

Eles sorriram, essa era a frase preferida dos dois “Para Sempre e Eternamente”.
Algumas músicas depois, eles pareciam flutuar pela pista, totalmente entregues ao momento.
- Com licença chefe. – disse Thompson, chamando Harry. Ele e Hermione se sobressaltaram, abriram os olhos ainda assustados. – Desculpe... É que nós estamos indo embora e queríamos nos despedir.
- Claro, sem problemas. – disse Harry, tirando uma das mãos da cintura de Hermione para poder apertar a de Thompson, que o puxou para um abraço repentino. Harry riu, ele era louco assim mesmo, estava acostumado.
– Não deixe a oportunidade escapar, Harry. Aproveite. – Thompson disse, baixo. Harry não entendeu, mesmo assim se despediu dos outros colegas que haviam jantado com eles. - Foi um prazer enorme conhecê-la, Doutora. Te esperamos para uma visita, lá no nosso humilde departamento. –ele falou, abraçando Hermione, cordialmente.
- O prazer foi todo meu. – disse ela, sorrindo. - E se lá no seu humilde departamento eu for me divertir e rir tanto como esta noite, passarei a acompanhar Harry, todos os dias.
- Não!- Harry exclamou, fingindo espanto. – Você no meu departamento não! Vai querer colocar ordem em tudo. Vai querer organizar os nossos papéis, e todo o resto.
Ela riu.
- Se não gosta da minha organização porque mora comigo até hoje? – perguntou ela, marota.
- Ih, o chefe não vive sem você. – disse Thompson com um último aceno e uma piscadela. O grupo foi embora.
- Ele tem toda razão. – Harry disse sorrindo, virando-se novamente para ela.
- Eu sei. – ela disse, muito modesta.
Harry riu e a enlaçou pela cintura, mais levemente dessa vez.
- Quer ir também? – perguntou ele.
- Não sei...
- Como assim não sabe?
- Não sei se fico ou se vou... – disse ela, lentamente, tamborilando os dedos nos ombros de Harry, ele a olhou confuso. – Quero ir porque estou exausta. Quero ficar porque a noite está maravilhosa e a companhia, excelente.
Ele sorriu.
- Que tal acabarmos com a sua exaustão sem acabar com a noite?
- Como?
- Paramos de dançar e você não se sentirá tão exausta.
- Mas eu não quero que a noite acabe.
- Ela não precisa acabar... Durará o tempo que você quiser.
- Nada dura para sempre, Harry. – ela disse, baixinho. Ele a fitou, podia ver nos olhos dela um misto de felicidade com medo. “Medo do que?”, perguntou-se ele.
- Medo que a noite se acabe e com ela, a minha felicidade. – ela respondeu, olhando de maneira penetrante os olhos dele.
- Como...? – ele começou. Era incrível, como ela podia responder uma pergunta que ele sequer fizera em voz alta... Era apenas um pensamento e nada mais. – Você entrou na minha...?
- Não preciso entrar na sua mente, Harry, para saber o que você está pensando, muito menos sentindo. Vejo através deles... – disse ela, passando o dedo polegar, carinhosamente sobre os olhos de Harry. Ele fechou os olhos ao sentir o leve toque dela, era incrível o efeito que Hermione lhe causava, um misto de paz e euforia, fortaleza e insegurança.
- Mione... – disse ele, baixo, sentindo a mão dela acariciar sua bochecha.
- Hum?
- Por que sua felicidade acabaria? – ele perguntou, encarando-a.
Ela o fitou.
- Ah, Harry... – disse ela desviando o olhar. Ela pareceu triste.
- O.k.. Não é um assunto muito agradável, pelo que percebi, não é?- ele sorriu, ainda assim ela não o encarou. – Faço o impossível para essa noite durar pra sempre.
Ela sorriu.
- Ah, Deus. – ela falou, o abrçando forte. – Onde foi que eu te achei?
- Não faço idéia. Mas se você não tivesse me achado, eu não estaria vivo hoje. – ele falou, com um leve sorriso.
- Por quê? – ela perguntou, encarando-o intrigada.
- Ah, Mione... – foi a vez dele não encará-la.
- Tenho a impressão que pela primeira vez, você está me escondendo alguma coisa. E não é de hoje.
- Tenho a mesma impressão quanto a você. Mas só notei hoje. Acho que você é melhor do que eu, quando se trata de disfarçar sentimentos.
Ela o encarou, séria.
- Não tento disfarçar meus sentimentos, Harry. O que tento disfarçar é o meu sofrimento por lutar contra eles.
- Por que nunca me falou sobre isso?
- Talvez pelo mesmo motivo pelo qual você não me falou nada. Há algum tempo que você está diferente. Está me escondendo alguma coisa, sei disso, não tente negar. – ela acrescentou, quando o viu abrir a boca para argumentar. – Só não fiquei te pressionando porque sei que você não tem segredos comigo. E se esse se tornou o primeiro, é porque você tem um motivo, e eu não vou questioná-lo.
- Ainda bem que você me achou, porque simplesmente não sei o que seria da minha vida sem você. – ele disse rindo, fazendo-a sorrir também.
- Melhor irmos logo. Se não só restaremos nós dois aqui. – disse ela, olhando em volta.
O lugar ainda estava cheio, mas a pista de dança se esvaziara consideravelmente, além deles, havia apenas mais dois casais dançando.
- Certo, vou buscar meu paletó. – disse ele, indo até a mesa que haviam jantado.
Hermione se virou para uma porta que tinha ali do outro lado. No oposto a porta de entrada no topo da escada. Era uma porta dupla, também, ela foi caminhando lentamente até lá. Desceu alguns degraus e se deparou com um jardim tão extenso que se perdia de vista, não se enxergava o fim. Arbustos, grama, pequenas árvores, ou grandes árvores frutíferas, flores silvestres, do campo... Todos os tipos. “Parece coisa de filme trouxa...” ela pensou enquanto caminhava pela trilha estreita entre as flores.
Harry parou a porta com o paletó na mão, avistou Hermione, lá, andando lentamente pelo jardim, em meio aquelas magníficas flores... O vestido arrastava no chão que ela pisava, de maneira imponente e ao mesmo tempo leve que ela andava, o fazia viajar. Era como se ela o transportasse, naquele momento, para a era medieval, quando havia castelos, duelos e paixões proibidas, fadas e magos que cuidavam e protegiam os soberanos. Ele caminhou na direção dela e parou um pouco atrás.
- Sabe, Mione, você está no lugar de onde nunca devia ter saído. Elas não são as mesmas sem você. – disse Harry, lançando um olhar às flores.
- Ah, Harry. – ela corou.
- Mas tudo bem, eu nem ligo. – disse ele, se aproximando e rindo da vergonha dela. – A flor mais bonita está comigo.
Ele a enlaçou pela cintura e a puxou pra perto.
- Não devia dizer essas coisas. Devo estar quase roxa de vergonha. – disse ela, tampando o rosto com as mãos.
Ele riu.
- Depois de todo esse tempo você ainda fica envergonhada? – ele perguntou, com graça, fingindo incredulidade. - Eu te elogio umas dez vezes por dia, Mione!
- Harry! – ele o repreendeu, sorrindo.
- O.k.. Hum... Vamos explorar. – disse ele, a puxando jardim a dentro.
- Explorar?
- Sim, Mione. É isso que fazemos quando não conhecemos um lugar. Exploramos. – disse ele, pacientemente.
- Mas... – ela falou, tentando se soltar dele, mas ele apertou seus braços em volta da cintura dela, fazendo-os andar lado a lado, segurando-a bem firme.
- Hermione... Vivíamos tantas aventuras em Hogwarts, desde que nos formamos, nossas vidas andam meio paradas, não acha? – ele não esperou ela responder. – Olha! Temos um bosque, um lugar perfeito para aventuras.
Eles acabaram chegando à orla de um bosque, que aparentemente era calmo, as árvores eram espaçadas ali, mas pareciam ficar mais densas, pois não se via nada muito definido lá dentro.
- Vamos... Entrar? – ela perguntou, incerta, tentando enxergar alguma coisa lá dentro.
- Não, se você não quiser. – ele disse, encarando-a suplicante.
- O.k.. Vamos, mas não muito pra dentro.
- Certo. – ele respondeu, feliz.
Eles andaram por alguns poucos minutos, o bosque foi ficando denso, árvores bem juntas, escuro. Hermione recuou, Harry parou.
- Aqui está ótimo. – disse ele, vendo com dificuldade o olhar dela no meio da escuridão, que só não era total por causa do fino feixe de luz que uma pequena lua minguante exibia.
- É. Está ótimo.
Eles se encararam e riram.
- E agora? – ela perguntou.
- Acho que agora podemos voltar pra casa. – ele disse rindo.
Ela olhou em volta, e parou de sorrir.
- Harry? Aquela árvore não está...? – ela foi impedida de terminar a frase. Harry foi rápido, empurrou-a contra uma árvore e a abraçou forte, prensado-a contra o tronco. Milésimos de segundos depois, uma outra árvore próxima passou de raspão nas costas dele, e tombou no chão.
- Ah, Deus. – ela o ouviu sussurrar em seu pescoço.
- Você está bem?
- Acho que ganhei um arranhão nas costas. Nada demais. – ele falou, recuando a cabeça para encará-la.
Estavam muito próximos, uma proximidade alarmante, eu diria. Respirações ofegantes nítidas, corações acelerados, porém o de Hermione parecia realmente agitado, pois via-se o movimento rápido dele sob o vestido.
- Mione?
- Sim?
- Prometa pra mim que não vai ficar zangada, mas eu preciso fazer uma coisa.


***

N/a: Hum... E então... O que acharam do fim de festa...? E do fim do capítulo...? Haha, aí vem a parte H²...

Capítulo inteiramente dedicado a Nety que fez a capa da fic, que ficou lindíssima, amei! Muito obrigada Nety.
Todos os comentários feitos eu respondi lá na parte de comentários mesmo, ok? Prefiro responder lá do que aqui.
Continuem comentando, por favor!!!
Próximo capítulo... Depende de vocês... Again...
Bjux e muito obrigada!!!

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