Ataque no Três Vassouras

Ataque no Três Vassouras



Capítulo 8: Chuva de Cerveja de Manteiga

Harry estava seriamente irritado e muito nervoso, parece que naquele dia devia ter ficado na cama, mesmo que não conseguisse dormir.

Logo na primeira aula do dia fora acusado de engravidar uma colega, pela professora de Artes Adivinhatorias, não que alguma coisa vindo dela devesse ser lavado em causa, mas era bastante chato para se ouvir logo de manhã.

Depois vira uma menage a trois no corredor… que sem saber muito bem foi a pior parte do seu dia, ainda pior do que a detenção que apanhou a seguir por estar a preparar-se para um duelo em pleno corredor.

Severus Snape fez a sua entrada triunfal e marcara detenção aos quatro, assim que chegassem de Hogsmead.

Harry sabia que ele só fizera isso para deixar as gémeas irem visitar a vila, só por elas serem Malfoy…

Ao pensar nisso um enorme ódio apoderou-se de si.

Mas depois lembrou-se de Jane a defende-lo e a pôr-se do seu lado, este pensamento fez a sua raiva amainar.

Assim que se tinham visto livres de Snape, depois de terem sido retirados um considerável número de pontos aos Leões e as Serpentes permaneceram iguais, Esther estava tão furiosa que dava ares de querer continuar o duelo interrompido.

Jane intrometera-se mais uma vez, apenas para gritar que a deixassem em paz, virando costas e correndo pelo longo corredor.

Os dois Slytherin tinham ficado tão abismados, que nem reagiram. Harry aproveitou essa oportunidade para se afastar dali.

O resto do dia passara com relativa normalidade, excepto Jane.

Ela estava estranha, evitando toda a gente e mantendo-se silenciosa.

O que será que se passava com ela?

Uma onda de irritação voltou a invadi-lo.

O que quer que se estivesse a passar com ela, não afectara a sua perícia no jogo de Quidditch.


Quando finalmente as aulas do dia tinham acabado, Harry realizada as provas para os novos membros da equipa, Jane Malfoy constava na lista como uma dos novos Chasers.

Ela limitara-se a fazer um pequeno sorriso, nem tentara provoca-lo nem nada…

Harry também não tivera coragem para tal, pelo menos enquanto ela estivesse naquele estado.

- Harry…? – uma mão passou à frente dos seus olhos despertando-o do seu mar de pensamentos confusos

O rapaz pestanejou e encarou quem o chamara à realidade. Fora Ron que o chamara.

- Tu hoje ao pequeno-almoço disseste que tinhas que nos contar uma coisa – lembrou o jovem ruivo

- Sim, eu não me esqueci – respondeu Harry com uma expressão soturna

- Credo… que cara de enterro é essa? – Ron parecia alarmado

Harry hesitou, nunca na sua vida iria admitir que estava preocupado com Jane e que estava desejoso de a encontrar e de lhe perguntar o que a atormentava.

Decidiu revelar algo que por acaso até nem era mentira.

- O que eu vos quero dizer não é propriamente agradável… - comentou

Ron pareceu aceitar esta resposta e olhou em volta pelo corredor.

A sair de uma das inúmeras portas de ornavam o corredor viu Jane Malfoy sair daquela que presumia ser a da casa de banho feminina.

- Já reparaste… - observou Ron – Jane está estranha hoje, desde manhã…

- Já tinha reparado - respondeu Harry, ainda não tinha conseguido perceber porque seria

- Pela detenção talvez? – sugeriu Ron

- Achas?! – perguntou Harry com duvidosa incredulidade

- Bem… quer dizer… não sei… nem a Hermione fica assim… por isso… – gaguejou o ruivo

Harry encolheu os ombros tentando parecer indiferente.

- Que tem a Hermione? – perguntou a jovem de cabelo encaracolado alcançando-os carregando vários livros volumosos debaixo do braço

- Não estávamos a falar de ti, sua convencida – afirmou Ron em tom de brincadeira – para que é tanto livro?

Hermione fingiu uma careta indignada, mas depois voltou-se para Harry com ar reprovador.

- Detenção logo na primeira semana, hem?

- A culpa não foi exactamente minha! - defendeu-se Harry

Hermione lançou-lhe um ar séptico mas não comentou.

- Estou preocupada com a Jane – acabou por dizer – devíamos falar com ela

Harry sentiu um solavanco no estômago, mas tentou mostrar indiferença com um desleixado encolher de ombros.

- A mim parece-me que não queres nem saber - disse Ron vendo a reacção do amigo

- E como eu acho que a culpa foi tua, vais lá tu falar com ela! – sentenciou Hermione em tom severo

Harry olhou para a amiga por uns momentos, tentando disfarçar o alívio, por tanto Ron como Hermione não terem nem suspeitado o que realmente sentia

- Está bem… - comentou entre um resmungo e um meio sorriso – eu falo com ela

- Vê lá o que fazes - advertiu Hermione – não sejas imbecil

- Eu não sou imbecil! – defendeu-se Harry indignado

- Tu percebeste muito bem o que eu quis dizer… - comentou a jovem


Harry revirou os olhos.

- Vão indo para a sala das necessidades para eu vos contar aquilo que disse ao pequeno almoço - pediu e apressou o passo para alcançar Jane Malfoy que caminhava vários metros à frente.

Jane sentia-se deprimida, atormentada por um enorme peso na consciência.

Não conseguia entender-se a si própria.

Porque é que se sentia assim tão mal? Porque é que tinha uma constante vozinha na cabeça a lembrar-lhe de que fizera algo errado? E porque é que essa voz era terrivelmente parecida com a de Harry?

Ele tinha que estar sempre lá, pensou com raiva.

- Jane! - a voz de Harry chamou-a à realidade

Jane apertou os lábios numa linha fina, o que raio é que ele estava a fazer ali? Ela não tinha vontade nem de olhar para a cara dele.

- Jane! – voltou o rapaz a repetir alcançando-a

- Deixa-me em paz! – atirou Jane de modo frio e brusco

- Educação mandou lembrança… - comentou Harry com uma careta irónica

- Então diz-lhe que eu mando olá! – respondeu a jovem com a voz carregada de sarcasmo insolente

Harry respirou fundo para conter a irritação que começava a sentir.

- Eu queria perguntar o que se passa contigo… - acabou por dizer de dentes cerrados

- Eu estou muito bem, perfeitamente bem, muito bem mesmo! – exclamou Jane muito depressa

- Se dissesses mais algum “bem” já não acreditava em ti – comentou Harry com ironia

Jane olhou-o com irritação.

- O que te importa? – afirmou furiosa - tu nem gostas de mim, para que te dás a esse trabalho?

Harry mordeu o lábio inferior indeciso.

E agora? Nem pensar em mostrar a Jane que se preocupava com ela, isso nunca…

Mas a verdade é que estava disposto a faze-la voltar ao normal, nem que fosse para ouvi-la gritar com ele outra vez.

Jane afastava-se já pelo corredor com passadas rápidas, Harry correu alguns metros para a alcançar, tivera uma súbita ideia maluca.

- Jane! – exclamou agarrando-a por um braço e ao ver que ela se preparava para lhe soltar um impropério não muito agradável acrescentou rapidamente – já que não queres falar ao menos vem comigo

- Para quê? – perguntou desconfiada

- Já vais ver… - Harry retirou a sua mochila do ombro e remexeu no seu interior até encontrar o que procurava

Retirou do seu interior um manto prateado, que Jane identificou, com assombro, como sendo um mando de invisibilidade.

- Harry!... – exclamou chocada, não estava à espera que ele alguma vez lhe mostrasse aquilo, apesar de já saber da sua existência

- Põe isto e vem comigo – declarou o rapaz

Jane continuou a olhar para ele com a surpresa estampada no rosto, Harry abriu um pequeno sorriso no canto dos lábios, se ela soubesse o que ele se preparava para lhe mostrar… aí sim, ficaria realmente admirada.

A jovem pegou na capa, sentindo o tecido fino entre os dedos.

- Vais ficar aí especada?! – perguntou Harry

- Calma… já vou… - Jane colocou a capa nos ombros e desapareceu de vista – onde me levas?

- Já vais ver – respondeu ele começando a caminhar pelo corredor

Foram subindo os intermináveis lances de escadas, tendo o cuidado de verificar se elas não resolviam mudar de lugar.

Jane olhava em volta com admiração, as pessoas por quem passavam olhavam através de si, como se realmente não existissem.

Harry levou-a até ao sétimo andar e parou em frente de uma porta que a jovem nunca vira antes.

Vendo que o corredor estava vazio, Jane retirou a cabeça de debaixo do manto e olhou intrigada para Harry.

- Não conheço essa porta… - comentou com ironia – estás a pensar trancar-me lá dentro?

Harry olhou para ela com uma expressão de tédio.

- E eu não tenho mais nada para fazer… ficas mesmo bem assim só com a cabeça

Jane ia responder de forma irritada, quando subitamente ouviram-se passos a aproximarem-se no corredor.

Harry agiu por instinto, não queria ter que dar explicação de como a cabeça de Jane aparecia a flutuar no meio do corredor. Mesmo tratando-se se uma escola de magia.

Ergueu um braço na direcção em que calculava que a jovem estivesse e agarrou-a pela cintura, fazendo Jane soltar uma exclamação abafada.

Abriu a porta para a qual tinham estado a olhar e entrou lá para dentro arrastando-a consigo.

O que Harry não estava à espera era que o chão fosse completamente mole e irregular, fazendo-o desequilibrar-se.

Harry e Jane estatelaram-se no meio de montes de almofadas gigantes e coloridas.

- Harry! – exclamou a voz de Hermione

O rapaz levantou a cabeça e olhou em volta. A sala das necessidades transformara-se numa aconchegante piscina de almofadas, onde Ron e Hermione se encontravam instalados a olhar para ele com ar preocupado.

- Sim… estou bem… - respondeu ele

Harry ergueu-se nos braços e subitamente teve consciência de que estava completamente deitado em cima de Jane.
Sentiu perfeitamente o corpo dela debaixo do seu e as suas mãos a empurrarem-no levemente para cima, incitando-o, sem muito convicção, a levantar-se.

Sentiu um calor sufocante misturado com um arrepio apoderar-se do seu corpo.

Jane estava deitada de costas completamente oculta pelo manto da invisibilidade de Harry, sentindo-o nitidamente encostado a si.

Um arrepio delicioso atravessou-lhe o corpo e sentiu que lhe faltava um fôlego.

No entanto a razão tentou sobrepor-se e ela empurrou-o de leve.

Harry saiu de cima dela com a face avermelhada, fazendo Hermione e Ron olharem-no intrigados.

Jane nem se mexeu, para não mostrar a sua presença aos outros dois, se Harry lhe pedira para usar o seu manto de invisibilidade por alguma razão havia de ser.

E também porque realmente não se sentia em condições para tal, ainda estava trémula e assustada com os pensamentos que lhe tinham atravessado a mente segundos atrás.

- Harry… podemos saber porque raio entraste aqui e caíste ao chão? – perguntou Ron de sobrancelhas erguidas, reprimindo o riso

Harry abanou levemente a cabeça tentando afastar o calor e os pensamentos inoportunos que antes tinham tomado conta dele, mas que raio se estava a passar consigo?

“Meu Merlin!” pensou com desagrado “ estou a ficar um tarado, não posso encostar numa rapariga que…”

- O que é que vocês têm contra sofás? – perguntou olhando em volta, para o mar de almofadas, fofas e coloridas

- Não olhes para mim – declarou Ron – foi ela

- Eu sempre quis ter uma sala assim - justificou-se Hermione sorrindo

- É confortável, mas para quem não está à espera é uma armadilha – comentou Harry sentindo-se a voltar gradualmente ao normal

- Falaste com Jane? – perguntou Hermione

- Falei, mas isso agora não vem para o caso, o que eu vos queria dizer… bem… vai ser realmente difícil…

- Passa-se alguma coisa? – perguntou Ron

- Bem… - Harry hesitou, ia ser muito difícil contar aos amigos o que o seu tenebroso futuro lhe reservava – lembram-se de no ano passado, nós os três, mais Ginny, Luna e Neville fomos ao ministério da magia?

- Sim! E a profecia partiu-se sem ninguém a ouvir! – concordou Hermione

- Isso não é verdade… - murmurou Harry

- Como não?! Nós vimo-la desfazer-se em pedaços! – afirmou Ron

Harry suspirou e ganhou coragem para lhes contar o que se passara naquele dia no gabinete de Dumbledore, quando destruíra parcialmente a mobília e como o director de mostrara a profecia.

- Oh! – exclamou Ron de olhos arregalados – tu destruíste o escritório do… AI!

Hermione dera uma cotovelada ao amigo.

- Francamente Ronald! O que Harry nos está a dizer é muito mais importante que isso!

Harry deixou escapar um pequeno sorriso, que logo esmoreceu ao lembrar-se da profecia.

- Sempre pensei que a professora de Adivinhação fosse uma completa tapada… afinal não tanta assim… - comentou Ron

- Conta lá a profecia Harry – pediu Hermione com suavidade

Harry respirou fundo e começou a recitar as palavras que desde aquele dia lhe tinham ficado cravadas como ferro em brasa na sua mente.

- “Aquele que detém o poder para derrotar o Senhor das Trevas aproxima-se… nascido daqueles que três vezes o desafiaram, nascido quando o sétimo mês finda… e o Senhor das Trevas vai marca-lo como seu igual, mas ele possuirá um poder que o Senhor das Trevas desconhece… e um terá de morrer às mãos do outro, pois nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver… aquele que detém o poder para derrotar o Senhor das Trevas vai nascer quando o sétimo mês findar…”

Quando acabou de falar os dois amigos olhavam para ele estáticos

- Oh! Harry! – exclamou Hermione abraçando-o subitamente

O rapaz retribuiu o abraço com igual carinho, deixando o seu rosto afundar-se nos cabelos rebeldes da amiga. Nada de calores, nada de pensamentos inoportunos, apenas um amor de irmãos.

- Harry – disse Ron aproximando-se também, muito sério – nós estamos aqui para te ajudar

- Nem pensem que eu vos vou arrastar para o meu futuro horrível – exclamou Harry com firmeza

- Harry… nós não estamos a pedir permissão, estamos a informar-te de que te vamos ajudar em tudo o que pudermos – declarou Hermione soltando-se do abraço

Harry sentiu uma enorme alegria invadi-lo, era tão bom ter amigos verdadeiros que realmente se importam connosco. Sorriu.

- Contaste a Ginny? – perguntou Ron

- Não… ainda não…

Ao longe ouviu-se a campainha a anunciar o jantar.

- Harry, aconteça o que acontecer… estaremos unidos… - murmurou Hermione com voz emocionada, Ron concordou

- Claro, tu és meu… irmão…aamm… cunhado… aamm… sei lá! Não importa. És da família!

Esta atrapalhação do jovem ruivo fez os três sorrirem.

- Não canses a cabeça Ron – brincou Harry

O ruivo fez uma careta engraçada, fazendo todos voltarem a rir.

- Bem meninos, vamos jantar? – sugeriu Hermione

- Claro! Estou esfomeado! – concordou Ron

Ron e Hermione ergueram-se e prepararam-se para sair, mas repararam que Harry permaneceu sentado.

- Não vens? – perguntou Ron

- Já vou ter com vocês… - respondeu ele – preciso de respirar fundo…

- Ok… não é todos os dias que tu desabafas o que te vai na alma, aliás isso é até muito raro – comentou Hermione sorrindo de forma compreensiva

- Esperamos por ti à mesa – declarou Ron

Harry, antes de os amigos fecharem a porta ainda ouviu Hermione repreender Ron com uma frase do tipo “só pensas em comer!”

Passou uma mão pelo rosto, pronto, já estava, tinha-lhes contado.

Enquanto Harry falava com os amigos, Jane tinha conseguido levantar-se muito devagar e sentar-se de forma mais confortável.

Quanto mais ele falava, mais assombrada ela ficava.

Porque é que ele lhe quisera contar a ela?! Eles nem sequer se davam…

Ele odiava-a…

Jane sentiu um turbilhão de sentimentos tomarem conta de si e quando finalmente Hermione dissera que era raro Harry abrir-se com as pessoas, achou que lhe tinham tirado o ar.

Ele confiava nela a esse ponto?

Confiava mais nela do que em Ginny, que era sua namorada?

Quando ficaram finalmente sozinhos, ela viu Harry passar uma mão pelo rosto. Notava-se perfeitamente que lhe fora dolorosa a revelação.

Jane livrou-se da capa de invisibilidade levantou-se, para se voltar a sentar em frente a Harry.

Ele não se mexeu, continuou a olhar para baixo.

- Porquê…? – perguntou Jane num fio de voz – porque é que me contaste?

- O que te tivesse a atormentar à bocado é insignificante com o que podes gozar comigo agora… - comentou ele sem erguer a cabeça – Já viste? Tens um colega que ou morre ou é assassino…

- Harry! – exclamou a jovem chocada – eu nunca iria gozar com uma coisa dessas… olha para mim! – exigiu

Ele levantou a cabeça e olhou-a nos olhos, os seus maravilhosos olhos verdes brilhavam por detrás das lentes dos óculos.

- Porque é que me contaste…? – perguntou Jane outra vez

- Porque… apesar do que te possa ter acontecido para ficares chateada, à sempre coisas piores na vida de outra pessoa… provavelmente queria que visses como tens sorte de seres quem és em comparação comigo…

Jane mordeu o lábio, tentando controlar o súbito desejo de o abraçar, nunca ninguém se dera ao trabalho de fazer o que Harry acabara de fazer com ela.

Ele contara-lhe um dos seus piores segredos, para lhe mostrar que a vida dela era muito melhor que a dele. Para a fazer sentir-se melhor…

- Mas… tu não me odiavas…? – voltou a jovem a perguntar

Harry fez uma careta.

- Quem disse que não odeio?

Jane sorriu, e a careta dele evoluiu também para um sorriso.

- Obrigada… por confiares em mim… - mas depois acrescentou num tom irritado – tu és completamente doido!

- Ai sim? E porquê? – perguntou Harry aumentando o sorriso com a atitude dela

- Porque… porque… já viste se eu fosse amiga daquele psicopata do Voldemort? Já viste? Agora ia a correr contar-lhe! De certeza que ele ia ficar radiante em saber e…

- Ele já sabe, pelo menos parte – respondeu Harry com voz serena – também não sei porquê… talvez seja estúpido… mas eu confio em ti

Ao ouvir Harry dizer aquela frase, com um ar sério e sincero, alguma coisa estalou dentro de Jane.

A jovem não resistiu mais, abraçou-o pelo pescoço.

Harry instintivamente envolveu-a com os braços.

Um delicioso choque eléctrico percorreu o corpo dos dois.

Jane sentiu o seu coração acelerar e ouviu vagamente a sua parte racional gritar para se soltar, antes que fosse tarde de mais.

Harry voltou a sentir-se agradavelmente quente e moveu suave e quase imperceptivelmente as suas mãos nas cosas dela, fazendo a jovem fechar os olhos.

A mente de Jane gritava com todas as forças, mas ela ignorou-a ao sentir os traços de fogo que as mãos dele faziam nas suas costas.

O seu rosto estava encostado ao de Harry e com um sorriso maroto no canto dos lábios ela moveu a sua face suavemente pela dele, até os seus lábios lhe encostarem na orelha.

Ele estremeceu com o toque, fazendo um tremendo esforço para não se mover mais do que o necessário.

- Obrigada por te preocupares comigo… mesmo que não o queiras dizer-me directamente – murmurou com os lábios encostados ao ouvido dele

Desta vez foi Harry que aproximou os seus lábios do ouvido dela.

- Convencida… - murmurou reprimindo um sorriso, como é que ela adivinhara?

Jane sentiu os pelos da nuca eriçarem-se.

- Parvo… - comentou afastando-se finalmente, utilizando toda a sua força de vontade, um frio desagradável tomou conta dela

- Parva és tu – respondeu com um sorriso brincalhão, sentindo um ligeiro vazio quando ela se afastou

- Vamos jantar – disse Jane erguendo-se

- Vamos – concordou Harry, estava realmente assustado com as reacções do seu corpo, ainda antes tinha abraçado Hermione e não tinha sentido nada do género

Os dois jovens levantaram-se e saíram da sala, caminhando lado a lado e em silêncio pelos corredores desertos, mergulhados nos seus confusos pensamentos.

Estavam a chegar ao salão principal, quando Jane quebrou o silêncio.

- Eu guardo o teu segredo… - declarou

Harry parou com a mão na maçaneta da porta e olhou para ela.

- Tenho mais medo é da tua vingança por causa da Fada Travessa… - comentou ele de forma irónica, com um pequeno sorriso nos lábios

Jane abriu um sorriso maroto e arrogante.

- Bem podes ter medo! – sibilou numa ameaça trocista, fazendo o outro gargalhar e tomar uma atitude de medo sarcástico

- Estou a tremer… - respondeu Harry


--**--


No dia seguinte, a jovem acordara cedo para ir visitar a vila antes da sua detenção com o professor Snape e aproveitara para ir ao quarto de Harry devolver-lhe a capa de invisibilidade.

Cruzou-se com Neville que descia as escadas a assobiar e lhe disse bom dia.

Ao entrar no dormitório masculino torceu o nariz, o quarto estava um caos, parecia um campo de batalha, tudo espalhado por todos os lados, desde sapatos, capas, penas, feijões de todos os sabores…

- Que confusão… - murmurou a jovem percorrendo os olhos pelo quarto

- Olha quem é ela! Malfoy! – cumprimentou Dean, sorrindo admirado, sentado em cima da sua cama a atar os atacadores dos sapatos.

Seamus acenou-lhe com um sorriso, ele estava encostado à porta da casa de banho com ar de tédio, obviamente esperando que alguém saísse

- Bom dia! – respondeu a jovem sorrindo

- Jane! – exclamou Ron saindo da casa de banho, para onde Seamus entrou como uma seta – o… o que fazes aqui?

Dean levantou-se da cama e caminhou para a porta.

- Ron, Malfoy… digam ao Seamus que espero por ele lá em baixo, ok? – perdiu Dean saindo

- Ok… - responderam os dois jovens

Assim que Dean saiu, Ron voltou a atacar Jane com perguntas.

- Mas o que raio fazes tu aqui?

- Vim entregar isto… - explicou Jane mostrando ao ruivo a capa da invisibilidade de Harry, dobrada nos braços

Ron arregalou os olhos, obviamente chocado por Jane saber da existência da capa, a jovem calculou que se contasse a Ron que Harry lhe dissera a profecia, o ruivo provavelmente teria uma coisinha má.

- Ele ainda está a dormir… - apontou Ron para a única cama que permanecia com os cortinados fechados

Jane abriu um sorriso perverso.

- É bom saber… - comentou, fazendo Ron dar um sorriso resignado

- Acorda-o lá… a Hermione?

- Estava a vestir-se quando sai

Jane aproximou-se da cama de Harry e afastou as cortinas, Ron veio posicionar-se atrás da jovem, para ver a cara do amigo ao ser acordado.

Jane sentiu que o seu coração falhava uma batida e quase que se esqueceu do que ia fazer.

Harry estava deitado de barriga para baixo, com os cobertores até à cintura, vestindo apenas umas calças de pijama aos quadrados, deixando as suas costas e braços bem torneados à vista.

- Então? – perguntou Ron arrancando a jovem do torpor em que mergulhara – que vais fazer?

- Vou ser má… - comentou Jane recompondo-se – se fosse a ti tapava os ouvidos… - aconselhou

Ron apressou-se a dar vários passos atrás.

Jane respirou fundo e gritou a plenos pulmões.

- HARRY POTTER! QUE RAIO DE NAMORADO ÉS TU QUE NEM LEVA A GINNY A HOGSMEAD?! - a voz dela ecoou pelo dormitório masculino.

Harry deu um salto na cama e sentou-se com um ar estremunhado, olhando para todos os lados.

Ron e Jane não se contiveram e desataram a rir às gargalhadas

- JANE MALFOY! VAIS PAGAR POR ISSO! – desta vez foi Harry a exclamar furioso

- Por Merlin! – resmungou Seamus ao sair da casa de banho – para quê tanta gritaria logo pela manha?

- O Dean está no salão comunal à tua espera – informou Jane sem se importar com o comentário do colega

- Ah! Ok… obrigado – agradeceu Seamus saindo do dormitório

- Mereceste Harry… - comentou simplesmente Jane

O rapaz moreno resmungou entre dentes e levantou-se da cama, Jane teve que recorrer a toda a sua força de vontade para se manter impassível.

- Vim devolver-te isto e aproveitei para me vingar da Fada Travessa – informou Jane com um sorriso maroto estampado no rosto atirando a capa de invisibilidade para cima de Harry

- E tu? – perguntou Harry de mau humor a Ron - porque é que não a impediste?

- Não ia perder isto por nada – comentou o ruivo com um sorriso

Harry resmungou algo imperceptível e entrou na casa de banho para se lavar e vestir.

- Bem… a minha missão está cumprida – brincou Jane ainda com o sorriso maroto no rosto, vou andando…

- Até já… - despediu-se Ron

Jane saiu do dormitório masculino, encontrando-se com Ginny e Hermione no salão comunal.

- É impressão minha ou acabaste de sair do dormitório dos rapazes…? – perguntou Hermione com as sobrancelhas erguidas

- Acabei – respondeu Jane com indiferença

- E sabes que é proibido…? – insistiu Hermione

- Sei… - voltou Jane a responder

- E sabes que podias apanhar uma detenção por isso… - disse por sua vez Ginny

- Oh!... também… grande coisa, já tenho uma logo à tarde – comentou Jane com um encolher de ombros

Hermione revirou os olhos.

- És terrível… - murmurou, fazendo a outra sorrir

- Jane, o Harry demora muito? – perguntou Ginny olhando para o alto das escadas que davam para o dormitório masculino

- Iiihhh… acho que vai demorar… - respondeu Jane – acabei de o acordar à bocado…

- Vamos tomar o pequeno-almoço, esperamos pelo Ron e pelo Harry no salão principal – sugeriu Hermione

Ginny soltou um pequeno suspirou a acabou por concordar.

--*--

Algum tempo depois, quando finalmente Harry e Ron tinham descido e tinham acabado de tomar o pequeno almoço, Jane caminhava ao lado de Hermione, Ginny, Ron e Harry, em direcção às carruagens que os levariam a Hogsmead, sentindo-se completamente a mais no meio dos dois casais.

- Jane! – ouviu uma voz chama-la, que fez os cinco jovens erguerem a cabeça e procurarem o dono da voz

Jane avistou Blaise e Esther a dirigirem-se para ela.

- Mas que…! – praguejou, não tinha vontade nenhuma de estar perto de Blaise, começara a fartar-se das manias de play boy dele

Os outros quatro jovens olharam para Jane com as sobrancelhas erguidas, era a primeira vez que a viam fazer um ar de desagrado ao avistar os amigos da casa das serpentes.

Esther e Blaise pararam à frente de Jane, ignorando os colegas Gryffindor

- Onde é que pensas que vais? – perguntou Esther com um sorriso presunçoso

Jane respirou fundo e obrigou-se a assumir a personalidade Malfoy.

- A Hogsmead – respondeu com um encolher de ombros de indiferente superioridade

- Vamos embora – declarou Blaise – o ar aqui está poluído, não sei como aguentas…

A máscara de superior indiferença que Jane erguera foi seriamente abalada por este comentário.

A jovem teve que cerrar os dentes para não dar uma resposta desagradável a Blaise, deixando-se ser arrastada pela irmã em direcção a uma carruagem vazia.

- É impressão minha ou… a Jane não pareceu muito feliz ao ver o Zabine e a outra Malfoy? – perguntou Ginny verbalizando a pergunta de todos

Jane entrou dentro de uma carruagem, constatando que no seu interior estava o primo e Pansy.

- Onde estão os teus guarda-costas? – perguntou Jane com arrogância referindo-se a Crabbe e Goyle

- Já foram noutra carruagem – respondeu o primo com um encolher de ombros convencido

- Acreditam que a tivemos que arrancar aos novos amiguinhos fuleirosos dela? – perguntou Esther com desprezo evidente acomodando-se no acento ao lado de Blaise

Draco e Pansy olharam para Jane com ar descrente.

- Eu nem acredito… - comentou Pansy – a misturares-te com essa gentinha?

Jane respirou fundo, tentando afastar a irritação crescente que começava a sentir.

- Primeiro, eles são da minha casa, não tenho propriamente escolha – respondeu com uma careta cínica, e acrescentou apesar de saber que se tratava de uma mentira enorme – além disso eles não são meus amigos

- Não sei o que é que o maldito chapéu tinha na cabeça - resmungou Blaise entre dentes

- Blaise… querido, era um chapéu… não tem cabeça – comentou Jane aumentando o seu sorriso cínico e usando um tom sarcástico

- Estás agressiva hoje… - comentou ele com um sorriso provocante

Subitamente a carruagem onde os jovens se encontravam começou a deslocar-se com um solavanco, fazendo Blaise bater com a cabeça no vidro da janela e Esther quase cair do banco.

- Meu Merlin! - resmungou a jovem Malfoy - que violência! Quem é o atrasado mental que está a controlar este monte de lixo?! – perguntou indignada

- Aparentemente anda sozinho… - respondeu Jane espreitando pela janela

- A minha cabeça… vou ficar com um galo - resmungou Blaise massajando o local dorido

- Pede a uma das gémeas que dê um beijinho – sugeriu Pansy com um sorriso perverso

- Pansy Parkinson! Sua mente poluída – comentou Esther com um sorriso malicioso

- Eu?! – perguntou a outra fingindo-se indignada

Enquanto Pansy e Esther decidiam qual das suas tinha a mente mais poluída, Blaise passou uma mão discretamente pela cintura de Jane e puxou-a levemente para si

- Não estavas com dor de cabeça? – resmungou Jane entre dentes

- Para chatear pessoas nunca estou com dores de cabeça…principalmente mulheres, e se forem espectaculares como tu… - declarou Blaise num tom presunçoso e arrogante

- Iiiihh… - exclamou Esther contendo uma gargalhada – que cantada barata

Passado algum tempo a carruagem parou com outro solavanco, fazendo Esther soltar uma quantidade de injúrias.

- Boca tão suja – comentou Jane em tom arrogante, saltando para fora da desengonçada carruagem

- Nem sabes o quanto – respondeu Esther, saindo logo atrás, piscando-lhe o olho com um sorriso perverso, fazendo Jane rir

- Não se esqueçam que temos que ir ter à cabana dos gritos – lembrou Draco

Jane sentiu o seu sangue gelar, não queria ter nada a ver com esse Lord psicopata.

- Eu não vou! – declarou

- Como não vais?! – exclamaram os outros jovens incrédulos

- Tens que ir! – exclamou Pansy

- Finalmente vão deixar de nos tratar como criancinhas – acrescentou Esther

- Sem dizer da enorme honra que vamos ter por estar ao serviço do Lord – disse Draco

- Não podes não ir! – afirmou Blaise como se fosse obvio

- Já disse que não vou! Vocês não me podem obrigar! – gritou Jane voltando as costas aos amigos e saindo dali a correr

Ouviu os chamamentos deles ficarem cada vez mais esmorecidos, mas isso não fez com que parasse de correr.

Queria correr para longe, fugir de perto deles.

Entrou por uma ruela deserta, encostou-se à parede e deixou-se escorregar até se sentar no chão.

Apetecia-lhe chorar, gritar, fugir, desaparecer. Aquele violento ataque de desespero surgiu de repente, fazendo a jovem Malfoy apertar a cabeça entre as mãos.

Sentia-se terrivelmente sozinha, já não sabia aonde pertencia.

Não era ninguém, não era nada, ninguém daria pela sua falta, nem de um lado, nem do outro.

Silenciosas lágrimas que teimavam em não desaparecer escorregaram-lhe pelo delicado rosto.

- Está tudo bem? – perguntou uma voz amável

Jane levantou a cabeça e deparou com os grandes olhos azuis de Luna.

- Eu…aamm… - Tentou Jane responder escondendo as lágrimas

- Não precisas esconder, eu vi que estavas a chorar – respondeu Luna no seu tom calmo e sonhador – não faz mal, vem comigo, de certeza que no Três Vassouras há uma mesa à nossa espera

Jane olhou para a mão que a outra lhe estendia e para o seu sorriso calmo, acabou por sorrir também.

- Vamos então… - respondeu limpando o rosto

As duas jovens caminharam de volta ao centro da vila e entraram no Três vassouras, completamente atolado de alunos.

Luna viu Harry, Ginny, Hermione e Ron numa mesa perto de uma janela e acenou-lhes.

Ginny pôs-se em pé em cima da cadeira e começou a acenar-lhes para de aproximarem.

- Luna, eu vou… - tentou Jane declarar de forma confiante não se sentindo muito confortável em ir para perto deles

- Tu vens comigo – respondeu a outra com um pequeno sorriso

Jane fez uma careta resignada e seguiu Luna até à mesa de onde Ginny acenava freneticamente.

- Ainda bem que vieram – exclamou Ginny abrindo espaço para elas se sentarem

– Ou talvez não… Ron estás com um problema de gazes – comentou Hermione rindo-se às gargalhadas

- Não é nada disso! – resmungou o ruivo indignado – hoje de manhã é que tive uma dor de barriga

- Comeste vinte seis donuts e um pastel de nata ao jantar… - comentou Jane olhando para Ron com ar descreste, lembrando-se da refeição da noite anterior

- Continuo a achar que foi do pastel – respondeu Ron provocando gargalhadas aos amigos

- Mas Jane… Eu pensei que tinhas ido com… - começou Harry olhando para a jovem

- Fugi deles – respondeu ela de forma rápida

- E sabem onde ela estava? – perguntou Luna descontraída com o seu típico sorriso calmo

- Onde? – quis Ron saber

Mas Luna não pode chegar a responder, porque a porta do bar explodiu em milhões de projecteis cortantes.

Gritos e feitiços perturbaram o ar assim como várias peças de loiça a partirem-se.

- Oh! Meu Merlin! – exclamou Hermione – Devoradores da Morte!

Várias figuras encapuçadas entraram no bar com as varinhas apontadas aos alunos.

- Todos para a parede – rugiu um deles obrigando toda a gente a encostar-se à parede dos fundos

- Ninguém nos ouse desafiar! – exclamou outro – não hesitaremos em matar que quer que seja

Um rapaz mexeu-se ligeiramente, para trocar o peso do corpo de uma perna para a outra.

- Eu disse QUIETOS! – berrou o Devorador da Morte lançando ao rapaz um feitiço atordoador, que o projectou vários metros, deixando-o inconsciente no chão

Várias pessoas gritaram.

- SELVAGENS! – gritou uma rapariga, provavelmente a acompanhante do rapaz inanimado

Outro feitiço foi lançado e desta vez foi ela a cair inconsciente no chão.

- Temos que fazer alguma coisa! – murmurou Harry sentindo a raiva ferver-lhe no sangue.

Jane observou o espaço em volta até que olhou para o tecto.

Perto do candeeiro, preso ao tecto, estava um enorme barril de cerveja de manteiga, assim como várias outras coisas não tão interessantes.

A visão daquele monte de madeira gigante, cheio de cerveja de manteiga deu a Jane uma ideia.

Era uma ideia louca, mas talvez funcionasse.

- Harry… - murmurou Jane muito baixinho - preciso da tua ajuda

- Para quê? - respondeu o rapaz no mesmo tom

- Para fazer a coisa mais doida de toda a minha vida!

- Que é…?

A jovem apontou com a cabeça para o barril no tecto e Harry percebeu o plano dela.

- Eles vão ficar furiosos… - murmurou

- Limita-te a acertar-lhe - sussurrou Jane em tom autoritário

Harry assentiu com a cabeça, deu uma cotovelada a Ron chamando a atenção de Hermione e Ginny

- A Jane teve uma ideia… - murmurou – acertem um feitiço ali – apontou para o barril

- Vocês estão doidos! – exclamou Hermione ou pouco alto de mais

- O que é que se passa ai atrás! – exclamou com desagrado um dos Devoradores da Morte empurrando sem qualquer gentileza os alunos mais à frente para chegar à distante mesa perto da janela.

- Credo! Mulher é bicho complicado – resmungou Ron olhando para Hermione com ar irritado – tinhas mesmo que gritar?

Hermione apenas lhe respondeu com um olhar entre o pânico e a irritação.

Na sua jornada pela multidão, o Devorador da morte amaldiçoava vários alunos que se lhe atravessavam no caminho, fazendo-os caírem ao chão inanimados.

Foi o suficiente para se instalar novamente o pânico.

- Ele vem aí! – exclamou Jane – é agora ou nada!

Cinco varinhas apontaram para o enorme barril e no preciso momento em que o Devorador da Morte chegava até eles, o barril explodiu, espalhando cerveja de manteiga e lascas de madeira em todas as direcções.

Se antes era o pânico, agora era o completo caos.

Havia pessoas a correrem em todas as direcções, gritos choros, feitiços, coisas a caírem e a partirem-se, por baixo da chuva de cerveja de manteiga que jorrava do tecto.

Harry, Ginny, Hermione, Jane, Ron e Luna atropelaram o Devorador da Morte que tinha ido ter com eles e tentaram sair do bar caótico.

Estavam quase a chegar à saída, quando outro Devorador da morte emergiu da multidão e agarrou com violência o braço de Jane.

- Tu! – exclamou por baixo da sua capa preta encharcada – vens comigo!

- Larga-me! – Jane tentou libertar-se

Ron olhou para trás por cima da multidão que o empurrava para a saída e viu a jovem ficar para trás.

- JANE! – exclamou

Harry também olhou para trás, furou a massa de gente e tentou segurar na outra mão de Jane, mas o Devorador da Morte estava a arrasta-la, furando a multidão em pânico para a direcção oposta.

- HARRY! – gritou Jane lutando para se libertar e conseguindo finalmente alcançar a mão que o moreno lhe estendia

- SEGURA-TE! – exclamou ele

Ron também voltara para trás e também tentava alcançar o braço da jovem, para ajudar Harry a afasta-la do Devorador da Morte.

O Devorador da Morte voltou-se para trás e com uma expressão de ódio começou a disparar maldições por cima do ombro, acertando em várias pessoas que tentavam chegar à saída.

Com a necessidade de se desviarem das maldições Harry e Ron sentiram a mão de Jane escorregar-lhes entre as suas.

- NÃO! JANE! – exclamou Harry vendo a jovem mergulhar na multidão sem conseguir alcançá-la

Ela tinha desaparecido no meio da massa de alunos histéricos, arrastada pelo Devorador da Morte, sem que eles o tivessem podido impedir.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.