Pode Chamar de Milagre Natalin



12 - PODE CHAMAR DE MILAGRE NATALINO





Victoire sentiu os olhos pesados. Fez força para abrí-los. Havia um aquecedor preso a alguns centímetros do chão, ligado, produzindo um ruído monótono. A pintura clara das paredes mostrava extensas manchas provocadas pela umidade, que formava desenhos curiosos.

Estava deitada num assoalho desgastado e, ao virar-se para olhar para o canto oposto ao do aquecedor, sentiu a cabeça doer. Vicky fechou os olhos e permaneceu imóvel por um tempo, tentando vencer a tontura e compreender o que tinha acontecido.

As imagens dançavam em sua mente, numa sucessão de cenas confusas, e ela se esforçava para saber onde estava afinal. Pouco a pouco, a memória foi trazendo de volta as imagens: o parque de diversões, a roda-gigante, o beijo de Ted... Ted, ela se lembrou, sentindo um arrepio, do que viria depois.

Os encapuzados. O que eram aquelas figuras sinistras? Comensais da morte? Ela sabia que os seguidores daquele Voldemort podiam ser cruéis se assim desejassem. Mas por que agora? Tanto tempo depois. Será que eram mesmo comensais?

Ela abriu os olhos novamente e ao mover cuidadosamente a cabeça, notou que a dor e a tontura haviam diminuído. Não havia janelas, apenas uma porta de ferro na parede contrária a do aquecedor. E quando procurou erguer-se, percebeu que suas mãos estavam presas às costas. Cordas, concluiu no instante em que forçou os braços e o material apertou-lhe os pulsos. Virando o corpo até quase ficar de bruços, ela sentiu os braços formigarem e imaginou que estivera inconsciente, deitada na mesma posição por muito tempo. Encostando o rosto no chão, Victoire encolheu as pernas e, com um impulso, conseguiu ficar de joelhos.

- Eu tenho que sair daqui! – falou para si mesma tentando se por de pé.

Com um movimento rápido, levantou-se de um pulo. Mas as pernas amolecidas lhe traíram. Caiu para frente com um baque surdo no chão e soltou um gemido abafado. No mesmo instante, a porta do aposento se abriu e um homem entrou no cômodo.

- Dormiu bem, garotinha?

Vicky levantou os olhos e viu um homem forte se aproximando dela e a suspendendo pelos braços. Sentiu-se mais apavorada do que imaginara se sentir.

- Vamos, sua presença é solicitada no topo. – ele puxou do bolso um pedaço de pano preto.

Vicky não teve tempo de se perguntar para que era aquilo. O homem a puxou pela cabeça e passou a tira preta pelos seus olhos. “Uma venda” pensou sentindo a nuca ser apertada pelo nó forte que o homem dava.

A partir daí, a garota só soube que andaram por um longo corredor, subiram dois vãos de escada, cada um com onze degraus. “Para que isso vai me servir?” realizou quando terminou a contagem da subida e dos passos.

Pararam. Ele bateu na porta.

- Entre. – veio a voz de uma mulher lá de dentro.

Vicky foi empurrada para dentro e arrancaram a venda de seus olhos.

Quando pôde ver o lugar, reparou em alguém deixando rapidamente o aposento por uma portinhola nos fundos da sala. Olhou em volta. Era uma sala ampla cor de areia, com uma mesa para seis pessoas num canto, um lustre velho, uma janela acortinada bem grande que dava para a rua, imaginava ela. Do outro lado, um conjunto de sofá verde musgo, tapete no chão, uma estante limpa cheia de livros e peças curiosas e uma lareira antiga.

- Não quer se sentar? – a mulher perguntou bondosamente, fato que Vicky estranhou.

A garota, pela primeira vez, reparou na mulher que lhe apontava a poltrona mais próxima. Era alta, formosa de um jeito peculiar. Cabelos longos, negros, que contrastavam com a pele alva. “Bonita” Vicky sentou-se.

- Sou Maggie Barrow. – ela continuou se sentando em frente à menina. – E você, Victoire Weasley, não é?

Vicky não respondeu. Olhava seriamente para aquela mulher. Não iria se entregar tão fácil se era isso que ela pretendia sendo gentil. Não facilitaria as coisas para ninguém ali.

- Entendo sua raiva. Mas felizmente posso lhe garantir que não a sentira para sempre. E infelizmente não posso lhe explicar o porquê e nem o motivo de estar aqui. – ela se levantou imponente – Monsgrave, - chamou o homem que ficara na porta – Leve a srt. Weasley para seus novos aposentos e cuide para que ela receba a medicação na hora certa e seja bem alimentada também.

Monsgrave se aproximou de Vicky e levantou pelos braços. Ela se sacudiu bruscamente e se soltou das mãos dele.

- Ela pode andar sozinha, Monsgrave. – Maggie Brown disse sem se virar da janela por onde olhava. – Não se perturbe.

Ele então abriu a porta para que a menina passasse.

Andaram até o fim do corredor e no último quarto, o homem empurrou Vicky para dentro e bateu a porta, trancando-a em seguida.

- Quem vai me acompanhar para buscar o que falta da poção? – Vicky escutou ele perguntando em alta voz através da porta.

“Poção?” pensou a menina “Ah, Deus... pode ser qualquer coisa, qualquer motivo... e eu não faço idéia de por que.” Ela deixou-se cair na cama de fronhas limpas e admirou o pequeno aposento.

















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A recepção do Saint Mungus estava agitada. Bruxos com as mais diversas aparências e problemas estavam sentados esperando para ser atendidos, ora lendo uma revista, ora sendo interrogados por bruxos vestidos de verde-limão que andavam pra lá e pra cá com pranchetas.

Mas a chegada de um grupo de bruxos agitados chamou a atenção de todos na recepção e principalmente de um jovem bruxo de cabelos castanhos e opacos, vestido de verde-limão, que correu ao encontro do grupo, deixando um bruxo que parecia ter uma flor laranja nascendo no meio da testa falando sozinho.

- Tio Harry, o que está acontecendo? – O jovem bruxo perguntou, olhando a cara de assustado de todos.

- Bebês.. Nascer... Gina.. Dor... – Harry falava rápido olhando assustado para um Ted confuso .

- E-eu não entendi... – Ted perguntou observando todos falando ao mesmo tempo.

- AHHHHHHHHHHH – Gritou Gina socando o braço de Harry – HARRY SEU RETARDADO, É MELHOR FAZER ESSA DOR PASSAR OU EU ACABO COM VOCÊ!

- Ted, leva ela lá para dentro antes que ela mate o Harry! – Pediu Hermione aflita.

- Espera que eu vou chamar o curandeiro para levá-la. – Disse Ted se virando, mas Gina o segurou.

- Ted, filho, você tem noção do tamanho da dor de um parto? Não, você não tem idéia! Então QUER FAZER O FAVOR DE VOCÊ MESMO ME LEVAR LÁ PARA DENTRO! – Gina apertava tanto o pulso de Ted que sua mão começava a ficar roxa.

- T-tia, calma! – pediu Ted assustado – Eu não tenho autoridade aqui para isso, é rápido, eu vou chamar o curandeiro e...

- AHHHHHHHHHHHHHHH – Gina gritou apertando mais (se é que era possível) o pulso de Ted, arrancando alguns “ais” dele.

- Mamãe – James se aproximava amedrontado – A senhora está machucando o Ted...

- James é melhor sair do caminho senão sobra para você – Ron segurou o menino pelos braços e sussurrou com medo que Gina ouvisse e matasse os dois.

James recuou alguns passos.

- O que está acontecendo aqui? – Perguntou Malfoy, sem as roupas verde-limão se aproximando com Scorpius, que fez questão de não encarar Rose e murmurou um “te espero lá fora” para o pai, saindo.

- Sr Malfoy, ela vai ter os bebês – Disse Ted, tentando fazer com que Gina soltasse seu pulso, agora que sua mão estava dormente.

- Lupin volte ao seu trabalho, eu vou chamar o curandeiro do setor para levá-la para a sala de partos – Disse Draco tateando os bolsos.

- Você é o chefe dos curandeiros, Malfoy. Você tem autoridade para levá-la para qualquer lugar! – Exclamou Ron perdendo a paciência.

- Eu sei disso, mas hoje é meu dia de folga... – Disse simplesmente, tirando do bolso uma espécie de retângulo de plástico contendo vários quadradinhos

- AHHHHHHHHH! DRACO MALFOY SUA DONINHA MISERÁVEL, EU NÃO ESTOU NEM AÍ SE VOCÊ ESTÁ DE FOLGA OU DE FÉRIAS, ME LEVA AGORA! – Gritou Gina, abandonando Ted, que saiu rápido de perto dela esfregando o pulso.

Draco apenas olhou desdenhoso para Gina e deu um toque com a varinha em um dos quadradinhos do retângulo de plástico e o guardou no bolso de novo. Menos de trinta segundos depois um homem baixo vestindo verde-limão se aproximou.

- Chamou senhor Malfoy?

- Sim Ypkins, quero que leve a senhora Potter para a sala de partos imediatamente. – Ordenou

- Sim senhor! – Disse o bruxo, conjurando uma espécie de maca e colocando Gina nela, fazendo-a levitar em direção a uma sala.

- Lupin, vá com ele. – Ordenou Draco, e Ted seguiu o caminho da sala de partos.

- É isso então. Se me dão licença, meu filho me espera lá fora. – Continuou Draco, saindo.

Por alguns instantes, todos ficaram calados observando a porta por onde Draco havia saído.

Eles se dividiram nas poltronas da recepção sob olhares curiosos dos bruxos que já estavam lá, que faziam pequenos comentários dizendo “é o Harry Potter!” ou “Harry Potter vai ter mais filhos?”

- Sabe, é uma dor horrível, a dor de parto quero dizer. – Disse Lilá quebrando o silêncio – Por isso tive só uma filha.

- Eu discordo – Disse Hermione – Acho que dá para suportar, e é gratificante depois. Aliás, agora que a Gina já está encaminhada, acho que você já pode ir, não é? Não precisa fazer o esforço de ficar aqui esse tempo todo.

- Essa dor eu só quis sentir uma vez. Sabe, é muita dor... – Lilá continuou como se não tivesse ouvido nada do que Hermione disse.

- Eu sei disso, Lilá. Eu tive dois, se você não percebeu... – Hermione estava impaciente.

- Harry, você vai abrir um buraco no chão assim... – Disse Ron antes que Lilá falasse mais alguma coisa.

Harry andava de um lado para o outro sem parar com uma expressão assustada no rosto e pareceu não ouvir o que Ron disse.

- Papai... – Disse Lily se aproximando e tocando no braço de Harry – Por que não senta um pouco, é melhor!

Harry não respondeu, apenas sentou mecanicamente, observando o caminho que o curandeiro levou Gina.



Já havia passado horas e nenhuma notícia de Gina e dos gêmeos, todo curandeiro que passava Harry cercava para saber algo e ninguém sabia informar nada.

Lilá já tinha ido embora com Mary e Moly, Arthur, Bill e Jorge já haviam chegado quando um Ted sorridente saiu da sala onde tinha entrado atrás do curandeiro.

- E então? – Disse Harry dando um pulo e parando na frente de Ted – Nasceram?

- Sim! – Disse Ted – Estão todos bem, eles nasceram saudáveis!

Harry deu um suspiro aliviado e abraçou Ted. Alvo e Lily seguidos de Hugo e Rose pularam cantando “Eles nasceram”, Ron e Hermione sorriram aliviados, Jorge e Bill riram alto e Moly começou a chorar, sendo consolado por um sorridente Arthur.

- Nós podemos vê-los? – Perguntou Harry ansioso.

- Claro, é o segundo corredor a esquerda, sala 119. – informou Ted – Mas não podem ir todos. Eu levo vocês lá.

- Vá você Harry, com Ron, Hermione e as crianças. Nós vamos depois. – Disse Arthur, ainda tentando fazer com que Moly parasse de chorar.

Harry andou o mais rápido que pode seguido por Ron, Mione e as crianças. Parou em frente a porta e abriu.

Harry se deparou com Gina sorrindo, com dois embrulhinhos nos braços. Ele sorriu, como se fosse a primeira vez, como se fosse o primeiro filho. Ele se aproximou de Gina e lhe deu um selinho.

- Viu querido, viu como são lindos? – Gina olhava para os filhos, radiante.

- É... – Disse Harry bobamente observando-os ressonarem nos braços da esposa.

- Pega eles, amor. – Gina ofereceu um dos bebês a Harry que o aconchegou em seus braços.

- É lindo... – falou Harry bobamente, acariciando o rosto do bebe.

- Eu posso segurar? – Perguntou Hermione se aproximando.

- Claro! – Disse Gina dando o outro bebê a Hermione.

- Nossa mamãe, eles são tão pequenos... – Disse Alvo se sentando na cama ao lado de Gina.

- E ruivos! – Completou Lily , que agora segurava o bebê que estava com Harry ao lado de Rose e Hugo.

- Mais ruivos na família! – Disse Ron admirando o que estava com Hermione.

- James, não vai vir aqui vê-los? – Perguntou Gina

- Ah mamãe, depois eu vejo! – murmurou sentado-se em uma poltrona mais distante.

- Olha, está acordando! – Exclamou Lily – Tem seus olhos papai! Sortudo...

Lily entregou o bebê a mãe e Hermione fez o mesmo.

- E os nomes? – Perguntou Rose

Harry e Gina se entreolharam.

- Samantha Dora Potter e Brian Remus Potter – anunciou Gina.

- Espera – Disse Ted se aproximando – É os nomes dos meus pais!

- Nada mais justo! – Disse Harry dando um tapinha nos ombros do afilhado – Bruxos extraordinários e muito importantes para mim.

Ted sorriu fracamente, emocionado.

- Além do mais – Harry continuou – Eles me deram um filho, não é?

Ted abaixou a cabeça, tentando segurar uma lágrima. Em vão. Uma seqüência de lágrimas caíram de seus olhos.

- Não precisa chorar... –Harry o abraçou pelos ombros.

- D-desculpa, eu ando meio s-sensível desde que a Vicky... – Ele não conseguiu continuar, seus soluços abafaram o que ele ia dizer.

- Teddy... – Harry começou

- N-não, por favor – Disse Ted cortando Harry e esboçando um sorriso – É um momento feliz, os bebês nasceram, é para comemorar, não?

- Ele tem razão. – Disse Lily sentando ao lado de Gina e acariciando as crianças – Bem vindos a família Sam e Brian!












O trem partia para mais um ano Hogwarts. Mas para os Potter’s e os Weasley’s aquele ano estava começando com um tom de tristeza. Já se passava mais de dois meses e ainda não tinham nenhum sinal de Victoire.

A cabine estava cheia. Alvo, Rose, James, Hugo, Lily, Alana, Mary, Devon e Ephram (que contra a vontade de James estava lá) apesar do aperto riam e conversavam.

- E como vão os gêmeos? – Perguntou Alana curiosa, sentada apertada entre Alvo e Lily.

- Vão bem. – Disse Lily orgulhosa – Eles são lindos e estão cada dia mais ruivos.

- Eu nunca achei que gostaria tanto de bebês, quando a Lily nasceu eu era tão pequeno – Disse Alvo entrando no assunto – Não tem como não gostar, eles são tão bonitinhos. Não é Jay?

- Ahan – Falou James sem emoção olhando a janela

A senhora com o carrinho de doces passou em frente a cabine deles e Alvo se levantou, no que Alana, Lily e Ephram, suspiraram aliviados com a folguinha no banco.

- Alguém quer alguma coisa? – Perguntou Alvo se dirigindo a porta da cabine.

- Traz sapos de chocolate pra mim? – Pediu Lily fazendo cara de cachorrinho abandonado para ele.

- Trago e você me paga depois – Respondeu dando uma piscadinha para ela.

Alvo tinha dificuldade para escolher alguma coisa, era tudo tão bom, se pudesse pegava tudo de uma vez. Depois de escolher uma variedade de doces para ele, lembrou que ia levar algo para sua irmã. “Onde estão esses Sapos de chocolate?”

Mas por incrível que pareça não tinha nenhum. “Esse pessoal só come isso?” Pensou. Depois de mais um tempo procurando – A mulher do carrinho já começava a ficar com raiva – Ele achou uma caixa escondida debaixo de alguns doces. Quando sua mão fechou na caixa uma mão fechou sobre a dele. Alvo levantou a cabeça para ver quem era. Uma menina que ele já tinha visto nas aulas que tivera com a Sonserina sorria sem graça para ele.

- Pode ficar – Falou docemente a menina de pele morena e cabelos cacheados – Você pegou primeiro.

- De jeito nenhum – Disse Alvo se mostrando cavalheiro – Pode ficar!

- Não, não seria justo! Eu escolho outra coisa.

- Não! – Disse pegando a mão da menina e colocando a caixa nela – Agora é sua!

- Quer saber? – Ela abriu a caixa, pegou o sapinho e dividiu em dois e deu uma parte a ele. – Pronto, agora acabou a discussão.

- É. – Disse comendo a parte que ela deu a ele. “Sinto muito, Lily” Pensou.

- A propósito, sou Daniele Jackson da Sonserina. – Disse estendendo a mão para ele. – Não precisa se apresentar, quem não te conhece?

Alvo riu do comentário da menina – Muito prazer, Daniele. – cumprimentou apertando a mão dela.

- Pode me chamar de Dani se quiser. – Disse ficando levemente corada, mas tentando disfarçar.

- Tudo bem, Dani – Disse Alvo sem graça.

- E sua prima, tem alguma notícia?

- Ainda nada. – falou murchando – Os aurores estão loucos atrás dela, mas até agora nem sinal.

- Logo ela reaparece, tenho certeza! – Disse ela com um ar confiante.

- Eu espero que sim. – Disse tentando parecer confiante

- Sabe, achei que você fosse metido como seu irmão, mas me enganei... – Disse sincera - Ah! Vai negar que ele é meio exibido? – perguntou rindo da cara de Alvo quando insultou James

- Não vou negar não – Disse se dando por vencido – Mas ele é um bom rapaz.

- Bom rapaz? Ele azara os menores para se divertir em parceria com o Pirraça!

- Ele tem um humor meio negro, mas não é mau. – Disse tentando defender a dignidade comportamental do irmão.

- Sei... – Disse ela sarcástica

- Um dia te apresento a ele, você vai mudar de opinião

- Se você diz...

- Bem Dani...– Disse ele pegando dinheiro e pagando os doces a mulher do carrinho que continuava enrolada, agora procurando por varinhas de alcaçuz para duas menininhas – O sapo de chocolate fica por minha conta. Vou voltar para o aperto da minha cabine.

- Tudo bem, Alvo. A gente se vê?

- Pode me chamar de Al, meus amigos me chamam assim – Disse sorrindo simpático – A gente se vê por aí, Dani.

Alvo entrou na cabine, onde todos continuavam conversando e rindo. Mas agora James, Devon e Hugo haviam sentado no chão.

- Trouxe? – Perguntou Lily olhando os doces nas mãos de Alvo

- Não tinha mais, mas pode escolher alguma coisa daqui – E jogou os doces no colo dela.

- Quem era a menina, Al? – Perguntou James malicioso e Alana olhou curiosa.

- Ah, uma menina da Sonserina, está no mesmo ano que eu... – Disse pegando os doces do colo de Lily, que já tinha guardado a metade para ela.

- Sei... – Disse James sarcástico – Bonita ela...

- O que vocês fazem no chão – Alvo mudou rapidamente de assunto, vendo que o rosto de Alana tomava um tom de vermelho que lembrava os cabelos de sua família.

- Estava apertado demais aí – Disse Hugo apontando para o banco



A viagem seguiu divertida. Exceto na hora que Lily comeu os outros doces de Alvo e ele ficou sem nenhum e na hora que as meninas expulsaram os meninos da cabine para colocarem os uniformes e eles tiveram que esperar no corredor.



O trem parou vagarosamente na estação e todos os alunos desceram. Todos ansiosos para chegarem ao castelo para o inicio do ano letivo. Mais uma vez centenas de alunos corriam em direções diferentes, mais uma vez Hagrid gritava pelos primeiranistas ansiosos.

Mais distantes da muvuca, Alvo, James, Devon, Mary, Alana, Rose, Ephram, Hugo e Lily discutiam para saber quem iria com quem nas carruagens, já que comportava apenas quatro pessoas lá.

- Eu quero ir com a Mary – Disse Hugo levantando a mão.

- Por mim tanto faz, só não quero ir com o Barrow – Disse James, esperando ver a reação de Lily, que apenas o ignorou.

- Eu estou passando mal, eu quero ir logo, só isso – Exclamou Mary, que estava sentada no próprio malão com um tom esverdeado.

- A gente está segurando as carruagens aqui, quem vai nessa, fala logo! – Gritou Rose

Mas isso só serviu para aumentar a discussão. Até que Rose tomou a frente do grupo novamente, vendo que a discussão não terminaria nunca.

- Tudo bem, então James, Devon, Hugo e Mary vão agora, a gente se vira no próximo.

Sem discutir os quatro subiram na carruagem. Os cinco que sobraram se entreolharam, ensaiando com os olhos uma nova discussão sobre quem ficaria sozinho.

- Se vocês quiserem eu fico só, não me importo. – Apressou-se em dizer Ephram

- Ah não, Ephram! – Exclamou Lily

- Alguém tem que ficar! – Disse Rose

- Desculpa me intrometer, mas parece que um gigante lá da floresta está barrando as carruagens por algum motivo. Vamos ter que aguardar pelas outras que voltarão.

Os cinco viraram para trás e viram a menina que Alvo tinha conversado no trem e uma outra que sempre andava com ela.

- Essa sonserina atrevida... – Murmurou Alana cruzando os braços, no que Rose riu ao notar a pulseira da menina mudando de rosa para preto - raiva.


Alvo colocou a mão no bolso de sua capa e puxou um gibi trouxa para ler. Mas leu pouco, pois as duas meninas sonserinas o estavam fitando com curiosidade.

- O que? – Perguntou confuso

- O que é isso? – Daniele perguntou apontando para o gibi.

- É um gibi, uma revista que conta historinhas trouxa, é bem divertido. – Explicou Alvo

- Posso ver?

- Claro, Dani – Alvo esticou o gibi pra ela e ela pegou curiosa.

Ela passou página por página, parecendo procurar alguma coisa.

- Não vi nenhuma graça nesse “gigi” – Disse ela folheando – As figuras nem se mexem...

- É gibi! E é assim mesmo. Você tem que ler e imaginar – Explicou Alvo rindo

Daniele fez uma careta e começou a ler, mas as carruagens começaram a se aproximar.

Ela fez menção de entregar o gibi a ele, mas ele recusou.

- Pode ficar com esse para terminar de ler, eu tenho mais alguns, eu coleciono. Se você gostar desse eu te empresto outro!

- Ótimo! – Exclamou ela – Vou ler.

Alana olhava tristemente para a amizade entre o “seu” Alvo e a intrometida da tal da Daniele.

As carruagens pararam. Eles se entreolharam para ver quem não ia na mesma viagem.

- O Alvo pode vir conosco, não é Al? – Daniele disse pegando no braço do menino.

- Acho que ele não quer, não é Alvo? – Rose encarou o primo.

- Eu vou ficar com o Ephram e assim todos cabem numa carruagem só. – Lily veio com a solução.

Daniele olhou feio para a menina, mas disfarçou logo e subiu numa carruagem com a amiga e outros sonserinos que esperavam também.

Lily e Ephram observaram os outros tomarem seus lugares na próxima cabine e continuaram aguardando.

- Sabe, Ephram, esse período não vou dar bobeira. Poções está no papo! O Simas não vai poder me passar trabalho extra!

- Lily, mesmo que você não precise mais de mim – ele riu da expressão da menina – eu quero que saiba que sempre vou estar aqui para te ajudar e... se você não se importar, ser seu amigo.

Lily sorriu e pulou no pescoço dele. Ephram, pego de surpresa, sentiu um formigamento na ponta dos dedos e desajeitado deu uns tapinhas nas costas da menina.

- Er... vou tomar isso como um sim... – ele gaguejou se afastando dela.

- Você é meu melhor amigo, sabia? – ela sorriu, moleca, encantadora.
“Encantadora...” Ephram suspirou se derretendo diante do brilho que aquela menina conseguia emanar sobre ele com um simples sorriso.




Após a cerimonia de seleção e o jantar todos foram direto para seus dormitórios, devido ao cansaço da viajem. As meninas trocavam de roupa em silencio, quebrado por Mary.

- Rose, você não contou o que aconteceu entre você e Scorpius no dia do nascimento dos gêmeos.

- O pai dele quase pegou a gente...

- O que?? – Exclamou Mary quase gritando

- Omo-ixo?? – Alana voltou correndo do banheiro, onde escovava os dentes.

Rose explicou o que aconteceu para as amigas, que ficaram pasmas.

- Ele falou mesmo com você desse jeito na frente do pai dele? – perguntou Alana impressionada agora livre da pasta de dentes.

- Mas você também foi cruel, não é? – Replicou Mary

- Eu só me defendi! – Exclamou Rose.

- Mas esse não é o ponto. – Disse Alana sentando na cama de Rose, que estava em pé – Vocês iam se beijar de novo...

- E-eu não sei o que aconteceu! – Disse Rose se sentando ao lado de Alana – É como se algo me empurrasse para ele... Eu não sei explicar, só sei que isso não pode continuar!

- Pára com isso, Rosie! – Mary saiu da sua cama e sentou ao lado de Rose – Vocês se gostam, está na cara!

- Mary, não dá. Nossas famílias se odeiam! – Disse Rose – Eu não estou disposta a enfrentar minha família por ele, sou muito nova para isso. Além do mais, eu não gosto dele!

Mary trocou um olhar significativo com Alana, e as duas encararam Rose. Ela fingiu por uns segundos que não notava, mas era impossível já que as duas estavam em sua cama, uma de cada lado.

- Eu falo sério. É-é uma simples atração física, não dá para negar que ele é bonito e sabe o que fazer para impressionar uma garota, mas eu não quero nada com ele! Parem de rir! – Exclamou Rose irritadas com as risadas sarcásticas das meninas, que riram mais ainda.

- Tá, já chega! – Rose empurrou as duas para fora de sua cama – Boa noite! – E fechou o acortinado, deixando uma Alana e uma Mary a gargalhadas do lado de fora.










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“Onde quer que você esteja, meu amor, onde quer que você esteja, eu quero que saiba que estou com você. Quero que sinta isso dentro de seu peito agora. Queimando em seu coração. Te dizendo que eu te amo, que estou sofrendo com a sua falta. Sua ausência me faz chorar cada dia mais. Me faz sentir um nada, uma nada que não pode fazer nada para te ajudar, para te encontrar, para te abraçar e te aquecer com meu calor, que agora se afasta de mim. Eu preciso de você. Preciso de ti mais do que nunca, meu amor, minha razão para acordar às manhãs. Meu motivo para respirar e querer sair do quarto todos os dias, na esperança de te achar na sala, na rua, no trabalho. Na esperança de te ter pelo menos mais uma vez ao meu lado, para eu te beijar, sentir seu gosto doce e inebriante, seus lábios macios cor de morango que me levam ao céu apenas num toque. Victoire, onde estás, meu amor? Para onde te levaram? Por que te tiraram de mim? O que eu vou fazer sem você?“

Enxugou as lágrimas na manga da camisa para no instante seguinte lhe brotarem novas dos olhos.

Olhou pela janela do hospital. O sol brilhava lá fora. Achou uma injustiça. Enquanto seu espírito estava tão negro, tão tempestuoso, tão morto, o dia não tinha o direito de estar tão vivo, tão lindo e colorido. Desejou insanamente, que raios cruzassem o céu, que tirassem a felicidade das pessoas ao seu redor, que não faziam a mínima idéia da sua dor.

- Lupin. – A voz de Malfoy ecoou longe na mente do garoto. – Lupin, já preparou a poção do paciente da cama cinco?

Ted se virou lentamente para Draco engolindo o choro que lhe queimava a garganta – Sim, senhor. Levarei agora mesmo.

- Acho bom se concentrar na sua tarefa, Lupin. Não há nada que você possa fazer por sua prima, mas por essas pessoas que estão aqui, você pode fazer alguma coisa, sim. – Draco disse seriamente e saiu da sala deixando Ted pensativo.






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- Ele não vem de novo. – Harry falou de repente da sala, onde ninava Sam que custava a dormir.

Era hora do jantar, ele e Gina estavam acostumados a receber o afilhado mais ou menos por essa hora. Mas já fazia duas semanas que ele não aparecia para jantar. Só vinha uma vez ou outra para visitar os gêmeos e pegar alguma coisa em seu quarto – espaço que havia ganhado na casa desde que os Potter adquiriram o imóvel.

- Sabe, - Gina saiu da cozinha e adentrou a sala empurrando um carrinho de bebê onde Brian dormia tranquilamente – Entendo o que ele está fazendo, Harry. Ele está apenas ocupando a mente. Quanto mais trabalho, menos ele sofre pelo desaparecimento e a falta de notícias de Vicky.

Harry suspirou pesado.

- Nenhum movimento. Nada aconteceu desde aquele dia. – olhou para a esposa – Por quê? Eu não entendo, Ron não entende, nenhum auror entende. E o principal é que nada aponta para que sejam comensais da morte. Não possuíam tal postura. – ele sentou no sofá amargurado.

- Falei com Bill hoje. – Gina sentou-se ao lado dele e com a varinha trouxe o outro carrinho, rosa, para perto. – Ela dormiu, Harry. Coloque-a aqui.

Harry depositou a filha cuidadosamente no carrinho. Sam ressonou alto e continuou dormindo.

- Ele disse que Fleur parece estar bem, mas sempre a houve chorar quando acha que está dormindo. – Gina relatou tristemente. – Eu não queira sentir o que minha cunhada está sentindo, Harry, nunca. Deve ser a pior dor do mundo, não saber o que está acontecendo com o seu filho, uma parte sua. – Gina estremeceu só de pensar e Harry a abraçou.

- Antes que isso aconteça, - disse gravemente – Eu acabo com esses desgraçados.

Gina foi para a cama e Harry sentou em sua escrivaninha, olhando uns papéis do ministério.

- Gi, cadê o meu mapa do maroto?

Gina olhou desconfiada

- Ah amor, deve estar por aí perdido no meio dessa papelada do ministério...


Harry olhou desconfiado para a esposa, se levantou e foi até o armário.


- Amor... CADÊ MINHA CAPA DE INVISIBILIDADE???


- Calma Harryzinho... – Disse ela rindo – Você não está desconfiando dos seus filhos, está?






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Os NOM’s estavam deixando os alunos do quinto ano nervosos mesmo nas primeiras semanas de aula. Eles já tinham trabalhos o suficiente para se ocuperam o mês inteiro. Todos estavam nervosos, todos com exceção de James. Ele parecia nem estar na escola. Não prestava atenção nas aulas, matava algumas e já tinha perdido muitos pontos por deixar de entregar trabalhos.

Devon e James voltavam da aula de Hagrid, uma das poucas aulas que ele fazia questão de ir. O jardim estava bonito, em contraste com o fraco sol que saia naquele dia. James caminhou em direção de uma das árvores e sentou, deixando Devon confuso.

- James, temos aula agora! – Devon exclamou, fitando James

- Não quero ir... – Disse tirando uma garrafa da mochila.

- Isso é Wisky se fogo?

- É – Respondeu simplesmente – Quer?

- É claro que não! – Exclamou Devon boquiaberto – O que houve com você, cara?

- Nada – Respondeu tomando um gole da garrafa.

- James, é ano de NOM’s, você é um dos alunos mais inteligentes daqui, você não pode desperdiçar isso...

Mas James não ouvia mais o que Devon dizia. Bianca tinha acabado de passar conversando com um corvinal em direção as estufas. Ele se levantou de uma vez, cambaleando para trás. Guardou a garrafa na mochila e pegou algo em seu bolso da capa.

- James, isso é...

- Uma capa de invisibilidade, é do meu pai – Disse ainda tateando os bolsos e tirando um pedaço de pergaminho – “Juro solenemente não fazer nada de bom” – Ele falou dando um toque com a varinha no pergaminho.

- Isso é incrível, o mapa de hogwarts! – Exclamou Devon impressionado com o que via – Onde você conseguiu isso?

- Meu avô e os amigos fizeram, estava guardado com a capa do meu pai – Disse James sem desviar os olhos do mapa – Achei! Bianca está com um tal de Justin Newell na estufa, sabe quem é?

- É o monitor da Lufa-Lufa – Disse Devon, que estava mais interessado em observar o mapa. – Olha a gente!

- Estão sozinhos... – Disse James com raiva, desdobrando a capa - Eu vou para lá!

- Tem aula agora, James! – Exclamou Devon de novo – E você está meio tonto...

- Eu não estou tonto. – Disse James fincando os pés no chão com dificuldade – Boa aula para você! – E sumiu sob a capa de invisibilidade


James entrou silenciosamente na estufa. Bianca e Justin conversavam baixo, ele parecia meio desanimado. James deu a volta na grande mesa que ficava no meio da estufa para ficar atras de Bianca com um certo trabalho para não esbarrar nos vasos, já que estava meio tonto pela bebida. Mas era impossível ficar exatamente atras dela, pois tinha um grande vaso de plantas impedindo.

“Se eu tivesse com minhas orelhas extensíveis...” pensou.

James tentava respirar pouco para não perder nenhuma palavra do que eles diziam.

- Mas por que você não pensa mais um pouco, Bianca – Perguntou Justin.

“Babaca!” pensou James

- Eu acho que já pensei bastante. – Respondeu ela sorrindo

- Tudo bem então, mas se mudar de idéia. – Disse Justin se aproximando e beijando a bochecha da menina.

James esmurrou um dos pequenos vasos dispostos no chão da estufa de raiva com a cena, fazendo-o rachar.

Justin saiu da estufa e Bianca ficou parada esperando ele sair. Ela ia sair também, mas o barulho de algo quebrando seguido de um barulho ensurdecedor a fez voltar.

A capa de James tinha escorregado e o vaso que tinha apenas rachado agora estava quebrado, e a escandalosa mandrágora estava quase fazendo eles desmaiarem.

Bianca correu para o fundo das estufas e pegou dois tampões de ouvidos, enquanto James fazia um grande esforço tentando enterrar a mandragora no vaso. Bianca colocou o tampão no ouvido de James e o ajudou a controlar a mandrágora.

- De onde você surgiu? – Perguntou Bianca colocando o vaso no lugar

- O que você fazia com aquele idiota sozinha aqui? – Perguntou ignorando a pergunta dela.

- Ele não é um idiota! – Exclamou

- Me desculpa por xingar o seu “amiguinho” – exclamou em tom de deboche

- Não use esse tom, quem é você para falar assim? – Disse ela começando a ficar irritada

- Eu não me conformo! Comigo é sempre gritos e foras, e com esse perdedor você não faz. E eu sei que você gosta de mim, não adianta mentir!

- Como você é arrogante! Eu nunca disse isso para você! – Disse ficando com num tom de vermelho quase chegando ao seu cabelo.

- Não precisa, você usa até hoje o cordão que te dei, não é? – Disse apontando o cordão em seu pescoço, onde a letra B dourada brilhava.

- Ah! Você pensa que só porque eu uso esse cordão eu gosto de você? Então está aqui! – Disse jogando o cordão em cima dele.

- Não precisa me devolver o cordão. – Disse esticando o cordão para ela, sua cabeça começava a doer levemente

- Preciso sim, assim você não vai ter mais nada para jogar na minha cara!

- Me desculpa... – Murmurou sem graça, ainda esticando o cordão para ela.

- Não, eu não te desculpo! Eu cansei disso, cansei de briguinhas bobas por criancices suas. Já chega, quando você crescer talvez possamos ser amigos. – Disse ela irritada, saindo.

James abriu a boca, mas ela voltou.

- E pensar que eu acabei de negar o pedido de Justin para sair comigo, eu realmente te odeio, ODEIO! – Gritou saindo

- Bianca, espera...

Bianca parou de andar e se virou para ele, fitando-o friamente. - É Carter, Potter – E voltou a andar.

- Droga! – Exclamou James chutando uma das cadeiras da estufa, mas se arrependendo em seguida, pois agora além de dor de cabeça seu pé também doía.

James andou até os jardins e sentou embaixo de uma árvore, pegando a garrafa novamente e bebendo descontroladamente. “Brigado com a Bianca, o que falta acontecer agora?” Pensou.

James olhou em volta, viu Lily correndo para o encontro do... Ephram?

James estreitou os olhos para ver melhor “Esse óculos está fraco, maldita herança do papai!” pensou. Lily parecia estar feliz, estava com um pedaço de pergaminho na mão, era pergaminho mesmo? “A bebida também não ajuda!”.

James se levantou com dificuldade, as coisas estavam rodando. Ele andou um pouco mais para perto dos dois. Agora Ephram também parecia estar feliz, ele abraçou Lily. “Como esse imbecil se atreve a encostar na minha irmã?”

Lily voltou para o castelo, e Ephram ia em direção a uma árvore, mas James o puxou pelo braço com uma certa violência.

- Qual é o seu problema, hein? – Perguntou Ephram se desvencilhando de James.

- O que você quer com minha irmã? – James perguntou. Tentando parar de ver tudo em dobro

- Eu só estou ajudando ela a estudar, algum problema?

- Tem problema sim! – Exclamou James com dificuldade, pois não sabia com qual Ephram brigar – Eu não confio em você, não quero você perto dela!

- Então por que você não vai ajudá-la? Mas pelo que posso ver você prefere se embebedar por aí...

James ameaçou a andar na direção de Ephram, mas ele tirou a varinha e apontou para James, que riu sarcasticamente.

- Você acha que pode me enfrentar, moleque?

- Quer apostar?









As aulas começaram bem, o quarto ano não era tão complicado, pelo menos não nas primeiras semanas. Exceto nas aulas do professor Bruise, que fazia questão de tirar pontos de Rose e Alvo por qualquer motivo. Como quando Rose deixou seu tinteiro cair, ou quando Alvo espirrou.

Alvo, Alana, Rose e Mary voltavam da aula de Hagrid, uma aula muito interessante sobre tronquilhos, que por pouco não furaram os olhos de Alvo.

- O que está acontecendo ali? – Perguntou Mary apontando a aglomeração mais a frente

- É o James! – Exclamou Rose e todos correram.

James não notou que eles se aproximaram. Ele tinha um sorriso vitorioso na face. Eprham estava no chão, todo molhado e com a varinha longe dele.

- Você ainda acha que é páreo para mim, Barrow?

- Você é um verme, Potter – Disse Ephram com ódio

- Não é essa a resposta... Levicorpus!

James fez Ephram ficar de cabeça para baixo, ele o observava com uma expressão de felicidade sádica que dava medo.

- O que eu posso fazer com você como punição...

- Pinta ele de rosa! – Sugeriu um primeiranista empolgado com a cena

- Boa idéia!

- James, deixa o Ephram em paz! – Gritou Alvo tentando impedir um estrago maior.

James pareceu considerar por um momento.

- Só porque você pediu, Al! – Disse James abaixando a varinha e fazendo Ephram cair pesadamente no chão.

- O que te deu, Jay? – Perguntou Alvo, parecendo querer acreditar no que viu.

- Nada irmãozinho! – Disse James sorrindo abobado.

- James você está bêbado?

- Não se mete, Al! – Advertiu James, saindo em direção ao castelo

Alvo observou James sumir no meio das pessoas que entravam no castelo para almoçar. O que James estava pensando?

- Vamos, Al? – Chamou Rose.

- Ele está bem? – Perguntou olhando Ephram, que estava sentado encostado em uma árvore

- Está, disse que quer ficar sozinho...


Alvo, Alana, Rose e Mary voltaram ao castelo. Ao chegar na entrada alguém parou na frente deles. Rose prendeu a respiração junto com Mary e Alana. Alvo fechou a cara.

- Posso falar com você, Weasley?

- O que você quer com minha prima, Malfoy? – Perguntou Alvo de braços cruzados, tomando a frente

- Não te interessa, Potter. O assunto é com ela.

- Você não tem nada a tratar com ela. Ou tem? – Perguntou Alvo se virando para Rose

Rose prendeu a respiração mais uma vez, Mary arregalou os olhos e Alana mordeu o lábio inferior.

- Então, Weasley. – Scorpius continuou ignorando Alvo – Posso falar com você?

- P-pode, por que não? – Disse Rose num tom mais natural possível, embora tenha saído um pouco forçado.

- Pode? – Perguntou Alvo confuso.

- Ora Al! – Intrometeu-se Mary – Rose sabe se cuidar sozinha.

- Além do mais, o que esse garoto poderia fazer? – Disse Alana entrando na conversa

Alvo olhou para a cara das meninas confuso, mas se deu por vencido. Lançou um olhar matador para Scorpius, que deu um sorriso sarcástico para ele. Alvo abriu a boca para falar algo, mas foi impedido por Mary, que o puxou para dentro do castelo, seguidos por Alana, deixando Rose e Scorpius sozinhos.

- Pode falar, Malfoy. – Disse Rose seca, sem encará-lo.

- Bem... – Começou ele, parecendo fazer um enorme esforço para falar. – É que... Como foi sua aula hoje?

- Foi interessante, Malfoy! – Disse Rose sem paciência – Se era só isso eu vou almoçar.

Ela se virou, mas Scorpius a segurou pela mão fazendo ela sentir um calafrio ao sentir o toque macio da mão dele na dela e voltou.

- Não era isso, é que... – Ele parecia escolher as palavras – Bem, eu queriatepedirdesculpas – Murmurou quase inaudivelmente.

- O que você disse? – Rose perguntou confusa

Scorpius encarou os pés e respirou fundo, parecendo procurar coragem para enfrentar seu próprio orgulho.

- Eu queria te pedir desculpa por ter falado com você daquele jeito na Floreios e Borrões. – Falou de uma vez, ainda encarando os próprios pés.

- Bem... – Ela falou num tom pensativo-sarcástico – Eu acho que devo aceitar as desculpas, estamos falando de um Malfoy, uma família muito orgulhosa. Se você passou por cima desse orgulho para me pedir desculpas nada mais justo, não é?

- Ótimo. – Ele disse aliviado, se aproximando dela – Eu não estava gostando nada da idéia de ter brigado com você de novo. – E segurou as mãos dela entre as suas.

Rose não sabia o que dizer. Scorpius estava cada vez mais perto, ela queria lembrar a ele que estavam na porta de entrada do castelo, que a qualquer hora alguém poderia aparecer, que ela deveria estar almoçando agora. Com certeza Alvo tinha falado para Hugo que ela estava com Scorpius, e não demoraria muito para seu irmão ir atrás dela, trazendo de quebra James e Alvo.

Mas aqueles olhos acinzentados em harmonia com seu perfume maravilhoso a estava entorpecendo. As mãos dele abandonaram as dela e se instalaram na cintura da menina, que se arrepiou com a pressão exercida pelos dedos do garoto em seu corpo. Scorpius a trouxe mais para perto e vagarosamente inclinou seu rosto na direção do dela, acabando com o espaço entre eles, selando seus lábios.

Por um momento Rose não pensou em nada. Mas, como que em um passe e mágica, um turbilhão de pensamentos invadiram sua mente, pensamentos que envolviam seus primos e Hugo, seu pai e até mesmo seu avô. Então, antes que Scorpius pudesse aprofundar o beijo Rose o empurrou.

- O que foi? – Perguntou ele confuso e ofegante.

- Scorpius, isso não pode acontecer, você sabe que não! – Rose olhava triste para o menino.

- E por que não? – ele perguntou tentando reatar o beijo.

- Porque meus primos te odeiam, meu irmão te odeia, nossa família se odeia! – Falou como se fosse óbvio espalmando as mãos no peito dele.

- E daí? Deixa eles, pensa um pouco na gente. – puxando as mãos da menina e a abraçando.

- Scorpius, eu falo sério. – ela tinha dificuldade em resistir ao cheiro bom e ao calor que emanava do corpo aflito do rapaz - É melhor pararmos com isso.

- Você quer que eu pare? – sussurrou em seu ouvido sedutoramente – Se você disser que não me quer, que quer que eu não te procure mais, eu paro agora. – Falou decidido olhando no fundo dos olhos de Rose.

- E-eu... – Murmurou Rose encarando os próprios sapatos. – E-eu não quero que você me procure mais.

Scorpius tocou levemente seu queixo e ergueu o rosto da garota – Então por que você não fala isso olhando nos meus olhos? – Sussurrou no ouvido dela – Fala agora. – Disse ele observando a reação dela.

- Por favor... – Suplicou a menina – Não torna isso mais difícil.

- Você está tornando tudo mais difícil! – Exclamou irritado agitando os braços – Eu não ligo para o que seu irmão ou seus primos pensam!

- Mas deveria ligar! – Exclamou Rose, também ficando irritada – Os três poderiam te matar, sabia?

- Manda eles virem, manda vir sua família toda. Eu não ligo! – Disse Scorpius corajoso.

- Você não sabe o que diz... – Murmurou Rose

- Sim eu sei!

- Não, não sabe! – Exclamou Rose quase gritando – Você não teve coragem de encarar seu pai outro dia e acha que vai ter coragem de encarar minha família?

Scorpius abriu e fechou a boca algumas vezes, mas não tinha o que falar. Até parece que um garotinho de quatorze anos como ele encararia toda a família Weasley. “Até porque eu não gosto dela” pensou orgulhoso. “Não gosto?”

Scorpius encarou Rose, que permanecia parada olhando para ele, parecendo esperar uma resposta, mas ele não tinha o que responder. Ele simplesmente abaixou a cabeça, derrotado.

Rose suspirou quando viu que ele não tinha mais o que dizer – Sinto muito – Murmurou entrando no castelo.

Scorpius a acompanhou com o olhar até ela sumir. – Isso não acaba aqui – Murmurou para si mesmo.




Rose sentou ao lado de Alana na mesa da grifinória muito calada, com um olhar meio triste e vago. Alana lançou um olhar significativo para Mary e olhou de volta para Rose. Mas infelizmente não foram só as duas que perceberam que Rose estava daquele jeito. Alvo estreitou os olhos na direção da prima e cruzou os braços.

- Aquele imbecil te fez alguma coisa?

Mas Rose não respondeu, continuou olhando o nada, com a mesma expressão de quando sentou. Alvo fez menção de perguntar de novo, mas Alana o impediu.

- Deixa ela, Al. – Murmurou docemente

- Eu quero matar o Malfoy, Alana. Mas tenho que ter um motivo! – Exclamou baixo, fazendo Alana rir.

Sorriso que logo sumiu quando viu que “aquela sonserina atrevida” se aproximava. “Ela se acha o máximo só porque tem aquele corpo bonito, ou aquele tom de pele bonito que os garotos adoram e aquele cabelo cacheado super legal... Que droga!” Pensou Alana, voltando a atenção para seu prato.

- Oi Al! – A menina se sentou ao lado dele, entre ele e Hugo – Está aqui o bibi. Você falou que me emprestaria outro se eu gostasse, eu quero. Adorei!

- É gibi, Dani. – Disse ele rindo, abrindo a mochila – Está aqui o outro, espero que goste.

- Tanto faz bibi ou gibi. – Disse ela guardando o livrinho – Você é um amor, Al! – Disse ela levantando e depositando um beijo em sua bochecha, fazendo-o corar e Alana bufar.

- Vocês estão tão amiguinhos, não é, Al? – Mary falou sarcástica, enchendo seu prato com batatas.

- Ela é legal, Mary. Uma boa amiga...

- Amiga, sei...

- Vou para o dormitório, não estou me sentindo bem – Murmurou Rose se levantando, no que todos olharam confusos.

- Se aquele idiota fez alguma coisa com ela... – Disse Alvo olhando a mesa da corvinal, mas Scorpius não estava lá.

- Eu também vou para o dormitório. – Alana se levantou, seguindo o caminho de Rose.

Alvo olhou confuso para Mary, que apenas deu ombros e continuou comendo, e ele seguiu o mesmo exemplo.




Novembro chegou trazendo consigo ventos frios e chuvas de outono (por sorte, naquele dia não chovia!) e também o primeiro passeio do ano a Hogsmead. Todos já tinham saído a cinco minutos, mas Alvo continuava lá na entrada, esperando ela chegar. “No que eu fui me meter” pensou, lembrando de quando ele supostamente tinha a convidado para ir a Hogsmead.



Era aula de história da magia. Enquanto o professor Binns estava absorto falando da XII guerra dos Duendes, Alvo e Daniele conversavam baixo. Agora virara costume, toda aula conjunta com a Sonserina, Alvo ficava junto com Daniele, para tristeza de Alana.

- Esse professor acha realmente que alguém está prestando atenção nele? – Perguntou Alvo

- Bem, sua prima está.. – Respondeu a menina se virando para Rose, que estava totalmente atenta a cada palavra do professor.

- A chuva está tão forte lá fora... – Disse Alvo, apontando a janela. – Quero ver se vai continuar assim no fim de semana de passeio em Hogsmead.

- Já tinha esquecido do passeio...

- Esquecer de Hosmead, como pode? Você não vai? – Perguntou Alvo

- Você está me convidando, Al? – Perguntou Daniele com um enorme sorriso

- C-como? C-convidar? – ele olhou assustado.

- É, não é? Ai, desculpa! – Disse sem graça – Eu achei que... Como eu sou boba!

Alvo a encarou confuso, ela estava com lágrimas nos olhos. Ele começou a se sentir culpado. “E agora?”

- E-era... e-eu, é que... bem... – gaguejou atrapalhado.

- Eu não acredito! Claro que eu aceito! – Daniele exclamou um pouco alto, alguns alunos olharam, mas o professor não percebeu. – puxa então a gente se encontra na escada principal!

Alvo balançou a cabeça “Ai, cara, isso não vai dar certo.”








O pior disso tudo era que desde que Alana soube não conversou mais com ele. Falava apenas o básico, e Rose e Mary o olhavam como se ele fosse o culpado de uma tragédia.

Seus pensamentos foram cortados por Daniele que chegava naquele momento. Sorrindo, com seus cachos balançando. Não podia negar que ela era bonita.

- Vamos! – Disse ela radiante.

- Vamos... – Murmurou desanimado



Rose, Alana, Mary, Hugo e Lily saíam da Dedosdemel sob protesto de Hugo, que estava com duas sacolas de doces “eu tenho que estocar, vai que eu não consigo sair da próxima vez...”

- Se animem meninas! – Pediu Mary – Vocês não podem ficar com essa cara em Hogsmead!

- E a senhorita – Disse se virando para Rose – Está assim porque quer, porque ele estava bem ali!

- Esquece, Mary. Eu não vou atrás dele. – Exclamou decidida – Daqui a pouco ele esquece.

- Não sei não... – Disse Mary entrando nas gemialidades com o grupo.

Assim que entraram, Alana fez menção de sair mas foi impedida por Mary e Rose.

Alvo e Daniele estavam lá.

Ele não os viu entrar, e assim que Daniele os viu, lançou um olhar malicioso a Alana, e então abraçou Alvo pelos ombros.

- Tudo bem, família e amizade? – Acenou Jorge de trás do balcão

Alvo virou para trás e se desvencilhou de Daniele assim que os viu.

- Tudo bem tio! E aê, Fred! – Cumprimentou Hugo acenando para o quadro – O que tem de novidade para mim hoje?

- Está para chegar a flecha do amor, um flechada e a pessoa fica louca por você por uma hora.

- Interessante... – Murmurou lançando um olhar esperançoso para Mary.

- Huguinho, Se você sonhar em testar isso em mim depois de uma hora você é um garoto morto! – Exclamou Mary ameaçadoramente.

Daniele puxou Alvo pela mão para a saída dizendo esquecer de algo, sem dar oportunidade de Alvo falar qualquer coisa com o resto do pessoal. Alana ficou observando tristemente a porta.

- Freddy! – Gritou Jorge para o menino ruivo que ia saindo disfarçadamente – O que você tem aí?

- Nada papai! – Disse com as mãos para trás.

- Deixa o menino, Jorge! – Exclamou Fred do quadro.

- Anda Freddy, me mostra! – Ordenou Jorge, ignorando o quadro sorridente do irmão.

Freddy colocou as mãos timidamente para a frente, mostrando a arminha de bolas de tinta para o pai.

- Mas eu não ia acertar ninguém! – Disse fazendo carinha de anjo.

- Me devolve, anda. Essa é a última.

- Ele não vai quebrar...– Disse Fred sorrindo angelicalmente de seu quadro.

- É papai, eu prometo que não quebro! – Freddy repetiu, sorrindo igual ao tio.

- Vai, vai... – Disse se dando por vencido, no que Freddy correu para fora da loja.

- E o Teddy? – Perguntou Lily – Como ele está?

- Arrasado! Não sei como ele consegue ir para o St Mungus... – Disse Jorge triste – Ele nem consegue mais mudar a cor de seus cabelos.

- Eu cheguei a vê-lo com o cabelo sem colorido no dia que os gêmeos nasceram, mas achei que era para não perturbar os outros pacientes com as cores berrantes que ele usava. Isso é realmente possível? – Perguntou Rose

- Quando se tem um baque emocional forte sim, aconteceu o mesmo com a mãe dele durante uma época...

- Pobre Ted... – Murmurou Lily

O pequeno Fred entrou na loja com as mãos para trás e cabeça baixa, chamando a atenção de todos.

- O que foi agora? - Perguntou Jorge fitando o filho

- É que... – Murmurou sem graça – Eu quebrei...

Ele colocou a arma, quebrada ao meio, em cima do balcão.

- Como você conseguiu isso? – Perguntou Jorge incrédulo

- Foi sem querer... não fica bravo! – pediu fazendo beicinho.

- É Jorge, não fica bravo! – ajudou Fred do quadro.

- Era a última, Freddy! - Exclamou Jorge em tom de desespero – Se eu consertar com “reparo” não vai ser a mesma coisa, perde pressão...

- Desculpa, papai... – Murmurou de cabeça baixa

- É, desculpa ele, Jorge! – repetiu Fred.

Jorge cruzou os braços e olhou de Fred no quadro para Freddy, o filho, que continuava de cabeça baixa.

- Sabe, eu acho que vocês estão passando tempo demais juntos, eu vou tirar aquele quadro do seu quarto!

- NÃO! – Gritaram os dois em uníssono com os olhos arregalados.

- Você não faria isso com seu próprio irmão! – Exclamou Fred

- Você não faria isso com seu próprio filho! – Exclamou Freddy

- Agora eu sei o que o papai sofria... – Murmurou Jorge, no que todos riram.






Alvo e Daniele saíam Loja de penas Scrivenshaft. Ele não podia dizer que o passeio foi ruim, Daniele era uma menina muito divertida. Mas não era exatamente com quem ele gostaria de estar.

- Sabe, Al. Eu adorei ter vindo com você hoje. – Disse Daniele sorrindo docemente.

- É, eu também... – Disse ele automático, sem saber exatamente o que dizia.

Nesse momento, Rose, Hugo, Lily e Alana saíam das gemialidades e vinham na mesma direção onde eles estavam. “Perfeito” pensou. Então antes que Alvo pudesse pensar, Daniele o segurou pelo rosto e o beijou.

Alvo não teve reação. Um minuto a menina falava normalmente com ele e no outro o beijava, ele não conseguia entender.

Rose, Hugo, Lily e Alana olhavam a cena pasmos. Alana não conseguiu segurar uma lágrima, e se apressou em limpá-la, mas outra saiu, e outra, e outra e, vendo que não conseguiria se controlar, correu de volta na direção do castelo.

“O que aquele idiota está pensando?” Pensou Rose, e lançando um último olhar para o casal, foi atrás de Alana.

Alvo e Daniele se separaram vagarosamente. Alvo olhou confuso para Daniele, que parecia assustada.

- Ai, me desculpa! – Disse ela – Eu não queria ter feito isso e.. Ai que vergonha!

- Não precisa ficar assim, Dani... – Murmurou ele ainda se recuperando

- Precisa sim! – Exclamou ela com lágrimas nos olhos – O que você deve estar pensando de mim agora? Eu devia ter me controlado e...

Daniele começou a falar copiosamente e lágrimas escorriam em seu rosto. Alvo começou a entrar em desespero. “Eu sei que ainda vou me arrepender de fazer isso” pensou.

Alvo respirou fundo, se aproximou da menina e a beijou. Ele ainda pode sentir o gosto das lágrimas que antes escorriam em seu rosto. Ele sabia que estava sendo injusto com ela, ele sabia que não era ela que ele queria beijar. “Mas ela estava chorando, o que eu podia fazer? O que meu pai faria?”






Alvo fazia o caminho para o salão comunal vagarosamente. Ele havia passado o resto da tarde em Hogsmead com Daniele e não estava se sentindo nada bem agora. Embora Daniele fosse uma pessoa muito legal, não era dela que ele gostava.

Mas o que fazer? Agora por sua causa ela achava que ele gostava dela e agora, segundo ela, eles estavam saindo. “tudo por eu ser um idiota medroso!” Pensou.

- Abóboras Falantes – Falou para o quadro da mulher gorda que girou.

“Agora tudo que eu preciso é ir para o dormitório pensar em como sair dessa” Pensou entrando no salão comunal.

- ALVO!

- Rosie? – Perguntou assustado, não se sabe se pelo grito que ela deu ou pela cara feia dela.

- Não me venha com “Rosie” ! – Exclamou irritada – O que você tem na cabeça, hein?

- Como assim? – Perguntou confuso

- Não seja hipócrita! A Alana está mal, sabia? – Disse Rose com as mãos na cintura numa expressão que lembrava assustadoramente Hermione.

- Está mal? Então vocês viram...

- Ver você quase engolindo aquela sonserina intrometida? Claro que não. – Disse sarcástica. – O que você estava pensando, hein?

- Eu não sei... – Disse Alvo baixando a cabeça – E também não sei o que fazer agora.

- Espera! – Disse James surgindo de trás de uma poltrona. – Meu irmão estava dando uns beijinhos naquela sonserina?

- Beijinhos? Eles estavam mais travando uma batalha... – Exclamou Rose

- Inacreditável! – Exclamou James

- Para com isso gente. – Disse Alvo se sentando – Se eu pudesse me esconderia com a capa do papai para não ter que encarar a... – E parou de falar, olhando vagamente para a escada que deve ao dormitório das meninas.

James paralisou. “A capa” pensou. Fazia semanas que ele não a encontrava. Ele só lembrou da capa no dia seguinte a briga, e quando foi buscá-la ela não estava mais lá. “Eu tenho que dar um jeito antes que o papai note”

- O que está acontecendo entre vocês? – Perguntou Rose mais calma, sentando-se ao lado de Alvo, trazendo James de volta ao mundo plano.

- Acho que estamos saindo, mas eu não sei se realmente quero isso...

- Diz isso para ela! – Disse como se fosse óbvio

- Não dá, ela parece tão feliz...

- Al, para de bancar o bonzinho, você não está feliz, pensa em você! – Disse Rose e Alvo apenas desviou o olhar. – Você que sabe, mas pensando assim, você vai fazer muita gente sofrer, inclusive você.

Rose se levantou e Alvo não falou nada, olhou para o fogo que crepitava na lareira. “Pensar em mim...”






- E onde ele está? – Perguntou Mary baixo

- Adivinha? – Respondeu Rose num sussurro – Na cabine com as sonserinas.

- Coitadinha da Alana...

- Ele também é um idiota! Não adiantou nada falar com ele, ele continuou com ela... – Exclamou Rose

- Será que ele está gostando mesmo dela?

- Não, tenho certeza que não – Disse Rose – Esse é o problema, ele está mentindo para a menina e magoando a Alana...

- Espero que o feriado sirva para ele pensar nisso... – Disse Mary

- O que vocês estão falando? – Perguntou Alana

- Nada! – Disse Rose sorrindo.


O trem chegou a estação, e todos que estavam no expresso desceram para ir de encontro a suas família.

Alvo desceu com Daniele do trem. Rose, Mary e Alana passaram por ele sem sequer olhar para eles.

Agora que ele ficava a maior parte do tempo com Daniele, as meninas não falavam mais com ele, principalmente Alana. Esta simplesmente fingia que ele não existia.

- Bem, Dani. Meus pais estão ali então eu...

- Onde eles estão? – Perguntou a garota excitada – Quero conhecê-los!

- Você quer? – Perguntou Alvo apavorado

- Claro! – Disse a menina com um sorriso que mal cabia no rosto. – Eu os vi agora, Vamos! – E saiu o arrastando por entre as pessoas até onde todos estavam.

- Oi Sr Harry Potter, sou Daniele Jackson – Disse estendendo a mão para Harry - Namorada do Alvo! – Acrescentou.

Harry se engasgou, Gina arregalou os olhos, Rose bufou e Ron e Hermione riram.

- Namorada? – Perguntou Gina, parecendo não acreditar no que ouviu

- É! – Exclamou Daniele radiante – Nossa, que bebês lindos! São os seus irmãos, suponho...

- São... – Respondeu Alvo , seu rosto estava tão vermelho que parecia que todo o sangue de seu corpo tinha subido.

- Imaginei, os olhos são iguais aos seus... – Disse ela abaixada, brincando com Sam no carrinho.

- Na verdade são iguais aos do papai...

- Dá no mesmo... – Disse ela se levantando – Já vou Al. Vou sentir saudades!

E antes que Alvo pudesse falar qualquer coisa, Daniele o puxou e o beijou na frente de todos, deixando ele profundamente sem graça.

- Al... – Disse Harry de olhos arregalados assim que Daniele foi embora – Achei que você gostasse da Alana.

- Ele gosta! – Disse Rose entrando na conversa – Mas é muito enrolado para admitir

- Chega desse assunto! – Disse Alvo exasperado

- É... – Disse Harry rindo da cara de raiva do filho - Vamos para casa.








O natal estava de longe parecido com os divertidos natais na toca. Todos se encontravam sentados na sala como sempre, mas o entusiasmo e a alegria dos Weasleys e amigos parecia ter sido seqüestrado com Vicky.

Os únicos sons que se ouvia eram os de Freddy e Luana brincando no meio da sala e dos gêmeos, que choravam tanto que parecia que os estavam maltratando.

- O que eles têm? – Perguntou James

- Não sei! – Disse Gina com Brian no colo – Devem estar com cólica...

- Mamãe eu...

- James, Leva o Brian e pega a Sam por favor! – Pediu Gina, cortando o que ele ia falar.

James foi até o carrinho, depositou Brian ainda chorando e pegou a irmã, que chorava tanto quanto o irmão.

- Então, mamãe. – Disse dando o bebê a ela. – Como eu dizia...

Mas o choro de Brian no carrinho o interrompeu.

- Querido, pega seu irmão de novo por favor – Disse Gina – Ele não gosta de ficar no carrinho.

- Eu tenho que ficar com ele no colo? – Perguntou espantado

- Tem sim! – Disse Gina – É seu irmão!

- Isso mesmo, isso significa que não fui eu que fiz! – Exclamou James, mas o olhar assassino de Gina fez ele se calar e pegar o irmão sem reclamar.

- Nossa, que choradeira! – Exclamou uma cabeça na lareira

- Malfoy, a que devemos a honra de sua visita no natal? – Exclamou Ron sarcástico

- Eu não queria estar aqui, Weasley, garanto! – Disse Malfoy parecendo ansioso – Eu estou no Saint Mungus.

- E daí? – Disse Ron desdenhoso

- É a sua sobrinha, Weasley. Victoire. – Disse Malfoy parecendo mais ansioso ainda.

- O que tem ela? – Disse Bill, que correu para a lareira.

- Ela foi encontrada.


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N/A:

Oii pessoal!!!! como prometido o cap 12!!!!!!! as 22:54 mas veio hj... rs
Desculpa a demora, aconteceram algumas coisas... Mas está aí!! XD

Obrigada por td e desculpa pessoal!!!

Os agradecimentos eu não tive tempo de fazer, vcs me perdoam? XD

Bjuussssssssssss

***Bia***

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