A Descoberta



Capítulo 1 – A Descoberta

Liverpool, Inglaterra.

Era inverno na calma Liverpool, Paul não tinha o que fazer. Nos seus 11 anos de vida, ouviu vários boatos sobre bruxos e um mundo mágico de que ele nunca participou. O mundo era monótono e sem graça para ele. Sabia que tinha de haver algo, algo a mais no mundo, uma coisa diferente, mágica, ou qualquer outro tipo de denominação. Só que até aquele dia, ele nunca tinha sabido a verdade.
Seu cabelo curto castanho claro e seus olhos azuis chamavam muita atenção das pessoas só que ele nunca havia conseguido nada com isso. Desde que veio da Itália, só infelicidades o acompanharam; o distanciamento de toda a sua família causou uma tristeza tremenda nele. Seu pai e sua mãe diziam que viriam para Liverpool para melhorar nos seus estudos mas ele não compreendia: se ele era pobre na Itália, como podia ter dinheiro para estudar em uma escola boa de Liverpool?
De repente ele ouve o bater da porta, seu pai Giuseppe havia chegado com sua mãe, Giovanna. Sua casa tinha ficado muito mais triste quando chegou o inverno; o belo jardim na frente da casa tinha sido coberto de neve e seus pais estavam cada vez mais quietos em relação ao seu futuro.
A casa no verão era, apesar da pobreza, uma das melhores da vizinhança; o lindo jardim na frente, e dentro, o carpete azul marinho combinava com o sofá claro e com as paredes gelo. Os quartos eram menores do que a sala e, por isso, muito apertados. Paul dormia em um quarto separado de seu irmão Sonny. Ambos eram iguais, com exceção dos objetos que cada irmão tinha; Paul tinha alguns livros e CDs, já Sonny tinha mais brinquedos.
Giuseppe sempre alegre chegou com sacolas em suas mãos, as pôs sobre a mesa e cumprimentou Paul na sala.
- Bom dia Paolo.
- Bom dia papa. - respondeu o garoto, deitado no sofá surrado e trocando de canal na TV.
- Santino está dormindo ainda? - perguntou com um tom de indignação.
- Sim.
- Vá acordá-lo, tenho que contar uma coisa para vocês dois.
Paul ficou meio preocupado, pensando ser algo que os dois tinham feito de errado. Mas o que eles tinham feito? Paul tinha ajudado sua mãe a cuidar de Michael à noite e só, durante o dia Michael apenas dormiu.
Paul chegou ao quarto do irmão, bateu na porta e esperou alguns minutos até que Michael acordasse.
- O que foi Paul? - resmungou Michael sonolento.
- Ahn... papa quer falar com a gente.
- Mas o que fizemos de errado?
- Acho que nada.
Michael levantou-se lavou o rosto e foi, junto de seu irmão, ao encontro do pai, ainda com a cara de sono.
- Acorde Michele! - disse o velho bravo.
- Pode falar papa, eu estou ouvindo.
- Bem, quando eu lhes disse que viemos para a Inglaterra para melhorar seus estudos, estava mentindo.
- Para que viemos então? - perguntou Paul curioso.
- Vocês são bruxos, Paul.
- E o que isso significa? - perguntaram Michael e Paul juntos.
- Para Paul significa que ano que vem ele começará a estudar em Hogwarts. E para Michael significa para ele se preparar por que daqui à dois anos vai ser ele.
- Mas... Porque você sempre escondeu isso da gente?
- Bem, eu estava preocupado que isso os fizessem irem mal na escola para Trouxas.
- O que é trouxa? - perguntou Michael rindo.
- Bem, eu e sua mãe não somos bruxos, o que significa que somos trouxas. - disse o pai com uma tristeza no olhar.
- Mas papa, como nós dois somos bruxos e vocês são trouxas? - perguntou Michael apreensivo.
- Vocês nasceram trouxas, e desenvolveram a magia com o passar dos anos. Vocês nunca acharam estranho quando viram corujas em cima de casa?
- Bem... um pouco sim, mas...
- Então, essas corujas foram enviadas pelo diretor de Hogwarts, Poncius Alfredellis, para mim notificando todas as coisas que eu devia saber sobre vocês.
- Mas, papa, isso foi na Itália? - perguntou Michael chocado.
- Sim, o diretor mandou cartas para mim depois que ficou sabendo do Ministério da Magia depois que vocês conseguiram fugir do Tio Bernardo misteriosamente. - Giuseppe ainda estava muito triste, ele sabia que seus filhos o deixariam depois disso, mais cedo ou mais tarde, e seus planos para o futuro iriam por água abaixo. - Vocês têm que entender que isso vai mudar nossas vidas. Quando Michael estiver pronto para Hogwarts, vocês ficarão o ano inteiro fora de casa, convivendo com outros garotos de sua idade e só voltarão no fim do ano para, quando o outro ano chegar, partirem outra vez. - No fim da frase ele estava com lágrimas nos olhos.
Paul não acreditava que aquilo estava acontecendo, depois de tantos anos de infelicidade, alguma coisa nova aconteceu, e como aconteceu, Hogwarts! Isso é maravilhoso. Mas depois ele olhou para a figura triste de seu pai e disse:

- Papa, fique tranqüilo, a gente vai voltar todo o natal para ficar com vocês.
Giuseppe não disse nada, apenas ficou fitando Paul com lágrimas nos olhos.






Logo o ano acabou e Paul finalmente iria para Hogwarts, o garoto sentia-se mais vivo do que nunca, agora tinha um motivo para viver.
O mundo monótono dos trouxas tinha sido substituído pelo mundo mágico dos Bruxos.
Giuseppe aproximou-se do filho que estava na sala e com um cumprimento o chamou para fora.
Paul correu atrás dele e quando chegou lá fora ele tinha visita.
Um jovem bruxo de cabelos escuros e olhos castanhos estava o esperando.
- Quem é você? – perguntou o garoto.
- Olá! Eu sou Martin Trabyr, irei te conduzir até o Beco Diagonal para comprar seu material.
- Material? Com que dinheiro?
- Bom acho que seus pais não te contaram sobre seu avô.
- Francesco? – estranhou Paul.
- Sim, bem, nós costumávamos chama-lo de Frank. Então, concluindo, seu avô foi um grande bruxo, um dos melhores, diziam que ele era o novo Dumbledore...
- Quem é Dum...- quando Paul foi terminar a pergunta Martin interrompeu-o.
- Seu avô conseguiu grandes feitos para a comunidade bruxa, desde a poderem usar artefatos trouxas perigosos até conduzirem Trestrálios mesmo sem vê-los, não que isso não era permitido antes, mas era meio perigoso. Continuando – disse ele se virando para Giuseppe. – Frank deixou uma enorme quantia em dinheiro para os próximos bruxos de sua família e, você, seu irmão e seu primo Delfus são os primeiros.
- Delfus é bruxo também? – Paul pareceu surpreso.
- Com um nome desse não poderíamos achar outra coisa.- respondeu Martin sorrindo. – Bom, temos que ir, realmente. Dê “ciao” para seus pais e vamos indo que estamos atrasados.
Paul virou-se para seus pais, os dois com uma aparência horrível, e disse:
- Papa, Até mais. Nos vemos no Natal.
- Até, Paolo. – E então eles se abraçaram.
- Mama, ciao, prepara alguma coisa boa pra gente no Natal.
- Ciao, Paolo. Pode deixar. – E então o garoto abraçou sua mãe e saiu acompanhado de Martin.

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