Capítulo único



Harry soltou um suspiro irritado e se virou na cama. Estivera tentando dormir, mas estava sem sono. Ele sentou e colocou os óculos, só havia ele no dormitório. Era férias de Natal e todos estavam passando em casa, exceto ele, Ron e Mione. Ron, estava em um treino de quadribol¹ – Angelina estava realmente exigente esse ano – e Hermione estudando qualquer coisa na biblioteca, - só a amiga mesmo para estudar nas férias – e Harry ficou no castelo sozinho e entediado.

O garoto já não estava mais aquentando de tanto tédio. Ele já tentara de tudo, mas não estava com sono ou fome e já tinha tomado dois banhos.

Resolveu então, ver se encontrava alguém no Salão Comunal que não tinha ido viajar.

O Salão estava vazio. Harry sentou na sua poltrona favorita perto da lareira, que a essa hora estava apagada, e viu que tinha um livro caído no chão. Ele se abaixou e pegou-o, ‘Alice no País das Maravilhas’ se chamava, e como não tinha mais nada pra fazer começou a ler.

-=)(=-

Harry acordou com algo pulando sobre sua barriga. Tivera um sonho esquisito com cartas de baralho gigantes e coelhos brancos apresados.

“Harry Potter! Harry Potter, meu senhor, acorde! Está atrasado!” A ‘coisa’ de vozinha esganiçada exclamava.

Harry colocou os óculos e a cara nariguda de Dobby entrou em foco.

“Dobby! O que f.. Que roupas são essas?!”

O garoto olhou abismado para o elfo. Ele estava usando uma roupa branca de coelho e um par de grandes orelhas felpudas na cabeça.

“ Vamos! O senhor tem que se levantar! Está atrasado! Atrasadíssimo, meu senhor!
Dobby veio acordar Harry Potter. E Harry Potter tem que vir com Dobby!” Dobby foi puxando-o para a porta do Salão Comunal, ignorando os protestos de Harry.

“Onde estamos indo?! Eu estou atrasado para o que?! E porque diabos você está usando essa roupa de coelho?!”

“Corra, meu senhor, corra!”

Agora os dois estavam do outro lado do retrato da mulher Gorda e o elfo não parava de pular e puxar Harry, mas o garoto, já irritado, segurou-o pela cabeça e o fez parar.

“ Dobby, você quer fazer o favor de me explicar o que está acontecendo?!”

“ Aqui, Harry Potter, aqui” Ele estendeu um papel rosa na mão de Harry.

Você está convidado para um café,
no palácio da rainha de Copas.
Horário: 16:00

O bilhete estava escrito com uma letra fina e bonita, e o papel tinha um leve cheiro de flores.

“ Dobby, o que é...” Harry começou, mas Dobby não estava mais lá.

Tá, isso só podia ser um sonho. Ele iria voltar para a cama e acordar com tudo de volta ao normal. Ele virou-se para o retrato mas o que viu o fez cair de susto.

A mulher Gorda estava parada olhando-o entediada, mas algo muito estranho havia acontecido com seu corpo. Do pescoço para cima estava tudo como sempre, mas, aonde deveria estar seu corpo gordo e rechonchudo, havia um corpo grande e gelatinoso de uma lagarta. Ela estava sentada em sua poltrona e não parecia notar nada de incomum.

“ Mulher Gorda...? O-o que a senhora está fazendo fantasiada de lagarta?!” Harry perguntou, ainda em choque, enquanto se levantava.

“ Ora, eu não estou fantasiada de lagarta, eu sou uma lagarta. A propósito, eu tenho um recado para você. Posso falar? Certo, lá vai:

Um lado te levará na direção certa e até a pessoa certa,
o outro te levará na direção errada e até a pessoa errada.”

Ela recitou em tom solene. Mas, um lado de que? Do que ela estava falando?!

“Um lado de que?”

“ Do corredor é claro” Ela disse entediada, como se fosse óbvio.

“ Mas.. Quem eu devo encontrar?”

“ O gato Di-Lua” A mulher respondeu impaciente. “Agora vá, que eu logo vou virar borboleta”.

“Hm, certo. Só mais uma coisa. Para que lado eu devo ir?” Agora que o garoto estava curioso, iria ver até onde essa história ia dar.

Ela se inclinou para frente e olhou se tinha mais alguém no corredor, como só estavam os dois, ela se endireitou e apontou com a cabeça para a direita. Harry agradeceu e seguiu pelo corredor. Ele andava, andava e andava, impressão sua ou aquele corredor estava maior? Suas pernas já estavam doendo quando ele começou a ver algo roxo e rosa pendurado no teto, pelo o que parecia ser... seu rabo?

Ele chegou mais perto e viu que era um gato roxo com listras rosas, ou seria rosa com listras roxas? Bom, enfim. Ele se aproximou mais ainda e viu também, que não era bem de gato a cabeça dele.

“Luna?! Tá, isso aqui já está ficando bizarro. Vai dizer que você é o tal do gato?”

“ Sim, sou eu. E você, quem é?” Respondeu sonhadora. Ela desceu do teto e começou a andar pelo corredor.

“ Eu? Luna, sou eu, o Harry!” Ele olhou abobalhado para as costas da amiga e saiu correndo para acompanha-la.

“ Harry? Ah sim, sim” Disse olhando para o teto, como se lembrasse de algo.

“ Olha, eu não estou entendendo nada, será que você poderia me explicar o que está acontecendo?!” Aí, Harry se arrependeu, afinal, estava falando com a Di-Lua Lovegood. Quando é que ela dizia coisa com coisa?

“Chapeleira Tonks e Duda Maluco” Ela respondeu com aquele olhar distante vidrado para Harry.

“Hein?”

“Chapeleira Tonks e Duda Maluco” Repetiu. “Vá até os dois que eles te explicarão” E apontou para fora, pela janela, onde uma enorme mesa havia sido montada.

“Hm... Certo” E saiu o mais rápido possível dali.

Harry atravessou os portões e foi para o jardim. Chegou na mesa – que agora parecia bem maior do que vista de dentro do castelo – e logo foi atacado por duas pessoas saltitantes.

“Harry! Nós estávamos a sua espera!”

“Tonks?!” Tá legal, aquilo não tinha como ficar mais estranho. Primeiro Dobby de coelho, depois a Mulher Gorda de lagarta, aí a Luna de gato e agora isso? Tonks olhava para ele com um sorriso radiante, vestia uma roupa roxa e amarela e seus cabelos estavam rosa-chiclete de novo. Mas, o pior não era isso, seu primo Duda estava ao seu lado, parecendo tão radiante quanto Tonks. Usava um terninho social verde-limão e uma
cartola combinando na cabeça.

“Chapeleira Tonks” Ela disse fazendo uma reverencia. “Mas me chame de Tonks”

“E Duda Maluco” Completou Duda, também fazendo reverencia.

“ahn..” Harry olhava a cena boquiaberto. Pra começar, o que é que Duda estava fazendo em Hogwarts? E como é que ele conseguia pular daquele jeito, com toda aquela banha?

“Vem Harry, vamos tomar um chá! Ou você prefere café?” Duda pegou no seu braço e foi saltitando até a cadeira mais próxima. “E aí, o que vai querer?”

“Ahn... N-nada, não” Harry respondeu ainda meio espantado.

“Ora, ora, que bom! Nós não temos nenhum dos dois mesmo! É um alivio ouvir isso, não Dudis?” No que Duda concordou com um aceno de cabeça, enquanto enfiava um pãozinho na boca. Tonks se sentou do outro lado de Harry “Ei, Dudis, me passa a manteiga?”

“Ora, mas nós também não temos manteiga!” Disse se esticando para pegar o quinto pãozinho.

“E nós temos o que então?” Irritou-se e pôs as mãos no quadris.

“Hm... Pão?” Duda estendeu um pãozinho parecendo levemente encabulado. “Bom, nós poderíamos pedia manteiga e chá para Hagridá!”

“Isso! Vamos!” Tonks se levantou num pulo e se preparou para correr, mas parou bruscamente. “AH! Falando em Hagridá, ela me mandou dar um recado à você Harry. Ela disse que era para você ir até sua casa às... Pelas barbas de Merlin, Harry! Você está atrasado! Vamos, vamos! Ei, Dudis, como foi que você se esqueceu de algo tão importante?!”

“ Mas...mas, foi você quem ficou de dar o recado! E oras, lá vai ter chá!”

“É mesmo! Vamos Harry!” Cada um pegou um braço de Harry e os dois saíram pulando com Harry sendo carregado no meio.

Os três pararam na frente da cabana de Hagrid. E Harry ficou imaginando o que eles estariam fazendo ali. O garoto reparou, com horror, que o amigo enfeitara a cabana com flores e colara vários corações pelas paredes; até as abóboras haviam sido decoradas, e uma placa de latão na porta dizia:

Casa de chá da Rainha de Copas
Bata antes de entrar

Com um pulinho Duda bateu na porta. E com assombro Harry viu a porta ser aberta.

Hagrid estava do outro lado do batente. Era uma sorte que Duda e Tonks o estivessem segurando, se não, com certeza ele já teria caído no chão. O gigante tentara pentear os cabelos e prende-los num rabo-de-cavalo, o que resultou em uma coisa não muito bonita. Um emaranhado de cabelos; dentes do pente; presilhas quebradas, porque afinal, qual presilha resiste à aqueles cabelos?; e um monte de gel. Ele passara batom vermelho-vivo nos lábios – eu disse passara? Não ele lambuzara a cara -, tacara um monte de pó de arroz nas bochechas e borrara o lápis de olho. Estava usando também
um vestido rosa, uns dois números menor, com uma grande saia-balão e vários babadinhos, o vestido tinha vários coraçõeszinhos e estrelinhas, e Hagrid tinha nos pés dois sapatinhos de cristral, que mais pareciam duas lanchas de vidro. Ele – ou seria ela? – sorria bondosamente.

“Hagridá!” Exclamaram com alegria Tonks e Duda. Os dois se separaram de Harry e foram dar beijinhos nela.

A essa altura, Harry estava vendo a cena meio embaçada, ele ajeitou os óculos no rosto para ver se melhorava, mas nada mudou. Com certeza aquela cena sim, fora a mais bizarra do dia.

“Harry!” Hagrid se virou para Harry e começou a chama-lo para entrar. “Harry! Harry! Harry acorda!” Mas a voz rouca de Hagrid foi substituída pela ansiosa de Ron. Harry acordou num pulo e o livro que estava sobre a sua barriga caiu com um baque seco no tapete. Ron estava de pé na frente de Harry e o garoto percebeu que adormecera de qualquer jeito na poltrona.

Caramba, que sonho foi aquele? Com certeza foi o sonho mais esquisito que já teve.

“Harry, a Mione pediu para eu vir aqui te chamar para jantar”

“Ah, claro, Ron. Claro.” Ele se ajeitou na poltrona e esfregou os olhos. “Já estou indo”

Fim

¹ tá, faz de conta que eles passaram as férias de Natal em Hogwarts no quinto ano ;D

N/A: Espero que teham gostado!
Beijo,

Belli Mafoy

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