Capítulo III



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N/A: Vou mudar um pouco a forma de narrar, ok? Vi uma fic q narrava por Pontos De Vista e resolvi tentar ;*


 


 


Capítulo 3 – O Baile


 


 


            Já haviam se passado dois meses desde que Paul Granger morrera. Draco, durante esse tempo, assistia a gradual recuperação de Hermione. Ele havia resolvido não falar nada sobre o casamento, pois naturalmente Hermione não tinha espírito para planejar uma festa. O loiro apoiava bastante a noiva, porém isso não o impedia de lançar olhares cada vez mais comprometedores para Gina Weasley, que fingia não prestar atenção. O que sua noiva não percebia, entretanto, era a tensão constante nos olhos de Draco, que indicava a falência do noivo.


            Rebecca Smith continuava com suas aulas chatas de física e impacientava-se com a frieza de Seth. O rapaz não ligava não só para ela, mas para todas as criaturas XX do planeta, exceto sua mãe, é claro. 


Miranda Walker tentava conquistar Harry a torto e a direito, apesar de ser só a torto mesmo. Estava agora em um curso de culinária e fazendo aulas de piano.


Jimmy Malfoy, esse veio para ficar, e era o verdadeiro terror da vida de Draco, que não aceitava o fato de a mãe ter colocado Jimmy na empresa já quase quebrada.


Enquanto isso, a busca pelo assassino de Paul Granger estava quase encerrada, por falta de testemunhas e provas, o que irritava profundamente Jane Granger.


 


 


 


Gina PDV


 


Já faz dois meses que sinto é que nada tá no lugar certo. Tem alguma coisa acontecendo com meu cunhado. Ele anda muito estranho desde o enterro do meu pai. Tem me evitado por diversas vezes, chegando a ser hostil. Logo em seguida, ele se torna bastante gentil e atencioso comigo. Às vezes eu o surpreendo me olhando. Devo estar imaginando coisas. Claro... ele seria muito baixo pra... enfim... Ele é apaixonado pela minha irmã e ponto final.


Eu me levantei e fui tomar um banho. Não dormi bem... isso é tão freqüente ultimamente.


 


 


Draco PDV


 


- Quando vai parar de bancar o responsável? – eu perguntava a Jimmy pela décima vez essa semana.


- Draco! – O miserável fingiu estar ofendido - Eu sou responsável!


Uma súbita raiva me dominou. Prendi-o com o antebraço na parede de seu escritório. É, porque o filho da mãe agora tinha a maior sala da “nossa” empresa.


- O que quer aqui, Jimmy? Por que voltou? Não me venha dizer que estava sentindo falta da família. Por acaso é fugitivo na Austrália, é? – eu ri sem graça – Nós dois sabemos que você não passa de um canalha duas caras que agora tem nas mãos quase todo o patrimônio dessa família porque nossa mãe é cega o bastante pra ver quem você é de verdade.


- “Quem você é de verdade...” – ele me imitou, empurrando-me – Para de bancar a Barbie, seu loiro nojento. Você também não é princesinha. Acha que não sei do seu casamento de fachada? O que é pior, hein Draco? Casar com uma garotinha rica e manipulada por você ou querer pegar a irmãzinha dela depois? – ele sibilou ameaçadoramente.


MAS QUE DROGA! Ele tinha razão! Éramos dois canalhas! Fez questão de falar de Gina. Ele percebeu o que ninguém mais percebia: que eu estava cada vez mais fascinado pela Granger errada. Jimmy percebeu meu envolvimento na hora, já que nós dois somos farinha do mesmo saco.


- Se eu fosse você, Barbie – Jimmy continuou, para meu desgosto – Eu parava de tentar ser o inocente da história e começaria a arranjar espaço pra mim nessa sua vidinha de country club, porque eu ficarei por aqui e, definitivamente, odiaria ter que esmagá-lo. – ele piscou o olho – Você sabe... faria mamãe sofrer. Agora, se me der licença – ele abriu a porta, me expulsando. Mas que filho d... – eu tenho uma empresa pra salvar.


 


 


Jimmy PDV


 


Draco era a pedra do meu sapato há semanas. Depois de nossa agradável discussão hoje, ele vai parar de me importunar. Já não era sem tempo... quem aquela Barbie pensa que é? Tudo bem que o plano de casar com a milionária é ardiloso, mas eu tenho que admitir que ele está jogando muito alto se apaixonando pela Gina... Pode pôr tudo a perder e aí eu terei que fazer tudo sozinho pra salvar o que ainda temos... Sinceramente, tomara que ele consiga essa grana, porque não tem mais milionárias fáceis por aí... Não com menos de 60 anos, pelo menos...


Eu arrumei minha mesa (ou desarrumei ainda mais, nem eu entendi o que eu fiz) e fingi que estava ocupado lendo o jornal. Só assim eu poderia dar uma boa olhada nas pernas da minha secretária, que estava com um par de sapatos altos e vermelhos. Sorri, virando a página da parte de negócios. Vermelhos... Não são todas as mulheres do mundo que têm coragem de pôr vermelho nos pés. Ela piscou pra mim arrasadoramente antes de depositar meu descafeinado na mesa e falar um monte de besteiras sobre quem eu devo chamar para uma reunião às 15:30 e blá blá blá... Os lábios também eram vermelhos e cheios. Eu acenei com a cabeça, fingindo estar prestando atenção a tudo que ela dizia.


- Você é nova aqui?


- Sou sim. – ela sorriu.


Finalmente isso aqui vai ficar bom.


 


 


Rebecca PDV


 


Disquei de qualquer forma o número do telefone da confeitaria. Estava cansada depois de uma tarde inteira estudando sobre William Churchill e tentando conseguir um vestido para uma festa.


- Alô, pode mandar uma torta de creme brullé? – eu falei assim que um homem atendeu.


- Você ligou errado – o homem com uma voz rouca e linda respondeu – Não tem nenhuma torta por aqui, mas bem que eu queria uma... – ele prosseguiu, mais como se falasse para si mesmo. CARA LOUCO!


- Desculpe... Eu sinto muito pelo engano. Eu... – ...devo estar pirando! Porque eu não desligava logo o telefone? A voz dele era tão linda assim?!


- Relaxa. – ele riu. – Então, ainda quer aquela torta?


É... é uma voz linda...


- Sim. Eu vou ligar pra confeitaria.


- Eu deveria ir à confeitaria com você. – ele rebateu.


- Hã? Como assim? Você nem sabe meu nome! – eu falei preocupada. Vai que é um louco. Ou pior... um tarado louco?


Ele riu.


- Não sei seu nome, mas sei que está carente...


- COMO OUSA?! Você nem me conhece. É claro que não estou carente!


- Corta essa! O que você está fazendo sexta à noite conversando com um estranho ao telefone?


ODEIO ADMITIR que ele tem razão. Devo mesmo estar pirando.


- Você não sabe nada sobre a minha care... vida!


Ele riu mais ainda.


- Pelo menos você vai se entupir de doce daqui a alguns minutos... eu ainda tenho que trabalhar por horas.


- Iiiii... sexta à noite? Trabalha numa locadora de vídeo, é?


- Não... Eu trabalho na M&M.


“Malfoy&Malfoy”... uma indústria têxtil.


- Eles escravizam vocês, é?


- Na verdade sim. Mas o salário é bom.


- Acho melhor você ir atrás de outro emprego. Um amigo de um amigo é funcionário daí e ele acha que essa empresa vai falir.


- Não se depender de mim. – ele falou, muito seguro.


- E quem é você? – perguntei, como se a idéia de aquele homem salvar a empresa inteira fosse ridícula.


- Sou Jimmy Malfoy, o presidente executivo, às suas ordens.


ME MATAAAA! Eu fiz pouco do presidente executivo da M&M.


- Desculpe.


Ele suspirou. Eu aproveitei o silêncio:


- Eu vou mesmo desligar. Desculpe. Espero que as coisas dêem certo pra você.


- Pra você também. – ele riu. – Ótimo.


- Que foi?


- Parecemos um casal terminando o namoro. “Que as coisas dêem certo pra você”... que ridículo!


Eu apenas ri.


- Como você se chama?


- Smith... Rebecca. Então adeus, Jimmy, nós nunca daríamos certo mesmo. – eu falei, entrando na brincadeira.


- Nunca vai saber. – ele desligou o telefone.


Eu suspirei, tentando me lembrar de qual era mesmo o número da confeitaria...


Que cara! Digo, apesar de ele ser presidente de uma empresa, não tinha voz de velho... Talvez só um pouco mais velho que eu. Pobre rapaz. Vai passar a noite trabalhando enquanto eu vou pedir a torta da mamãe e vou numa festa que vai ter do outro lado de Londres.


 


 


Jimmy PDV


 


Que garota! Sim, pela voz deve ser uma garota ainda. Menti pra ela, é claro. Não vou trabalhar até tarde, já estava fechando o escritório. Vou para uma festa aqui perto. Mulher e uísque, pra que melhor? Pobre garota. Vai passar a noite pensando em um garoto estúpido que ela deve gostar, talvez da escola, e se entupindo de doce até ficar gorda, se já não for.


 


 


Miranda PDV


 


- Hermione, vai ter uma festa no Silver’s hoje... é um baile de máscaras. Passo aí às oito?


- Não tenho máscara! – Mione se desanimou.


- Eu já providenciei tudo. – sou brilhante, não sou? – Tenho uma máscara azul pra você. Põe com um vestido maneiro e vamos. Adivinha... Harry falou que vai estar lá! Tô me arrumando desde ontem... – não contive o suspiro. – Não posso esquecer nada.


Minha amiga riu.


- Tá bom. Eu vou, acho que convenço o Draco a ir também. Não deve ser difícil encontrar uma máscara pra ele também.


 


Hermione PDV


 


Não devia ser difícil, mas era. Tive que ir a duas lojas de fantasias para conseguir uma máscara pra ele. Tive de ir à segunda loja porque não havia mais máscaras na primeira... Fala sério, todas as pessoas de Londres estariam lá?


 


 


Draco PDV


 


            Hermione me ligou me chamando para uma festinha idiota no Silver’s... Não quero ir, meu irmão vai estar lá. Aliás, não há festa num raio de 100km da qual ele não tenha pleno conhecimento. Tentei inventar uma desculpa...


 


“- Tô cansado... Acho que não vou...


- Então eu vou sem você... – ela falou charmosa e independente, como ela sempre foi. – Vai ser legal, a Miranda e o Harry estarão lá e...


POTTER?


- Quer saber? Eu te amo tanto que vou abrir uma exceção...”


 


Minha noiva vai a um baile de máscaras e aquele desgraçado estará lá. É óbvio que eu irei. Eu não nasci ontem...


Diga-me o que eu não faço por alguns milhões de libras?


 


 


Gina PDV


 


- Vamos logo, Becca!


Rebecca pegou sua máscara branca, que combinava perfeitamente com o vestido tomara-que-caia branco.


- Gi, você tá um arraso!


Eu demorei um pouco, mas terminei por escolher uma máscara vinho, que combinava com o vestido de mesma cor, um pouco mais longo que o de Rebecca.


Chegamos um pouco cedo, acho, pois ainda não havia ninguém que eu conhecia... Tá legal! É um baile de máscaras, não dá pra reconhecer ninguém, em teoria. Mas fala sério! Só nos filmes uma simples máscara é o suficiente pra tornar alguém  irreconhecível. Rebecca puxou conversa animadamente com um rapaz vestido de preto e eu fiquei simplesmente imóvel, esperando. Foi aí que ele chegou. Meu estômago embrulhou na hora e um suor frio surgiu em minhas mãos. Estava num terno completamente preto, que contrastava com seus claríssimos cabelos. E, ao lado dele, naturalmente, minha irmã.


O que eu estava fazendo? Desde quando eu reajo assim? Desde os últimos dois meses, desde que meu pai morreu. Estou pirando. Tenho que estar pirando. É melhor ficar louca do que admitir que eu esteja horrorosamente atraída por Draco Malfoy.


 


 


Draco PDV


 


Harry e eu chegamos ao mesmo tempo, para meu completo azar. Peguei na mão de Hermione, instintivamente. Ele sorriu para minha noiva. “Mas que grande filho d...”. Repreendi-me antes de sorrir sonsamente para ele.


- Draco, pode pegar uma bebida para mim? – minha noiva piscou o olho, sorrindo.


Queria inventar qualquer desculpa para permanecer ao lado dela. Como nenhum argumento me veio em mente, fui pegar a droga da bebida o mais rápido que pude.


Nem me lembro do que coloquei no copo. No caminho de volta, porém, me detive. Gina estava lá, diante de mim. Sim, mesmo de máscara, aqueles cabelos ruivos e sedosos só poderiam ser dela.


- Gina. Olá. – eu dei meu melhor sorriso e admito que fiquei muito satisfeito com o resultado: suas bochechas coraram de leve.


- Oi... Draco. – ela pareceu me reconhecer pela voz.


Fiquei subitamente nervoso quando percebi que um silêncio incômodo ficou entre nós e eu não fazia idéia de como quebrá-lo. Para a minha sorte, ela completou:


- Festa bonita. – ela olhou para o nada.


- É... – eu olhei para cima. Talvez eu devesse falar algo irrelevante como “Será que vai chover?”


- Hã... tchau. – ela sorriu e se afastou, para meu alívio.


Ela se enfiou na pista de dança e eu pude olhar de longe seu vestido vinho. Ela estava arrasadora.


Suspirei derrotado. Isso é o que dá escolher a Granger mais rica...


 


 


Jimmy Malfoy PDV


 


Coloquei a máscara apenas quando entrei, porque esse negócio aperta. A festa já estava bem cheia. Reconheci prontamente a minha cunhadinha gata, ao lado do meu irmão seboso. E, para o meu agrado, predominavam mulheres na pista de dança. Hoje vai ser minha noite de sorte...


 


 


Rebecca Smith PDV


 


Tá bom, estou surpresa, em vinte minutos a festa já estava lotada. As pessoas chegavam sem parar. Gina estava em algum lugar dançando e eu tinha acabado de dar um fora no terceiro zé mané que deu em cima de mim. Eu queria me divertir... mas não estava tendo muito sucesso. E eu sabia muito bem quem era o culpado...


Seth!


Ele rodeava meus pensamentos, entrando neles de vez em quando. Por que eu tenho que ser tão estúpida?! Eu tinha consciência de 3 coisas... a primeira era que eu estava linda. A 2° era que muitos caras olhavam pra mim e a 3° era que...


MORRI!


Não! Não é a 3° coisa... é que um cara daqueles entrou nessa festa. Alto, meio loiro, uns vinte e tantos anos, do tipo “moro sozinho” e “adoro animais de estimação”.


OK! A 3° coisa é que ele está vindo pra cá!


 


 


Jimmy Malfoy PDV


 


Uma garota? Ela nem deveria estar aqui...


Surpreendi-me quando olhei para a garota que encantou metade dos caras do salão. Uma loira, toda vestida de branco. Não gostei muito, já que branco me lembra casam... esquece, não consigo nem pensar nessa palavra. Enfim... vestida para casar ou não, ela era linda. O único problema é que ela parecia realmente muito nova, devia ter uns 18 anos no máximo. Resolvi ir falar com ela. Devido a minha extensa experiência com as mulheres, eu sabia que ela não tinha estado com ninguém nessa festa, porque, entre os olhares esperançosos, não havia nenhum que passasse disso.


Eu, obviamente, não me dobro com garotas difíceis. Sou Jimmy Malfoy, não sou?


- Hã... Você é muito nova pra ficar acordada até tarde. – eu falei em tom de brincadeira.


Ela riu. Estranhei, aquela risada era familiar. Contudo, o som estava forte, eu posso ter me confundido.


- E você é muito seguro de si vindo até aqui.


- Sempre – eu concordei, com um sorriso. Ela era o terror dos caras, como eu já havia previsto.


- Quer dançar? – a garota me perguntou rápido.


Uau... ela caiu matando!


- Claro. – eu estendi a mão para ela, mas ela se limitou a ir à minha frente.


Ela colocou seus braços ao redor do meu pescoço e me puxou para mais perto dela. Riu abertamente.


- O que foi? – eu perguntei.


- Tô te usando. – ela disse sem o mínimo pudor.


- Como é?


Ela riu de novo. Eu conheço essa garota de algum lugar...


- Os homens são competitivos. Você é o mais bonito da festa. Eu fico perto de você e eles não se aproximam.


Tenho que admitir... que garota! Daquelas que um dia talvez eu escolhesse para um casam... tá bom de pieguice! Sem casam****.


- E como a garota da festa se chama? – eu perguntei ao seu ouvido.


- Rebecca Smith.


- Não brinca! – eu ri feito um louco.


Pois não é a garota do creme brullé??? Tudo bem, eu imaginei que ela estaria em casa engordando, mas ela estava ali, com um corpo, ouso dizer, perfeito. E sem creme brullé... Que coincidência!


- Por quê? Você me conhece? – ela saiu do meu abraço.


- Ouvi falar de você em algum lugar, mas não lembro onde... – eu omiti que a conhecia... Não sei por que fiz aquilo, mas me pareceu bastante divertido.


- Você tem até o fim da festa para me dizer de onde você me conhece... – Rebecca estava desconfiada, admito, mas resolvi brincar um pouco mais...


Ela se soltou completamente de mim, e começou a dançar sozinha. Por um minuto, me limitei a admirá-la.


Olhei fascinado para a contradição à minha frente. A garota carente do telefone agora dançava sob o olhar de meia dúzia de homens, e era extremamente segura. Poderia ter quantos quisesse, então por que diabos ela estava se sentindo só?


Eu a abracei novamente. Ela fechou os olhos e eu aproveitei para eliminar quase toda a distância entre nós. Ela me olhou, receosa, mas eu segurei seu rosto, impedindo que ela o virasse. Sorri, como se a estivesse convidando, e ela me olhou nos olhos, como se quisesse me examinar. Após o que parecia ser uma eternidade, ela retribuiu o sorriso; e eu, muito mais suave do que normalmente era, toquei seus lábios de leve com os meus.


Ela arrastou os braços até meu pescoço, deslizando suas mãos por minha nuca, me puxando. Separei meus lábios e hesitei um pouco.


 


 


Rebecca PDV


Separei meus lábios quando senti seu hálito quente de menta. Ele parecia querer prolongar aquele momento por vários segundos. Admito, o cara sabia o que estava fazendo. Ele segurou firme minha cintura. Então ele me beijou, realmente. Ele explorou cada milímetro de meus lábios com sua língua. Fechei os olhos quando ele mordeu de leve meu lábio inferior. Eu nunca havia sido beijada daquela maneira. Quer dizer, ninguém nunca me deu um beijo que fizesse minhas pernas tremerem, como elas estavam tremendo naquele momento. Sem falar nos arrepios. Ele era gentil e dominador ao mesmo tempo... Não era um beijo a toa, daqueles que dois desconhecidos davam...


Para meu desgosto, ele me deu um selinho demorado e se afastou de mim.


Nós estávamos ofegantes e bastante distraídos. Eu pelo menos não fazia idéia de onde eu estava. Demorou vários segundos para meu cérebro processar que aquilo era uma festa.


 


 


Jimmy PDV


Depois dessa, eu não me reconheço mais! Eu tinha ficado nervoso. Eu fiquei nervoso beijando uma garota, e isso, definitivamente, nunca tinha acontecido. O que diabos eu tinha? Aproximei-me novamente dela e senti o mesmo desconforto.


 


 


Hermione PDV


- Quer dançar, Hermione? – Harry me perguntou, assim que Draco saiu para ir ao banheiro.


- Acho melhor não Harry, eu... – me calei ao olhar para a porta do banheiro e perceber que Draco rumara numa direção totalmente contrária.


- Tem muitos banheiros aqui?


- Acho que só um...


- Espera um pouco Harry. Aproveita e chama a Miranda pra dançar, ela adora.


Deixei Harry um pouco confuso e disparei na direção que Draco tinha ido. Encontrei-o conversando com uma mulher loira e alta. Ela o puxou para a pista de dança e Draco não lhe ofereceu nenhuma resistência. Parecia muito íntimos.


“Quem é ela?”


- Harry, mudei de idéia. – eu puxei Harry, sem me importar com os olhos arregalados de Miranda.


- É por uma boa causa. – sussurrei no ouvido de minha melhor amiga e fui para a pista de dança.


Harry colou gentilmente seu corpo no meu e começamos a dançar a música que era lenta demais pro meu gosto. Posicionei-me de modo que eu podia ver perfeitamente Draco e a loira dançando. E para o meu alívio, eles estavam fazendo apenas isso.


- Acho que isso está errado. – Harry suspirou em meu ouvido.


- Quê? Acho que não, eles estão só dançando e conversando. – eu falei, encostando meu queixo em seu ombro.


- Do que está falando, Hermione? – ele se soltou um pouco para me encarar.


Demorei pra entender que nos referíamos a coisas diferentes.


- O que está errado, Harry?


- Isso. – ele apontou para meus pés imóveis. – Você precisa mexer os pés, Hermione. – ele revirou os olhos, irritado – Pelo menos finja que estamos dançando.


- Ah... – eu me mexi um pouco rápido demais.


- Não. – ele interrompeu, pondo as mãos nos meus quadris. – mais devagar.


Ele mexeu suas mãos, levando meu quadril junto. Passou um braço por minhas costas e me puxou para ele, me fazendo dançar no ritmo. Fiquei tensa na mesma hora. Levantei a cabeça para encará-lo e o vi sorrindo.


- Eu gosto dessa música. – eu suspirei e relaxei um pouco.


 


What day is it  (Que dia é hoje)
And in what month  (e de que mês?)
This clock never seemed so alive  (Esse relógio nunca pareceu tão vivo)
I can't keep up and I can't back down   (Eu não consigo prosseguir e não consigo voltar)
I've been losing so much time  (Tenho perdido tempo demais)


 


Cause it's you and me and all of the people  (Porque somos você, eu e todas as pessoas)
With Nothing to do, nothing to lose  (Com nada para fazer, nada para perder)
And it's you and me and all of the people and  (E somos você, eu e todas as pessoas e)
I don't know why I can't keep my eyes off of you (Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)


All of the things that I want to say  (Todas as coisas que quero dizer)
Just aren't coming out right  (Não estão saindo direito)
I'm tripping on words, you got my head spinning (Estou tropeçando nas palavras você deixou minha mente girando
I don't know where to go from here (Eu não sei pra onde ir daqui)


 


Cause it's you and me and all of the people (Porque somos você, eu e todas as pessoas)
With nothing to do, nothing to prove (Com nada para fazer, nada para provar)
And it's you and me and all of the people and (E somos você, eu e todas as pessoas e)
I don't why I can't keep my eyes off of you  (Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você)


 


Something about you now  (Existe algo sobre você agora)
I can't quite figure out  (Que não consigo compreender completamente)
Everything she does is beautiful (Tudo o que ela faz é bonito)
Everything she does is right (Tudo o que ela faz é certo)


 


Cause it's you and me and all of the people  (Porque somos você, eu e todas as pessoas)
With nothing to do, nothing to lose   (Com nada para fazer, nada para perder)
And it's you and me and all of the people and  (E somos você, eu e todas as pessoas e)
I don't know why I can't keep my eyes off of you  (não consigo tirar meus olhos de você).


 


Harry PDV    


Era a primeira vez que eu abraçava Hermione, tive a alegria de constatar. Nessas últimas semanas pouco nos falamos. E eu sentia o estômago revirar toda vez que a Miranda falava algo sobre casamento... porque eu sabia que só podia ser o dela. Ela está prestes a se casar com aquele loiro aguado e eu não posso fazer nada. Mas ela está aqui, abraçada comigo, e eu nunca me senti assim tão completo. Olha eu aqui todo piegas.


Ela virou um pouco a cabeça, de forma que eu pude afundar meu rosto em seus cabelos. Aquele perfume maravilhoso ficou incrivelmente mais intenso.


Algo realmente começou a doer, e muito...


Quero gritar no ouvido dela até que ela me escute. Dizer que não posso permitir que ela se case, porque há dois meses eu não penso em mais ninguém senão nela. Mas sei que não importa o que eu diga, depois de hoje ela nunca mais vai chegar perto de mim desse jeito.


Droga! Por que eu te eu tenho que me contentar em abraçá-la, quando ele pode ter todo o resto? O que o torna melhor que eu? Por que não a conheci cinco minutos antes de ele a ter conhecido? Ou melhor, por que eu não seqüestrei essa mulher no dia que nos conhecemos???


A música está acabando, lá se vai minha felicidade... Sou um ator, admito, acho que ela não faz idéia do meu desespero.


O que aconteceria se eu a seqüestrasse aqui mesmo?


 


 


Hermione PDV


Harry parecia bastante tranquilo. Seu abraço era muito acolhedor. Admito, ele dança muito bem. Por um segundo me esqueci do objetivo daquela dança: vigiar meu Draco. Para meu alívio, ele não aprontou nenhuma. Despediu-se amigavelmente da loira e veio ao meu encontro.


 


 


Draco PDV


Encerrei rapidinho a conversa com minha prima quando vi minha mulher e Potter dançando. Fala sério, será que aquela aliança de noivado daquele tamanho não serve pra dizer que ela está INDISPONÍVEL?


Para minha alegria, ela se separou do Potter e veio ao meu encontro.


- Quem era? – ela apontou para a loira.


- Minha prima. Quer conhecer?


- Claro!


 


Harry PDV


Puxei Miranda para a pista de dança. Vi que ela estava bastante satisfeita com o convite. Ela acha que não percebi que há meses ela está tentando dizer que gosta de mim. Suas intenções ficaram claras quando ela preparou um jantar para mim. Tudo bem que não foi nada romântico e ela é uma péssima cozinheira. Mas fingi que gostava da comida e foi bem legal. Hum, também teve aquela vez que ela comprou um sorvete para mim. Lembro que ela derrubou o sorvete na minha camisa, mas valeu a intenção. Eu a entendo. Ela está na mesma situação que eu. Certo, a minha está um pouco pior, mas deixa pra lá...


 


 


Jimmy PDV


 


Já passa das três e eu bati meu recorde! Sim, fiquei com apenas uma garota hoje, só uma! Não é um milagre?! Tô virando bom moço, o que vai ser da minha reputação? Peraí... eu tenho reputação?


Depois do segundo beijo que dei em Rebecca, não ousei beijá-la de novo. Não dá! Dá um negócio estranho beijar essa menina... Pareço um virgem babão perto dela. Peraí... eu disse isso? Enfim... depois de dançar, eu vim para o bar, e ela me seguiu. Resolvi beber alguma coisa, pra ver se o nervoso passava. Já tô na décima, e o troço não passa.  O que eu faço?


- Eu já vou. – eu falei tão baixo que nem eu mesmo escutei.


Regra número um das festas: Nunca seja o primeiro a chegar nem o último a sair.


- Tá bom. – Rebecca pareceu não se importar. Pode estar fingindo, mas não sei... depois da décima dose, nada fica muito claro. – Ei... você me conhece de onde?


Eu ri.


- Você... – eu segurei seu queixo e me aproximei dela. Ela fechou os olhos esperando um beijo, e eu ri mais ainda. – Você é um errinho da minha vida. Ou talvez eu seja o seu.


Ela abriu os olhos, Revirando-os em seguida.


- Você tá bêbado. – ela deduziu. Que garota esperta!


- Você acha?


- Não está dizendo coisa com coisa.


- É aí que você se engana! Eu nunca perco o fio da picada...


- ...da meada.


- Pois é.


 


Rebecca PDV


Posso dizer que o cara “moro sozinho” e “adoro animais de estimação” tá meio bêbado... Não, não vou ser boazinha; o cara tá muito bêbado.


- Becca, vamos? – Gina me cutucou. – Minha irmã e o Draco já estão indo embora. Eu vou no seu carro ou com eles? – ela olhou como se implorasse para não ir com eles.


- No meu. Não gosto de dirigir sozinha.


- Quer carona? – eu ofereci carona para o Sr. Bêbado, que eu reparei agora que não sei como se chama.


- Eu sei dirigir. – ele foi sucinto. Prendi o riso.


- Eu sei. Mas não está em condições de fazer isso. – eu falei como quem soma dois mais dois.


Ele parece estar prestes a dormir.


- Consegue me dizer onde você mora? – Gina ria como uma louca.


- Claro!


- Então vamos.


Nós o colocamos no banco de trás do meu carro, enquanto ele ainda lutava para ir para seu carro.


- Leva meu carro. – ele me deu as chaves. – A ruivinha aí leva o seu.


- Confia em mim pra levar seu carro? – eu arregalei os olhos. – Sou uma completa estranha pra você!


- Completa não! Eu conheço você – ele sorriu, sentando no banco do passageiro, ao lado de Gina, que já assumia a direção. – E se quisesse, já teria me roubado. Olha pra mim! Eu pareço ser do tipo de cara que corre atrás de bandido? Sou ralé não... Mas se ela for gatinha...


Ele não falava mais coisa com coisa.


- Vamos logo, Becca. Pega o carro e me segue. Onde você mora? – ela perguntou para ele enquanto eu procurava seu veículo. Apertei o botão do controle e achei o carro. E que carro... Ele dirigia um Porsche Carrera prata.


Segui Gina e cheguei a uma mansão. A garagem se abriu e eu coloquei o carro do Sr. Bêbado dentro. Gina estacionou meu carro e saiu de lá, indo ao meu encontro.


- É a casa dos Malfoy.


- Quê?


Eu vi o Sr. Bêbado saindo do carro. Ele caminhou até a porta que separava a garagem do resto da casa.


- Minha irmã ainda está aí. Eu vou perguntar se ela quer ir pra casa com a gente. – Gina entrou na casa, passando pelo Sr. Bêbado. Ele fechou a porta da garagem, de modo que ficamos sozinhos.


- Você é um Malfoy? – eu perguntei curiosa – Parente de Draco?


- Draco é meu irmãozinho-fresquinho-nojento. – ele se apoiou na parede. – Detesto ele!


- Espera... você é irmão de Jimmy Malfoy? – eu perguntei, lembrando do homem que passou a noite trabalhando.


- Eu bebi e você ficou lenta. – ele riu idiotamente. – Eu sou Jimmy Malfoy, o presidente executivo, às suas ordens. – ele repetiu o que me dissera ao telefone, batendo continência. Meu queixo caiu.


- Eu vou dormir. – ele se virou. – Nem preciso pedir seu telefone, eu já tenho mesmo! – ele riu e eu não pude deixar de rir também. – Mas antes... – ele veio em minha direção, e, rapidamente, levantou minha máscara.


- Quero vê-la, senhorita do creme brullé.


 


 


Jimmy PDV


 


A máscara só cobria metade de seu rosto, de modo que, quando retirei, não fez muita diferença. Ela era exatamente como eu já sabia. Linda... a creme brullé era linda demais. Ela sorriu timidamente.


- Agora sim, boa noite. – eu me virei para entrar em casa.


 


Rebecca PDV


 


- Acha que vai sem que eu te veja?


Ele deu de ombros, se virando.


- Quero te ver. – eu bati o pé.


- Querer não é poder...


Eu me posicionei entre ele e a porta. Ele riu com gosto.


- Qual é a graça?


- Eu voltei pra casa com a garota da festa. – ele ficou sério. – Eu não sou demais?


- Se isso te faz sentir melhor.


- Não faz.... – ele me prendeu na porta. – mas sei o que me faria sentir... – ele se calou, olhando nos meus olhos.


Lentamente, minhas mãos foram até sua face. Toquei seu rosto levemente e ele não desviou o olhar. Retirei cuidadosamente sua máscara e observei seus traços retos. Contornei seus lábios com os dedos e parei em seu queixo forte. Ele me pressionou contra a porta com mais forte.


- Eu nunca desejei tanto uma... - ele começou, mas não chegou a terminar, pois Gina e Hermione abriram a porta, e nós dois caímos, quer dizer, ele me esmagou.


- Na garagem! Que coisa feia, srta. Smith... – Gina riu com gosto enquanto eu ficava roxa de vergonha.


- Vocês querem privacidade? – Hermione ergueu as sobrancelhas.


- Sim, por favor. – ele disse.


- Não – eu falei ao mesmo tempo. – Eu já vou. Vamos? – eu fiquei em pé rapidamente.


- Não quer ir me deixar lá em cima? – Jimmy falou em seu melhor tom safado.


- Você sabe o caminho. – eu cortei. – Adeus, Jimmy.


 


 


Música: You and Me - Lifehouse

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