Sala em Comum



- CAPÍTULO VINTE E OITO – Sala em Comum


Ninguém soube por onde Harry passou naquele dia em que esteve ausente. Só se soube que ele esteve ausente. Foi procurado em todos os lugares, menos no que ele realmente estava: na Sala Precisa.

Bravo, triste e angustiado, quando Harry entrou na Sala Precisa, esta estava com a aparência de uma floresta, exatamente como Harry precisava.

Era uma clareira, rodeada de árvores altas. A um canto, havia um lago com uma pequena cascata. O sol brilhava aconchegante, mas a brisa não deixava o tempo ficar quente: estava perfeito.

Harry então deitou ao lado do lago e olhou para o teto da sala – que agora estava como o céu.

Era de um azul claro profundo e tranqüilizador, marcado por algumas nuvens brancas que se derretiam no céu. Mas Harry pôde perceber, no entanto, que a um canto do céu, bem no cantinho, havia uma nuvem escura e pesada, que dava ânsias de vômito só de olhar. O estômago de Harry afundou e ele pensou: “Aquela nuvem representa eu. Uma mancha num lugar tão perfeito como este.”

Deitou e procurou descansar. Mesmo com a canção da natureza, composta pelo barulho da cascata e das águas do lago, do vento batendo nas folhas das árvores, dos cantos dos passarinhos, Harry não consegui descansar completamente. Era como se fosse um pacote perfeito: lindo, macio, liso... porém vazio.

E era nesse vazio, no coração de Harry, que o pensamento do garoto estava. Porque tudo isso? Porque com ele? Depois da morte dos seus pais e do seu padrinho, seu único consolo era saber que os responsáveis haviam sido punidos. Mas agora nem isso! Todos os comensais estavam à solta novamente, prontos para exterminar mais uma vez todas as pessoas preciosas para Harry.

Por isso só havia uma solução: se isolar do mundo para proteger as pessoas que ele amava.

Sabia que seria difícil, seus amigos não concordariam, mas ele tinha que tentar. E decidiu começar passando um dia fora, longe, retirado de toda a tensão que começava a se formar sobre o mundo mágico.


- E aí, Mione, achou? – perguntou Gina perplexa.

- Não, Gina. – respondeu a garota desanimada.

- Ele tem que estar no castelo! – berrou Gina.

- Eu sei, Gina, mas tenha paciência! A culpa não é minha se ele quer desaparecer!

- Desculpa, Mione. Eu sei que a culpa não é sua. – disse Gina, sentando-se numa poltrona.

- Tudo bem, Gina, eu entendo. – respondeu a garota, sentando-se em frente a Gina.

Mas Hermione mal acabara de sentar-se e Gina levantou-se num salto.

- Que foi? – disse Hermione, levantando-se também.

- Tive uma idéia! – respondeu Gina, eufórica.

- De onde o Harry pode estar?

- Não, Mione, isso ainda não. Mas tenho uma idéia de como achá-lo!

Hermione, confusa, olhou para Gina.

- Não entendeu ainda, Mione? Vou usar Edwiges para achar Harry!

- Claro Gina! Vem, vamos logo para o corujal. – respondeu a garota.

Rapidamente, Gina rabiscou num papel:



Querido Harry

Onde está você? Estamos com saudade! Sei que Edwiges vai encontrá-lo.

E não adianta se isolar do mundo porque o mundo não quer se isolar de você.

Então deixe de ficar aí enfurnado e venha logo nos ver porque não agüento mais ficar longe de você. Espero que envie uma resposta sensata.

Um beijo,

Gina



Botou a carta na perninha de Edwiges e cochichou para a coruja:

- Encontre-o, OK?!

Com um bater de asas a coruja deixou o castelo e foi em busca de Harry.

Não demorou muito, após passar por algumas janelas, Edwiges viu Harry no interior de uma.

O garoto escutou aquele farfalhar conhecido e viu a coruja na janela, esperando pelo dono.

Abriu levemente a janela e pegou a carta.

Ao lê-la, sentiu os olhos ficarem molhados. Seus amigos sabiam o que pretendia, então. Mas ele não podia desistir tão facilmente.

Mandou Edwiges embora sem nenhuma resposta e voltou para o dormitório. Achou que a melhor solução seria agora seria ignorá-los.


Hermione e Gina estavam sentadas na sala comunal quando viram Harry entrar pelo buraco do retrato. Rapidamente, Gina levantou-se e foi até o namorado, beijando-o. Mas sentiu-o frio. Não era mais aquele beijo quente, envolvente, que fazia sua cabeça viajar. Estava realmente frio.

Estranhando, Gina voltou até onde Hermione estava e sentou-se. Harry passou reto por elas e foi até o dormitório.

- Hermione... – disse Gina, se derretendo em lágrimas. – Ele foi frio comigo, me ignorou completamente.

- Calma Gina, vai passar. – disse Hermione, olhando ao mesmo tempo brava e ao mesmo tempo perplexa para escada por onde Harry havia subido.

Harry, por sua vez, estava deitado em sua cama, com os olhos molhados. Não podia botar seus amigos em perigo. Mas também fazer o que ele estava fazendo era maldade.

Com remorso e sem saber o que fazer, Harry adormeceu.


O outro dia amanheceu calmo e limpo, e Hermione mais do que depressa subiu para o dormitório, acordou Rony discretamente, e disse, quando eles estavam na sala comunal:

- Rony, eu sei que você ficou procurando Harry até tarde ontem. Acontece que ele voltou frio e duro, e não quer falar com ninguém. Deixe que eu fale com ele, tudo bem?

- Sem problemas. – disse Rony. – Só quero entender porque ele está assim...

- Nós entenderemos... – disse Hermione, um pouco sem esperanças.


Harry levantou-se, vestiu-se e quando ia sair deparou-se com Hermione em sua frente.

- Harry, quero falar com você. – ela disse.

- Hermione, sai da frente, eu quero ir para a aula.

- Você não vai a lugar algum, Harry, até que me dê alguma explicação decente para o seu modo estúpido de tratar as pessoas.

Harry levou um choque, mas logo se recompôs e disse:

- Hermione, você não quer perder a lição do Prof. Binns hoje de manhã, não é? Ande logo.

- Harry, você não está me entendendo. – disse ela, sentando-se na cama que ficava em frente e Harry e falando como se explicasse para uma criancinha que um mais um é igual a dois. – Eu não vou à aula. Não me interessa a aula agora. Quero saber de você.

Harry então pôde sentir a gravidade da situação. Hermione estava desistindo de ir a uma aula para falar com ele. Aquilo era realmente inédito.


Rony, na aula do Prof. Binns, foi obrigado à prestar atenção e copiar o que o professor dizia, pois havia prometido fazer isso à Hermione. Estava se perguntando se a namorada estava se saindo bem, quando reparou que Dino Thomas olhava-o compenetradíssimo.

- Que foi? – perguntou Rony, discretamente.

- Você está copiando os exercícios. – respondeu Dino Thomas.

- E? – perguntou Rony, antipático.

- E aí que isso é novidade. – respondeu Dino.

- Ah, cala a boca! – respondeu Rony, voltando-se para as anotações.


Hermione olhou Harry nos olhos e disse:

- O Harry que eu conhecia nunca trataria Gina do jeito que você tratou ontem à noite. Ela estava desesperada, não parava de chorar. Você não sabe a angústia que eu fiquei quando a vi pela primeira vez esta manhã, e tive de dizê-la que você havia saído e não voltado. E quando ela finalmente tem uma idéia que te traz de volta, você simplesmente a ignora. É frio, duro com ela. Machuca.

Harry olhou-a mais uma vez. Sabia que havia agido como se não tivesse coração, mas ela não estava entendendo também.

- Hermione, você não entende, não é?

- Então me explique para que eu compreenda. – disse ela.

- Voldemort matou meus pais. Matou Sirius. Eu não tenho mais nenhum pai, mão, guardião ou alguém que me cuide e eu ame. Eu amo agora vocês. Você, o Rony, a Gina. E dessa vez, quem ele irá matar? Você? O Rony? A Gina? E você acha que eu vou ficar de braços cruzados vendo ele estraçalhar quem eu amo? Não desta vez. O que você não entende, Hermione, é que ficando longe de vocês, eu estou protegendo-os.

- Protegendo do quê, Harry, da morte? – disse ela, cínica.

- Pra você tudo isso é brincadeira, não é? – perguntou Harry, agressivo. – Não foi você que não conheceu os pais porque um bruxo que te odeia matou-os quando você ainda era pequeno. Não foi você que perdeu o padrinho. Não, não foi... não foi você, também, que sonhou o tempo inteiro com a morte das pessoas que você ama. NÃO, HERMIONE, VOCÊ NÃO ENTENDE NADA! EU NÃO QUERO PERDER VOCÊS TAMBÉM!

- O que você não vê, Harry, é que nos ignorando você também vai nos perder. Só que vai ser pior, muito pior. Porque se Voldemort me matar agora, eu posso dizer com orgulho que tive uma vida feliz. Agora, longe de você, como isso poderia acontecer? Como você espera que eu e o Rony fiquemos? Felizes por você estar no protegendo? Orgulhosos sim, Harry, com sua coragem, mas não felizes. E a Gina? Pretende deixá-la à mercê do mundo? Sozinha?

- Não! Ela ficará bem com vocês!

- Nós não ficaremos bem com nós mesmos. Como espera que além de termos que consolar à nós mesmos, consolemos também Gina? Harry, e você? Você não vê que sozinho você também fica mais infeliz e fraco? E se Voldemort quiser atacá-lo agora, o que fará? Eu sei a resposta, não pense que não. Você lutará. Com coragem. Porque tem à quem proteger, Harry! Porque tem porque lutar! Você quer viver, porque você ama e não quer perder e nem abandonar estas pessoas! Mas e se você nos deixar e nós aceitarmos, Harry, você ficará sozinho. Não se envolverá com mais ninguém, para não ter que amar e sofrer outra vez. Para poder proteger à todos. Mas assim, você acaba sendo sua própria destruição.

Harry olhou para Hermione. A garota estava em pé, altiva. Mas pálida e fraca. Lágrimas escorriam pelos olhos da garota. Ela estava falando a verdade, não adiantava mentir. E Harry sabia disso. Ele também estava chorando. Hermione tinha razão, tinha toda a razão. Além de infeliz, iria perder a força e acabar por se destruir, se deixasse as pessoas que ama. Assim, parcialmente destruído, Voldemort poderia atacá-lo e cumprir a profecia. E o mundo nunca mais seria o mesmo. Viu que, no lugar de proteger, Harry estaria entregando o mundo mágico e a si mesmo a Voldemort.

Por isso, em vez de falar, Harry levantou-se e abraçou a amiga.

Hermione sorriu, e disse:

- Já está na hora do almoço, Harry. Vamos descer.

- Tudo bem.

Assim os dois desceram as escadas, e lá embaixo eles ficaram conversando. Harry pediu desculpas aos amigos, que o perdoaram.

Então, Gina disse:

- Recebi uma coruja do papai e da mamãe. Eles falaram que a curandeira lá do St. Mungus disse que eu estou ótima, não sofrerei mais nenhum dano pelo ataque.

- Ataque? – perguntou Neville.

- É, antes do Natal. Eu estava indo para uma aula de reforço na sala de Gween e fui atacada e...

- Gina!

- Que foi, Hermione?

- Repete isso.

- Eu tava indo pra uma aula de reforço de Defesa Contra as Artes das Trevas, quando...

Hermione levantou-se rapidamente, e resmungou:

- Ai, meu Deus, como é que eu não vi isto antes? Preciso ir à biblioteca!


(N/A: Oi pessoal!! Ateh que esse cap não dmoro muito a xegah, neh?! Quer dizr, contando que dessa semana passei quatro dias doentes... bom, tive 3 pah escreve e parece que eu os aproveitei bem, neh?! Bom, eu adorei este capítulo, e vocês, o que axaram?! Eu espero que o prox cap não dmore muito a xegar, agora eu soh tnho 1 trab d geo 1 outro d fisik... então não vai dmorah muito. No prox cap tm um poko d adrenalina, mas a d verdade começa msm eh no cap 30. Vjo vocs em breve. Bjaumzaum!!! Ah, e comentem e votem, ok?! Vlw plos votos e comments de até agora. Dei uma olhada, gente a fic tah com + d 400 votos!!!!! Vlw msm, pessoal! Muito! Bjaumzaum, adoro vocês!!!)

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