Numa Sala Qualquer



- CAPÍTULO QUATORZE - Numa Sala Qualquer


O outro dia foi domingo, e eles passaram a tarde se divertindo: jogaram Snap Explosivo, Xadrez de Bruxo, conversaram...

O dia passou tranqüilamente.

No dia dois de Novembro eles se levantaram e foram para aula de transfiguração. A professora continuou o discurso sobre animagia. No fim da aula, a professora disse:

- Potter, Granger, Weasley. Preciso falar com vocês.

Eles então permaneceram na sala, e a profª McGonagall disse:

- Bom, a temporada de quadribol está quase para começar. Srta. Bell será a nova capitã do time, então deverão procurá-la se tiverem qualquer dúvida. Ela está marcando a data dos treinos e dos testes, pois estamos sem batedores e sem dois artilheiros. Está claro? – terminou ela.

- Sim, professora. – disseram Harry e Rony.

- Podem se retirar.

Os dois então saíram, deixando Hermione com a professora.


Já estavam na metade do almoço quando Hermione apareceu; sentou-se ao lado de Rony e começou a comer; à tarde, seguiram para a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde a profª Gween ensinou-os os perigos da Legilimência.

- Uma pessoa que tenha o dom da Legilimência, isto é, de penetrar na mente do outro, pode ver lembranças, perceber emoções e saber o que a pessoa está pensando. O “contra-feitiço” para a Legilimência é a Oclumência, a arte de ocultar pensamentos e emoções. A oclumência é uma das áreas estudadas no curso para aurores. Vocês não aprenderão nem a oclumência e nem a legilimência em Hogwarts, mas é necessário que entendam o que esses dons fazem e como poder administrá-los. Alguém aqui já praticou Oclumência ou Legilimência? – perguntou a professora.

Só Harry levantou a mão. Então a professora disse:

- Vamos mostrar para eles como se faz, Harry?

O garoto concordou, e foi para o meio da sala. A professora levantou a varinha para ele e disse:

- Esvazie sua mente agora, Harry. Vamos... Legilimens!

Harry estava na sala da AD, ensinando a conjurar o patrono... de repente, Harry entrava na Sala Precisa e a encontrava com muitas bolas de natal escrito “Harry Christmas”... Harry se encontrava no Ministério da Magia, Lupin, Tonks, Moody, Quim, e mais alguns aurores lutavam contra o bando de comensais que iam para cima deles. Sirius estava duelando com Belatriz Lestrange... então, com um jato de luz vermelha, Belatriz lançou um feitiço estouporante que acertou Sirius em cheio, e fez com que ele passasse pelo arco.

Harry então gritou:

- Protego!

Mas já era tarde demais. Harry acabara de ver, de reviver aquela lembrança que fazia com que ele se remoesse só de pensar... aquela lembrança que causara tanta tristeza e tanta raiva... Harry acabara de ver e reviver a sua pior lembrança.

O feitiço se desfez e Harry caiu no chão com o rosto nas mãos. Lágrimas escorriam desimpedidas pelo seu rosto, e só quando teve coragem, levantou um pouco os olhos e olhou para professora.

Para sua surpresa aqueles olhos mel esverdeados que a professora tinha também estavam liberando lágrimas. Então, ela disse, numa voz visivelmente triste:

- A aula acabou, podem ir embora.

A maioria dos alunos ficou feliz com a notícia, mas era apenas porque não foram eles que passaram por aquela prova e reviram sua pior lembrança. Rony e Hermione, que já haviam entendido o que havia acontecido, foram até Harry. A professora então disse:

- Desculpe-me, Harry. Eu não queria fazer isso. Sirius também era querido para mim.

Harry levantou os olhos e olhou direto para a professora.

- Pode falar comigo quando precisar. Antes de professora, Harry, quero ser sua amiga.

Harry tentou responder ou esboçar um sorriso, mas não conseguiu. Então ergueu o polegar, e saiu com seus amigos.


- Você viu aquilo, não viu? – perguntou Rony, já na sala comunal, vazia àquela hora.

- Vi. – disse Harry.

Ele estava pálido, com olheiras, o rosto manchado de lágrimas e estava suando, muito nervoso. Gina, ao perceber aquilo em um de seus melhores amigos, ela se aproximou, e disse:

- Harry, o que houve?

Ele continuou calado. De repente, ele disse:

- Não vou agüentar repetir tudo isso. Vou dormir, estou indo para o meu dormitório. Rony, Mione, podem contar para Gina.

Assim, Harry levantou-se deixando os três atordoados pelo mal-estar (com razão) do amigo tão querido para eles. Rony e Hermione contaram a Gina o que havia acontecido, que logo entendeu o que Harry estava sentindo.


No outro dia eles se levantaram – Harry ainda pálido e atordoado – e foram tomar café. Uma coruja parda, para surpresa de todos, pousou na frente de Harry e deixou uma carta cair:



Bom dia, Harry!

Estive pensando no que aconteceu ontem, e, eu e o Prof. Dumbledore, achamos uma boa idéia você voltar a praticar Oclumência.

Como eu sei que você detesta o Snape – e com razão (isso fica entre nós!) – eu me ofereci para treinar com você. Dumbledore achou uma ótima idéia.

Sei que parece estranho isto estar acontecendo, e, como auror, diria tranqüilamente que isto mais parece uma cilada ou algo parecido. Gostaria muito – você não imagina como! – de lhe contar o real motivo de minha felicidade, mas não posso. Por tanto, espero que confie nas minhas palavras e na minha boa-intenção.

Afinal, qualquer coisa é melhor do que ter aulas a mais com Snape, não é?

Abraços,

Profª. Gween


Harry ficou surpreso, mas não pôde deixar de se sentir feliz. Livrara-se de Snape e ainda teria aulas com sua professora preferida. Bom? Ótimo!

O dia passou tranqüilo, com uma aula gostosa de Trato das Criaturas Mágicas, onde aprenderam sobre as fadinhas-de-vestido.

Tudo estaria perfeito se não fosse por Snape estragar sua tarde.

Ele conseguira tirar cinqüenta pontos da Grifinória só porque Rony derrubara, sem querer, essência de murtisco na poção de Harry. E ainda, quase arranjara uma detenção para os dois. Isso sem falar que, pela quantidade exagerada de murtisco, Harry acabara de receber mais um Deplorável em poções.


Eles então, foram dormir tranqüilamente.

- Harry, HARRY! – chamou Rony.

- Ãhn, o quê? – perguntou Harry, atordoado por ter sido acordado tão bruscamente.

- Levante-se! – disse a voz de uma Hermione aflita. – Escutei barulho no corredor, está na hora de pegar a velha capa do seu pai!

Harry levara um susto. Só podia ser um sonho. Hermione convencendo-os a desrespeitar o regulamento?

- Me internem no St. Mungus... – disse Harry, se levantando para se vestir.

- Porquê? – perguntou Rony, por trás da cortina em que Harry se trocava.

- Hermione nos convidando para desrespeitar o regulamento?

- Eu ouvi isso, Harry! – disse a garota.

Harry riu. Essa realmente era a sua amiga. Um pouco mudada, claro, mas ainda Hermione.

A garota, esperta, fez um feitiço de Alongamento na capa, para que ela tapasse os três (pois Rony, agora, havia crescido tanto que seus pés apareciam debaixo da capa; sem contar que Hermione e Harry também haviam crescido, o que dificultaria ainda mais o deslocamento se Hermione não fosse tão inteligente).

Silenciosamente, eles desceram as escadas, e, quando saíram pelo buraco do retrato, tiveram sorte de não ter gritado.

Minerva McGonagall havia passado a milímetros de distância de onde eles se encontravam. Ela estava apressada e nervosa. Os três, apenas com um olhar, consentiram em segui-la.

Ela foi indo em direção a uma sala de aula, e quando eles entraram, viram uma cena macabra.

Madame Pince, a bibliotecária de Hogwarts, estava no chão, com os braços e pernas em ângulos estranhos. Seus dedos pareciam fora do lugar, e pela expressão em seu rosto, ela estava com muita dor.

Profª. McGonagall fez um sinal, e Snape apareceu das sombras, seguido de Madame Pomfrey. Eles pegaram uma Madame Pince contorcida, e, com um feitiço de Levitação, levaram-na até a Ala Hospitalar.

- Procurem Gween imediatamente! – disse McGonagall.

- Ela não fez nada, eu a vi no Salão Principal agora a pouco. Não poderia ter sido responsável por este ataque.

- Eu sei, Severo, mas quero saber porque Madame Pince estava lá àquela hora.

Envergonhado, Snape baixou o rosto e se pôs a pensar.

De repente, Madame Pomfrey disse:

- É, eu não sei dizer por qual feitiço ela foi atacada, mas ela definitivamente não está morta. Provavelmente fora atingida por Artes das Trevas, e eu acredito que uma poção Rejuvenescedora e outra Reestabelecedora cuidarão da saúde da nossa bibliotecária.

- Vamos, então, Severo, temos que falar com Gween.

Então, Harry Rony e Hermione acharam melhor voltar para seus dormitórios.

- Definitivamente não foi Gween. – disse Harry.

- É, ela não faria uma coisa dessas. – completou Rony.

- Não sei não. – disse Hermione, pensando. – Ela pode ser uma ótima professora, mas vejam o Quirrel! Quem poderia pensar que Voldemort estava por trás dele?

Depois de ter enfrentado Comensais da Morte cara a cara, Hermione perdera o medo de falar “Voldemort”, e não “Você-sabe-quem”. Rony, no entanto, ainda tinha um bocado de medo.

Os três ficaram a pensar. Em parte, Hermione tinha razão. Mas alguma coisa dizia a Harry que Gween não tinha nada a ver com aquele ataque.

Imersos em pensamentos e cheios de dúvidas, eles foram se deitar.

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