Capítulo V



Os dias passavam, enquanto Ginny voltava outra vez ao seu ritmo normal de trabalho. Já não tinha novamente tempo para nada, e desde a última carta que vira, nunca mais recebeu qualquer novidade sobre o escritor misterioso. Por mais que a sua curiosidade permanecesse intacta, ela sentia-se cada vez mais frustrada e desanimada por não conseguir descobrir nada de novo.
- Não podes continuar assim, Gi, vais acabar por enlouquecer.
- Eu sei Luna, mas eu não posso fazer nada, é mais forte que eu.
- A tua curiosidade ainda vai ser a tua desgraça – disse Luna divertida
- Obrigada pelo conselho, vou tentar não me esquecer – disse Ginny entre risos
- Ginny!
As amigas viraram-se e viram Parvati na entrada da porta.
- Precisas de alguma coisa?
- Eu não, mas o Richard sim.
Ginny saiu do escritório e percorreu o corredor, desviando-se habilmente, das pessoas apressadas que andavam de um lado para o outro. A última porta do corredor dava acesso a um enorme gabinete.
Bateu levemente na porta e esperou, em silêncio, por uma resposta. Passado um minuto, uma voz grave de dentro do gabinete fez-se ouvir – Entre.
Aquele gabinete era verdadeiramente imponente. Era de um belo tom de beije, soalho de madeira polida, mobília ricamente trabalhada e uma janela com vista para um parque. Lembrava-se perfeitamente da primeira vez que ali entrara. Desejava ardentemente poder ter aquele gabinete para si, bem como o poder que ele representava.
Um homem de cabelos um pouco grisalhos, olhos azuis e barba curta estava sentado à secretária. Por incrível que pudesse parecer, nenhuma mulher que trabalhava no jornal se sentia intimidada por ele, ao contrário de todos os homens. Além de ser um dos melhores jornalistas da Europa, Richard Peterson era também conhecido pelo respeito e amizade que nutria pelas mulheres.
Todas eram severamente protegidas contra assédios e outras injustiças sexistas, tinham as mesmas oportunidades e um salário condizente com o cargo que ocupavam, e não com seu sexo. Era uma “pessoa que tinha a noção do que era certo”, como todos diziam. Justo mas severo, se necessário, depressa conquistou todo o departamento, e não demorou muito para chegar a director do jornal. Ginny foi um dos seus primeiros orgulhos. Bonita, inteligente e extremamente curiosa, tinham-na levado a grandes progressos na carreira.
Ao contrário de todos, Richard nunca fora grande apoiante do casamento da sua “Gininha” com Draco, mas ao ver como ela estava feliz, deu-lhe todo o apoio que conseguiu, apesar de ter estado sempre de pé atrás. Quando soube da separação dos dois, fez o conhecido discurso do “eu bem te avisei”.
Mesmo assim, a rapariga tinha lhe dado razão.
- Senta-te – disse ele, indicando-lhe uma cadeira.
Ginny sentou-se com uma leve sensação de saber o que ele ia dizer – Primeiro quero saber se estás bem.
- Estou óptima não te preocupes.
- Em segundo quero saber se estás disposta a fazer um trabalho de investigação – disse ele calmamente, esperando a reacção dela.
- In…investigação? – perguntou atordoada
Estava à espera de satisfações sobre o tal escritor, mas agora... uma investigação?
- Sim, aliás tenho a certeza que o assunto é do teu interesse – continuou ele – foste tu quem começaste a notícia, vais ser tu a terminá-la. Quero que arranjes a morada do tal romântico, e que lhe faças uma entrevista.
- Mas eu nem sei onde ele mora – tentou argumentar.
- Pede ajuda à Parvati e à Luna, tenho a certeza de que elas te ajudarão.
- Não posso abandonar o jornal agora.
- Por quê? Estás divorciada, podemos fazer reportagens sem fotografias, e tu mesma dissestes que precisavas de um tempo afastada de tudo.
- E já estive! Fui a Miami, lembras-te?
- Fostes em férias, eu agora estou a mandar-te em trabalho – respondeu ele rapidamente
- Mas por que razão é que queres uma entrevista dele?
- Porque estou farto de receber telefonemas e cartas de leitoras que querem detalhes sobre o tal escritor.
Se perguntassem qual era a coisa mais irritante em Richard Peterson, ela afirmaria sem qualquer dúvida que era a capacidade que tinha de encostar as pessoas à parede e tirar-lhes todos os argumentos possíveis para uma libertação.
- Quanto tempo tenho? – perguntou ela derrotada.
- O tempo necessário para me dares uma boa história – determinou ele sorridente –Agora é melhor começares a tua busca sobre o paradeiro deste desconhecido.
Ela já estava a sair do escritório quando sentiu uma mão no ombro e uma voz a sussurrar-lhe ao ouvido – Boa sorte.
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- Assim nem daqui a dois anos encontraremos seja quem for!
Já tinham se passado dois dias desde a conversa entre Ginny e Richard, e ela, Luna e Parvati procuravam informações sobre Harry em tudo o que conseguiam. Não tinham feito grandes progressos, visto que as pistas eram quase nenhuma. Tinham telefonado a várias Câmaras Municipais de cidades à beira-mar, mas ainda não encontraram nada.
- Já me estou a irritar!
- Parvati, se quiseres eu e a Luna continuamos sozinhas…
- Nem penses, Gi, ele não vai ficar só para vocês.
Ginny riu-se com a observação da amiga e continuou a passar os olhos pelas listas telefónicas.
- Bom dia, daqui fala Luna Lovegood do jornal Times, e gostava de saber se nos registos existe algum Harry. Não, não sei o apelido. Não tenho descrição. Não sei o que ele… olhe acha que se eu soubesse a morada lhe estava a telefonar? Estou?
Luna atirou o telefone para cima da mesa, sobressaltando as outras, que até então riam divertidas da cólera da amiga – Acham normal eu pedir informações sobre uma pessoa, e eles perguntarem-me se eu sei a morada? Sinceramente, não ligo para mais ninguém.
- Luna vá lá, é por uma boa causa.
- Estou já a avisar-vos, este é o último. Se não for azar – determinou ela enquanto pegava no telefone – Bom dia, daqui fala Luna Lovegood do jornal Times, e gostaria de saber se nos registos existe algum Harry. Não há problema eu espero. Não sei o apelido – disse revirando os olhos entediada – O quê? Sim, não há problema. Sim, claro. Eu compreendo – afirmou ela de repente, fazendo gestos com as mãos para pedir um papel – Diga. Sim, muito obrigado. Adeus e bom dia.
- Então? – perguntaram as duas em uníssono.
- Ginny, prepara-te para ir para New Jersey.
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N/A: Peço desculpa pela demora, mas tive problemas com a internet, e só consegui postar hoje. Beijos e não se esqueçam de comentar

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