O dono de casa



Pouco mais de um ano de passou... O acontecimento mais celebrado do mundo mágico aconteceu: “O nosso querido Menino-Que-Sobreviveu casa-se no próximo mês com Parvati Patil, a bela astróloga de cabelos negros” - dizia a manchete da revista O Semanário Mágico. Draco ficou com um inevitável ciúmes, porque o casamento de Potter teve mais repercussão que o seu... - “Bela astróloga de cabelos escuros”?! – Draco disse erguendo os olhos displicentemente da revista – Não seria melhor “Vidente charlatã, bunduda e com cara de indiana”? - Que maldade! – ela disse com cara de quem concordava com a “maldade” – Controle sua língua no casamento, Draco! Eu não quero vexame... Voltando seus olhos para “O Semanário Bruxo” novamente, o louro disse distraidamente. - Não vai ter nenhum vexame da minha parte, com certeza.... Gina desconfiou do ar de sinceridade com que Draco falou, era tão sincero que parecia suspeito. Ele estava disposto a não fazer nada de ruim no casamento de Harry? Isso estava além da compreensão de Gina. Ela ainda esperou que ele dissesse alguma coisa para explicar mas, nos minutos que se seguiram ele se manteve calado, lendo a revista de fofocas. - Pelo amor de Merlin, Draco! – ela disse quando não conseguiu mais se agüentar – O que você quer dizer? Ele fitou-a com curiosidade, sorriu e disse calmamente: - Eu não posso arrumar confusão no casamento do Potter simplesmente porque eu não vou estar lá. E ele não foi mesmo. Não tiveram argumentos, brigas, ameaças ou choros que fizessem Draco mudar de idéia. Mas ele não proibiu que a esposa fosse e, para ela, isso já foi suficiente.




No final daquele ano Gina terminou seus estudos de Medi-Bruxaria, e formou-se enfermeira. Sua intenção era trabalhar no St. Mungus e Draco não gostou nada dessa historia. Gina não podia dizer que estava surpresa... - Draco, eu me formei pra ter um emprego, e não pra colocar um diploma na parede! - Qual o problema de diplomas na parede? – Draco disse apontando o seu, que estava pendurado em uma moldura elegante na parede da biblioteca – Você não vai aceitar esse emprego ridículo de enfermeira e está acabado! - Você não manda em mim! – ela deu um sorriso vitorioso - Eu vou trabalhar, já aceitei o emprego e, pra sua informação, começo na semana que vem! - Você NÃO VAI! – ele começara a abandonar sua postura contida e Gina sabia que o próximo passo era o histerismo completo. Ela deu de ombros e, antes de sair pisando duro pelo corredor, provocou: - Me amarre no pé da mesa então, Sr. Malfoy! Vontade a ele de fazer isso não faltou, mas ele não teve coragem. “E de qualquer forma ela desaparataria...”, ele pensou antes de desconsiderar totalmente a hipótese. E Gina acabou indo trabalhar sob a reprovação e o olhar duro do marido... Ela trabalha todas as manhãs, desde as 7 até o meio dia, com os injuriados que não tinham mais cura (esses casos sempre a tinham impressionado muito). E, quando voltava, tinha que ouvir Draco reclamar que era ridículo que ela trabalhasse e ele ficasse em casa, que estava pegando mal (ele dizia isso porque Rony e os gêmeos não cansavam de fazer piadinhas sobre o Draco ser a “dona-de-casa”). - Arrume um emprego! – ela estava irredutível. Passara a infância inteira prometendo a si mesma que não seria uma mulher do lar como sua mãe, que formaria uma família mas nunca abdicaria de trabalhar. E nem mesmo seu marido conseguiria faze-la desistir disso. Dada a teimosia da ruiva, Draco não teve outra opção: ou aceitava o emprego na Universidade e recuperava seu orgulho masculino, ou era motivo de chacota na família Weasley por todo o sempre. Um mês depois de Gina começar a trabalhar no St Mungus Draco assumiu o cargo de professor de Estudo das Maldições Imperdoáveis. E, afinal, ele acabou gostando de ensinar detalhadamente à “aqueles futuros aurores medrosos”, como funcionavam as maldições que tornaram sua família tão famosa.




 

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