Rose (rosa)



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Capítulo IX
Rose (rosa)
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Desceu as escadas do pequeno sobrado a fim de pegar um copo de água na cozinha.
Ele e Lily haviam se tornado inconvenientes por demais, assim como outros integrantes da Ordem. E, para a segurança do seu pequeno filho, seguiu os conselhos de Sirius e resolveu se esconder.
O plano do amigo e compadre era perfeito, tinha que admitir. Embora o colocasse em perigo. “Eles vão vir atrás de mim de qualquer forma.” Disse Black, na noite anterior, quando arquitetavam tudo junto a Pedro “Eu seguro as pontas, Prongs, não se preocupe.”
Não duvidava disso. Sirius sempre segurou as pontas. De tudo. De todos.
Mas agora, depois da notícia desagradável da manhã, sua cabeça fervilhando de perguntas e pensamentos indevidos para a época em que viviam.
Narcisa era mãe, e não era mãe de um filho dele... Essa era a realidade.
Respirou fundo. Deixou que a água gelada descesse pela garganta. Só então percebeu a coruja na janela.
Engraçado a forma como o feitiço do Segredo funcionava. Nenhum mágico era capaz de lhe encontrar, mesmo assim, se endereçasse uma carta a ele, a coruja a entregava corretamente.
Procurou o remetente, mas não encontrou. Mesmo assim, a caligrafia fina e rebuscada não deixou-lhe dúvidas.

“Para James Potter,
(e somente ele).
Onde quer que esteja”
Abriu o envelope rapidamente, e se pôs a ler as linhas que se seguiam com avidez.

“Ola meu querido,
Não devia estar a fazer isso, mas era mais forte que eu. Não podia, não queria me omitir. Não hoje... Não um dia após ter meus filhos em meus braços pela primeira vez e saber o quanto a vida de quem amamos é realmente importante.
Caso tenha acesso a jornais no seu atual esconderijo, imagino que já deva saber que sou mãe.
Quando vi os olhos de Draco pela primeira vez, James, eu me lembrei de você. Não por que se pareçam... Ele é filho de Lucius, com certeza. Mas por que ele me ressuscitou a única coisa que você conseguia fazer pulsar... Meu coração.
Nos seus braços a minha vida sempre fora cor-de-rosa. Um apanhado de momentos alegres, felizes, sinceros...
Talvez por isso, naquele dia, naquele nosso ultimo dia, vê-lo protegendo aquela mulher me doeu mais do que poderia imaginar. Mas me fez perceber que um mundo cor-de-rosa não era para mim...
Nunca te disse o quanto te amei, James e o quanto ainda te amo. Por isso te escrevo hoje.
Ouvi Lucius comemorando algo além do nascimento de nosso filho. Eu o ouvi comemorando o seu fim. Eles sabem como encontrá-lo embora não saiba dizer como o sabem.
Tome cuidado, por favor.
Com amor,
Da sua Blanche”

E, a baixo da assinatura, ele ainda pode ler uma pequena estrofe da musica francesa que ela as vezes cantara para ele.
“Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose.

Quando ele me toma em seus braços
ele me fala baixinho
Vejo a vida cor-de-rosa”

Sorriu internamente enquanto adimirava a carta. Leu e releu algumas vezes até guardar mentalmente cada palavra.
Ela o amava... Ela ainda o amava.
E o avisava para tomar cuidado. Balançou a cabeça negativamente enquanto incinerava o pequeno bilhete. Não por Lily, mas por Narcisa. Eram tempos difíceis e certas coisas deviam ser destruídas.
Mas a preocupação de SUA Blanche era desnecessária. Não havia como o encontrarem, não agora.
Foi quando um estrondo vindo da porta da frente o fez dar um salto.
Haviam sido descobertos.
E sem pensar em mais nada largou as ultimas fagulhas da carta dela e correu para proteger sua familia.
E, depois disso, a vida nunca mais voltaria a ser cor-de-rosa.

FIM

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