O Pedido de Serena



CAPÍTULO 10 – O PEDIDO DE SERENA





Serena estava coberta com sua capa da invisibilidade... ela viu que Lupin e Sirius conversavam, mas não aproximou-se... afinal era falta de educação ouvir a conversa dos outros... e ela confiava em Lupin, sabia que ele não contaria nada além do necessário... assim que Lupin se aproximou do ponto em que ela estava ela lhe sussurrou umas palavras indicando o lugar que era para eles se encontrarem e imediatamente aparatou. Lupin procurou um lugar seguro e também fez o mesmo.

Os dois se encontraram numa casa antiga, aparentemente abandonada a anos, que ficava no centro de uma densa floresta. Serena tirou a capa e virou-se para o amigo.

- Aqui poderemos conversar um pouco mais antes de sairmos... temos que ter tudo preparado para agir...

- Você realmente pensa que ele está na... – Começou a dizer Lupin , mas foi interrompido por Serena.

- Sim... acho que ele está na antiga casa dos Riddle! – afirmou Serena.

- Eu estive em Little Hangleton o ano passado... conversei com o pessoal da cidadezinha, soube dos boatos, das histórias da morte da família Riddle e mais recentemente da morte do velho trouxa Franco Bryce o jardineiro da família, mas não entrei na casa, achei na época que seria o último lugar para alguém esconder-se... – falou Lupin.

- Pois eu acho que seria o lugar perfeito! - disse Serena- Um lugar que ninguém espera é sempre o mais provável... quem esperaria encontrar Voldemort na Casa dos Gritos em Hogsmead? No entanto, ano passado ele foi até lá... o que reforça minha teoria de que o lugar menos esperado é o mais provável!

- E o que nós faremos? – perguntou Lupin.

- Bom... é nisso que eu tenho de pensar... – respondeu Serena- Você se importa de ficar sozinho por algum tempo?

- De jeito nenhum... mas aonde você vai?

- Pensar... tenho um lugar perfeito pra fazer isso! Aproveite minha cabana de férias... – disse Serena saindo.



Ela caminhou por uma trilha no meio da floresta, não demoraria muito para o sol de pôr. Levava consigo apenas sua varinha. Depois de alguns minutos de caminhada ela chegou na base de uma imensa cachoeira. “meu paraíso tropical” pensou ela ao ver o sol se pôr de vez atrás da cachoeira... “mas você não está de férias Serena” – uma voz dentro da sua cabeça a trouxe de volta a realidade – “É eu não estou de férias, mas não a nada como um belo banho gelado pra fazer meus neurônios funcionarem.”

Serena tirou sua roupa e pulou na água... ali o rio formava uma espécie de piscina onde era perfeito para nadar... a água estava muito fria, mas depois de alguns instantes o organismo de Serena adaptou-se a temperatura dela. A noite caiu estava muito clara... o brilho das estrelas e de uma lua crescente iluminava tudo, depois de algumas horas, que a Serena pareceram minutos, ela já sabia o que fazer... saiu da água e voltou a sua cabana com facilidade, pois estava tudo tão claro que nem o feitiço Lumos ela precisou usar... ela encontrou Lupin sentado na frente da cabana a contemplar o céu...

- Que foi Remo? - perguntou ela ao se aproximar.

- Nada... estava apenas lembrando que daqui a três dias é lua cheia... de novo... – disse ele um tanto entristecido.

- Venha... entre... vou preparar algo para comermos... acho também que encontrei uma solução!- disse Serena puxando Lupin pra dentro da cabana.





Depois de comer, Serena expôs suas idéias.

- Acredito que a única maneira de sabermos se há alguém lá é irmos até lá!- disse ela.

- Sim... – concordou Lupin- mas não dá pra simplesmente chegar lá.

- Bem... era nisso que eu estava pensando... infelizmente, depois de prender o Sr. Black pela primeira vez eu me tornei muito conhecida e tenho certeza que se aparecesse por Little Hangleton algum bruxo poderia me reconhecer e eles fugiriam antes que pudéssemos fazer algo também os moradores devem lembrar-se de sua visita e acharão estranho você aparecer novamente fazendo as mesmas perguntas.

- Sim... mas você não acha que ele ou eles estão sozinhos? – perguntou Lupin.

- Há uma grande probabilidade que eles estejam sozinhos, mas também não podemos descartar a idéia de os Comensais estarem se encontrando por lá...

- E então?

- Novamente o truque mais simples parece ser o melhor... – disse Serena- Qual o melhor meio de se tornar outra pessoa?

- Er...- respondeu Lupin- se você não é um metamorfomago e precisa de algo melhor que um simples transfiguração eu diria que é tomando uma Poção Polissuco! Não me diga que é nisso que você está pensando? – Serena balançou a cabeça em sinal de afirmação...

- Realmente simples... e brilhante! Mas aonde arranjaríamos essa poção... ela demora pra ficar pronta... não é muito simples de se preparar... e em que nós nos transformaríamos?

- Eu já pensei em tudo! Fique tranqüilo! – respondeu Serena com um sorriso – Agora eu preciso de uma boa noite de sono e amanhã você saberá de tudo! Acho melhor você ir dormir logo... teremos de acordar cedo... – Serena disse isso e deitou-se numa rede, havia outra para Lupin, mas esse ainda levou algum tempo tentando descobrir o plano de Serena antes de resolver enfim deitar-se...

*



- Pra onde exatamente a gente está indo? – perguntou Lupin a Serena quando eles aparataram em Hogsmead.

- Querido Remo... você é muito inteligente pra estar me fazendo uma pergunta dessas. – respondeu Serena sorrindo, Lupin também começou a rir.

- É que simplesmente eu ainda não estou acreditando a quem você irá pedir ajuda... – disse Lupin.

- Você falou igual ao Sirius agora! - repreendeu Serena. – E você mesmo já utilizou os “serviços” dele.

- Você acha que ele terá Poção Polissuco pronta?

- Ele tem tudo que é poção que você possa imaginar... e antes que você me pergunte eu sei que ele estará em Hogwarts, eu falei com ele assim que voltei ao país. Sabe Remo você não era meu único informante...

- Imaginei... – ele disse sorrindo.

*



“ É estranho estar aqui novamente” – pensava Serena enquanto eles entravam no castelo. “Ainda mais estando tudo tão vazio e silencioso, acho que esse castelo nunca pareceu tão grande...”. Realmente o castelo de Hogwarts tornava-se muito diferente sem a presença de seus costumeiros mil alunos, e ser recebido por Argo Filch não era lá o que se chamaria de boas-vindas. O zelador olhou Serena analisando-a, depois olhou Lupin de esguelha, finalmente decidiu falar.

- Serena Bauer, não é? – ele disse e ela assentiu. – Achei que você já não andasse com esse tipo de gente- Ele lançou um olhar desdenhoso ao Lupin.

- Acho que certas coisas nunca mudam Sr. Filch – comentou Serena.- Eu gostaria de ver o Professor Snape!

- Ele está na sua sala nas masmorras... sigam-me – Disse Filch saindo acompanhado por sua fiel gata. Serena e Lupin foram atrás.

*



Serena bateu na porta da sala de Snape, demorou apenas alguns instantes para que ela fosse aberta. Serena podia jurar que viu um pouco de felicidade nos olhos de Snape quando ele a viu, mas essa “alegria” foi logo substituída pelo seu olhar de superioridade e desinteresse quando ele notou a presença de Lupin.

- Serena... – disse Snape- Do que você está precisando?

- Olá pra você também Severo – ela respondeu – E quem disse que eu preciso de algo?

- Isso é obvio, não foi preciso que ninguém me dissesse, você só me procura quando precisa de algo. – disse Snape com um sorriso desdenhoso.

- Nossa... – falou Serena- Eu merecia essa... bem... é verdade Severo, eu preciso de sua ajuda... você tem Poção Polissuco?

- É claro!

- O suficiente pra dois e para um dia inteiro?

- Sim... acompanhe-me – ele disse – Peça pro seu Lobisomem esperar aqui... e não mexer em nada!!!

Lupin riu e impediu que Serena respondesse ao Snape. Ela então seguiu o mestre das poções. Snape tocou com sua varinha em uma seqüência de livros na estante. Alguns segundos depois abriu-se um passagem na parede ao lado, ele entrou por ela, Serena o fez logo em seguida.

O laboratório de Snape era muito organizado. Haviam vários caldeirões borbulhando, vários vidros com ingredientes todos etiquetados e organizados alfabeticamente, o mesmo ocorria com as poções prontas. Snape pegou dois frascos grandes com Poção Polissuco e entregou a Serena.

- Só falta o fio de cabelo de quem você querem se transformar. – Disse Snape.

- Me consegue também um vidro de Veritasserum?

Ele lhe passou um pequeno vidrinho...

- Severo, me desculpe. – falou Serena. Snape a olhou com uma certa interrogação, como se não tivesse entendido direito. – O que você disse estava certo – Serena continuou- Eu só o procuro quando preciso de algo e isso não é certo! Você era, e espero que ainda seja, meu amigo.

- Amigo? – perguntou Snape com aspereza- Todos que eu considerava meus amigos acabaram de certa forma me traindo ou me enganando.

- Eu lamento Severo, se de alguma forma eu fiz alguma dessas duas coisas. – Disse Serena.

- Eu acho que você deve ir – ele disse – Você não está em missão?

- Ah... sim... – ela disse- Obrigada pela Poção!

Snape não disse nada apenas assistiu ela sair.


*



- E agora o que a gente faz? – perguntou Lupin assim que eles saíram.

- Voltamos a Hogsmead e desaparatamos em Londres. Tenho que pegar umas coisas.

*



- Anda beba. – disse Serena a Lupin oferecendo uma garrafinha com um pouco de Poção Polissuco.

- Em quem eu vou me transformar? – ele perguntou meio receoso.

- Você não se importaria em ser mulher por um dia, se importaria? – brincou Serena.

- O que????? – perguntou Lupin.

- É brincadeira... pode beber! Anda bebe. – disse ela tomando um gole de sua própria garrafa.

Lupin bebeu, em alguns instantes ele havia se tornado um homem alguns centímetros mais baixo e alguns quilos mais gordo, com um principio de careca e uma barba espessa e grisalha. Serena também havia mudado muito, estava bem magra, mais velha, com cabelos claros e olhos escuros.

- Ande! Vista isso! – ela estendeu uma roupa a Lupin.

- Aqui? – perguntou ele.

- Oh! Só estamos nós dois, e acredite eu não estou interessada em ver você nu... pelo menos não nesse corpo – falou Serena entre gargalhadas.

Lupin virou-se e vestiu-se. Ela havia lhe dado uma camiseta comum, uma calça jeans desbotada e um boné. Também havia lhe passado uma máquina fotográfica e pedido para ele pendurar no pescoço. Quando ele terminou de se arrumar se virou e viu que Serena também havia trocado sua roupa. Ela trajava uma calça social preta, com uma blusa de linho azul, tinha prendido os cabelos num coque e estava usando óculos, segurava um bloco e uma caneta comum de trouxas.

- Pronto? – ela perguntou.

- Sim... mas aonde você arranjou tudo isso?

- Nem me pergunte... - ela respondeu.

*



- Bem querido Remo, ou melhor, Rinald Lynn, você já deve ter notado que estamos disfarçados de jornalistas trouxas... eu sou a repórter Samantha Bubitt e você é meu fotógrafo... – explicava Serena a Lupin enquanto eles percorriam as ruazinhas de Little Hangleton em direção ao bar local: O Enforcado.



“Little Hangleton era atualmente uma cidade em declínio, já não se via crianças entre seus habitantes, a maioria dos jovens foram morar em outra cidade, na busca de melhores condições de estudos e trabalhos. Mas moradores mais antigos recusavam-se a deixar a cidadezinha desaparecer, contudo sem jovens, sem turismo e sem imigrantes esse futuro estava prestes a acontecer. Houve um evento a três anos atrás que encheu de esperanças os habitantes de Little Hangleton: a morte de Franco Bryce.

Por alguns meses a cidade estava repleta de jornalistas e curiosos de novo. Coisa que não acontecia desde a tragédia da família Riddle. Mas se os moradores se dessem conta foi devido a essa tragédia que as coisas começaram a mudar em sua antiga e bela cidade... Little Hangleton era uma importante cidade Inglesa, dona de uma agricultura invejável, dizia-se que naqueles poucos hectares de terra, tudo podia se plantar. E foi durante anos de grande fartura que um agricultor resolveu construir uma bela mansão na cidade. Muitos condenaram a obra dizendo que ela ocuparia grande parte da área de plantio, mas o agricultor muito fascinado pela sua riqueza recente (muitos diziam que ele ficou rico porque encontrou algum metal precioso em suas terras outros diziam que realmente fora devido a suas vastas plantações) não deu ouvidos a ninguém. A construção levou ainda alguns anos para ser completada, muitos operários morreram misteriosamente ou acidentalmente durante a construção, fato que tornou difícil pro agricultor encontrar gente que quisesse trabalhar, mas enfim, depois de três longos anos a mansão havia ficado pronta.

Na primeira noite do agricultor em sua bela casa aconteceu o inesperado, durante os sono, simplesmente ele morreu. A família, esposa e filhos, muito assustados, resolveram acreditar nas crendices do povo de que a obra fora amaldiçoada e venderam a casa (muito barato por sinal) aos primeiros interessados: os Riddle
.
A partir daquele ano as colheitas começaram a diminuir... a terra começou a tornar-se mais árida e seca, pobre em nutrientes... e tudo se agravou quando a família Riddle foi assassinada... desde aquela época nada mais cresceu nos solos de Little Hangleton a não ser ervas daninhas e hera sobre as casas...”




Serena e Lupin entraram no bar... imediatamente uma senhora de cerca de cinqüenta anos veio lhes perguntar o que desejavam.

- Olá! – respondeu Serena. – Eu sou Samantha Bubitt, sou jornalista vim fazer uma matéria sobre os fatos estranhos que ocorreram aqui, este é meu fotógrafo – ela disse apontando Lupin – Rinald Lynn.

- Já estamos cansados de jornalistas – respondeu a senhora- Portanto se vieram só fazer perguntas podem ir embora!

- Na verdade eu também queria um café... – falou Serena. – mas eu só tenho uma nota de cem dólares... sabe se a senhora deixasse a gente fazer umas perguntas poderia ficar com o troco.

Funcionou melhor que qualquer magia que Serena pudesse usar, instantaneamente a mulher abriu um sorriso, serviu o café e começou a contar tudo que sabia sobre a mansão e sobre os Riddle, o que não era diferente do que Serena e Lupin já sabiam.

- Muito interessante – falou Serena após a narrativa da mulher – a Senhora se importaria se eu desse uma volta por aqui e falasse com alguns de seus clientes?

- Não, de maneira nenhuma. Aliás o senhor Carl que está sentado naquela mesa, conheceu os Riddle... – disse a mulher.

- Obrigada!



Serena e Lupin aproximaram-se da mesa onde um senhor bebia uma xícara de café acompanhada de uma fatia de bolo.

- Com licença – falou Serena- Meu nome é Samantha Bubitt sou uma jornalista e estou fazendo uma matéria sobre as tragédias ocorridas na cidade, Dona Matilde (a senhora com quem eles haviam falado) disse que você chegou a conhecer os Riddle... o senhor pode me contar alguma coisa sobre aquela família e sobre o que aconteceu.

- Não! – respondeu Carl, pegando um jornal que deveria já ter no mínimo uma semana.

- Tem certeza que o senhor não lembra-se de nada? – perguntou Lupin.

- Tenho... mas de repente uma dose de Vodka me ajude com a memória... sabe como é os anos passam e nossa cabeça já não funciona tão bem quanto antes...

Serena foi buscar um copo e uma garrafa de Vodka, voltou e entregou ao velho senhor, pegando uma cadeira e sentando-se na sua frente, Lupin fez o mesmo. O velho deixou o café e o resto do bolo de lado, serviu-se da bebida e virou tudo em um só gole. E começou com sua história... contou tudo que se lembrava: a aparência, os hábitos da família e tudo que acontecera no dia que a empregada entrou na mansão e encontrou três corpos a mesa de jantar, o fato impressionante de três pessoas aparentemente saudáveis terem morrido da noite pro dia...

- Lugar amaldiçoado, é isso que é! – disse Carl ao terminar – Desde que aquele agricultor decidiu construir essa casa tudo começou a ruir com nossa cidade! Minha mãe sempre dizia que coisas horríveis aconteceriam a quem passasse aqueles portões... quando era pequeno achava bobagem da parte dela, hoje dou a mais completa razão. Lugar amaldiçoado, é isso que é!

Serena e Lupin entreolharam-se. Era uma história interessante. Foi Serena que rompeu o silêncio logo após o senhor tomar outro copo de Vodka.

- E hoje em dia... o que foi feito da casa após a morte do jardineiro? Nunca ninguém tentou comprá-la? Nunca ninguém entrou lá?

O velho deu uma boa risada antes de responder.

- Sim... inúmeras vezes... mas como eu disse o lugar é amaldiçoado! Muitas pessoas que passaram pelos portões após a morte do Franco tiveram diversos contratempos...o melhorzinho foi uma corte numa perna causado por uma espécie de armadilha pra urso... o pior foi de um homem que conseguiu abrir a porta dos fundos... ele disse que viu um clarão como se algo houvesse explodido... foi a última coisa que viu na vida... agora ele está cego.

- Então ela tem estado abandonada durante esses últimos anos? – perguntou Lupin.

- Sim e não... – respondeu o velho após mais um copo – Muitas pessoas dizem tem ouvido vozes na casa, uma gargalhada aguda e fria às vezes, um silvo de cobra... com freqüência há luzes acesas e fumaça saindo da chaminé... somente de uma coisa eu tenho certeza, não é nenhuma pessoa comum que habita aquela casa... querem minha opinião?

Serena e Lupin balançaram a cabeça em sinal de afirmação.

- Pra mim são almas doutro mundo... o que vocês acham? – perguntou o velho Carl preparando mais um copo de bebida.

- Que eu estava certa! - respondeu Serena- Vamos Rinald, vamos! – ela disse levantando-se- já está escurecendo, veremos se há alguma coisa estranha, alguma luz acesa, alguma alma de outro mundo...



- Você realmente acredita no que aquele senhor falou? Eu acho que ele estava bêbado... – Disse Lupin assim que eles chegaram na rua.

- Os bêbados costumam ser mais sinceros que os sóbrios... – respondeu Serena, mas parecia que sua resposta não havia convencido Lupin então ela continuou – Eu não vi mentira nos olhos dele... Você sabe muito bem que eu posso ver quando uma pessoa mente... além do mais... coloquei algumas gotas da Poção Veritasserum na bebida dele...

Lupin riu. Depois de alguns instantes eles estavam chegando a velha casa dos Riddle. Era uma construção imponente apesar de antiga e aparentemente abandonada. A maioria das janelas estavam pregadas, tinha telhas faltando e hera crescendo pela fachada, mas a casa senhorial, com vista para o povoado, ainda mantinha traços de sua beleza arquitetônica.

- Você viu? – perguntou Serena a Lupin. – Há uma luz acesa...

- Eu não vi nada. – respondeu o bruxo.- Mas eu não possuo seus olhos...

- Faltam ainda 10 min para o efeito da Poção Polissuco passar, vamos dar mais uma analisada no terreno... depois entraremos... e Remo... esqueceu que eu estou com olhos de uma trouxa qualquer...

Ele riu. Enquanto eles percorriam o terreno, ele tirava fotos e ela fingia fazer anotações... perceberam algumas armadilhas... e desarmaram-nas discretamente com alguns feitiços... Quando os dois voltaram ao normal, já estavam cobertos pela capa da invisibilidade de Serena. Eles haviam descoberto um pequeno portão aos fundos e decidiram entrar por ali... com muito cuidado eles o fizeram e chegaram até uma porta semi-escondida por heras nos fundos da mansão.

Serena e Lupin abriram a porta dos fundos, ainda cobertos pela capa com suas varinhas em punho. Nada aconteceu. Eles entraram numa espécie de cozinha, onde ficaram alguns segundos tentando adaptar a visão aquela pouca luminosidade. Silenciosamente eles seguiram por um corredor que levava a uma grande sala.

Agora a visão já estava completamente adaptada. Serena podia ver pelas marcas de pés pelo chão que alguém estivera ali a pouco tempo, era uma única pessoa, um homem, e estava com uma das pernas machucadas, pois estava mancando... fato que Serena observou devido a impressão de um dos pés ser mais forte que a do outro. Ainda crepitavam alguns restos de cinzas na lareira... restos que denunciavam que a lareira fora apagada duas horas antes aproximadamente no horário que eles haviam chegado na cidade... na frente da lareira havia uma bela poltrona que parecia a muito tempo intocada...

Num canto do grande salão havia um castiçal ainda aceso sobre uma escrivaninha de madeira que parecia Ter sido posta ali a pouco tempo. Sobre a mesa haviam diversos recortes de jornal, mapas, pergaminhos e anotações. O que chamou a atenção de Serena, primeiramente, foi um envelope endereçado a ela.

- Isso pode ser uma armadilha. – sussurrou ela ao Lupin.- No entanto desde que entramos não ouvi nenhum barulho que não fosse feito por nós mesmo. Aparentemente um homem esteve aqui até aproximadamente duas horas atrás, mas saiu... não sei como, mas acredito que ele sabia que eu viria... eu sairei debaixo da capa, você continua usando-a ... mantenha sua varinha em punho e preste atenção a tudo.

Lupin apenas assentiu com a cabeça, conhecia a amiga demais para contrariá-la ou questioná-la em uma missão. Serena saiu cuidadosamente, lançou alguns feitiços para verificar se o envelope era seguro, por fim ela pegou-o e abriu...



“Querida Serena Bauer:



lamento desapontá-la mas não pude ficar pra esperar sua chegada... estive observando-a durante esses últimos dias... sabe foi muita idiotice sua começar a fazer investigações sem avisar seus amigos aurores... surpresa com tudo que sei? Pois isso foi apenas uma amostra... acredito que você esteja fora de forma... quanto tempo você não tem um caso? Deixe-me ver... quem sabe 15 anos? No entanto eu tenho de parabenizá-la por ter chegado até aqui... e também vou lhe dar uma ajuda... deixei minhas anotações aqui... quem sabe você não descubra o que estou procurando e para onde estou indo agora?



Boa sorte!!!



Gustave Black”







- Droga! Pode sair daí Remo... – disse Serena.

- O que houve? – ele perguntou tirando a capa e se aproximando dela...

- Isso! – ela disse entregando-lhe a carta. Lupin leu com atenção parecendo um tanto preocupado.

- Como você sabe que ele não está blefando? – perguntou por fim.

- Eu passei 8 longos meses caçando esse homem. Aprendi praticamente todos os seus hábitos. Eu sei que ele não está blefando quando disse que sabia que eu viria...

- E você realmente não avisou os aurores? Está agindo por conta própria? Você não trabalha mais como investigadora?

- Fiquei sabendo que ele havia sumido de Askaban sem querer... encontrei Moody na França e ele me disse que estava voltando a Inglaterra porque Gustave Black havia fugido. Imediatamente escrevi ao Sirius e voltei também. Moody e a maioria das pessoas daqui não sabem que faz 15 anos que eu não faço nenhuma investigação... eles assim como você achavam que eu continuava as fazes só que em outro endereço... Só quem sabia, é claro, é meu mentor e confidente: Dumbledore... Desculpe por você em perigo... mas pelo visto eu não fiz tão mal... sei que existem no mínimo 15 aurores nesse caso, mas ninguém chegou tão perto como eu...

- Não se preocupe com isso agora... é lógico que nós teremos de avisar os aurores o mais breve possível até porque parece que o Sr. Black sabe seus passos... – disse Lupin.- Por falar nisso você sabe como?

- Não sei... eu não sei... mas posso descobrir ainda o que ele pretende e pra onde foi... ele sempre foi muito esperto, sempre deixou-me alguma pista falsa, ele gosta desse jogo de caçada... quem sabe ele também não tenha estado fora de forma durante esses anos...

Serena e Lupin começaram a analisar os papéis sobre a escrivaninha, haviam muitos recorte do profeta diário, muita coisa sobre ela, mas a maioria sobre Harry e Sirius... também haviam muitos mapas, muitas listas telefônicas e finalmente um papel onde o novo endereço de Sirius estava escrito...

- Se ele me seguiu ele sabe... – pensou Serena em voz alta... enquanto fixava os olhos num bloco em branco de pergaminhos...

- Ande Serena, vamos!!!- pediu Lupin – Temos que avisar os aurores... Harry e Sirius estão correndo perigo... a gente sabe pra onde ele vai...

Mas Serena mantinha os olhos fixos naquelas folhas em branco...

- Desgraçado!!! – ela disse por fim.



*

Parecia que Harry e Sirius haviam esquecido de tudo que acontecera no dia anterior, os dois estavam atirados no sofá olhando pela janela enfeitiçada da casa, que mostrava um dia cinzento e chuvoso lá fora.
“Que tédio!!!” – pensava Harry... que daria tudo para estar perto de Juliah.
O dia dos dois transcorreu sem muitas surpresas, até que lá pelas 20 horas uma coruja muito estranha entrou voando pela janela... Harry nunca tinha visto um animal como aquele... ela largou um pergaminho próximo ao Sirius e esse o abriu imediatamente, lendo em voz alta.
- “ Sirius, encontrei-o, mas não será nada fácil pegá-lo... mandei chamar uns aurores, mas seria bom que você viesse... traga Harry, ainda não sei se é seguro deixá-lo sozinho... S.B.”
No final do pergaminho havia um endereço rabiscado... Sirius terminou de ler e olhou para o Harry... não precisou dizer nada... imediatamente cada um subiu e pegou tudo que achava necessário levar... em menos de cinco minutos eles estavam saindo com a moto voadora de Sirius.

















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