A Primeira Ameaça



CAPÍTULO 7 - A PRIMEIRA AMEAÇA





Harry levou Serena até a casa dos Settlers. Estava tudo silencioso, mas ainda haviam luzes acesas, afinal não era tão tarde (deveria ser por volta das 21 horas). Seria muito difícil para ele ver Juliah, ainda mais tendo passado apenas algumas horas desde a briga. Bom... se é que aquilo foi uma briga, porque Harry não fez nada além de ir embora. Ah, sim! (Harry lembrou) ele fizera sim! Ele acertara um soco bem na cara do Malfoy.

- Harry do que você tá rindo? – perguntou Serena.

- Nada! – disse Harry, enquanto eles chegavam a porta do Settlers.

Eles bateram na porta e alguns segundos depois a Sra. Settlers a abriu. Ela olhou com receio para a figura negra de Serena, depois olhou para o Harry e abriu um sorriso.

- Harry Potter! Novamente aqui? – comentou ela- Acredito que seja melhor você dar uma olhada em Juliah, ela não está muito bem, desde sua última visita e o jovem Sr. Malfoy saiu sem se despedir...- disse Lola num tom desligado.

“ Será que ela não sabe, ou tá se fazendo de louca...”- pensava Harry.

- Anda entrem! Você e seu... acompanhante! – Disse Lola

e Harry e Serena entraram, Serena novamente tirou o capuz e disse:

- Será que nós podemos ver sua filha?

- Claro! – disse a mãe de Juliah, sem nem questionar nada – Segunda porta à direita no corredor. Ela está no seu quarto.

Serena fez sinal para que Harry fosse na frente e esse muito contrariado obedeceu, depois que viu o olhar assustador que ela lhe lançava... Harry bateu na porta do quarto e uma menina com olhos vermelhos e inchados de chorar veio abrir.

- Harry!!! – Juliah berrou se dependurando no pescoço do garoto.- Você tem que me ouvir, não era o que você estava pensand... – Nesse momento ela notou a mulher que acompanhava o garoto. – Quem é ela? – Perguntou Juliah largando o Harry que continuava imóvel.

A primeira coisa que Juliah sentiu ao ver aquela mulher foi ciúmes, afinal ela era muito bonita e apesar de ser bem mais velha que ela, Juliah sabia que aquela mulher despertaria olhares de qualquer um principalmente do Harry...

- Oi Juliah! Se você realmente está com o diário de sua mãe e se você conseguiu abri-lo e lê-lo você deve me conhecer... eu sou Serena Bauer.

O segundo sentimento de Juliah foi de desconfiança. Como ela poderia ter certeza que aquela mulher realmente conhecera sua mãe? É claro que ela havia lido sobre Serena Bauer no diário de sua mãe, mas isso não significava que aquela mulher ali na sua frente acompanhada pelo SEU namorado era ela.

- Sim, claro! – respondeu Juliah- E você e minha mãe eram as melhores amigas de Vivian Lellis! – inventou a garota.

- Bela tentativa Juliah! Mas nós éramos amigas de Lilian Evans! Você tem razão de suspeitar de mim... creio que você tenha visto alguma foto de sua mãe na casa dos Gowdak... – Juliah olhou para Harry – Sim, foi ele que me contou – continuou Serena- bom aqui eu tenho uma foto onde aparece Lilian, Angelita e eu... se isso não bastar para você acreditar em mim teremos de ir a fazenda de seu avô...

Juliah pegou a foto nas mão e um terceiro sentimento surgiu: alívio! Aquela mulher na sua frente falava a verdade, pelo menos a foto não parecia montagem... e agora ela lembrava das fotos que seu avô mostrou, ela já tinha visto aquele rosto antes... e naquela foto ela via a mãe de Harry ( que o garoto já havia mostrado em seu álbum) e sua mãe... sem dúvida Juliah era parecida com ela, os mesmos olhos, o mesmo cabelo, as mesmas feições... Juliah devolveu a foto e abriu a porta de seu quarto.

- Podem entrar...

- Que bom que você acredita em mim, realmente não queria ir a fazenda Gowdak esse horário!- brincou Serena.

Ela e Harry entraram, havia um pequeno sofá no quarto onde os dois sentaram, Juliah estava sentada na cama.

- Infelizmente eu não tenho muito tempo pra conversar – iniciou Serena- embora eu tenha muita coisa a perguntar e a dizer pra você... mas nesse instante eu preciso saber tudo o que você se lembra dos encontros com Voldemort...

E Juliah lhe contou tudo que lembrava das duas vezes que se encontrou com ele.

- Provavelmente ele estava as duas vezes na casa dos gritos...- pensou Serena em voz alta- Não se arriscaria a ir lá novamente... Você não lembra de mais nada?

- Bom, algumas vezes eu tive sonhos estranhos, mas não acontecia muitas coisas, eu ouviu a risada dele, às vezes via o rosto...

- O lugar... você não se lembra como era o lugar onde ele estava?

- Não muito bem... sei que tinha uma grande sala vazia... daquelas que faz eco quando a gente fala... e não havia mobília só uma mesinha e uma bela poltrona... Ah! E havia uma grande lareira... e uma cobra gigantesca por perto...parecia... uma velha mansão! – disse Juliah fazendo esforço para se lembrar de todos os detalhes.

- Obrigada Juliah! Agora eu tenho que ir, mas ainda volto um dia pra gente conversar... – Disse Serena se levantando e indo para a porta acompanhada de Harry que no momento tava achando o chão muito interessante.

- Mas o que está acontecendo?

- acho que Harry pode lhe explicar... – disse Serena, mas o garoto lhe lançou um olhar furioso- ... ou... eu mando alguém lhe avisar depois, ainda não é muito seguro você ficar sabendo de muita coisa.

Meio contrariada Juliah concordou.

- Ah! Mais uma coisa- disse Serena antes de sair- Você deve avisar sua mãe para ela não deixar qualquer um entrar, pois ela nem perguntou meu nome... Voldemort tem meios que ninguém pode prever...

- Pode deixar que eu aviso! – disse Juliah enquanto eles saiam... Harry nem olhou para ela...





Alguns minutos mais tarde, Harry e Serena Bauer se dirigiam a rua Fort Place a bordo de um táxi.

- Sabe Harry – disse Serena depois de algum tempo – eu não sei o que tá acontecendo entra você e a Juliah, mas... talvez... eu possa ajudar...

- É... er... – disse Harry.

- Na realidade era pra eu ser... sua madrinha! Sei claro que você tem o Sirius, mas digamos que apesar dele ser muito bonito e tudo mais... ele sempre se “achou demais” embora não tenha muita experiência com mulheres...

- O que?!!! Sempre achei que Sirius havia sido o maior conquistador!!!- exclamou Harry.

- E foi! – respondeu Serena- E esse, provavelmente, tenha sido seu erro! Ele sempre teve muitas namoradas, mas nunca deu muita atenção a elas...

- Ãh... Serena... Você e o Sirius...

- Não Harry, nunca! Ele sempre me detestou e eu realmente não sei porquê! nós vivíamos brigando e só convivi com ele por causa de seus pais... e porque ele também era da Grifinória...

- Você e minha mãe eram do mesmo ano?

- Sim, nos conhecemos no Expresso de Hogwarts e desde então não nos separamos mais... nós tínhamos a mesma idade e ficamos amigas logo de cara!

Serena abriu um sorriso e fitou o garoto a sua frente... “os olhos de Lilian” – pensou ela ao olhar Harry, “ como ele sofreu... queria tê-lo crido mais Dumbledore disse que seria melhor ele ficar com os tios..”. Harry por sua vez também olhava aquela mulher na sua frente pensando “ela é a pessoa que minha mãe escolheu para ser minha madrinha, para cuidar de mim caso precisasse... sei que ela não é, mas é quase como se fosse...” e decidiu-se.

- Serena... er... talvez... talvez você possa me ajudar...

- Só se eu souber o que aconteceu primeiro.

E Harry contou, um pouco tímido no inicio mas mais solto no final, tudo que acontecera entre ele e Juliah... Serena ouvia com atenção, não o interrompeu nenhuma vez.

Harry terminou a narrativa se sentindo bem mais leve, e no exato momento que o táxi chegava a sua casa. Antes de Serena dizer qualquer coisa, ela pagou o motorista e desembarcou, pegou Harry pela mão e o fez sentar na soleira da porta enquanto fazia o mesmo. “Era estranho se sentar ao lado daquele vulto negro”- pensava Harry.

- Harry... – ela começou- eu não conheço Juliah, mas conhecia Angelita... pelo que pude perceber ela não é parecida com a mãe apenas na aparência... Angelita era a pessoa mais... er... carinhosa e simpática que eu já conheci! Fazia amigos com uma facilidade incrível e era atenciosa e leal com todos eles. Acho que ela enlouqueceria se ficasse brigada com alguém, embora ela raramente discutisse ou se exaltasse... Bom o que eu quero dizer com tudo isso é: a Juliah era amiga desse tal de Draco antes de vocês se conhecerem... brigaram quando ela começou a se tornar sua amiga... quem sabe realmente ele só estivessem fazendo as pazes?

- É que você não conhece Draco Malfoy, acho que ele preferiria ser atacado por um trasgo a se desculpar com alguém... embora ele seja muita medroso... Mas você conhece os Malfoy e sabe que ninguém naquela família presta!!!

- É aí que você se engana... pra começar você deveria confiar mais em Juliah, afinal ela é sua namorada. Depois quem disse que não pode nascer uma flor entre as rochas? A própria Juliah, por exemplo, você sabe muito bem de quem ela é filha e por acaso ela é uma pessoa má?

- Não! – respondeu Harry depressa.

- Pois esse menino Malfoy, talvez, e isso é só uma hipótese, ele seja também uma boa pessoa... só que não pode demostrar devido a família que tem...

Harry a olhou com uma cara de quem duvida muito.

- Mas ele é da Sonserina...- ele disse tentando justificar sua desconfiança.

- Juliah também é e aliás Sonserina é só uma casa e não quer dizer que todas as pessoas que estudam nela sejam mesquinhas e cruéis. Bem... eu não quero defender esse Draco porque o que ele fez com Juliah foi muito errado, mas acho que você deve um pouco mais de confiança a sua namorada e acho bom você ouvir o que ela tem a dizer...

- Eu sei... mas é que...

- Você precisa de mais um tempo pra por a cabeça em ordem...

- É!

- Leve o tempo que precisar... mas não cometa nenhuma injustiça...

Serena abaixou a cabeça pensativa... “não cometa uma injustiça” ela acabara de dizer isso, mas que moral ela tinha para dizer algo a esse respeito já que ela deixara um inocente passar 12 anos em Askaban... Harry olhou a expressão dela, mas só consegui dizer:

- Obrigado!

Foi o bastante... ela sabia que tinha errado uma vez, mas não o faria de novo!

- Você pode sempre contar comigo! Agora acho melhor você entrar e eu tenho que ir embora, cheguei de viagem não faz muito tempo, estou cansada e amanhã vou ir cedo a Askaban continuar minha investigação... ainda tenho que procurar um hotel...

- Er... você não quer ficar aqui? Sabe tem um quarto sobrando...

- Sirius me mataria se eu ficasse! Obrigada Harry mas acho que vou indo!!!

- Olha... deixa que eu me entendo com o padrinho! Vamos entre, não me perdoaria por deixar a melhor amiga de minha mãe, ir procurar um hotel essa hora...- disse Harry.

- Tá bom! Eu fico! Mas deixa que eu mesmo me entendo com o Sirius, não quero por você em confusão.

Os dois entraram e encontraram Sirius novamente sentado com uma tira de pergaminho na mão, mas não parecia tão abalado como da outra vez. Harry até teve a impressão que ele sorria.

- Até é bom que você esteja aqui Serena! Embora eu não aprove você ter levado Harry sem minha autorização – Serena o olhou furiosa, Sirius abriu um imenso sorriso ao ver ela com aquela cara-de-menina-que-levou-bronca.- Veja o que acaba de chegar...- disse por fim.

E Serena abriu o pergaminho que Sirius lhe entregara e leu em voz alta.

“ quero tudo que é meu novamente e, quem sabe, umas coisinhas mais se eu tiver sorte”

Não estava assinado, mas não precisava, eles sabiam quem tinha escrito: o pai se Sirius!



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