my sacrifice



Composição: Creed


Meu Sacrifício



Anos se passaram, mas a amizade deles continuava ali, mesmo que dentro deles. A distância nunca foi problemas pra eles, sabiam que se precisasse, um estaria ali pra cuidar, proteger, e se fosse o caso consolar, ou apenas ouvir as mágoas do outro.
Não se viam há algum tempo, nada que os fizesse um desconhecido para o outro. Haviam se desencontrado diversas vezes naqueles meses. Enquanto Harry enfrentava comícios com vários inomináveis, Hermione estava de férias. Quando Hermione estava no ministério da magia, Harry tinha sido enviado para mais uma de suas missão.
Mas hoje era diferente, por acaso, se encontraram em um bar de Hogsmead.



-Como vai Mione? – Um homem alto, moreno e forte de olhos verdes vívidos a cumprimentava.

-Estou ótima! – Ela sorriu. – Não sabia que estava de folga.

-Pedi um descanso, acabo de vir de Roma. – Passaram alguns seguros se olhando calados.

-Estamos meio perdidos, não?

-É o que parece... – Harry disse sem jeito.

Olá meu amigo, nos encontramos novamente
Pouco tempo se passou, por onde devemos começar?


-Senti sua falta. – Ela disse bebendo um pouco, por alguma razão sua boca estava seca.

-Eu também senti a sua. –Ele deu um sorriso. – Como foi o seu dia?

-Bem tranqüilo, devo dizer. Sem muitas novidades. – Hermione suspirou. Podia lembrar-se de como se sentia bem nas aventuras que tinha em sua época escolar, mesmo ela negando veementemente. – O ministério é o lugar que se pode chamar de... Monótono.

-Por isso não escolhi nenhum cargo burocrático.

-Eu não estou reclamando. Eu gosto de lá! Mas algumas vezes sinto falta de... –Ela pensou um pouco. – Sinto a falta de ação e de...

-Nossas aventuras. – Harry completou.

-Sim... – Ela sorriu sem graça. – Pareço infantil?

-Oh! Não. De modo algum, eu também sinto. – Ele tocou a mão dela e a afagou.

Parece que foi eterno


Hermione ficou atônita, o choque dela foi tão evidente que Harry logo tirou sua mão da dela.
-Perdoe-me...

-Não... Não é isso. – Seu raciocínio voltou com força total. – Você se lembra?!

–Eu sempre estarei com você... – Ele lhe abraçava firmemente.

-Eu não vou conseguir, Harry... – Ela soluçava sem controle, seus olhos já inchados, só demonstravam tristeza e dor.

-Você vai conseguir porque você é forte e eu estarei aqui para o que precisar.

Eles estavam na casa dela, ela agora morava sozinha. Não por escolha própria, seus pais tinham sido mortos há algumas semanas. E Hermione algumas vezes tinha uma recaída da depressão que por muitos dias tinha tomado conta dela.

-Você não entende! – Ela gritou nervosa e saindo dos braços dele. – Eu não sou como você! Eu não sou forte! Eu não sou corajosa, nem tão pouco poderosa quanto você, eu só sou uma sabe-tudo que precisa dos pais pra ter uma vida que pelo menos pareça ter sentido... – Uma crise de choro a inundou novamente.

Harry que só a observava, foi até ela, segurou sua mão e disse muito terno:
-Estou aqui para ser forte por nós dois. – Ele afagou a mão dela e a puxou para mais um abraço. E baixinho em seu ouvido completou. – Eu vou agüentar tudo por você. Passaremos por isso juntos, porque eu preciso de você, Hermione. E não posso vê-la se arruinar assim. – Mione fechou os olhos tentando guardar aquele momento. Depois de algum tempo ela gentilmente se afastou dele para que pudesse olhá-lo.

-Obrigada. – Ela murmurou antes de carinhosamente unir seus lábios ao dele.


No meu coração, há a memória...
Do amor perfeito que você me deu


Harry cuidadosamente lhe tocou a face, como se lembrando de cada traço dela.

Sim, eu me lembro.

-Claro que sim. Não poderia me esquecer.

Quando os lábios de Hermione foram ao encontro do seu, Harry percebeu, vagamente, que também se aproximava da jovem.

Eles se tocaram pela primeira vez e agora exploravam o desconhecido, era, sobretudo, mágico. A realidade sumira e a paixão secreta por aquela linda amiga tomava conta de todos seus sentidos. Eles pareciam completar-se quando Harry estava a tocando. Eles perderam o controle e agora se deixaram levar pelas sensações de prazer, carinho e desejo que sentiam. Já estavam no sofá quando deram por si.

-Acho... – Sua voz saiu rouca e falhando. – Acho melhor eu ir dormir...

-Boa noite, Harry. E agradeço por ficar aqui hoje... – Ela disse de olhos fechados, estava muito vermelha e tentava se recompor.

*****

Harry não conseguia dormir, estava bem consciente que Hermione estava no quarto ao lado, sozinha. Revirou-se na cama por muito tempo, até sua força de vontade se esgotar. Levantou, pôs um roupão e foi até o quarto ao lado, o abriu.

Hermione estava sentada em sua cama, de costas pra porta.
-Harry o que faz aqui? – Ele seguiu o caminho até Hermione.

-Acho que estou ficando louco. – Ele disse e antes dela falar qualquer coisa, a beijou. Hermione logo correspondeu e envolveu seus braços no pescoço dele.

A respiração deles estava rasa e ofegante, as mãos de Harry trilhavam um caminho quente no corpo de Mione, os olhos dela ainda fechados pareciam imaginar o rosto do rapaz. Ela tremeu quando Harry beijou seu pescoço. Ele a deitou na cama e a fitou, como se pedindo permissão, ela deu um sorriso e o beijou novamente, em resposta.


Quando você está comigo,
Me sinto livre, despreocupado, eu creio
Que voaremos acima dos demais
E isso traz lágrimas aos meus olhos
Meu sacrifício.


Acordam abraçados. No começo foi bem constrangedor, mas eles logo superaram isso.

-Bom dia. – Ela desejou.

-Bom dia. Está melhor?

-Sim. – Ela sorriu fracamente. – Vamos tomar café?

-Ótimo, estou com muita fome. – Ele disse. – Que tal nos aventurarmos na cozinha? Panquecas?

-Você sabe fazer? – Ela perguntou com a sobrancelha erguida. – Porque pra cozinheira, sou uma ótima estudiosa.

-Não, mas podemos aprender, o que me diz? – Ela o olhou de lado, no mínimo seria divertido.

-OK.

*****

As primeiras tentativas foram um fracasso... Ora estavam com a massa sem sal ora estavam salgadas demais. Na hora de fritá-las, umas queimavam, outras ficavam cruas. Além da cozinha estar uma bagunça... Tinha farinha de trigo pra tudo que é lado, panelas espalhadas, a cara deles, então, nem se fala. Talvez tivesse mais farinha em seus rostos que nas próprias panquecas.

-Mas aqui diz uma xícara! – Hermione lia a receita.

-E daí? Vamos improvisar. – Ele disse marotamente. –Eu acho mais legal duas xícaras.

-Você vai dobrar a receita?

-Não, é só nisso mesmo. -Ele pôs leite.

-Vai dar errado, Harry!

-Hermione, olha quantos a gente já errou. – Ela olhou a volta, no mínimo sete tentativas (todas frustradas). – O que tem errar mais uma vez?

-Nada, mas eu tô com fome!

Ele a olhou, e só agora ela percebeu que ele estava com um “bigodinho” de leite. Do nada ela começou a rir.

-O que foi? – Ele perguntou confuso.

-Isso. – Ela disse apontando para o local sujo nele.

-O que tem?

-Você está... – Ela disse se aproximando. – com leite acima da boca... – Ela disse indo limpar, mas ele segurou sua mão.

-Isso é uma desculpa pra se aproximar de mim? – Perguntou com um sorriso maldoso.

-Não. Você está mesmo sujo.

-É? Onde?

-Aqui... – Ela apontou e ele novamente segurou sua mão e desta vez a puxou pra si.

-Hum... Então depois eu limpo... – Ele disse se aproximando do rosto dela.

Temos vivido nossos momentos altos e baixos
É, como a vida pode dar voltas tão rapidamente
Em um instante
Parece ser tão bom reunir
A sua alma e a sua mente
Vamos achar a paz lá e


-Tenho que ir, Harry. Preciso voltar pro meu trabalho.

-Boa tarde, Hermione. Tenha um bom dia. – Ele disse emergindo de seus pensamentos. – Até outro dia. – Ele lhe deu um beijo no rosto.

-Até.
*****

Aquele dia foi muito estranho, pelo menos pra ela. Hermione sentiu algo que pensava estar superado e ela não pôde negar que se sentiu feliz por perceber que Harry também demonstrar o mesmo. Será que ainda estava apaixonada por seu melhor amigo? Não era difícil de estar, pensando bem, ele era muito gentil e companheiro, era bonito e divertido... Hermione suspirou, realmente era fácil se ver apaixonada por Harry James Potter.

*****

Harry ainda estava no bar pensando em como havia acontecido aquilo todo. Como se pegou apaixonado por Hermione? Não era difícil ser cativado por ela, isto ele admitia. Ela era responsável, bonita, inteligente, gentil e uma boa amiga. Não era segredo que gostava de estar com ela, de conversar. Afinal de contas, antes de tudo, era sua melhor amiga e confiava sua vida a ela.

–Hermione, eu matei um homem! Um homem. – Harry estava desolado.

-Foi necessário. – Ela falou baixo. – E também, não podemos considerar Voldemort um homem...

-Mas eu matei!

-Harry, você agiu em legítima defesa! Ele teria te matado se você não o fizesse.

-Eu sou um monstro! – Ele não se deu ao trabalho de ouvir a amiga. Estava no chão escondendo o rosto com as mãos.

-Vamos Harry! Ele havia feito coisas sem escrúpulos com muitas pessoas. Ele... Ele mereceu o que aconteceu!

Ela se ajoelhou na sua frente.
–Você vai conseguir superar. Não se culpe. Você fez a coisa certa. – Ele a olhou, seus olhos vazios e um pouco vermelhos. Harry deu um assentimento pequeno e se jogou nos braços de Hermione. Sentia-se seguro lá. Hermione o abraçou com força, como para demonstrar que estava ali, o protegendo ou simplesmente, o apoiando.


Quando você está comigo,
Me sinto livre, despreocupado, eu creio
Que voaremos acima dos demais
E isso traz lágrimas aos meus olhos
Meu sacrifício


-Srta. Granger?

-Sim, Marcy? – Ela perguntou sem tirar os olhos de suas anotações.

-A Srta tem visita.

Hermione franziu a testa.
-Mande entrar.

-Olá...

-Harry? O que faz aqui?

-Queria dar um olá. Espero não estar atrapalhando...

-De jeito nenhum. Sente-se. Quer alguma coisa para beber?

-Não, muito obrigado. – Disse olhando a volta. – Acho que nunca tinha vindo aqui.

-Minha sala mudou há algum tempo. – A mulher explicou. – Algo a ver com reforma de ala dois.

Harry balançou a cabeça descrente.
-Duvido que mudem muitas coisas lá... –Hermione sorriu, também duvidava.

Conversaram por um bom tempo.

-Mas já? – Ela perguntou quando Harry disse que deveria ir.

-Tomei toda sua tarde... Acho que chega de te incomodar.

-Não seja tolo. – Disse caminhando para levá-lo a porta. – Você não me atrapalha.

Ele sorriu.
-Bem mesmo assim, tchau.

-Tchau. – Ela ia dar um beijo em seu rosto, ao mesmo tempo em que ele se virava para lhe dar um. A conseqüência foi o contado de seus lábios.

Nenhum deles se afastou, talvez por choque ou ainda por não estarem se incomodando com a relação. Sem pensar muito no que poderia acontecer depois, Harry se aconchegou a mulher, passando suas mãos em volta da cintura da mesma. Hermione só fechou os olhos e sentiu o mesmo efeito prazeroso perpassar por seu corpo outra vez, como sempre acontecia quando Harry a beijava.

Seus corpos, cada vez mais ligados por uma força invisível. Estavam na mesa dela, o que estava em cima da mesma havia sido, sem cerimônia, jogado no chão.

-Preciso de você... – Ela sussurrou em seu ouvido.

-Estou aqui, sempre estarei. –Disse a olhando.

Só queria dizer olá novamente
Só queria dizer olá novamente


-Quer mais suco? –Harry oferecia.

-Você não tem que trabalhar?

-Pra quê se preocupar?! Tenho todo tempo do mundo pra isso, e você?

-Eu? Bem, eu também. – Ela disse com um sorriso maroto. – E sobre o suco, aceito sim.

-Pensei que você me repreenderia. – Disse lhe passando um copo.

-Por que? Como você disso temos muito tempo.

-Porque você é assim.

Ela sorriu.
-Não com você. Sinto-me de cabeça pra baixo quando estou com você.

-E isso é mal?

-Oh! Não. É maravilhoso... – Ela o abraçou.

Quando você está comigo,
Me sinto livre, despreocupado, eu creio
Que voaremos acima dos demais
E isso traz lágrimas aos meus olhos


*Fim*

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**Espero que tenham gostado, eu fiz com muito carinho essa song.**

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