Marotagens à Parte





Após se levantar, mais cedo do que o comum, Tiago foi logo se arrumando: ajeitou-se nas vestes, perfumou-se, e arrepiou seu cabelo. Acordou seus amigos, esperou-os também se arrumarem, e juntos foram para o “Grande Salão” tomar o café da manhã. Chegando lá, Tiago já mirava um lugar ao lado de Lilly e, já estava indo em direção a ele, quando Sirius o puxou dizendo:

— Você está louco? Não vá estragar o plano assim, Lílian não pode desconfiar de absolutamente nada. E, de hoje em diante, você tem que ser um cavalheiro, lembre-se!

— Ok, ok, você ganhou! Mas não vá pensando que é por muito tempo, não agüentarei muito sem ter minha ruivinha me xingando o tempo todo. – falou Tiago num tom maroto.

Eles, então, dirigiram-se a um outro lugar vago na mesa de sua casa, mais afastado de onde a garota se encontrava, sentaram-se e tomaram seu café tranqüilamente. Depois foram em direção à torre de astronomia, onde teriam naquele primeiro horário, aula de Adivinhação. Chegando lá, acomodaram-se em uma das mesas circulares, onde havia uma bola de cristal no centro de cada uma delas. Segundos depois veio a professora Trelawney, instruindo-os com o que deveria ser feito: em pares eles teriam que ver o futuro um do outro, utilizando a bola de cristal e os conceitos vistos na aula anterior.

Tiago se juntou com Sirius, ele seria o primeiro a usar a bola para prever o futuro do amigo. Concentrando-se, e mirando o objeto, Tiago pode ver, meio que em vultos, Sirius sozinho em sua antiga casa, a nobre casa dos Black. Ao interpretar o que estava vendo, Tiago olhou para o amigo e meio confuso o indagou:

— Você pretende voltar pra casa?

— O quê? Pra casa é claro que eu vou voltar, mas não sei ainda pra qual. – disse Sirius rindo.

— Caro amigo, pelo que pude ver você estava de volta na casa da sua família, mas não se preocupe, pelo que eu vi sua mãezinha não ”tava” por lá!

— Mas é claro que eu me preocupo Pontas, eu não pretendo voltar pra lá nunca. Isso aí está mentindo, agora me deixe ver o que eu consigo do seu “futuro”. – falou Sirius indignado com a visão de Pontas.

Olhando atentamente o objeto, Sirius não conseguia distinguir muito bem o que estava vendo. Meio confuso, começou a explicar para o amigo:

— Bom, não consigo ver muita coisa, mas vamos lá. Vejo você em uma casa, não é a casa dos Potter. E, e... ”péra” aí: você está segurando um bebê, Tiago você será pai de uma coisinha muito bonitinha!

— Sério? Tem certeza de que ele é meu? Se é meu, quem é a mãe do bebê? – disse Tiago curioso e apressado.

— Bom, não consigo ver a mãe do garoto, mas pelo que posso enxergar ele se parece muito com você, mas tem os olhos verdes, bem verdes.

— Almofadinhas isso é ótimo! Você não percebe? Lilly tem os olhos verdes, o filho é dela! Nós vamos nos casar! Eu não acredito, eu vou ter um filho da minha ruivinha! – falou Tiago muito feliz.

— Calma, calma, muitas pessoas nesse mundo tem olhos verdes. E outra, essa joça aqui não mostra muito a verdade não. Eu nunca vou voltar para aquela casa maldita!

— Bom, vai ver que você só está lá de passagem, não sei. Mas que bem que podia ser verdade! Imagina, eu casado com Lilly, era tudo o que eu queria!

Os dois ficaram discutindo sobre seu futuro o restante da aula, ao serem dispensados, enquanto desciam as escadas ainda discutindo sobre o que iria acontecer com eles, os garotos ouviram uma voz conhecida os afrontando:

— Ei Potter! Não dava pra calar a boca um minuto? Não ”tô” a fim de saber do seu futuro e muito menos de ouvir a sua voz irritante!

— Ah, só podia ser o Seboso. Aliás, há quanto tempo você não lava esse seu cabelinho oleoso e fedorento? – perguntou Tiago, indignado ao ver Severo Snape o afrontando.

— Olha Tiago, acho que teremos que dar outro apelido para ele, você não escova seus dentes há quantos dias? Não, porque dá pra sentir seu bafo daqui, querido colega! – exclamou Sirius rindo.

— Vocês vão se arrepender de terem dito isso, ah se vão!

— Não Seboso, quem vai se arrepender é você! – disse Sirius – Vamos mostrar do que ele precisa Pontas! Aguamenti!

Um jato de água se projetou direto da varinha de Sirius em direção à Snape, que encharcado desceu correndo pelas escadas, murmurando alguma coisa como “Vocês vão ver do que eu sou capaz”.

— Sirius, nessa você se superou. Ele devia nos agradecer, agora ele deve feder menos! – disse Tiago muito satisfeito.

Os dois saíram rindo, seguidos por Remo e Pedro, que vinham logo atrás. Mais tarde, já na hora do almoço, Tiago conteve-se novamente para não ir se sentar com Lílian, ao invés disso ele só a cumprimentou com um simples “Oi”, e seguiu em frente. O almoço foi tranqüilo, Rabicho como sempre havia comido demais e estava quase passando mal. Então eles rumaram para as aulas da tarde. Tinham dois períodos de Historia da Magia e, só de pensar Tiago já ficava desanimado.

O tempo demorava a passar, aquela aula como sempre estava um tédio. Lílian estava sentada à sua frente como de costume. Seus cabelos estavam presos, ela estava muito linda. Ele tinha até se esquecido, mas a segunda parte do seu plano ia ser posta em prática naquela noite, não seria tão misteriosa quanto a primeira, mas ele achava que iria tocar o coração da ruivinha. Tiago queria que ela se apaixonasse pelo que ele realmente era, e pelo que ele realmente sentia. Queria mostrar a ela, que também era capaz de amar, de ser carinhoso e romântico, queria mostrar seu lado mais sentimental para ela, para enfim conseguir seu coração.

Já em seu dormitório, após o jantar, Tiago preparava os últimos detalhes da surpresa que faria para Lilly. Ele, como sempre, estava muito ansioso, terminando de escrever o bilhete com muito carinho e, só para variar um pouquinho, Sirius o tinha ajudado a escrever o poema.

Enquanto isso em sua cama Lilly, pensava no seu admirador secreto, queria muito que ele se revelasse. Pensava em quem ele poderia ser, se era um amigo, alguém distante, não sabia em quem pensar, somente uma pessoa louca desse jeito lhe ocorria: Tiago Potter. Mas não, ele não seria capaz de amar, ele não seria capaz de fazer uma declaração daquelas para uma garota. E então, quando menos esperava, aos pés de sua cama surgiu um buquê de rosas, as rosas mais belas que já havia visto, rosas vermelhas. Levantou-se e pegou o buquê, estava muito bem decorado, havia ali umas quarenta rosas no mínimo. E dobrado em um canto tinha um pequeno bilhete, cuja folha era dourada, e era a mesma caligrafia fina e inclinada do bilhete anterior. No bilhete, ainda mais surpreendente que o anterior, havia as seguintes palavras:
Paixão não é o bastante
Amo-te enfim
Peço que não deixe as rosas morrerem
Pois não morrerás dentro de mim.


Ao reler aquele cartão muitas vezes, Lilly estava decidida que teria que descobrir seu autor. Alguém tão sensível e apaixonado assim, não poderia passar em branco. A garota não sabia mais de seus sentimentos, estava muito confusa. Ela então colocou o buquê em um vaso sobre sua penteadeira e foi se deitar. Enquanto esperava o sono vir, não conseguia pensar em outra coisa, a não ser naqueles presentes, naqueles cartões. Estava tão cansada que em poucos minutos acabou adormecendo.

Nascia um novo dia e, em seus dormitórios, os marotos já estavam se arrumando. Tiago, como nos últimos dias, estava muito esperançoso e confiante. Os garotos então tomaram café da manhã e seguiram para as aulas, no primeiro período tiveram Transfigurações, e depois seguiram-se duas aulas de Poções e uma de Feitiços. Naquela manhã Tiago não conseguia se concentrar em nada, só estava pensando no plano do dia. Hoje seria algo mais surpreendente, ele daria uma breve dica de sua real identidade. Apesar de já terem o fim do plano em suas mentes, tinham plena certeza de que para o maroto conseguir o coração da ruiva eles precisariam de mais, teriam que faze-la se apaixonar pelo desconhecido, se apaixonar pelo novo Tiago que só seria revelado quando eles tivessem absoluta certeza de que Lilly não o iria recusar.

Após as aulas eles rumaram para o “Grande Salão”, onde iriam almoçar. Tudo transcorreu normalmente, comeram mais do que deviam (como de costume), e depois seguiram para as aulas da tarde.

Estavam na aula de História da Magia, quando de repente Tiago e Sirius começaram a se sentir meio enjoados, pediram para ir à Ala Hospitalar, e no meio do caminho os dois começaram a vomitar descontroladamente. Ainda vomitando chegaram como puderam à Madame Pomfrey, a enfermeira os encaminhou a duas camas na enfermaria, e providenciou-lhes dois baldes. Eles tinham intervalos muito curtos de quando não estavam vomitando, às vezes vomitavam um líquido meio rosado, às vezes era azul. O que levou Madame Pomfrey a lhes dizer que aquilo era o resultado de uma poção que os dois tinham bebido à cerca de uma hora, uma hora e meia. Ou seja: na hora do almoço. Os marotos tinham plena certeza de quem haviam lhes feito isso, só podia ser ele, só podia ter sido aquele idiota do Snape, que não tinha coragem de “azará-los” pela frente.

A enfermeira então recomendou-lhes passar a noite ali. Sirius já indignado, não parava de vomitar um líquido azul, mas agora já era em menor quantidade, dali algumas horas eles já poderiam receber visitas. O tempo custava a passar, os dois não agüentavam mais aquele mal estar, já tinham parado um pouco com os vômitos, mas com um pouco mais de espaço de tempo eles ainda ocorriam.

Já pela noite, quando já estavam se sentindo melhor, as visitas foram liberadas, Remo estava os fazendo companhia, enquanto eles planejavam uma vingança. E o pior de tudo, o plano do dia para conquistar Lilly havia ido por água abaixo, pois não tinham como colocá-lo em prática no estado em que estavam. Quando estavam no meio de seus planos de vingança, alguém inusitado aparece na porta da enfermaria, era Lilly, ela tinha ido os visitar, Tiago mal podia acreditar que ela estava se preocupando com ele. Chegando mais perto de suas macas, a ruiva lhes falou:

— Como vocês estão? Fiquei tão preocupada! Mas acho que essa suspeita de vocês é falsa, Severo não faria isso.

— Lílian, ele tanto faria quanto fez, olhe o estado em que ficamos! Passamos a tarde inteira vomitando, e você ainda o defende? – disse Sirius confiante.

— É Lilly, por culpa daquele Seboso vamos perdemos as aulas, o treino de quadribol e ainda teremos que passar a noite aqui! – falou Tiago se fazendo de coitado.

— Bom, isso foi realmente muito cruel, mas não diga que vocês não mereceram, fizeram o coitado passar a maior vergonha!

— Cara Lilly, isso vai do ponto de vista de cada um, o que fizemos foi apenas uma brincadeira! Mas olhe isso, não conseguíamos parar de vomitar, e podia ter sido pior! – disse Tiago ainda tentando a convencer.

— Bom é verdade, ele não precisava ter pego tão pesado. Vocês já estão melhores? – disse Lílian com piedade dos dois.

— Claro Lilly, já estamos nos recuperando, e ainda mais com a sua presença!

— Tiago não podia deixar o momento escapar para uma declaração não é?

— Não Sirius, isso é a maior verdade, já estou me sentindo bem melhor.

Lilly já vermelha sentou-se entre as duas camas, e ficou a observa-los por algum tempo. Depois se despediu e foi se deitar, ela estava ainda mais confusa, não sabia como e nem por que estava se preocupando tanto com Tiago, mas estava.



N\A: Oii, bom está aí mais um capitulo. Muito obrigada a todos que comentaram, e peço pra quem leu comentar, deem sugestoes e tal! esse cap. fico bem maior que os outros né. Muitoo Obrigada

Bjaoo

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.