Teremos que Esperar?



O olhar deles se cruzou.
- Temos que arrumar a sua sala – disse Snape aproximando-se dela cautelosamente. – E depois a minha.
- Você está disposto a saber se Malfoy disse a verdade? – perguntou ela, parecendo magoada.
- Não gosto da sensação de forçar ninguém a nada, apesar de ter sido comensal. Nunca gostei de fazer isso, se é o que você está me perguntando.
- Em nenhum momento achei que isso fosse do seu feitio... Snape – murmurou ela. – Mas é que nos vimos longe da batalha só ontem e você já... Bom... você me entende.
- Hum... – ele murmurou, aproximando o corpo do dela. – Você acha que é rápido demais?
- É só que... Não achei que algum dia você conseguiria olhar para mim sem expressar desprezo – murmurou ela desconcertada, enquanto sentia a mão dele parar na curva de sua cintura e acariciar ali.
- Eu posso expressar muitas coisas olhando para você hoje – sussurrou ele no ouvido dela. – E desprezo não é uma delas.
Os lábios dele começaram a roçar o pescoço dela; a jovem sentiu-se estúpida por não retribuir logo a carícia, mas estava desconcertada. E pela sua cabeça, vários pensamentos se misturam num relâmpago. Ele queria sexo. Isso fazia parte do que ela pensava quando pensava nele, mas achou que as coisas, feitas assim, desse modo, poderiam estragar tudo. Ele nunca olharia para ela senão com desprezo, na antiga visão dela. Se eles fizessem sexo agora, ele nunca a olharia como algo diferente de mais uma mocinha jovem que eu... Deixa para lá.
- O que foi? – perguntou ele, afastando a face da pele dela ligeiramente. Ele encarou aqueles olhos que, embora demonstrassem alguma apreensão, não perdiam sua firmeza. – É você que está me olhando com desprezo, então? Aconteceu alguma coisa?
Hermione ficou desconcertada.
- Desprezo? Por você? – Snape sentiu que ela falara a frase como se fosse o maior dos absurdos, ele só não compreendia por quê. – Não na verdade. É que pensei que... ahn... estou exausta e... gostaria de terminar com as salas logo.
Snape assentiu.
- Você não quer – disse ele. E suspirou, algo aborrecido.
- E você já vai desistir? – ela quase perguntou se ele ia atrás de Regina Black, mas refreou-se.
- Não – disse Snape. – Mas sim, por hoje.
Hermione não respondeu e dirigiu-se para a porta, xingando-se mentalmente. Ela passara muito tempo desejando que aquilo acontecesse, sem nenhuma esperança, e agora que acontecera, ela desdenhava. Parecia insanidade.
Por outro lado, talvez fosse melhor assim. Ela sabia que se ele a elegesse para sua vadia preferida ela não teria nenhuma objeção, mas devotar tanto amor a uma pessoa e não receber nenhuma migalha em troca seria humilhante, e uma tortura que ela não sabia se poderia suportar. Se não tivesse nada com ele, pelo menos poderiam se manter como estavam agora, colegas de trabalho. Era pouco, mas não traria nenhuma falsa esperança de que ela poderia ter o amor dele um dia, algo que ela sabia ser impossível. Sua memória retornou à firmeza do olhar dele na batalha, ao apoio e talvez até a gratidão que encontrou lá.
- Você pensa demais, Granger, quase vejo fumaça saindo da sua cabeça – observou ele, fazendo-a acordar do transe com um leve sobressalto.
- Ah... É, eu penso demais. Já me disseram que se eu pensasse menos eu seria mais feliz.
- Não concordo – objetou Snape. – Pensar a conseqüência dos seus atos nunca fez mal a ninguém.
Hermione não resistiu e disse:
- Você faz isso bem.
Ele arqueou as sobrancelhas e olhou para ela.
- Do que você está falando?
Hermione continuou andando, calada, e entrou em sua sala. Foi direto para a bancada e começou a mexer nos ingredientes. Snape parou à porta de braços cruzados.
- Granger...
- Sim? – perguntou ela, indo para a estante e pegando os vidros onde ia guardar os ingredientes.
- É para olhar para mim quando falo com você, Granger – disse ele, seco, letal.
Ela obedeceu prontamente.
- Do que é que você estava falando?
Hermione corou até a raiz dos cabelos e Snape logo pensou que a srta. Regina Black houvesse contado a ela a história distorcida. Não soube por quê, mas preocupou-se com isso.
- O que foi que aquela menininha patética foi te falar hoje de manhã?
- Consciência pesada, Snape? – provocou Hermione.
- Não. Um leve temor de ela haver distorcido a história para você.
- Ela sequer citou o seu nome – disse Hermione. – Eu é que vi o que se passou. Estava indo para o meu quarto quando ouvi vozes. Parei para ver o que era, principalmente que tem sempre uns casaizinhos que adoram essas salas abandonadas. Era um casalzinho diferente, entretanto.
Snape agora parecia preocupado e ela pensou se algo mais não teria acontecido.
- O que você viu?
Hermione suspirou.
- O bastante para saber que você não tinha culpa na história... Não muita.
Snape relaxou um pouco, mas ainda parecia um pouco tenso.
- É por isso que você me evitou há pouco – ele não perguntara; dissera a frase como uma verdade absoluta e indiscutível.
- Em parte.
Ele suspirou, aborrecido.
- Um homem tem que pagar pelos erros que comete – disse ele.
- Até onde eu vi... quando ela disse que você mantêm o controle fácil demais... – explicou Hermione – você estava até bem comportado. Mas não precisava ter falado com a menina daquele jeito.
- Eu esperava que ela saísse correndo com raiva, não que ela achasse estimulante – disse Snape, a contragosto.
- Você poderia ter saído a qualquer momento – ponderou Hermione.
- Se você fosse homem talvez soubesse que não é tão simples – ele disse, quase em tom de desculpas.
- Eu não disse que era simples – tornou Hermione. Ela fez uma careta. – Ah, vamos deixar esse assunto de lado.
- Mas eu gostaria de saber o que ela te disse, já que não falou de mim.
- Disse que havia se comportado como uma vagabunda...
- Com toda certeza.
- Que estava com vergonha.
- Mas eu duvido muito.
- Ela não consegue mentir... Nunca conseguiu.
- Alguém que senta em cima da minha mesa com as pernas abertas e sem calcinha certamente não tem vergonha em dizer que se comportou mal.
Por um momento Hermione ficou chocada, mas conseguiu murmurar:
- Talvez ela tenha sentido vergonha quando parou para pensar no assunto.
- Isso é possível.
- Depois ela me falou que você era maior de idade... que disse que não poderia ter nada com ela... Bom, ela basicamente contou a parte pura da conversa, cortando as baixarias.
- Você fala disso com muita naturalidade. Eu não esperaria tanto de uma jovem na sua situação.
- Minha situação?
- Se você parar pensar que está tratando de um aspecto sexual do seu ex-Mestre de Poções com ele, você está tratando o assunto com naturalidade demais, sem nenhum constrangimento. Se ainda fosse alguém que fala só disso, alguma das Patil, ou algumas das namoradinhas do Draco... Mas é... você.
- Senti uma ponta de ironia.
- Não era ironia.
Hermione sentou-se e olhou para baixo.
- Tenho que parecer assim. Eu estou constrangida, se você quer saber. Mas não teria nenhuma autoridade em sala se eu fosse uma aluna bobinha como sempre fui. Eu mesma não sei como me agüento às vezes. Sempre pareço tão mais velha do que eu sou...
Snape contemplou-a, enquanto ela olhava para baixo. Ele não via nenhum problema nisso. Ela era perfeita, na verdade, se parasse para analisar. Poderia ter em uma única pessoa a amante e a amiga. Tal pensamento era de todo machista, mas ele não se condenava por isso. Ele não via por que negar a si mesmo que achara a tarde com ela bastante agradável.
- Deixe disso, menina – disse ele, finalmente, aproximando-se para ajudá-la. – Vamos fazer isso logo, que também achei o dia exaustivo.
Ela ergueu o olhar para ele e ele imediatamente disse:
- Eu disse “exaustivo”, não “tedioso”.
Hermione abriu um sorriso que ele sentiu sincero.
- Ora, certo. Vamos terminar isso logo.
O “logo” deles foi às duas e meia da manhã. E eles nem viram o tempo passar.
Quando foi para seu quarto, Snape olhou o relógio e arregalou os olhos em espanto. Eles haviam chegado lá pelas dez da noite em Hogwarts. Ele não pensou que o tempo havia passado tão rápido.
De manhã, eles se encontraram sem nenhum constrangimento no salão principal e conversaram alguns minutos antes de irem para a mesa. A cena não passou despercebida a ninguém; todos começaram a comentar o quanto era estranho ver Severo Snape conversando amigavelmente com alguém, ainda mais sendo Hermione Granger. Regina Black olhava-a com certa raiva. Snape não a tratava mal.
Apesar de ela saber o quanto Snape odiara a srta. Sabe-Tudo em suas épocas de escola, ela ignorou isso. Sentiu inveja.
Aliás, Snape não sabia o que acontecera. Estava determinado a continuar o mesmo depois do fim da guerra, mas, além daquele terrível peso ter saído de suas costas, Hermione estava mais agradável. Ele estava decidido a continuar desprezando-a quando soube que ela era sua colega agora, mas ela fora tão sutil... Não lhe permitia fazê-lo. E admirou-a mais ao notar que ela tinha tanto tato ao lidar com ele. Ela sabia o que falar e como falar.
Foram para a mesa e comeram em sagrado silêncio. Ela de algum modo sabia que ele odiava conversar durante as refeições. Ele começou a se perguntar se ela fazia isso inconscientemente ou se era proposital, e achou-a mais bonita agora.
A manhã transcorreu calmamente com suas aulas e, de tarde, pouco antes do almoço, Dumbledore mandou Hermione levar uns papéis no Ministério. Eram coisas sobre o processo de perdão oficial a Snape e ele não mandaria um outro funcionário cuidar disso. Snape desapontou-se ao não encontrá-la no almoço e, mais tarde, no jantar.
Ele não perguntou a Dumbledore onde ela estava. Achou que pareceria muito estranho ele se preocupar com a ausência dela, mas para si mesmo ele podia admitir que preferisse ter conversado mais com ela. Quem sabe conseguido beijá-la.
Ele ficou corrigindo os trabalhos de sala do terceiro ano até lá pelas onze e meia, quando sentiu fome e desceu para a cozinha. Para sua agradável surpresa, encontrou Hermione comendo uma omelete com apetite. Ela, ao vê-lo, deu um sorrisinho, mas ajeitou-se na cadeira e começou a comer de modo mais civilizado.
- Pode terminar de comer... Eu bem sei o que é estar faminto – ele disse, quase gentilmente.
Ela agradeceu e continuou comendo. Snape pediu um sanduíche.
- Você come porcarias? – perguntou ela. – Você, que parece tão certinho e controlado com comida e essas coisas?
- Eu pareço? Bom, só como comida de verdade quando estou no salão principal.
- E nas férias?
Snape suspirou.
- Férias? Não sei mais o que é isso... Faz... alguns anos que eu não tenho férias – ele disse, olhando para a mesa.
- Hum... você podia ir passear... Ver lugares diferentes... Isso costuma ser divertido – sugeriu ela.
- Ir sozinho não tem graça – disse ele, erguendo o olhar para ela, esperando o que ela ia dizer. Hermione era inteligente; entenderia na hora o que ele disse.
Como esperado; ela engasgou.
- Snape, você está passando bem?
- Creio que sim. Apesar de estar a tarde inteira debruçado em lições estúpidas, senti falta disso.
Hermione sorriu.
- Se não quer ir sozinho, você pode convidar alguém... Mas tem que ser uma companhia que lhe agrade... – ponderou ela.
- Hum... mas e se a companhia que me agrada não me achar agradável? – perguntou ele, sentando-se no lugar à frente dela.
- Uma pessoa não é agradável com quem lhe desagrada – tornou Hermione na mesma hora, ajeitando-se na mesa.
- Sei... – disse ele, e Hermione não soube como, mas achou-o sexy naquele momento. Ele estava com uma voz mais arrastada. – E o que você acha desta sua companhia aqui?
- Agradabilíssima – ela disse, com um sorriso algo encabulado.
Snape deu um meio sorriso no canto dos lábios.
- Isso deve significar que eu acho você agradável também, segundo a sua teoria – ele disse.
- Provavelmente.
Uma das mãos dele foi pegar a mão dela do outro lado da mesa.
- E o que você acha de países mais frios? – perguntou ele.
- Por exemplo?
- A Noruega, a Suécia...
- Nunca fui a nenhum desses lugares frios mesmo – disse ela, acariciando a mão dele com a sua.
A mão dele retribuía a carícia. Ela nunca imaginaria um lado mais humano nele. Talvez ele estivesse fazendo isso apenas para espantar o receio dela, o que não a deixava ofendida ou irritada; pelo contrário.
- Bom... Eu já havia pensado algumas vezes em ir para lugares assim... ou mesmo ir visitar Moscou... Algum lugar diferente – disse ele. – Você é obrigada a ficar aqui em Hogwarts no Natal e no Ano Novo?
Hermione corou até a raiz dos cabelos.
- Ahn... Não – respondeu ela. – Eu... é que o Dumbledore entende que os funcionários que estavam envolvidos na batalha final podem ter férias sempre que houver um feriado assim... E, como eu estava lá...
- É... mas as minhas férias vêm pelos meus muitos anos de serviço que nunca me deram folga – disse ele. – Então já descobrimos que nós dois gostamos de ver lugares diferentes, que concordamos que não tem graça viajar sozinho, que achamos a companhia um do outro agradável e que ambos podemos sair da escola na semana do Christmas Break (N.A.: é como se chama a semana do Natal e Ano Novo por lá, e não tenho uma expressão melhor me português pra pôr aqui). Será que você aceitaria correr o risco de ir viajar comigo sozinha?
Hermione riu.
- Risco? – perguntou ela com um sorrisinho contido. – Você está tentando me assustar?
- Não... Só estou prevenindo você que não sou exatamente um santo homem – disse ele, acariciando a mão dela com seu polegar.
- Você é muito melhor do que você pensa, na verdade – disse ela num sussurro.
Snape arqueou as sobrancelhas, não sabendo exatamente o que ela quisera dizer com aquilo. O sanduíche dele finalmente veio e ele soltou a mão dela para comer.
Ele observou-a ficar atenta olhando para suas mãos, séria, e ele logo sabia que ela estava pensando em alguma coisa da batalha final. Por um momento, ele ponderou se devia falar ou não, mas decidiu que devia dizer algo.
- Sabe, eu comentei com o Potter quando ele perguntou sobre a minha memória... – disse Snape, e ela ergueu o olhar para ele com as sobrancelhas arqueadas, atenta. – Eu disse que eu tinha alguns lampejos de vez em quando...
- Isso é bom... – ela comentou, depois de uma breve pausa. – E... o que você vê nesses lampejos?
- É tudo muito rápido – disse ele. – Mas todos eles têm a ver com você.
Hermione abriu a boca para falar, mas não conseguiu e preferiu o silêncio. Um pouco desconcertada, ela perguntou, incerta:
- Comigo?
- É... vejo seus olhos na maior parte do tempo... – ele explicou. – Mas uma vez vi nossas mãos unidas de um modo... Achei que você tinha se lembrado disso quando começou a chorar igual uma histérica.
- Histérica – repetiu ela. – É, um pouco.
- Mas foi disso que você se lembrou?
Ela assentiu em silêncio.
- Mas eu não entendo... – disse ele. – Como... em nome de Merlin... por que nossas mãos estavam juntas? Entendo que nossos olhares tenham se cruzado algumas vezes durante a batalha, mas... mãos unidas é bem diferente.
- É mesmo – suspirou ela.
- E você não vai me explicar o que aconteceu, não é? – perguntou Snape.
Ela fez que não com a cabeça.
- Você não lembra nem de antes de você ser atingido pelo feitiço? – questionou ela, com cautela.
- A última coisa de que me lembro é que desaparatei naquele lugar horrível – respondeu ele.
- É... você fez muito depois disso e antes de ser atingido – concordou ela.
E calou-se, como quem encerra um assunto. Snape viu que não conseguiria nada dela e calou-se também, para comer. Ela terminou a refeição e esperou-o terminar, observando-o em sagrado silêncio. Ela não entendia como podia amá-lo tanto, simplesmente não entendia.
Ele estava consciente do olhar dela em si, mas nada disse; apenas se perguntou no que ela estaria pensando. Quando terminou, olhou para ela, que lhe sorriu. Ele não fazia idéia do que ela estava pensando, mas agora sabia que era muito mais delicioso provocar nela um sorriso do que lágrimas.
- Eu sei que eu sou muito bonito, mas por que está me olhando tanto? – perguntou ele.
- Estava analisando se você tem mesmo esse nariz enorme todo... Pensando bem... até que não é tão grande – disse ela, com um sorrisinho zombeteiro.
Snape deu um sorrisinho no canto da boca.
- Não precisa ser generosa. Eu tenho consciência no tamanho do meu nariz – ele pareceu querer dizer mais alguma coisa, mas parou.
- O que foi?
- Eu estava ponderando se ia dizer ou não que tudo em mim é grande.
Ela gargalhou.
- Acho que ouvi a srta. Black comentar algo a respeito.
Snape olhou-a com um ar nem encabulado nem escancarado. Era um meio termo.
- Vamos dormir logo, vai, antes que a conversa fique suja – disse Snape, levantando-se.
Quando ele ia entrar no quarto dele, que era um pouco antes do dela, ele impediu que ela fosse e disse:
- Você não respondeu se aceitaria ir comigo...
Hermione sorriu.
- Mas é claro que eu aceito – ela disse, como se fosse óbvio demais para ser dito.
Snape assentiu, desejou-lhe boa noite e entrou no quarto.


ESSE CAP FOI DEDICADO À ROXY LEBRUN E A DARK MELL LESTRANGE. EM PRIMEIRO LUGAR, MIL DESCULPAS POR NÃO RESPONDER DIRETAMENTE AO COMENTARIO DE VCS, PQ ANDO MUITO SEM TEMPO. AINDA ASSIM, AGRADEÇO PELO CARINHO, PRINCIPALMENTE POR PARTE DA ROXY - 'MELHOR FIC SSHG' É MUITO MAIS DO QUE ESTA MORTAL AQUI MERECE, MAS AGRADEÇO MESMO ASSIM...

CLARO, TODAS AS MINHAS QUERIDAS AMIGAS E LEITORAS TBM ESTÃO NO MEU CORAÇÃO UANDO ESCREVO, E ESPERO QUE VCS TENHAM GOSTADO DESTE CAP AQUI!!!

COM TODA A CERTEZA, SEMANA Q VEM TEM ATUALIZAÇÃO DESTE FIC, PQ ELA JÁ TÁ ESCRITA (E TEM DEZ CAPS SÓ)...

BJOSSSSSSSS

ANNINHA SNAPE

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