NOSSO AMIGO

A plataforma de Hogwarts estava lotada de alunos se despedindo, uns choravam e outros gritavam de alegria porque iam para suas casas, tudo na santa paz. Mas em uma sala que ficava aos fundos da plataforma um rapaz e uma moça brigavam escandalosamente que se não fosse a bagunça dos alunos e os chamados do trem, todos estariam os ouvindo.

_Essa amizade acaba aqui! – ela gritava batendo o pé fortemente no chão, com lágrimas correndo pelo rosto delicado – Eu não quero mais te ver.

_Não seja imbecil – ele gritava irritado pela teimosia dela – Eu não vou deixar você, não precisa de escândalos.

_Não me insulte – ela grunhiu se afastando dele ate bater na mesa de madeira do outro lado da sala – Você vai fazer como todos os outros. É pior do que os outros, eles não me davam esperanças.

_Vamos continuar nos vendo – Draco dizia pra garota que chorava a sua frente e avançou decidido para ela – Não precisa chorar desse jeito, parece uma criança.

 

Ele estava bem próximo, porém não demais, esse era o máximo que seus corpos chegavam. Hermione soluçava e seu corpo tremia levemente diante de tanto choro, ele ofegava de cansaço de ter que argumentar com ela. Draco suspirou derrotado ao vê-la fechar os olhos e ignora-lo.

_Assim que você se instalar me mande uma coruja dizendo onde vai morar, por favor – ele pediu, ignorando a criancice dela – Não tenho como achá-la se você decidir me ignorar. Nos veremos sempre que você quiser, só não se faça de difícil e suma da minha vida.

_Uma hora você cansa – ela disse sem abrir os olhos – Todos cansam.

_Eu não canso – ele gritou irritado pra ela – Eu tenho que ir, o trem já vai sair e não vamos ficar juntos.

_Vai! – ela gritou o encarando com raiva, mas com uma tristeza maior ainda.

_Eu quero uma abraço – ele gritou irritado e indignado – Nunca trocamos um abraço.

_Não! – Hermione gritou com tanta raiva que já chorava de novo – Se você me quiser ainda, ganha o abraço no próximo encontro.

_Provoca, mais provoca – Draco grunhiu fechando os olhos pra conter a raiva e fechando o pulso num intuito de se acalmar.

 

Hermione abaixou a cabeça e fechou os olhos de novo, ela queria que quando os abrisse novamente Draco não estaria mais lá. Mas Draco não só permaneceu em pé na sua frente como também se aproximou mais um pouco.

_Você disse que o Potter te beijou – a voz de estava próxima ao ouvido da menina que arregalou os olhos, mas não levantou o rosto – Mas não disse se gostou ou não.

_Não, eu não gostei – ela respondeu consciente de que ele estava com o corpo mais próximo ao dela, tanto que o queixo dele estava ao lado do dela – Eu não gosto dele.

_Mas gosta de mim – ele disse roçando seus lábios na orelha dela.

_Gosto – o que havia com ela que estava sendo sincera ao extremo? – Gosto muito.

_Me deixe... – ele não terminou de dizer, porque ela entendeu.

 

Uma chance de apagar o gosto de Harry. A chance de ter um primeiro beijo de verdade. De mostrar que ela merecia ter um beijo mais delicado e não ouvir o que Harry tinha lhe dito. Uma chance de prometer e selar a promessa de que voltaria para ela e que não iam se afastar.

_Deixo – e assim que ele ouviu a resposta virou o rosto na direção do dela e os lábios se encontraram.

Macios, doces e deliciosos, assim foram classificados os lábios de Hermione por Draco, assim que os sentiu nos seus. Ele queria sorrir, mas não podia, tinha que se manter focado que era só um beijo de curiosidade. Mas beijo é beijo, não importa o motivo, o lugar ou com quem seja. Um calor estranho subiu pela garota e ela num instinto se agarrou nos braços do loiro, que no mesmo instante passou um braço pela cintura dela, a puxando para si. Ali estava quebrado o limite de distância deles. Hermione agarrou os braços de Draco com força, enquanto o rapaz trazia o corpo dela para si, á descompondo um pouco. O tecido do vestido ficou preso durante o abraço, o deixando mais curto, pois Draco levantou a amiga até que ela ficasse da sua altura, as pernas dela estavam entrelaçadas nas dele. A boca do loiro se movia com desejo e fome por si da dela, que correspondia com igual desejo. Mas o apito alto do trem fez cm que o beijo se acabasse.

_Desculpe! – ele ofegava, mas sem solta-la – Eu me empolguei.

_Isso quer dizer que volta pra mim? – ela perguntou ainda segurando nos braços dele

_Eu sempre vou voltar pra você – a voz dele estava rouca enquanto a encarava – Você é a minha única amiga de verdade, não se pode deixar uma amiga sair por ai, sozinha.

 

Sorrindo por estar convencida de que não seria abandonada, Hermione deu um selinho nele, enquanto era descida delicadamente dos braços dele.

_Você se animou mais que o Potter – ela disse ficando vermelha ao sentir o corpo do loiro.

 

PA

 

Esse foi o único beijo que eles trocaram em todos esses anos e não pareciam ter vontade de repetir a dose, pois a cada encontro eles conversavam sobre tudo, menos sobre esse dia. O mesmo loiro da lembrança estava sentado numa das melhores mesas do melhor restaurante de Londres, esperando pela garota da lembrança, e ela já estava atrasada.

 

Durante anos Draco e Hermione se encontravam para por o papo em dia, uma noite por ano eles a passavam juntos, depois só no ano que vem, idéia da garota que estava ficando dependente de Draco e precisava de espaço. Ele gostou e sem nunca falhar eles se encontravam, mas ela estava demorando.

_Quando eu pegar aquele lindo pescocinho – a voz rouca e sensual do homem atraiu a atenção das mulheres da mesa ao lado – Eu vou quebrá-lo em quatro partes.

 

De repente um aperto forte no peito fez com que Draco prendesse a respiração por uns instantes. Ele esticou dois dedos levemente e logo um garçom estava ao seu lado.

_Traga a conta – ele disse ainda olhando a porta do restaurante – Tem algo de errado.

 

Logo todos os olhares femininos estavam na figura alta, máscula, sexy e loura do homem que refletia preocupação em seu semblante. Draco Malfoy saiu do restaurante, no seu melhor terno azul marinho, determinado a achar sua amiga, pois mulher nenhuma lhe dava o bolo e saia impune.

 

PA

 

Hermione foi levada pra um hospital pobre perto do apartamento dela. Como as pessoas que chamaram a ambulância não se identificaram, a mulher foi internada e ficou lá sozinha durante toda a noite. Só descobriram algo sobre a garota quando ela acordou no meio da noite, que deu todos os seus dados e foi posta para dormir com sedativos. Hermione dormia calmamente quando Draco entrou na enfermaria calmamente, porém com um semblante preocupado. Ele parou aos pés da cama, pôs as mãos nos bolsos e soltou o ar.

_O que você anda fazendo? – ele perguntou em voz baixa – Quem será o pai dessa criança?

 

Draco tirou o palito e a gravata e sentou na cadeira próxima a cama, e durante o resto da madrugada e pela manhã não dormiu e nem tirou os olhos da sua amiga. De vez em quando vinha uma enfermeira ver como ela estava e o loiro era descaradamente cantado, mas ele ignorava. Não estava ali para arrumar uma namorada, estava para cuidar na mulher mais maravilhosa do mundo.

 

Quando a comida dos pacientes chegou Draco olhou pra ela com uma careta e saiu em disparada atrás do medico que estava cuidando de sua amiga, exigindo uma transferência para ela. Hermione já acordou no novo hospital, em um apartamento particular com ar condicionado, poltrona, televisão e um banheiro espaçoso para ela. ela abriu os olhos devagar e virou o rosto lentamente vendo um homem loiro na poltrona confortável ao lado de sua cama.

_Bom dia! – a voz alegre de homem fez Hermione expressar uma careta – Espero que esteja com fome, pois daqui a pouco uma refeição maravilhosa estará chegando. Você dormiu por quase dez horas seguidas.

_Draco – ela gemeu fechando os olhos como se pra processar a informação – Eu morri.

_Não, porque se você acha que morreu, então quer dizer que eu morri – ele se aproximou do rosto dela e acariciou seu rosto com carinho – E eu não quero estar morto, ainda.

_Seu bobo – ela conseguiu dizer enquanto aproveitando o carinho – O que esta fazendo aqui? E onde eu estou?

_Você me abandonou ontem à noite – ele explicou sorrindo para ela – Era nosso encontro anual, esqueceu?

_Não – ela disse já completamente acordada – Mas eu fiquei impossibilitada de ir. De novo, onde eu estou?

_Está num hospital de verdade – ele respondeu num tom de deboche – Aquele que te coloraram era um horror, a comida ainda estava viva no prato.

_O que houve comigo, porque eu desmaiei? – ela perguntou curiosa – Tem algo errado comigo?

_Porque se afastou da agencia? – a voz dele ficou dura e a expressão carrancuda – Liguei pra David e ele me disse que você tinha se demitido, deixou ate um contrato pra trás.

_Tive que me afastar – ela respondeu abaixando a cabeça envergonhada – Me meti numa encrenca dos infernos.

_Espero que essa encrenca explique a sua gravidez – o loiro perguntou num tom de deboche – Lá se foi sua carreira de modelo, a não ser que vire modelo para roupas de gestantes.

_Gravidez? – ela gritou nervosa para logo em seguida desmaiar.

 

PA

 

_Como você consegue administrar uma emprega com mais de milhão de funcionários, mais de dez sedes pelo mundo, reproduzir bilhões de dólares em trilhões e não consegue falar com a mulher que ama sem fazê-la te odiar cada vez mais? – Gina gritava enquanto andava pela sala exasperada com Harry – Você só pode ter algum problema mental.

_Pare de gritar comigo – Harry vociferou para a ruiva do outro lado da sala – Eu não sou um idiota!

_Mas esta agindo como um! – Gina parou o encarando – Você só tinha que se declarar e traze-la de volta, não afasta-la.

_Muito bem! – ele debochava dela – Fale como se isso fosse uma tarefa fácil, ela esta totalmente imune a qualquer coisa que eu diga.

_Por culpa sua! – Gina gritou novamente revoltada – Você é um monstro com relação a mulheres, a conquista e as joga fora. Uma hora esse feitiço ia se virar contra você.

_Cale essa maldita boca! – Harry gritou exasperado para ela – Não seja hipócrita, você faz a mesma coisa, só que com homens.

_Eu nunca me envolveria com alguém que eu ame dessa maneira – Gina se virou para ele, fazendo seus longos cabelos ruivos se grudarem no rosto nervoso – Se eu amasse não o trataria tão mal. Você foi cego na hora de cuidar do Rony, ela é especial e você sempre soube disso.

 

O moreno se jogou no sofá, exausto, a irmã tinha plena razão. Ele era um idiota, e não merecia o amor da castanha, mas não conseguiria viver sem ela. Gina enfurecida pegou a bolsa e saiu pro apartamento de Hermione, ela mesma conversaria com a mulher.

 

Quando a ruiva chegou ao apartamento da futura cunhada, foi avisada de que ela tinha sido levada ao hospital por causa de um desmaio. Chegando ao hospital ela descobriu que Hermione foi encaminhada para um hospital particular e não poderia ser informada de qual. Mas ela era uma Weasley e não desistia nunca. Sentada num banco de parada de ônibus ela refletiu sobre os hospitais que a amiga poderia estar.

_Sessenta hospitais públicos – ela contava nos dedos sendo alvo de comentários como louca pelas pessoas que estavam sentadas ao seu lado – Trinta particulares e apenas dez com sigilo de pacientes. Em qual deles ela deve estar?

_Vá em todos oras! – uma velhinha ao lado da ruiva disse – Mas eu recomendo começar pelo Hospital Santa Teresa, é o mais sigiloso que o dinheiro pode pagar.

_Obrigada! – a ruiva agradeceu pela intromissão da velha e correu pro seu carro – Vai ser fácil, Rony estava lá quando tentou suicídio.

 

Ela logo chegou ao hospital e como já era conhecida pelo irmão conseguiu facilmente a informação que queria, ela avançava pelo corredor determinada quando se sentiu observada e levantou os olhos para um homem loiro e espetacularmente charmoso na sua frente. Ele não sorria e ela muito menos, mas uma coisa bem estranha foi sentida pelos dois quando os olhos se encontraram firmemente.

 

Ele era alto, vestia uma calça preta e uma camisa preta, acompanhada de uma gravata vermelha, os cabelos estavam desalinhados e olheiras circulavam os olhos dele, o deixando mais selvagem e charmoso. A boca de lábios finos se abriu levemente ao ver que Gina parou bem na sua frente.

 

PA

 

Draco saiu do quarto puxando os cabelos fortemente com as mãos, ele fechou os olhos. Hermione não sabia da gravidez e isso o deixou surpreso, mas a surpresa foi maior quando ela resolveu falar da encrenca em que tinha se metido.

_Maldito seja o Potter e toda aquela corja de ruivos desgraçados! – ele esbravejou no corredor silencioso – Se eu ver um ruivo na minha frente, eu mato!

 

Mas as pessoas morrem pela boca e Draco com certeza era uma delas. Assim que ele levantou ás vistas viu no inicio do corredor uma ruiva se aproximando dele. Ela estava de cabeça baixa, mas mesmo assim ele pôde analisá-la e ficar encantado com o que via. A ruiva era um pouco alta, seus longos cabelos lisos e ruivos iam ao meio das costas, o vestido tomara que caia preto estava no meio das coxas, e ela incrivelmente vestia um tênis all star junto com uma bolsa cheia de rasgões e suja passada no corpo, ele sorriu do look diferente da garota.

_Deus, faça com que ela levante o rosto – ele pediu baixinho apenas para ver o rosto do seu anjo vermelho – Obrigada Deus!

 

Ela levantou o rosto mostrando sua pele branca com sardas, o nariz pequeno, a boca recheada e olhos tão azuis como o céu, a maquiagem preta destacava a sua cor, a franja estava de lado no seu rosto, ela parou bem na sua frente e a viu engolir em seco.

_Olá – a voz doce logo o tirou do transe – Pode me ajudar?

_Claro! – a voz rouca do loiro fez Gina respirar fundo de nervoso – Em que posso ajudá-la?

_Eu procuro o quarto de Hermione Granger – ela disse na duvida se poderia ser ajudada por ele – Ela é minha amiga e estou preocupada.

 

Draco avançou com passos firmes na direção dela, que tremeu levemente ao ver que o loiro levantava o braço em sua direção. O sonserino passou o braço bem perto e com a mão abrir a porta.

_É só virar de costas – ele sorriu de lado, esquecendo completamente que se tratava de uma ruiva – É nesse quarto.

_Ah! – Gina exclamou se virando rapidamente pra porta atrás de si, o cheiro de seus cabelos baterem em Draco, ele suspirou sorrindo abertamente – Obrigada! 

_Espera! – Draco interrompeu a entrada dela no quarto assim que recobrou o juízo e percebeu os cabelos cor de fogo – Seu nome.

_Virginia – ela respondeu ficando levemente vermelha – Com licença.

_Lindo nome! – Draco sorriu ao vê-la sorrir de volta e fechar a porta.

 

Ele ficou ao lado da porta fechada ainda com um sorriso besta na face. Hermione tinha que lhe apresentar aquela ruiva maravilhosa, principalmente porque não havia nenhuma Virginia na família Weasley.

 

PA

 

Hermione estava deitada e cochilando quando se sentiu observada. Ela pensava ser Draco a olhando, mas não disse nada, apenas sorriu pra pessoa, dando indícios que estava acordada.

_Olá! – Gina exclamou quando já estava sentada na poltrona ao lado da cama dela.

_Deus! – Hermione exclamou assim que ouviu a voz e abriu os olhos assustada – O que faz aqui?

_Eu queria te ver – ela inclinou o rosto de lado e sorriu – Senti saudades.

_Seu irmão esta aqui? – a preocupação com o medo fez Hermione perguntar rapidamente – Diz que não.

_Não – ela apertou a mão da amiga – Ele nem faz idéia. Mais me fala o que você esta fazendo aqui, internada.

_Vá embora, por favor! – ela pediu gemendo – Me esqueçam.

_Não me pedi isso – Gina implorou pra ela com lágrimas nos olhos – Nós te amamos, ficar sem você é horrível. Volta, ele te ama.

_Seu irmão não ama ninguém – ela grunhiu em resposta – Eu não sou nada pra ele. Será que é difícil de entender?

_Ta dizendo isso porque esta com raiva – Gina falou e ficando de pé – Mas você sabe, bem lá no fundo que ele te ama, com loucura.

_Vá embora, eu não quero ver ninguém da sua família – Hermione gritou e apontou pra porta – Fora Weasley.

_Não me chame assim – Gina gritou de volta exasperada – Não aja como se não gostasse de mim. Você me quer longe, mas eu não vou!

 

Nessa hora Draco escuta a amiga gritando e percebe que Gina é apelido de Virginia, [Merda! Linda, mas fatal!], ele pensou desgostoso pela atração que sentiu por ela, e entrando no quarto.

_Já chega Weasley! – Draco gritou entrando no quarto feito um furacão e agarrando Gina pelo braço – Saia daqui.

_Mas quem você pensa que é? – Gina perguntou assustada pela brutalidade repentina do homem – Me largue.

_Draco, a solte! – Hermione pediu nervosa, a situação estava indo longe demais – Ela já estava indo.

_Draco? – Gina encarou o loiro com susto – Draco Malfoy?

_Quantos Draco você conhece, sua pulga ruiva? – a voz arrastada e sarcástica atingiu os ouvidos da garota como um tapa.

_Só pode ser uma piada – ela disse com nojo e tentando se soltar – Doninha nojenta, me largue.

_Só quando você estiver fora do quarto – ele a puxou na direção da saída – Não vou deixar você e sua família maldita a machucarem novamente.

_Minha conversa ainda não acabou! – ela fechou o punho e acertou nos rins dele que a soltou, mas logo a pegou novamente, só que tarde demais.

 

Assim que Draco a soltou Gina se voltou pra cama da amiga e pegou o prontuário dela e leu grávida. O homem a puxou pra porta novamente e a ruiva soltou a ficha no chão, com o susto dele e pela noticia.

_Se não me largar agora, eu conto pro Harry – ela gritou com ele na porta – Se me deixar ficar Hermione – ela falou pra amiga – Eu fico calada.

 

Draco e Gina tinham quase a mesma altura e se encaravam firmemente. Era como na escola, os olhares se cruzavam e soltavam faíscas de raiva e nojo, porém uma a mais estava acessa ali. Desejo, ele tremia de vontade de tocar em cada sarda dela, já as mãos da ruiva queria puxar os cabelos loiros da nuca. A situação era delicada e Hermione preocupada disse.

_Volta! – e sorrindo vitoriosa pra Draco ela se voltou pra cama – Vamos conversar!

 

Duas horas depois que Hermione explicou tudo a Gina de como estava sendo sua vida depois que saiu da Sicília e como foi encontrada por Harry e como Draco a estava ajudando. A ruiva ouviu tudo calada fazendo suas próprias notas mentais e lhe doía saber que sua amiga estava sofrendo tanto.

_Eu sinto muito – Gina chorava levemente – Mas nós te amamos, ele te ama, tente perdoa-lo, por favor.

_Não insista nisso, por favor – Hermione fechou os olhos ressentida – Eu quero esquecer isso.

 

Gina ficou calada pensando em algo pra falar, apenas pra quebrar o silêncio. Mas Hermione já pensava nisso e com um sorriso mais animado puxou assunto.

_Era impressão minha ou tinha uma faísca de desejo entre você e o Draco, ali na porta? – Gina levantou os olhos surpresa pela pergunta – Eu conheço meu amigo, raramente os olhos dele brilham assim.

_Não começa – Gina disse revirando os olhos, recuperando o controle – A chata aqui sou eu, não esqueça.

_Se você diz – ela riu vendo a pequena Weasley ficar amuada pela primeira vez – Mas eu jurava que...

 

A futura mãe foi interrompida pela entrada do loiro fascinante. Ele tinha tirado a gravata e os primeiros botões da camisa negra estavam abertos, as mãos nos bolsos estavam lhe dando um charme a mais. Ele ficou encostado no batente da porta e olhava a amiga com um sorriso de lado super charmoso.

_Ta melhor? – ele perguntou com a voz rouca.

_Estou – ela sorriu vendo Gina estremecer levemente – Você pode ir pra casa, a Gina fica comigo.

_Na verdade – o olhar cinza-azulado se direcionou pra Gina que não olhava pra ele – Eu quero tomar um café com a Weasley, se você não se importa de perder a amiga por alguns instantes.

_Claro que eu não me importo – Hermione riu ao ver Draco se aproximar de Gina e levanta-la – Fiquem a vontade, eu vou dormir.

 

Gina não sabia como tinha permitido isso, mas só sabia que realmente estava sendo levada por Draco Malfoy a lanchonete do hospital e com a mão grande e quente dele no seu braço. Gina prendeu a respiração antes de sentar, pois Draco tinha acariciado seu braço com o polegar.  Eles sentaram um de frente pro outro.

_Vai querer o que? – ele perguntou na intenção de ir buscar.

_Um suco – ela disse ainda sem encará-lo.

 

O loiro logo voltou com o suco dela, café preto e uns biscoitos. Ele bebeu o café, sem tirar os olhos dela, que se negavam a encará-lo.

_Preciso saber algumas coisas – ele disse chamando a atenção da ruiva – Pra começar olhe pra mim, não gosto de falar pro nada.

_Pergunta – ela o encarou firmemente. Há anos tinha deixado de ser a menininha tímida, ela era que intimidava, mas ali tava difícil – Dependendo da pergunta, eu dou a resposta na boa.

_O Potter ama ou não ama a Hermione? – a pergunta foi rápida como uma bala – Não vou deixar que ele a machuque mais ainda, independente de bebê ou não.

_Claro que ama – ela defendeu o irmão firmemente – Acontece que ele não soube lhe dar com isso. Hermione era namorada do Rony e depois virou noiva, ele não sabia o que fazer pra tê-la sem machucar nosso irmão.

_Ronald Weasley é louco! – Draco disse quase cuspindo as palavras – Tentar suicídio por uma mulher que não o queria mais, é um absurdo.

_Eu sei – a ruiva concordou – E agora ele está muito bem com outra, mas o caso é o Harry. Ele precisa da Hermione e mais ainda agora que esta perdendo a pose de controlador.

_Ele comanda a família? – Draco riu de lado – Os tempos mudam.

_Pois é, quem diria que um puro sangue amigo de uma nascida trouxa – Gina debochou do loiro que ficou sério e carrancudo.

_Certo – Draco encerrou o assunto – Me fala como eu acho o Potter, vou levar um papinho com ele.

_Tem certeza? – Gina perguntou incerta se era ou não uma boa idéia esse encontro – Vocês podem acabar saindo no muro.

_Nada como rever os velhos tempos – Draco disse bebendo seu café.

 

PA

 

Gina permaneceu no hospital a pedido de Draco, enquanto ele ia a cobertura no centro da cidade pra falar com Harry. O loiro não estava nervoso, mas temia ter que sair no soco com o ex-grifinório. Não que fosse perder ou fosse ganhar, mas precisava saber se Potter realmente amava Hermione Granger, dependia dele se o loiro facilitaria ou dificultaria as coisas. Determinado Draco apertou a campainha, esperando que abriria a porta e pra sua surpresa não foi uma emprega ou empregado, foi o próprio Potter.

 

Draco se assustou com o que viu. Já ouvira falar no temido Harry Potter e lembrava como o homem era na época da escola, mas aquele sem duvidas não era a imagem que esperava ver. Harry estava de calça, descalço, a camisa aberta, os cabelos bagunçados num redemoinho, os olhos vermelhos e fedendo a bebida. Se a situação não fosse tão dramática, seria engraçada e uma ótima oportunidade para provocações.

_Quem é você e o que você quer? – Harry grunhiu as perguntas, ma quando encarou o homem na porta soube logo de quem se tratava – Ta perdido Malfoy?

_Não mais que você – ele devolveu rapidamente a ofensa – O que houve, um caminhão passou por cima de você.

_Isso não é da sua conta – ele devolveu estreitando os olhos perigosamente.

_Aposto que esse caminhão se chama Hermione Jane Granger – ele sorriu ao ver a tristeza passar nos olhos verdes e tendo a confirmação que precisava – Precisamos conversar sobre ela.

 

Harry não o convidou pra entrar, mas deixou a porta aberta e se jogou no sofá, cansado e tentando ficar bêbado, mas nada adiantava. O loiro viu várias garrafas de uísque rolando pelo chão, vinho e agora cerveja. [Decididamente ele estava tentando ficar bêbado, mas não estava conseguindo], ele pensou sentando na poltrona perto da janela

_Eu vim aqui por causa dela. Eu a conheço desde pequena, você já deve saber que éramos muito amigos – o olhar do loiro era encarando – E eu nunca vi minha amiga tão machucada quanto esta agora.

_Ela esta com você? – pela primeira vez na noite a voz de Harry vacilou diante da informação – Deus, como eu estou com saudades dela.

_Preciso que me conte seu lado da historia – Draco pediu sério, sem mostrar se tomaria ou não o partido dele – A dela eu já sei e confesso que estou louco pra te dar um tiro bem nessa sua cicatriz nojenta.

 

PA

 

Estava ai uma cena inesperada por quem estudou em Hogwarts no mesmo tempo que eles. Draco Malfoy e Harry Potter sentados em cadeiras de ferro em uma varanda na cobertura de Harry, tomando cerveja e falando de mulheres.

_Situação complicada – Draco confessou tomando mais um gole da cerveja gelada – Você tem poucas chances.

_Agora diz algo que eu não saiba – Harry nem se deu ao trabalho de olha-lo – Preciso de informações, não do obvio.

_Ela está grávida! – Draco deu a informação que o moreno queria.

 

Foi quase uma cena de filme de comédia. Draco bebendo sua cerveja calmamente depois de dizer pro homem ao seu lado que a mulher que ele ama estava grávida. Harry vai virando seu rosto devagar, com a expressão pesada e raivosa no rosto, os olhos verdes brilhando de raiva, até que explodi.

_Como você só me diz isso agora? – ele gritou irritado – Como diabos você me diz isso, assim?

_Não achei que merecia saber – Draco disse calmo e ficando de pé também – Mas agora você já sabe e é só esperar.

_Como é? – Harry perguntou sem entender – Quer que eu fique esperando? Eu vou atrás dela.

_Não vai não – Draco se virou como se Harry fosse um louco – Ela vai saber que eu te contei e vai decidir por si só se quer ou não você.

 

Draco sentiu o punho de Harry vim direto no seu rosto, mas não revidou. Os dois acabariam caindo da varanda numa briga.

_Sua irmã estava com ela no hospital – Draco informou olhando pro relógio – A essa hora ela já deve estar em casa.

_Tenho de vê-ela – Harry ofegava de raiva – Não pode...

_O problema foi que você não esperou, não teve paciência – Draco disse grosso pra ele – Você é a ultima pessoa que ela quer ver, então espere que ela queira.

_Não posso ficar esperando – Harry disse firme, mas sofrido – Estou acabado.

_Estou vendo – o loiro disse o obvio – Mesmo assim, espere, ela virá.

_Não me convenceu – Draco e Harry ficaram se encarando ferozmente – Não posso ficar.

_Não é novidade que ela te ama, e mais do que você a ama! – Draco viu a garrafa na mão de Harry se quebrar e a mão dele sangrar – Espere, porque se ela te quiser, ela vem. Caso contrário, pense num plano Z, pode ser sua última chance.

 

Draco saiu do apartamento e ainda com a mão sangrando Harry se jogou na cadeira de ferro, esgotado de pensar e de sofrer. O coração não conseguia bater direito, pois ele já estava quase morto de saudades dela. Desde o olhar ao cheiro e ao toque. [Deus, esperando um filho meu!] ele sorriu consigo, sua vida estava por um fio e dependendo do amor de Hermione. Se ela o amasse o bastante viria atrás dele, ou fugiria de vez.

 

PA

 

 

Draco puxou a chave da cobertura quando a porta se abriu e a ruiva mais maravilhosa do mundo saiu de lá. Seus olhos se arregalaram ao ver o loiro e seu corpo paralisou. Draco estranhou a expressão preocupada dela.

_O que houve? – ele perguntou a olhando de perto – Fale Weasley.

_Ela ligou pro apartamento e Lupin disse que você estava lá – a voz dela saiu baixa – Ela esta te odiando.

_Você disse a ela? – ele gritou pra ruiva, raivoso – Está doida?

_Ficou surdo Malfoy? – ela gritou tentando passar por ele, mas o corpo do loiro ficou bem a sua frente – Ela ligou pro apartamento e Lupin disse que você estava lá, tomando cerveja com meu irmão.

_Droga! – Draco passou pela ruiva em busca da amiga, mas já no corredor ele volta e vai atrás de Gina, ela já estava em frente ao elevador – Weasley!

_O que foi? – ela perguntou sem se virar, mas Draco tinha ido ate ela.

_Quando isso terminar – ele ficou por trás dela e com os lábios roçando no ouvido – Agente sai pra jantar e nem pense em voltar pra Sicília, eu vou te buscar lá.

 

A ruiva afirmou com a cabeça sem se virar e entrou no elevador. Draco já estava andando de novo pro apartamento.

 

Draco entrou apressado no quarto da amiga e rugiu raivoso para ela, que sem parar de chorar coloca suas coisas dentro de uma pequena maleta. Ela o viu na porta e parou o que estava fazendo, apenas para olhá-lo com desprezo.

_Você me traiu – ela gritou transtornada e chorando.

_Ele te ama! – ele só disse isso, mas Hermione revirou os olhos e voltou a guardar as coisas na maleta.

_Não ama não – ela devolveu depois de um tempo – Aquilo é orgulho ferido, só isso.

_Eu o vi, ele esta pior que você. – Draco se aproximou e pegando a maleta a jogou do outro lado do quarto – Ele realmente ama você, eu estou dizendo.

Eu o odeio, esqueceu?

_Draco – ela viu suas coisas espalhadas pelo chão do quarto – Não faz isso, por favor.

_Deixe de ser turrona – Draco a puxou para si, nervoso – Potter pode ser nervoso, ter sido um desgraçado no passado e ter judiado de você esses dias, mas é que ele é como todo homem.

_Um filha de uma puta? – ela disparou e Draco se afastou dela um pouco para ver seu rosto – O que foi?

_Você falando palavrão? – ele riu e a trouxe para si novamente – Esse é nova pra mim, Potter te virou do avesso?

_Virou – ela confirmou – E você ainda quer que eu lhe de uma chance, mas nem pensar.

_Ele também não deve ser o mesmo! – Draco acariciava os cabelos de Hermione – Mas assim como todo homem, Potter tem medo de ser dominado pelo amor, ele cega minha amiga.

_Ah, não vem com essa – ela se soltou dele pra debochar um pouco – Vocês se julgam forte o bastante para tudo, mas amor que é a coisa mais delicada e fácil do mundo, ele se faz de difícil.

_Se ponha no lugar dele – Draco sentou na cama dela, ainda a encarando – Seu irmão está no hospital por causa de uma mulher, você vai vê-la e se apaixona perdidamente por ela, a única solução é tentar esquecer ou fazer com que ela te odeie pra que você também possa esquecê-la.

_Não fica do lado dele, por favor! – Hermione voltou a chorar em pé no meio do quarto – Não faz isso comigo.

_Olha o lado dele – o loiro beijou o topo da cabeça da amiga e saiu do quarto – Não fuja de novo, porque ai serão dois atrás de você.

 

Esse penúltimo capítulo é dedicado a: Pah F Potter; Sther P.; Letícia Soares; Ligia Madson; Júlia Potter Mafoy; Deinha Pismel; gabriela; Renata Martins; hynara; marina saior; Nanybell; Linney Black Potter; Lúh. C. P.; Lilika; Nath Potter Black; natylindinha; GINNY POTTER MALFOY; Renata Martins; Sâmya Carvalho; Mah.Potter; Doninha G. J.; marina snape; Pri Scheneider; Vit e Soh; Nety Granger; B. Evans; Horchid; Flower_potter; MIAAS; Sara C; Teresa; Karlos Peverelle; vanessa.; Monalisa Mayfair; thamila moliterno; Cecília Granger Potter; Nick Granger Potter; molambo; Teresa e mais alguém se eu tenha esquecido, me desculpe. Mas essas pessoas me mandaram e-mail, comentários e me encheram o saco por uma atualização, então aqui está. Meu lado romântico voltou com tudo!

 

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