Mágoas passadas do presente



Ana Diana se sentou em seu trono. Não podia acreditar no que via. Depois de tanto tempo, depois de tanto esperar e sofrer


lá estava ele. Com bem mais idade. Já não importava mais. Só porque ela não envelhecera, não significava que ele não a adorava


como ser. Ana se levantou e deu um forte abraço em seu amigo querido.

Há quanto tempo. Uns 15 anos talvez... Talvez até mais. Não. 15 anos, tinha certeza agora.


Sorriu meio que sem jeito. Ele sem graça fez o mesmo. Seus súditos e guardas abaixaram as armas sem acreditar no que viam:
sua princesa, sua própria princesa, abraçando um humano. Não, aquilo era muito esquisito. Embora parecesse real. Ela estava feliz:
seu primeiro sorriso em semanas.


Ana mirou os outros com seus olhos verdes, penetrantes. Seus longos cabelos ruivos, presos por um coque com uma tiara dourada,
pareciam ter a mesma cor de muito tempo atrás. Sua pele, levemente bronzeada estava lá. Parecendo tão bela quanto antes. Sua cauda,
da mesma cor de sua pele, tinha apenas o final branco, indicando sua linhagem nobre. Suas orelhas, da mesma cor de sua pele,
também se tornaram mais belas que antes.


Mesmo sem ter envelhecido nada em 50 anos, Ana parecia mais linda (como se fosse possível, pensavam todos ao seu redor). Sabiam quem era aquele homem de capa negra. Não viam seu rosto. Nem precisavam para reconhecê-lo. Ele os ajudara, levando-os para o Brasil quando ,aquele ser (monstro para alguns), queria destruir tudo e todos. Nem eles se atreviam a dizer seu nome.


Mas naquele momento, um temor passou por cada um naquele palácio. Sabiam que se ele estava ali, ele havia de ter retornado. Mas como ajudar uma raça que os havia expulsado de sua terra. Aqueles bruxos...
Eles eram uma raça unida, os Helines... Uma raça bela, harmoniosa e poderosa. Mas se os bruxos, não tivessem quase os matado. Os
bruxos não passavam de medrosos e ignorantes.


O belo sorriso de Ana sumiu.


-Vamos? - perguntou seu amigo - Você é a única em que confio para tal tarefa.


-Sim - disse ela quase que num sussurro - Serena, faça minhas malas. - disse ela a uma de suas criadas.


Diana olhou para seu amigo:


-Quando desejas ir, Dumbledore? - perguntou gentilmente


-A qualquer instante Lua, a qualquer instante... - disse Dumbledore com um sorriso de triunfo em seu rosto



*-*

Há uns milhares de quilometros dali, um rapaz de 16 anos estava dormindo em seu quarto. Não era o fato de estar dormindo
no meio de uma tarde de verão que o tornava diferente. Nem o fato de ser um bruxo que iria para seu sexto ano de magia em Hogwarts,
mas simplesmente pelo fato de que ele ser ele mesmo, já bastava.

Não que ele fosse esquisito nem nada. Apenas o fato de que Harry se odiava e faria de tudo para ser qualquer um.


No chão, perto de sua cama, estavam ali nada mais, nada menos que dezenas/centenas de cartas de bruxos de todo o mundo lhe
pedindo desculpas, por tê-lo chamado de mentiroso e feito pouco caso dele.

Em sua escrivaninha, muito bem guardada, estava a carta de seus NOM´s. Harry se surpreendera... Harry havia conseguido NOM´s altissimos
em Defesa contra Artes das Trevas. Um resultado brilhante e com potencial dizia a carta. A melhor nota em anos. Havia um Perfeito com Nível
espetacular escrito ao lado. Sabia que tinha ido bem, mas conseguir uma nota acima de uma graduação esperada, acima das conhecidas pelos alunos,
era uma surpresa.


Surpresa era a nota em Poções. Tinha ido muito bem, Tinha sido ótimo. Como? Harry nao sabia. Talvez fosse o fato de que Snape não estivesse presente no exame.


Tinha conseguido Nom´s para ser auror.


Nem isso o fazia feliz. Queria seu padrinho de volta. E nada nem ninguém faria esquecer que ele, por sua causa, Sirius estava morto.
A dor que ele sentia era tanta, que Harry se afastara de tudo e de todos.

Quase não falava nem se correspondia quase com seus amigos. Não.
Não queria... Se sentia diferente, isolado de todos, por causa de uma profecia idiota. Ele era o único que podia derrotar Voldemort. Aquelas palavras soavam em sua cabeça. E era essa a razão. Por 15 anos ele sofrera. 15 anos haviam se passado desde que seus pais foram mortos.


Por anos, achava que era normal. Depois aos 11 anos descobriu quem realmente era e foi para Hogwarts. aos 13, conheceu a verdade sobre Sirius. Dizer aquele nome lhe dava raiva e ao mesmo tempo tristeza. Aos 14 anos, Voldemort retornou e aos 15, como sua vida nao fosse o suficiente trágica, Sirius morreu
e para completar, sua vida, soube daquela maldita profecia.


E era essa a razão de seu isolamento.


Ele era único, especial... Não queria ser assim. Queria ser normal, um adolescente BRUXO normal... mas não...


Ele era Harry Potter e parecia que sua vida era destinada a ser uma desgraça. Harry não tinha idéia do rumo que sua vida iria
tomar...


E era por isso que dormia. Em seus sonhos, nada de especial. Era seu refúgio. Lá ele era apenas ele, e ninguém mais. Tinha idéia
do quanto era importante. Do quanto ele era famoso. Do quanto ele teria que se esforçar.



E era esse o problema. Queria sua vida de volta. Não Harry Potter, o menino que sobreviveu, nem o Garoto da Profecia, muito menos queria ser conhecido como Harry Potter e o garoto que sobreviveu novamente. Mas apenas Harry.



Apenas Harry.


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