Lorde Voldemort



Capítulo VII – Lorde Voldemort

O normal seria chamar a todos os envolvidos, tamanha era a gravidade das informações que conseguira, só que Tiago nunca achara seguro citar fatos que descobriu através de Narcisa para todos os integrantes da Ordem.
Ele só se sentia à vontade de comentar sobre aquilo com Sirius e/ou Dumbledore, mais ninguém. Até por que não dava para contar a Lílian como ele descobria certas coisas.
Sendo assim, quando a informação vinha da loira das Black, ele a passava primeiro a Dumblendore que posteriormente retransmitia aos demais sem citar fontes. O que foi muito bom, afinal, se havia um traidor ele facilmente teria descoberto a sua informante e a delatado para Voldemort há muito tempo.
Por isso aquela noite foi muito longa para os três.
-Eu penso, penso e repenso e não consigo imaginar quem possa ser... – resmungava Sirius volta e meia.
-Não temos que pensar nisso... – disse Dumblendore com a sua voz rouca e tranqüilizadora.
-Como não, diretor? – Tiago não perdia aquela mania de trata-lo assim, mesmo já tendo feito um ano de formado.
-O que podemos fazer? Nada. O traidor não vai se apresentar somente por que já sabemos que ele existe e dizer a ele que já sabemos só o fará ter mais cuidado...
Os dois permaneceram em silêncio por certo tempo.
-Então... Não vai reunir a Ordem e alertar os demais?
-Não, Sirius... Não é o mais prudente a fazer... Mas prometo pensar em algo. Enquanto isso temos mais trabalho a ser realizado. E suponho que vá precisar de vocês dois na noite do Dia das Bruxas.
Eles se entreolharam. Dumblendore continuou a explicação.
-Se há um traidor não vou poder confiar essa missão a qualquer um.
-O que vamos ter que fazer, senhor?
-Ir a uma festa.

**************
-Sinceramente não sei por que aceitei o seu convite... Você sabe que essa gente me detesta Tiago...
-Você nunca se importou com isso antes, qual é o problema agora, Lilian?
-O problema é que antes eu não estava dentro da casa deles. – a ruiva bufou ao entrar pelo elegante salão, de braços dados com Potter – Ainda não entendi por que você TINHA que passar o dia das Bruxas aqui.
-Ordens Lílian, ordens. Não gosto de estar aqui tanto quanto você e... – suas palavras foram abafadas pelo som de cornetas.
Os dois olharam para o alto de uma imponente escada que surgia no meio do salão, assim como os demais convidados.
Uma voz, vinda do além anunciou aos quatro ventos.
-Senhoras e senhores, o sr. e a sra. Malfoy, seu filho Lucio e sua noiva, a srta. Narcisa Black.
Eles haviam chegado bem a tempo para a apresentação formal dos anfitriões.
O casal de mais ou menos 50 e pouco anos apareceu no alto da escada sorridente, seguido dos mais novos.
Tiago engoliu seco ao ver Narcisa... Ela estava incomumente linda em um vestido azul turquesa que lhe ressaltava a cintura fina. Cintura esta que estava sendo muito bem enlaçada pelo braço esquerdo de Lucio Malfoy. Algo que lhe fez o sangue ferver por alguns segundos.
Era a primeira vez na vida que sentia ciúmes da loira, e, a julgar pelos quase três anos de envolvimento aquilo fora realmente uma surpresa. Tanto que logo afastou a possibilidade de ser por estar gostando de verdade dela e a substituiu pela preocupação.
Vê-la ali, no meio daquela corja de assassinos (sim, por que Tiago sabia muito bem do que Voldemort e seus seguidores eram capazes) lhe fazia temer pelo bem estar dela.
-O que foi?
Ele virou-se para encara os olhos verdes de Lílian, ela parecia preocupada com a sua expressão, nem de longe imaginando que aquilo era devido aos encantos da loira que agora descia a escada, sorridente.
-Nada... É só que... – ele voltou a olhar os casais que agora já cumprimentavam seus convidados – Eles me dão nojo. Só isso...
Lílian estranhou.
-Você não estava com cara de nojo, Tiago...
Ele sorriu.
-A não... Estava com cara de que?
Ela deu de ombros.
-De surpreso... Na verdade você fez a mesma cara no dia que aquele apanhador alemão pegou o pomo de ouro em 5 minutos de jogo na final do mundial do ano passado.
-Mas também pudera, o cara surpreendeu todo mundo. Nem eu tinha visto o pomo ainda...
Ela riu.
-Você estava na arquibancada, não jogando, lembra... Era Alemanha x Austrália...
-Eu sei, o Reino Unido foi desclassificado nas quartas de final... Uma vergonha...
-Mas foi bom para aquele caquético do técnico dar o braço a torcer que você é o melhor apanhador do país. Finalmente ele te convocou para disputar o campeonato europeu desse ano.
-É... O sr. Nickson levou muito tempo para me convocar mesmo... Só não sei se vou conseguir conciliar minhas obrigações na seleção e na Ordem...
-Ora, ora, ora... Se não é o novo apanhador do time de quadribol nacional! Meus parabéns Potter. Finalmente chegou a onde queria.
Tiago virou-se para dar de cara com Lucio Malfoy a esticar-lhe a mão para um cumprimento.
Em segundos eles já estavam cercados por fotógrafos do Profeta Diário, só então Potter compreendeu por que fora o primeiro a ser cumprimentado pelo jovem anfitrião. Fotos ao lado do atual xodó da seleção nacional de Quadribol poderiam lhe render até uma primeira página, quem sabe.
-Olá Malfoy. – disse retribuindo o sorriso falso e o aperto de mão – Senhorita... – acenou de leve para Narcisa que insistia em manter a cintura enlaçada pelo braço esquerdo do noivo – Deixem-me apresentar minha namorada, a senhorita Lílian Evans. – ele puxou a ruiva para mais perto e sorriu por dentro, Malfoy teria que cumprimenta-la naquele momento, ou então sairia na primeira página do jornal como um péssimo anfitrião.
Lílian percebeu que o namorado fizera a apresentação de propósito, e não se incomodou nem um pouco com isso, pelo contrario, fez questão de esticar a mão para que Lucio a segurasse, com um sorriso amável nos lábios.
O constrangimento do loiro foi visível. Sua vontade era dar as costas para aquela ruiva insignificante e deixar ela e o namoradinho falando sozinhos... Mas não podia... Com aquele monte de máquinas fotográficas ao redor deles ele não podia...
Esticou a mão com muito custo e mal tocou na fina e alva pele de Lílian, fez a pequena reverencia, como era de costume nos salão da alta sociedade.
Houve uma nova chuva de flash.
-Essa é a minha noiva. – disse, continuando as apresentações de forma polida – Narcisa Black.
-Nós já nos conhecemos. – falou Tiago rispidamente – Estudamos juntos em Hogwarts no mesmo ano, não foi? – Narcisa fez que sim em silencio – Que tal uma foto dos quatro?
“Cretino, Cretino, Cretino” pensou Narcisa, fingindo aceitar a proposta, até por que não havia como recusa-la. Infelizmente o idiota do seu noivo a posicionou do lado de Tiago e, para completar, Lílian fez questão de pousar do outro lado de Lucio.
-Belo vestido... – sussurrou Tiago entre os dentes enquanto fingia sorrir para os fotógrafos.
-Péssima companhia. – respondeu ela, fingindo um sorriso tão falso quanto o dele.
-É muito melhor que a sua, com certeza.
Cisa não respondeu, alias, parecia totalmente indiferente a presença tanto dele, quanto de Lílian. Sempre fora assim, é verdade, mas dessa vez isso o incomodou.
-Potter! Será que eu posso pedir-lhe um autógrafo? – a sorridente Adrômeda apareceu do nada entrando no meio dos dois casais, com pergaminho e pena na mão – Não é sempre que se pode dizer que o apanhador da seleção nacional é seu amigo de infância...
Tiago riu, mesmo sabendo que a mais simpática das primas do amigo só entrara no meio deles para separa-los e poupar a irmã caçula de um possível excânda-lo.
-Claro... – disse, enquanto pegava o pergaminho e autografava o papel e, quando levantou a cabeça, Lucio e Narcisa já havia se afastado como imaginara – “Amigo de infância”? – zombou ele.
_Bom... Não exatamente, é claro. Mas eu estudei no mesmo colégio que você. Isso já me da chance de falar isso.
Ele riu, em seguida apresentou Lílian a ela que a cumprimentou com um novo sorriso e depois se retirou sem mais palavras.
-Quem era essa? – perguntou a ruiva estranhando.
-Andrômeda Black, uma das primas do Sirius... Era um ano mais velha que nós no colégio.
-Não lembro dela... Prima do Sirius? Tem certeza? Ela me pareceu simpática demais para ser prima dele.
-Como Sirius mesmo diz: ela é a única coisa que presta na família dele... Mas vamos, temos trabalho a fazer...
Eles se embrenharam por entre os convidados, cumprimentaram alguns conhecidos e foram cumprimentados por alguns fãs.
O lugar era imenso, ricamente decorado com abóboras e temas da época.
-Cadê o Sirius... – murmurou ele há certa hora, tentando não dar na vista que procurava alguém entre os convidados.
-Também não o vi... Alias, ainda não entendi como ele vai aparecer aqui sem ser expulso.
-Ele disse que arrumaria um jeito e... – ele trombou em alguém sem perceber – Desculpe... – engoliu o resto da frase, havia trombado em ninguém menos que Bellatrix.
Ela o olhou de cima a baixo, e depois fez o mesmo gesto com Lílian. Mas não lhes dirigiu a palavra. Virou as costas e saiu resmungando.
-Outra prima do Sirius... – disse ele – Essa faz mais jus a reputação da família.
-É... Dessa eu lembro. Do clube... – respondeu Lílian sem muita alegria na voz – Tive que ouvir a Mirian reclamando dela durante vários meses.
-Não vamos lembrar disso... – falou Tiago rapidamente, antes que a namorada entrasse no assunto “seu amigo é um galinha” – Anda, vamos procurar o Sirius.
A algum metros deles Bellatrix continuava a resmungar consigo mesma.
-A que nível vamos chegar? – dizia irritada – Será que até sangue ruins vamos ter que aturar agora...
Mas seus murmúrios não duraram muito, foi interrompida por um dos seus muito ex, pela milésima vez só naquela festa, alias.
-Bella, vamos dançar.
-Já disse que não Rodolfus! Não estou afim de dan... – ela não terminou a frase porque o homem já a estava puxado pelo braço, carregando-a para o meio da pista – Ei! – ela bem que tentou se soltar, mas Lestrange parecia mais forte do que o normal – Que droga Rodolfus, você sabe que eu detesto dançar com você...
-Ah é, Bellinha querida... – ela estranhou o tratamento – Por que?
-Porque você dança mal, já te disse isso mil vezes. – ela se surpreendeu com os primeiros passos dele, nada parecido com os desengonçados passos das outras vezes que dançaram juntos. O encarou por um segundo, ele tinha um sorriso estranho nos lábios – Você não é o Rodolfus. – concluiu.
-Achei que nunca fosse perceber, priminha. – ele murmurou a última palavra em seu ouvido, enquanto trazia o corpo dela para mais perto do seu.
-Sirius? É você? – ele fez que sim divertido – O que diabos está fazendo aqui?
-Queria participar da festinha, não posso?
-Com a cara do Rodolfus?
-Bom, com a minha é que não ia poder aparecer, não é? Resolvi usar a sua tática...
-Logo com o Rodolfus? Não tinha ninguém melhor para você se transformar não?
Ele deu de ombros.
-Ele é seu ex-namorado, seria mais fácil chegar perto de você sem que ninguém estranhassem. – disse meloso. Seria melhor que ela pensasse que estava ali por causa de seus belos olhos negros do que pelo motivo real.
-Tenho ex-namorados melhores. – desdenhou, fingindo não ter gostado da surpresa.
-Mas o Rodolfus foi mais fácil de pegar... Mais fácil até que a poção polissuco que afanei...
-Deu pra roubar agora é?
-Tinha que puxar algo da família, não? Acho até que ficariam orgulhosos de mim...
Ele olhou em volta sutilmente.
-Quem está procurando?
Virou o rosto carrancudo para ela.
-Sabe Bella, se tem uma coisa que me irrita é o fato de você me conhecer muito bem. – ela sorriu satisfeita – To procurando o Tiago, já era para ele estar aqui.
-Ele já chegou... Ele e aquela sang...
-Não chame a Lílian assim! – cortou antes que Bella pudesse terminar o xingamento. O que a deixou enfurecida, claro.
-Que foi? Está a defendendo por que?
-Com certeza não é por esse motivo que está passando na sua cabeça pervertida. – algo lhe chamou a atenção à diante, uma figura adentrara o salão – Voldemort... – sussurrou.
Bella virou o rosto rapidamente na mesma direção e sorriu.
-Finalmente, o Lorde chegou.
-Lorde? – ela voltou a encara-lo indiferente à exclamação de surpresa que fizera – Você chama esse cara de Lorde?
-É isso que ele é...
-Pois para mim ele está muito longe de ser isso... Esse cara é um assassino Bellatrix, e da pior espécie.
-Ah Sirius, cala a sua boca. O Lorde é uma pessoa bastante inteligente. Uma inteligência que você está longe de alcançar nessa vida.
-Inteligente e assassino. Você sabe tão bem quanto eu que os constantes ataques a trouxas que estão acontecendo de uns tempos para cá são culpa dele.
-No seu dicionário matar trouxas é assassinato? No meu é dedetização do planeta.
Pela primeira vez em todo o tempo que eles haviam começado a se relacionar (mais intimamente) Sirius se lembrou do porque saíra de casa e do porque Bellatrix permanecera lá. Ele era diferente dos Black, ela não.
-Certo, então. Se acha correto o que essa gente faz por que não vai lá e se junta a eles. – ele apontou o grupo que recepcionava Voldemort com sorrisos e empolgação.
-Era exatamente o que eu estava pensando em fazer agora. Com licença sr. Lestrange. – deu o primeiro passo, parou e o encarou de novo – E, se eu fosse você também iria... Isso se não quer que as pessoas percebam quem você NÃO é de verdade...
Sirius engoliu seco. Uma aproximação direta com Voldemort não estava nos seus planos, alias, Dumbledore o alertou veemente que não seria seguro caso estivesse disfarçado... O cara era mestre em Legistemancia.
Quando escolheu Lestrange como alvo para utilizar como disfarce, sua idéia era estar próximo a rale que o seguia, não próximo dele.
Mas não havia opção. Se martirizou por ter contado a Bellatrix quem realmente era, se soubesse que ela idolatrava o cara jamais teria dito algo, mas agora já era tarde.
Aproximou-se do grupo com passos lerdos, sem nenhuma pressa, esperando que algum milagre acontecesse.
-Rodolfus! – gritou Lucio ao lado de Voldemort assim que ele estava próximo o suficiente – Aqui está ele senhor...
O bruxo mal o encarou.
-Lestrange, meu caro. Que bom que está aqui, preciso de sua ajuda.
Ele olhou Bellatrix por sobre os ombros do velho bruxo, ela parecia estar se divertindo com a encenação que ele teria que fazer.
-O que o senhor desejar... Milorde. – disse, pomposamente, usando o tom que já ouvira Lestrange utilizar em outras ocasiões, Bellatrix fez cara de falsa surpresa com a encenação, chegou até a fingir umas palmas, ele estava indo bem.
-Preciso que me consiga algumas informações... – ele balançou a mão displicentemente – Quero a relação de formandos do penúltimo ano de Hogwarts.
Sirius estranhou.
-Penúltimo ano, senhor?
-Sim, Rodolfus. E, de preferência com um levantamento preciso de quais deles eram os preferidos de Dumbledore.
-Isso não é muito difícil, senhor. – disse Lucio sorridente – Minha noiva estudava nessa turma e qualquer um dessa época sabe muito bem quem o diretor protegia mais... O apanhador e seus amiguinhos.
Voldemort olhou curioso para Lucio.
-Apanhador, Lucio?
-Sim, Tiago Potter, o novo apanhador da equipe nacional de quadribol... E seus amiguinhos. Um deles é bastante conhecido da nossa querida Bella, não é minha cara?
Bellatrix encarou Malfoy com displicência.
-Quem por exemplo?
-Seu primo, Sirius Black.
-Tão conhecido meu quanto de sua noiva. – ela deu de ombros – A peste foi expulsa de casa aos 15 anos... Faz séculos que eu não sei dele.
Quando deu por si, Voldemort a estava encarando com olhos fixo como se soubesse que estava mentindo. Ela sentiu um calafrio corta-lhe a espinha, nunca havia lhe acontecido de alguém perceber que mentia antes.
Então o homem sorriu.
-Quatro anos não pode ser considerado séculos, minha cara.
-Claro, Milorde... É só uma forma de dizer.

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