Capítulo Único



Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei



Sozinha ela pensava. Como ele podia ser tão idiota? Mas era o idiota que ela amava. E infelizmente era esse mesmo idiota que tinha terminado tudo. Droga! Por que ele tinha que ser tão cruel? Por que fazê-la sofrer tanto?

Depois de duas semanas separados, Gina pensava muito nele. No seu loiro. Em Draco Malfoy, o homem que tinha jurado amor eterno. As lembranças de tudo o que passaram juntos ainda era forte em sua mente.

Resolveu procurá-lo mais uma vez. Quem sabe conversando...



Me encontro tão ferida, mas te vejo ai também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito, pra morrer assim



Andava pelo Beco Diagonal pensando em como se aproximar quando o viu sentado, cabisbaixo, no caldeirão furado. Aquele, definitivamente, não parecia o Malfoy que ela conhecia.

Quando a viu, ele tratou de sair do lugar. Ela sentiu que ainda causava certo impacto nele, sabia que ele também estava sofrendo. Então por que terminar, caramba? Tinham tanta coisa pra viver ainda...



Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais



Tentou procurá-lo antes, em vão. Ele era cabeça dura demais, assim como ela. Talvez fosse esse um dos motivos do fim. Mas ele bem sabia como tratá-la. Tantas vezes a chamou de infantil... Por que não esperar uma mudança? Ora, ele mesmo tinha mudado por causa dela! O que mais doía nela era que ele sabia que só dependia dele. Era só ele falar que sim que ela voltaria...

O tempo foi passando e Gina foi deixando de sofrer. Ainda não o tinha esquecido, mas tinha decidido por ela mesma! Nada mais de sofrer, pois há alguns dias ficara sabendo que ele mudara-se para a França. E se ele tinha direito a uma nova vida, por que ela não teria?



Eu não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos, minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, não voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos



Semanas depois...


Gina andava distraída pelo Beco Diagonal. Fazia dois meses que ela e Draco estavam separados, e ela tinha superado. Nunca mais tivera notícias dele, e isso fazia-lhe muito bem.

Ao chegar em casa notou que sua secretária eletrônica marcava cinco recados.


Biiiiiiiiiiiiip...

Gi, sou eu Luna. Tenho uma fofoca urgente pra te contar. Me liga mais tarde. Beijos!



Biiiiiiiiiiiiip...

Oi Gi, sou eu de novo. Aliás, não me liga não que eu vou sair. Vamos deixar pra conversar domingo, no almoço dos gêmeos. Você vai, né? Beijos.



A ruiva riu. Lembrou-se da aflição que a amiga devia estar sentindo por não ter-lhe contado ainda a tal “fofoca”. Será que ela agüentaria até domingo? E que raios de almoço era esse? Por que não tinha sido convidada?


Biiiiiiiiiiiiip...

Oi maninha, aqui é o Fred, e aqui é o Jorge. A gente ligou pra dizer que vamos fazer um almoço domingo aqui em casa pra comemorar os lucros com a loja de ogros e esperamos você lá. Beijos.



Riu de novo. Há tempos não via os irmãos, apesar de passar todos os dias pelo Beco. E agora estava oficialmente convidada para o almoço.


Biiiiiiiiiiiiip...

Gininha, minha filha! Mamãe está morrendo de saudades de você, sua ingrata! Há quanto tempo você não faz uma visita a mim e a seu pai? Humpf... Espero que você vá ao almoço dos gêmeos. Te amo. Beijos da mamãe e do papai.



Riu mais uma vez. Parecia estar cercada de pessoas loucas, mas totalmente adoráveis.


Biiiiiiiiiiiiip...

Er... Oi Gina. Acho que você sabe quem está falando. Bem, vou passar uns dias aí em Londres, e gostaria de te ver pra gente conversar. Pode ser domingo? Me liga pra confirmar. 5552897. Tchau.



A ruiva congelou ao ouvir o último recado. Não podia ser! Era ele mesmo. E agora, o que faria? Iria a esse encontro ou não?



Me mata essa vontade
De querer tomar você num gole só
Me dói essa lembrança
Das tuas mãos em minhas costas
Sob o sol da manhã
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por quê?



Sábado, sete da noite. Gina acabava de adentrar o Tavian, o mais famoso restaurante de Londres. E ele estava em pé, olhando entrar. “Um verdadeiro gentleman”, ela pensou. Foi andando na direção dele, com o olhar firme. Parou em frente à cadeira, que ele puxou para que ela sentasse.


- Boa noite Gina. – Ele disse beijando a mão dela e entregando-lhe um buquê de rosas brancas, as preferidas dela, as que ele deu a ela quando a pediu em namoro.

- Boa noite. – Ela respondeu pegando o buquê e tentando ser o mais indiferente possível.

- O que o casal vai querer? – O garçom perguntou, criando um clima constrangedor no local.

- Nós vamos querer salmão ao molho de camarão. – O loiro disse como se não tivesse ligado para o que o garçom dissera. – E pra beber, vinho. O melhor que você tiver.

- Boa escolha senhor. Com licença. – E o garçom saiu.

- E então, como você está? – Ele começou perguntando.

- Ah, eu tô bem. Trabalhando bastante, saindo com amigos... Essas coisas que os solteiros fazem. – Ela sorriu triste. – E você?

- Bem, você sabe que eu me mudei. Estou dando assistência na nova filial da Malfoy Empreendimentos lá na França. Não tenho tido muito tempo pra outras coisas.

- Como sempre... – Ela disse baixo.

- Desculpe, não ouvi o que você disse.

- Nada não. – Ela respondeu triste.

- Gina, eu queria dizer que sinto a sua falta... – Ele começou, ela baixou a cabeça e apenas ouviu. – Queria muito que você tivesse comigo, não sei por que nos separamos, mas vejo que foi a maior burrice da minha vida e... Gina, você está bem?

- Não, não está nada bem. – Ela falava calmamente, com lágrimas nos olhos. – O homem que eu amo me dispensa da vida dele, e eu passo dias sofrendo por isso. Ele se muda e eu vejo que isso vai ser o melhor pra mim. Depois de exatamente sete semanas ele aparece, quando eu achava que já estava bem, e me diz tudo o que eu queria ter ouvido há algumas semanas, confundindo todos os meus sentimentos... Está bom pra você?


- Er... Gina... Me desculpa, eu só estou tentando... Nós podemos...

- Não Draco, não existe mais ‘nós’. Infelizmente... – Levantou-se e saiu.

- Espere Gina. – Ele foi atrás dela, pegando o buquê que ela havia deixado pra trás, deixando algumas notas na mesa e alguns clientes ainda sem entender o ocorrido.



Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais



Andou algumas quadras quando um carro parou ao seu lado. Sabia que era ele. Continuou olhando pra frente, sem importar-se com a buzina do carro do loiro e com seus gritos. Vendo que não obteria sucesso em ignorá-lo, resolveu parar.

Draco desceu do carro e foi ao encontro da ruiva.


- Gina, por favor, me entenda...

- Não Draco, não dá. Eu não conseguiria suportar você me deixar de novo.

- Eu juro que não vou fazer isso.

- Você fez uma vez, mesmo me dizendo que não faria. Você me enganou, logo eu, a única pessoa que esteve ao seu lado de verdade, sem interesse. Você magoou a pessoa que realmente gostou de você. E por quê? O que você ganhou com isso? Hoje eu vejo que você não ganhou nada, porque senão não estaria aqui, me pedindo pra voltar.


Ela chorava muito, e ele não conseguia falar nada. Apenas a olhava...


- Infelizmente você não pode ter tudo o que quer, Draco. Eu tentei de todas as formas fazer de você uma pessoa melhor, mas você continua sendo o mesmo metidinho dos tempos de colégio, que acha que pode ter tudo na hora que quer... Mas dessa vez você se enganou. Não vai me magoar outra vez.


Gina saiu correndo, a visão turva por causa das lágrimas, enquanto Draco a olhava com as rosas na mão, atônito... E chorando.



Eu não vou voltar atrás
Raspe dos teus dedos, minhas digitais
Eu não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Eu não vou, não voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos



No dia seguinte, Gina acordou com a visita inesperada de Luna. Sabia que encontraria a amiga, mas somente na hora do almoço. Assuntou-se. A expressão de Luna estava estranha.


- Aconteceu alguma coisa Luna? – Gina perguntou já com medo da resposta.

- Er... – A loira não conseguiu falar. Apenas entregou-lhe a edição do dia do Profeta Diário.


Quando a ruiva leu, sentiu como se levasse um soco no estômago:

Herdeiro Malfoy morre em acidente trágico


O jovem herdeiro Malfoy, Draco Alexander Malfoy, sofreu um grave acidente de carro na noite deste sábado. O mais intrigante é que ele segurava fortemente nas mãos um buquê de rosas brancas. Estranho? Saiba mais na página 3”


Gina não conseguiu esboçar nenhuma reação, apenas olhava pra frente. Estava em estado de choque. Foi levada ao St. Mungus e ficou nesse estado por dias.

No dia em que saiu do transe, a primeira coisa que fez foi chorar. Copiosamente. Por ter deixado de lado a única chance de ser feliz. Pediu para ir ao cemitério visitar o túmulo do loiro. E lá confessou-lhe tudo o que queria ter dito.


- Draco, desculpa! Olha, eu não queria ter dito aquelas coisas pra você, você era a pessoa mais importante pra mim, o homem da minha vida. Desculpa também por ter esquecido as rosas. Você sabia que rosas brancas são as minhas preferidas. Você fez tudo perfeito, mas como sempre eu estraguei tudo. Só que dessa vez não tem volta. Por que tudo teve que ser assim, por quê? Se eu pudesse voltar o tempo, teria aceitado as suas desculpas. Aliás, eu aceito sim... Droga! VOLTA! Por favor, me perdoa... – Ela disse com o rosto colado no túmulo, chorando muito.


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Duas semanas depois e Gina ainda estava triste, sem comer, beber, ficando cada dia mais e mais doente. Todos estavam preocupados, sem saber o que fazer para que ela reagisse. Mas Gina só sentia dor, uma dor forte e inexplicável. Fazia questão de todos os dias ir visitar o túmulo de loiro, sempre levando rosas brancas.

Era uma tarde de sábado quando ela saiu mais uma vez para ir ao cemitério, como sempre contra a vontade de todos. Já eram sete da noite e ela ainda não tinha voltado, o que deixou todos preocupados. Luna foi até o quarto dela para ver se ela poderia ter chegado sem ninguém ter visto. Nada. Apenas um bilhete em cima da cama, ao lado de uma rosa branca.


“Mamãe, papai, maninhos, amigos:

Ao chegarem no cemitério, depararam-se com a ruiva deitada ao lado do túmulo do loiro, uma expressão suave e risonha no rosto. E ao seu lado, várias rosas brancas...
Com amor,
Gina.”



Como vocês perceberam, eu não estava mais conseguindo viver com a culpa pelo acidente do Draco. A dor que eu estava sentindo era a pior possível, que eu nunca desejo a ninguém. Sei que pode ser egoísmo meu, mas no momento em que vocês estiverem lendo esta carta, eu não mais estarei com vocês. Estarei ao lado do meu Draco, do homem por quem eu sempre fui apaixonada, o homem que eu amo.
Com amor,
Gina.”



Ao chegarem no cemitério, depararam-se com a ruiva deitada ao lado do túmulo do loiro, uma expressão suave e risonha no rosto. E ao seu lado, várias rosas brancas...


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N/A: Oi gente!
Mais um surto desta autora maluca!!!
O que vocês acharam?
Comenta aí, ok?
Bjks!
Nandika :**

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