A revelação de Rony



Capítulo 5 : A revelação de Rony

No dia seguinte ao casamento, todos se levantarem tarde. Nem a Sra. Weasley acordou cedo naquele dia, e o café da manhã demorou a sair. Além de Harry, Rony, Hermione, Gina, o Sr. e a Sra. Weasley, Gabriele, Fred, Jorge e Carlinhos também estavam hospedados na casa.

Então resolveram montar as mesas da cozinha do lado de fora da casa, tanto para o café da manhã, quanto para o almoço.

Após o café da manhã, a Sra. Weasley sugeriu que todos aguardassem o almoço na varanda.

Harry, Rony, Hermione e Gina tentaram ir para o lago para praticarem, mas como imaginavam que a Sra. Weasley sugeriria que se fossem, levassem Gabriele, eles acharam melhor permanecer em casa.

- O casamento foi bonito, não? – comentou Hermione com Gina.

- Realmente. E o mais legal é que todos vieram – completou Gina.

- Quase todos, foi realmente uma pena Vitor não poder vir – Mione respondeu, sem perceber que só ao mencionar o nome de Krum, Rony começou a ficar vermelho.

- Foi realmente uma pena o Vitinho não ter vindo, mas acho que só você sentiu falta dele – Rony bufava de raiva. – E é claro que você sabe por que, não é? Afinal, não pára de escrever para ele.

- Realmente eu escrevo muito para ele, pois ele É MEU AMIGO! E amigos se correspondem, embora você nunca tenha me escrito sequer uma linha nas férias – Hermione agora encarava Rony.

- Acho que ele quer ser mais do que seu amigo, e como sempre você dá esperanças a ele.

- Eu não dou esperanças a ele e, se desse, VOCÊ NÃO TEM NADA A VER COM ISSO! – Hermione gritou.

- CLARO QUE EU TENHO A VER COM ISSO! AFINAL DE CONTAS, SOU SEU AMIGO E ME PREOCUPO COM VOCÊ!

- POIS NÃO PRECISO DE SUA PREOCUPAÇÃO! EU SEI ME CUIDAR MUITO BEM!

Rony olhou triste para Hermione, deu de ombros e se retirou do jardim. Hermione pôde ver que ele se sentou na sala e começou a conversar com Gabriele. Gina e Harry perceberam que ele só fez isso para irritar Hermione e, quando iriam sugerir que eles saíssem dali, Mione levantou-se e correu para seu quarto. Harry e Gina perceberam que seus olhos começavam a marejar.

Quando passou por Rony e Gabriele, Hermione tentou esconder o rosto, mas todos notaram quanto o rosto de Rony mudou dos sorrisos que dava para Gabriele, para uma feição triste. Notou como tinha magoado Hermione e o quanto tinha sido infantil.

Ele se levantou e fez um movimento como se fosse seguir Hermione, mas abaixou a cabeça e foi para a frente da casa, sozinho.

Harry olhou para Gina, que na hora entendeu-o, e foi em direção ao quarto para falar com Hermione, enquanto Harry seguia para a frente da casa para falar com Rony.

Ele estava sentado na cerca em frente à casa, de cabeça baixa e olhando a grama. Harry se aproximou e sentou-se ao seu lado.

- Por que eu tenho que ser tão burro, Harry? – disse Rony. – Não consigo ver ela falar no Vitinho sem me enfurecer e fazer alguma coisa idiota. Eu não suporto ver ela chorando.

- Você já disse isso pra ela? – questionou Harry.

- Claro que não! Ela iria entender tudo errado.

- Como assim?

- Ela iria achar que eu estou com ciúme.

- Realmente, Rony, você é muito burro!

- Como é que é?

- Acho que só você não notou que é louco pela Mione.

- EU? DEIXA DE SER RIDÍCULO!!! EU GOSTANDO DA MIONE!!! VOCÊ É QUE DEVE ESTAR LOUCO!!!

- Sabe o que é mais estranho? Eu tenho certeza que ela sente o mesmo, mas como você é um completo idiota, não nota.


- Imagina, Harry! Uma menina inteligente, linda, especial como a Mione ser apaixonada por mim tendo caras como o Krum atrás dela. Ela não é burra o suficiente.

- Eu acho que o único que não está sendo inteligente aqui é você. Porque uma hora ela cansa de esperar e aí vai atrás de outro – Harry finalizou a conversa dando um ultimato a Rony.

Rony ficou por uns instantes pensando e finalmente virou para Harry e disse:

- Pode ficar tranqüilo, Harry. Não vou deixar isso acontecer.

- O que você vai fazer?

- Você vai ver.

No mesmo instante, Gina entrou no quarto e encontrou uma Hermione sentada na cama, com os olhos vermelhos e olhando pensativa para uma foto do trio em Hogwarts.

- Por que ele me trata assim, Gina? Eu queria tanto que ele me tratasse bem.

- Você tem que entender que ele morre de ciúmes do Krum. E cada vez que você diz trocar cartas com ele, a insegurança de Rony aflora e ele não sabe como controlar isso.

- Mas eu só sou amiga do Vitor. Você sabe que eu gosto é do seu irmão.

- Eu sei. Mas ele se acha um nada e não acredita que você possa gostar dele. Ele te acha boa demais para ele, e que você nunca iria se interessar por ele.

- Ele é um idiota. Como não percebe que eu não me imagino com outro senão com ele?

- Ele é um trasgo, mas não desista dele, Mione. Você seria a melhor coisa que podia acontecer na vida dele.

- Por enquanto eu não desisti, mas não sei até quando eu vou agüentar.

- É bom você agüentar mesmo. Quero você na minha família e o Rony é a sua única opção, visto que o Carlinhos e o Percy são velhos demais pra você, e os gêmeos não fazem o seu tipo – Gina começou a rir da situação com Hermione.

- Mesmo porque, pra mim, Rony é o mais lindo dos seus irmãos.

Gina tinha conseguido pelo menos alegrar um pouco Hermione, mas ela disse que não iria falar com Rony enquanto ele não se desculpasse pela grosseria. Mal sabia que na cabeça do ruivo um plano já estava sendo formado, e se tudo desse certo, ele teria Hermione para sempre.





Naquela mesma tarde, Gabriele voltou para sua casa na França. Já tinha perdido as esperanças com relação a Rony. Os gêmeos voltaram para a loja no Beco Diagonal e Carlinhos voltara à Romênia, deixando a Toca novamente para os quatro. Rony decidiu que daria inicio ao seu plano naquele mesmo dia e pediu para Harry encontrá-lo no jardim antes do jantar.

- Certo, Rony, o que você quer?

- Quero que você marque uma reunião para depois do jantar, mas não apareça e dê um jeito de Gina não aparecer também.

- Pense bem no que você vai fazer, Rony. Não magoe mais a Mione, por favor.

- Pode deixar, Harry, hoje eu decido o que vai ser da minha vida.

Harry entrou e comunicou a reunião a Hermione e Gina, porém pediu a Gina que o encontrasse no seu quarto uns dez minutos antes.

O jantar prosseguiu normalmente, embora Hermione não olhasse para Rony e nem falasse com ele. Na hora da reunião no jardim atrás da casa, Gina estava com Harry no quarto e Hermione se dirigiu ao jardim. Hermione estranhou que somente Rony estivesse lá, mas se sentou no balanço e ficou aguardando a chegada de Gina e Harry.





Enquanto isso, no quarto, Gina encontrava Harry e perguntava:

- Por que estamos aqui, Harry?

- Porque seu irmão quer falar com Hermione a sós – explicava Harry.

- Mas Harry, será que isso vai dar certo? Se Rony brigar com Hermione novamente, acho que ela nunca mais o perdoará.

- Eu também acho, mas Rony estava decidido. Quem sabe eles finalmente se entendem?

- É bom mesmo. Não agüento mais o amor desses dois sem solução.

- Veremos, Gina. Veremos.





Após alguns minutos, Rony viu seus pais irem se deitar e resolveu falar com Hermione:

- Mione, precisamos conversar.

- Eu não estou falando com você. Acho que não temos nada pra conversar. – Hermione colocou um tom severo em sua voz.

- Mione, por favor. Se você não quer falar comigo eu entendo, mas peço que me escute e veja algumas coisas que tenho para lhe mostrar.

Rony apanhou carinhosamente Mione pela mão e a puxou levemente em direção ao lago.

- Aonde vamos, Rony? – perguntava, curiosa.

- Espere e verá. Sei que não vai se arrepender – respondeu Rony, com um sorriso meio torto e as bochechas corando.

Hermione não tinha esquecido o que Rony tinha feito com ela. Não suportava suas desconfianças e suas acusações. Ela tinha tido um breve romance com Krum, nada além de uns beijos e abraços, mas isso só serviu pra mostrar-lhe que gostava era de Rony, e ficar com qualquer outro só machucaria a ela e quem estivesse em sua companhia.

Rony levou Hermione até a beira do lago e disse-lhe calmamente:

- Você sabe muito bem que eu sou péssimo com palavras, me atrapalho todo e acabo fazendo mais estragos do que coisas boas. Sei que você não agüenta mais minhas desculpas, que eu sou um insensível várias vezes e um idiota na maioria do tempo.

Hermione ameaçou dizer alguma coisa, mas Rony a interrompeu e pediu-lhe:

- Por favor Hermione, peço que me deixe falar e mostrar tudo o que escolhi pra você. Depois você pode falar o que quiser.

Rony pareceu pegar fôlego e continuou:

- Escolhi algumas imagens da minha vida e, como não tenho uma penseira, achei um feitiço que pode refletir minhas lembranças na água. Peço que as veja conforme eu for explicando e, quando terminar, escutarei qualquer coisa que você quiser e aceitarei o que você decidir.

Rony pegou sua varinha e, decidido, a encostou na lateral de sua cabeça e exclamou:

- Reflectium!

Uma luz pareceu sair de sua cabeça e uma imagem era refletida no lago.


A primeira cena mostrava um Rony, que aparentava não ter mais do que seis anos, andando com os gêmeos pelas ruas de Londres. Uma menina o olhava com um jeito estranho e o seguia de perto.

- Cuidado, Roniquinho, elas são terríveis e você nunca terá sossego com elas. As bruxas são as piores e, se eu fosse você, ficava longe delas. Elas só te farão sofrer – dizia um Fred piscando para Jorge. – E vou te dar um conselho: Nunca se apaixone.




Rony explicou para Hermione:

- Acho que o início dos meus problemas com o amor começaram aí. Nunca tive coragem de me aproximar de nenhuma garota e prometi a mim mesmo que nunca iria me apaixonar. Mas essas coisas a gente não controla.


A segunda cena mostrava Rony com Harry na cabine do Expresso de Hogwarts no seu primeiro ano, quando ia tentar fazer a mágica em Perebas. Hermione entrou no vagão e o viu fazendo papel de bobo, não conseguindo fazer a mágica com Perebas. Então, Hermione falou que ele estava com o nariz sujo.


- No dia em que te conheci, a única coisa que pensei foi que eu estava marcado a fazer papel de bobo na frente de garotas, principalmente as que eu achava bonitas.


A terceira cena mostrava Hermione sentada na enfermaria de Hogwarts ao lado de Rony, que estava deitado na cama após a partida de xadrez no primeiro ano. Hermione olhava preocupada para Rony, que parecia dormir.


- Eu estava acordado. Nunca me senti tão protegido e querido quanto naquele momento.


A quarta cena mostrava Rony sentado em frente a uma cama na enfermaria de Hogwarts. Hermione estava petrificada em cima dela, e Rony estava sem Harry por perto. Rony a fitava com um olhar vazio e perdido, e parecia chorar baixinho.


- O que é que eu faço sem você, Mione?




- Nunca me senti tão perdido na vida, como se a única coisa que tinha importância pra mim se perdesse.


A quinta cena mostrava Hermione abraçada a Rony, olhando de longe um carrasco parecendo executar Bicuço e chorando muito.


- Como eu quis te amparar e dizer que ia ficar tudo bem!


A sexta cena mostrava Hermione dançando com Krum no Baile de Inverno, enquanto Rony os observava de longe, sentado ao lado de Harry e Parvati Patil.


- Naquele dia, eu me senti morto. A vida não valia mais a pena. Achei que não podia ficar pior, mais fiquei.


A sétima cena mostrava um beijo carinhoso entre Hermione e Krum num canto da biblioteca. Mas ao fundo podia se ver um Rony com lágrimas nos olhos e segurando um grito de dor.


- Neste momento eu soube o que era dor.


A oitava cena mostrava Hermione na enfermaria de hogwarts após a luta no ministério com Rony ao seu lado.


- Mesmo com você se correspondendo com Krum, eu ainda tinha esperança de que você seria um dia minha.


A nona cena mostrava Rony entrando com Lilá numa sala onde Hermione estava com Harry, e em seguida sendo atacado pelos passarinhos conjurados por Hermione.


- Achei que se eu arrumasse uma namorada, você poderia me notar, como aconteceu com a Gina e o Harry. Eu sentia desde o quinto ano que Harry estava gostando de Gina, embora ele não dissesse. Como sempre, meti o pé pelas mãos, não sabia como me livrar de Lilá e achei que tinha perdido você.


A décima cena mostrava Hermione e Rony dançando no casamento de Gui e Fleur no dia anterior.


- Fazia tempo que eu não me sentia tão feliz!

Rony terminou o feitiço e olhou para Hermione. Abaixou os olhos e começou a falar:

- Tudo que eu queria te mostrar eu já mostrei, agora deixe-me falar algumas coisas e depois prometo que ouvirei o que você quiser.

Rony fitou os olhos de Hermione e, sem parar para pensar (temia não ter coragem de prosseguir se tentasse raciocinar), começou:

- Mione, não sei ao certo quando me apaixonei por você. Às vezes, acho que foi no Baile de Inverno, quanto descobri que podia te perder. Às vezes, acho que foi no primeiro dia em que te conheci. A verdade é que eu não sei. Eu só sei algumas coisas que gostaria de te dizer. Sei que não posso ficar longe de você. Sei que não consigo pensar em você com outra pessoa. Sei que morro de ciúme de Krum porque ele já te beijou. Sei que sou péssimo com palavras e quase sempre sou um trasgo. Sei que não te escrevi nunca porque eu sou muito burro para te falar essas coisas por cartas sem parecer um idiota completo. Sei que nunca mereceria uma pessoa como você e portanto é bem provável que esteja metendo os pés pelas mãos de novo. Sei que não gosto de te ver chorar. Sei que morro um pouco cada vez que te faço chorar. Sei que nunca amarei uma pessoa como eu te amo. E sei que prefiro viver apenas como seu amigo a te perder por completo.


Mione o olhava atônita. Parecia que ia dizer alguma coisa, mas foi interrompida novamente por Rony:

- Ainda não acabei.

Rony olhava fundo nos olhos de Hermione e continuava a falar:

- Te disse o que eu sabia, agora direi o que acho que sei. Eu acho que você sente o mesmo por mim, porque toda vez que encaro esses olhos castanhos sinto isso. Acho que estou matando esse sentimento a cada dia, pois o vejo cada vez menor quando brigo com você. Acho que devo tentar namorar você porque eu morreria se não tentasse. E acho que serei eternamente feliz se ficarmos juntos.

Hermione dessa vez não fez menção de falar nada. Rony, então, continuou:

- Agora lhe direi o que não sei e o que prometo a você. Não sei se vai dar certo, mas prometo que vou me esforçar. Não sei se isso vai mudar a nossa amizade, mas prometo que tentarei não mudá-la. Não sei se seremos felizes, mas tentarei ao máximo tentar lhe fazer feliz. Não sei se te mereço, mas prometo tentar melhorar a cada dia e merecê-la cada vez mais. Não sei se você me ama, mas tentarei fazer com que me ame cada vez mais. E, finalmente, prometo tentar ser uma pessoa melhor a cada dia pra te merecer, seja como amigo ou algo mais. Terminei. Agora pode me falar o que quiser.


Rony olhava esperançoso para Mione, aguardando sua resposta.

Para desespero dele a resposta não vinha e os segundos pareciam horas. Quando Hermione finalmente disse alguma coisa, as palavras dela feriram Rony mais do que qualquer arma que tivesse sido inventada.

- Eu te odeio, Ronald Weasley!

E Hermione saiu correndo em direção a Toca, chorando e deixando um Rony cabisbaixo e sem entender nada na beira do lago.





Harry e Gina, que estavam na sala esperando Hermione e Rony voltarem, viram uma Hermione subindo as escadas chorando novamente, e nada de Rony voltar. Com aquele mesmo olhar da tarde, Gina subiu as escadas atrás de Hermione e Harry foi em direção ao lago.

Harry encontrou Rony sentado na beira do lago, com a cabeça apoiada nos joelhos e com os olhos vermelhos.

- Eu sou um idiota, Harry! Como pude achar que ela pudesse gostar de mim? Eu sou totalmente sem noção!

- O que aconteceu, Rony?

- Abri meu coração e ela saiu correndo. Achei que finalmente iria ter a garota dos meus sonhos nos meus braços, e agora o que eu consegui foi perder a minha melhor amiga. EU SOU UM IDIOTA!

Rony explicou o que tinha acontecido a Harry, e a única explicação que Harry podia pensar é que Hermione estava assustada e não sabia o que fazer. Sugeriu a Rony que fosse para casa e desse um tempo para Hermione. Como não havia o que fazer, Rony concordou. Foi para casa com Harry, mas preferiu ficar na sala porque não conseguiria dormir e preferia ficar sozinho. Harry concordou, deixou Rony com seus pensamentos e foi se deitar.





Enquanto Harry conversava com Rony, Gina entrava no quarto e encontrava Hermione chorando em sua cama.

- O que aconteceu, Mione?

- Seu irmão, Gina. Ele é um idiota!

- O que ele fez agora?

- Ele me chamou pra conversar e disse tudo aquilo que eu sempre sonhei ouvir dele. Foi lindo!

- Agora eu não entendi!

- É que ele disse tudo, mas deixou a decisão para mim e agora eu não sei o que fazer. Se ficar com ele e der tudo errado a culpa vai ser minha, e se eu não ficar com ele e as nossas vidas forem incompletas, a culpa vai ser minha também. E eu odeio não saber o que fazer. Eu queria que ele apenas decidisse ficar comigo para que eu concordasse.

- Hermione, meu irmão é muito inseguro, ele nunca diria pra você que quer ficar com você sem saber que você quer o mesmo. E se ele teve coragem de se declarar para você, pode crer que foi um passo dificílimo para ele e você deveria aproveitar e ficar o máximo de tempo que puder junto com ele.

- Não sei, acho melhor dar um tempo e pensar melhor – disse Hermione. – É melhor você ir dormir, agora estou bem, Gina.

- Tudo bem, Mione. Só acho que você devia seguir mais o seu coração e menos a sua cabeça – Gina se preparou e deitou-se, dormindo em seguida.





Já passava das três da manhã e Hermione não pregava os olhos. Só conseguia pensar nas coisas que Rony mostrou e disse a ela. Lembrava como tinha sido covarde em não se atirar nos braços do garoto que sempre sonhou.

- É, Hermione, você não merecia estar na Grifinória.

Hermione resolveu descer para tomar água e tentar pôr a cabeça em ordem. Mal começou a descer as escadas e notou que a sala não estava vazia. Numa poltrona em frente à lareira estava Rony, na mesma posição que Harry o havia encontrado no lago. Rony olhava fixo para o fogo e tinha um olhar vazio, sem vida, que Mione nunca havia visto no ruivo.

Hermione sentou-se na escada e pôde ouvir Rony falando sozinho:

- É, Ronald Weasley, você conseguiu de novo. Conseguiu ser o Weasley mais burro. O Weasley mais sem talento. O Weasley mais sem noção e covarde de todos os tempos. Por que uma garota como Hermione Granger iria se interessar por um Zé Ninguém como você? A menina mais inteligente, corajosa, amiga, adorável e linda de Hogwarts interessada por alguém que consegue apenas ser a sombra da dupla mais famosa da escola. Seria o par perfeito, o Zé Ninguém e a melhor aluna de todos os tempos de Hogwarts. Também, com caras como Victor Krum querendo namorar ela, por que ela ficaria comigo? Eu sou um idiota. Se ao menos eu tivesse tido a coragem de dizer que eu a queria mais que tudo na vida, e mesmo que ela não gostasse de mim, eu viveria para amá-la, talvez desse certo. É, Ronald, você não merece estar na Grifinória.

Hermione se levantou e caminhou em direção a Rony, que não percebia sua presença. Parou a seu lado e finalmente disse:

- Rony.

Rony virou-se e viu Hermione parada ao seu lado. Levantou-se e sentiu seu rosto corar. Baixou os olhos e disse:

- Mione, me desculpe, eu não quis te magoar. Só não agüentava mais.

Mas Rony foi interrompido por Hermione, que colocou um dedo em seus lábios. Ela se aproximou, enlaçou os braços em volta do pescoço de Rony e o beijou. Os anos de espera dos dois foram colocados naquele beijo, e não havia mais a necessidade de palavras, nem de desculpas. O que nenhum dos dois havia notado era a presença de duas pessoas no alto da escada, que sorriam para o casal que se formara.

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