Onde Você Dormiu na Noite Pass

Onde Você Dormiu na Noite Pass



CAP 20. ONDE VOCÊ DORMIU NA NOITE PASSADA?

Andi acordou com um barulho.

O seu corpo ainda estava em cima do de Snape; a cabeça deitada em seu ombro, um braço arremessado sobre o seu peito e em uma perna descansava entre as dele.

Olhou-o.

- Hmmm... Você disse alguma coisa? – Snape a olhou através de seus olhos entreabertos

- Não, eu...

Ambos saltaram assim que ouviram batidas na porta do quarto.

Andi soltou um gemidinho de dor quando os corpos se separaram, dando a impressão que a pele havia sido rasgada tal qual fosse de velcro. Saíram da cama – a perna de Andi se enroscando nos
lençóis por causa da pressa. Freneticamente, ela correu para onde deixou o seu vestido na noite anterior – mas não estava lá.

- O q… onde…?

Confusa, ela vasculhou todo o aposento com os olhos. Quando deu por si, viu que Snape já saía do quarto, inteiramente vestido, fechando firmemente a porta atrás dele.

Andi encostou a orelha à porta e escutou.

- Minhas sinceras desculpas, Severo – ouviu-se a voz de Alvo Dumbledore.

- Não se desculpe por ser pontual, Dumbledore. – A voz, agora, era estranha. – São nove horas, como o combinado.

Ouviu pessoas entrando na sala.

- Nossa visitante não está aqui, eu vejo – disse a voz desconhecida.

- Não, Ministro – disse Snape. – Eu acredito que teve uma noite longa. Talvez tenha dormido demais.

Oh Severo, você é tão legal.’

- Bem, nós poderíamos mandar um dos elfos domésticos acordá-la? Eu terei um dia muito cheio, e para ser completamente honesto, eu ainda não entendo por que Dumbledore me quer aqui...?

Uma súbita constatação golpeou Andi naquele momento. Não importava o que viesse a acontecer, de uma maneira ou de outra ela teria eventualmente que aparecer naquela sala, e teria que ser através daquela porta.

Merda!’

Não havia outra saída.

Mais uma vez, ela procurou pelo seu vestido. Sentiu o seu coração afundar quando percebeu que ele ainda estava jogado no assoalho perto da lareira. Logo, não somente eles o veriam jogado lá, como também ela estava nua e nenhuma roupa para vestir.

Severo, por favor, volte aqui...’

Talvez Snape pudesse magicamente levá-la de volta para o seu quarto ou a algo assim, de forma que Andi pudesse fazer a sua entrada através da porta prevista... Ou ele poderia ao menos dar um jeito de lhe arranjar alguma roupa.

Andi foi ao guarda-roupa dele e o abriu. Havia camisas e calças que de maneira alguma caberiam nela... mas, ei!... Ela pegou uma veste negra – uma veste de professor. Era longo demais para ela, mas com um cinto ou algo assim, poderia dar certo...

Jogou a roupa em si e prendeu-a com a corda de uma das cortinas da cama.

Voltou a escutar atrás da porta.

- Bem, eu não posso esperar o dia inteiro, Dumbledore... Oh, veja só, Snape... eu não deixaria um tecido delicado assim tão perto do fogo...

Andi prendeu o ar quando percebeu que o Ministro tinha achado o seu vestido.

Um silêncio se instalou.

- Este parece ser um vestido de mulher! Por que o vestido de uma mulher estaria no chão de seu dormitório, Snape?

- Cornélio, eu acredito que este seja um assunto particular – Dumbledore disse lentamente.

- É também assunto do Ministério, Dumbledore. Nós não tomamos conta da escola para que um sem-vergonha qualquer fique aqui, sabe?

Andi congelou, sentindo-se como uma adolescente que acabara de ser pega dando uns amassos no armário de vassouras. Mas, então, pensou:

Por que estou me sentindo assim? Nós somos dois adultos. O que diabos o Ministro – ou com qualquer um – tem a ver com o que fazemos?’

Bem, ela tinha de fazer algo...

Abriu a porta do quarto e caminhou para a sala como se aquilo fizesse parte de uma rotina.

Todos os três rostos se voltaram para ela.

Andi tinha que carregar um punhado das vestes para que não tropeçasse nelas. Caminhou até Snape e teve que ficar na ponta dos pés para depositar-lhe um beijo no rosto.

- Bom dia, querido. Ah, diretor... – Andi disse em seu melhor tom de “anfitriã” enquanto ia a sua direção e estendia-lhe a mão. – É maravilhoso vê-lo outra vez. – Caminhou, então, até o Ministro e estendeu-lhe a mão. – Você deve ser o Ministro da Magia. Como vai? Eu sou Andrea Carver. Por favor, nos desculpe, aparentemente dormimos demais. Vocês já comeram? Severo e eu estávamos para tomar café, vocês nos acompanham? Querido, você faria as honras?

Snape, estupefato, moveu-se lentamente para a lareira e retirou o puxador de bronze.

- Ministro, o que o senhor vai querer? – Ela sorriu acolhedoramente.

O Ministro parecia totalmente pasmo.

- Diretor? – Voltou-se para Dumbledore, cujos olhos cintilavam divertidos.

- Uma porção grande de docinhos, por favor – respondeu. – E chá.

Voltou-se para Snape.

- ...e eu comerei o de sempre, querido: torradas e chá.

- Severo – disse Dumbledore, ainda sorrindo. – Se você terá convidados para o café da manhã, realmente precisará de mais algumas cadeiras. – Acenou sua varinha e duas cadeiras extras apareceram na mesa.

- Eu sinto muito, Dumbledore, mas isto é totalmente irregular – disse o Ministro, claramente agitado. – Estes aposentos foram obviamente usados para finalidades duvidosas. Snape, eu devo dizer que estou chocado. Você se aproveitou da sua posição, e da Josie aqui...

O Ministro pensou em suas próprias palavras e seu rosto ficou obscuro.

Um tenso silêncio se instalou até que Dumbledore disse suavemente.

- Eu me perguntava quanto tempo levaria, Cornélio, até que você percebesse a impressionante semelhança entre Andrea e Josephine Carver.

Andi deu um pulo ao ouvir o nome da sua avó sair da boca de Dumbledore.

- Como você sabe...?

Dumbledore sorriu.

- Eu reconheci o seu rosto no dia em que você chegou aqui, minha cara. Ao associá-lo ao seu nome, poucas dúvidas restaram acerca do seu parentesco com uma jovem mulher trouxa que veio à Hogwarts há quarenta e sete anos...

- Quarenta e oito – corrigiu lentamente o Ministro.

Dumbledore levantou uma sobrancelha.

- Verdade? Eu estou começando a ficar senil.

Andi sentou-se pesadamente em uma cadeira.

- Minha… minha avó esteve aqui!?

- Ela chegou de uma forma bem parecida com a sua: através do arco nas ruínas do castelo. Aliás, foi porque ela encontrou o arco que você está aqui hoje.

Andi lembrou que a sua avó a fez prometer visitar as ruínas do castelo. Ela sabia o que aconteceria?

- Sua avó teve que permanecer em Hogwarts quanto nós procurávamos uma maneira de lhe levar de volta para casa. Cornélio estava, naquele tempo, para entrar para o Ministério, mas passou alguns meses como professor substituto aqui. Como ele tinha menos deveres que o resto dos meus funcionários, eu o encarreguei de cuidar jovem enquanto estava aqui. – Voltou-se para o Ministro. – Eu acredito que vocês se tornaram bons amigos, Cornélio…

- Sim... nos tornamos... – respondeu trêmulo o Ministro.

Andi encarou o Ministro e olhou então de volta para Dumbledore. Ele lhe sorriu e assentiu delicadamente.

- Agora você já sabe Senhorita Carver, eu vejo. Você se importa em dizer a Cornélio o que você já sabe?

Andi olhou de volta para o Ministro.

- Ministro – ela começou. Como se deve dizer uma coisa desta? – Ministro... minha avó teve um romance quando esteve aqui. Minha… minha mãe nasceu nove meses mais tarde…

O Ministro empalideceu, puxou uma cadeira e sentou-se pesadamente. Encarou Andi.

- Josie... ela... Eu...

- Severo, um copo de água para o Ministro, eu suponho – disse Dumbledore.

Snape, que assistia à cena silenciosamente perto da lareira, foi ao quarto e voltou com um copo da água, colocou-o de frente ao Ministro e sentou-se à mesa.

O Ministro tomou um grande gole de água – sua mão tremia enquanto elevava o copo aos seus lábios.

Andi já sabia a resposta àquela pergunta, mas queria ouvi-la só para garantir.

- Ministro… você é… você é meu avô?

Os seus olhos brilhavam com umidade quando ele a encarou.

- Josie e eu… sim, nós… mas eu nunca soube! Eu nunca soube! Por que diabos ela não me disse?

- Porque não tinha como lhe contatar, Cornélio, e também, eu imagino, porque você não fez nada impedir que ela voltasse para casa. Um erro que, eu acredito, você lamentar até hoje.

- Eu quis manter contato mas...

- Suas ambições no Ministério e sua tendência a se esconder dos problemas lhe impedida. Ah! O café...

Os elfos domésticos chegaram com a comida, depositaram-na à mesa e saíram. Ninguém se moveu para comer ou beber.

O Ministro olhou para Andi.

- Sim, minha cara. Eu acredito que sou seu avô – ele sorriu.

Andi sorriu de volta, sentindo-se estranha. De repente era maravilhoso poder ter um pouco da sua avó de volta. Ele era, agora, o seu único parente vivo. Bem, fora a sua mãe, é claro... mas essa não contava.

O Ministro olhou de relance para Snape e sua expressão se escureceu. Ele se levantou lentamente da cadeira e retirou sua varinha de dentro do casaco, gesticulando para que Snape se levantasse.

Com uma expressão pasma, Snape se levantou e recuou, enquanto o Ministro avançava sobre ele, apontando a varinha ao seu peito.

- Como você ousa se aproveitar da minha neta!

XxXxXxX

Reviews, por favor.

Bjus para a Lara, que betou mais esse cap. E, naturalmente, para as lindas que revisaram: a Lua Mirage2, a Sandy Mione, a Olivia Lupin, a Ninha Prince Snape, a nathsnape e a Renata Gomes.

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