Boas-Vindas e Nem Tão Bem-Vind

Boas-Vindas e Nem Tão Bem-Vind



Pessoal, um recadinho da Severusgirl:

Agradeço a todos que revisaram – especialmente Sheyla Snape, por fazer-me rir e senti-me bem. Também sou muito grata à Gabrielle, por disponibilizar a história de Andi a um novo público. Fico lisonjeada que ela gaste tempo e energia para traduzi-la. E eu espero que vocês se divirtam a trama.”

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CAPÍTULO 3.

BOAS-VINDAS E NEM TÃO BEM-VINDA

O homem andou pela sala, tentando se manter ocupado. Ele se movia silenciosamente... Com precisão. Movia-se de tal maneira que deixava clara a sua relutância em tolerar a presença dela. E Andi apenas examinava a sala em silêncio, tentando se manter o mais invisível possível.

O lugar satisfatoriamente grande, embora mais alto do que largo.

A parede que ficava em frente ao sofá ocupado por Andi era dominada por uma lareira totalmente plana, exceto por duas grandes colunas ornamentadas com arabescos em cada um dos lados da abertura. A lareira tão longa que poderia abrigar um pequeno sofá e tão alta que Andi conseguiria ficar em pé dentro dela. No seu interior tinha uma enorme pilha de madeira que, ela notou, estava pronta para ser acesa.

À esquerda da lareira havia uma porta fechada.

Na parede oposta ao sofá havia um armário embutido em mogno. Era quase tão largo quanto a parede e erguia-se até o teto. A metade de cima possuía prateleiras de portas envidraçadas com puxadores de bronze de aparência antiga, atrás das quais se guardavam o que pareciam ser recipientes com líquidos de várias cores diferentes – alguns com coisas flutuando em seu interior – e objetos de laboratório. A metade de baixo era cheia de gavetas rotuladas em bronze.

No meio da sala existia uma longa mesa em madeira escura – longa demais para as duas míseras cadeiras que se apresentavam. Em cima dela, longe de um conjunto de balanças, tábua e uma pilha de vermes na qual o homem parecia estar trabalhando, havia uma tigela de maçãs verdes.

Mesmo estando ligeiramente frio na sala, Andi imaginou que tipo de homem usava roupas tão sufocantes no meio de uma onda de calor? – As suas vestes possuíam uma gola em estilo chinesa que se erguia até o alto do seu pescoço e mangas compridas que alcançavam a metade das suas mãos.

Os seus olhos percorreram os dedos longos e finos que se ocupavam em cortar sabe-se lá o que – dedos de pianista, ela pensou.

O homem levantou a cabeça, cruzando o seu olhar com o dela. Abriu a boca para falar algo, mas foi interrompido por uma suave batida na porta.

E, quando Andi pensou que nada mais a chocaria naquele dia, o visitante entrou.

Um homem velho com a barba mais longa que Andi já vira em toda a sua vida, cabelos grisalhos igualmente longos e óculos de meia-lua seguros em seu nariz torto entrou na sala, trazendo consigo uma energia quase tangível. Ele trajava vestes verdes-esmeralda que se arrastavam no chão e um chapéu de seda chinesa verde.

Os dois homens se olharam.

(“Eu vim assim que recebi a sua mensagem”)

O mais velho, então, voltou-se para Andi e sorriu.

- Srta. Carver – ele disse, com uma mão estendida, dando um passo em sua direção. – Alvo Dumbledore. Bem-vinda à Hogwarts.

Ao apertar a sua mão quente e macia do velho senhor, Andi, pela primeira vez desde que chegara sentiu-se segura.

O homem mais jovem lhe ofereceu uma cadeira. Ele sentou-se, pousando as mãos no colo.

- Eu imagino que você esteja um pouco confusa nesse momento – disse gentilmente.

Andi assentiu.

- Bem, eu lhe explicarei tudo melhor maneira possível. Mas devo lhe alertar: o que direi pode soar um pouco estranho.

O velho homem começou a explicar que Hogwarts era uma escola de bruxos; que o castelo era enfeitiçado para que trouxas – pessoas que não possuíam mágica, como ela – vissem apenas ruínas; mas que de alguma forma ela conseguira ultrapassar as fronteiras para o mundo bruxo.

Andi apenas o observava. Quando mais a narrativa progredia, mais seus olhos estreitavam-se. Aquilo era uma pegadinha, certo? A maior pegadinha do mundo. Mas quem se daria tanto trabalho...?

- Sim, eu entendo que seja difícil de acreditar – ele falou, olhando-a nos olhos. – Diga-me, Srta. Carver, você já comeu alguma coisa?

- Não, Diretor – o homem mais jovem respondeu por ela. – Eu administrei uma dose de opprimotium. Precisei de um tempo para que fizesse efeito.

- Muito bem. Chá, Srta. Carver? – Ele meneou as mãos pela superfície da mesa.

Andi deu um gritinho quando uma jarra de chá, leite, açúcar e xícaras simplesmente apareceram do ar.

- Um ou dois torrões?

- Apenas leite, obrigado. Como... Como...? – A xícara vibrava, segurado pelas suas mãos trêmulas. O chá era real! O chá estava quente!

- Isso é mágica, minha querida – ele disse gentilmente. – Eu receio que esse lugar possa parecer estranho para você. Aqui você encontrará muitas coisas que não entende. Infelizmente, porém, deverá ficar aqui por um tempo até que nós achemos uma maneira de lhe levar de volta para casa...

- Diretor – o homem mais jovem interrompeu e Andi notou um claro tom de rispidez em sua voz – A Srta. Carver não pode ficar aqui. Não tem quase nenhum funcionário no castelo, a escola está praticamente vazia...

- Exatamente! O melhor lugar para ela ficar; longe dos olhos curiosos dos bruxos. Tenho certeza que você será um excelente anfitrião, Severo.

A face do homem mais jovem escureceu mais ainda.

- Diretor – ele disse com os dentes cerrados. – eu posso conversar com você... – olhou de esguelha para Andi – lá fora...?

- Certamente.

Os dois homens se retiraram e a porta foi fechada, deixando Andi sozinha. Ela recostou-se ao sofá, pousado pires em seu colo.

- Toto – ela disse para si. – Eu acho que não estamos mais no Kansas. (1)

Através da porta, Andi podia ouvir o homem mais jovem protestando “...vai causar todos os tipos de problema...como você espera que eu...Eu me recuso a bancar a babá...”

Houve uma curta pausa. A porta foi aberta.

- Está combinado, então – disse Dumbledore, radiante, enquanto entrava na sala. – Srta. Carver, meu colega, professor Severo Snape, terá prazer em ser seu anfitrião pelos próximos dias.

O Professor Snape parecia furioso.

- Agora eu devo ir – Dumbledore anunciou. – Mas volto em alguns dias para ver como você está. Você ficará num quarto neste mesmo corredor: eu sei como é fácil se perder, especialmente num castelo grande como este – seus olhos brilharam, dando a Andi a estranha impressão de que ele sabia da sua falta de senso de direção. – Ah, e tem uma sala no primeiro andar que, eu acredito, é do seu interesse. Eu lhe desenhei um mapa...

O velho lhe entregou um pedaço de pergaminho, sorriu e deixou o quarto.


1- Alusão ao Mágico de OZ

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Reviews, por favor.

Bjus para a Lara, que betou esse cap, e para o pessoal que revisou: Shey, Lulu-lilits, Blekath, Lara e Olívia Lupin.

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