Passagem Inesperada



Capítulo 6 - Passagem Inesperada

12 de Março de 1995.
Harry acabara de sair com Arthur Weasley para a audiência no Ministério, e se achavam na cozinha Sirius, Remus, Tonks e Molly.
- Vocês acham que vai demorar muito, essa audiência? – quis saber Molly, enquanto servia a mesa.
- Não acho que vá demorar muito – respondeu Remus, que agora estava lendo o Profeta Diário.
- A audiência, eu n-n-não sei – bocejou Tonks, servindo sua xícara de café –, mas eu vou levar a manhã inteira para ler aquela pilha de relatórios. Não leio um há duas semanas. E eles cismam em aumentar cada vez mais.
- Boa sorte. Ou melhor, bons sonhos – desejou Sirius, com um sorriso. – Boa parte da pilha que você está falando tem relatórios do Snape. Melhor tomar bastante café.
- Mas isso não é nenhum sacrifício – comentou Remus, com uma risadinha. – Nymphadora quase nem toma café.
- É Tonks, Remus, Tonks – disse ela. – E você está insinuando que eu sou viciada em café?
- Só estou falando a verdade – defendeu-se. – Você deve ter tomado umas sete xícaras ontem, na reunião. Eu só a ouvia pedir para Molly lhe passar o café o tempo inteiro.
- É, pode ser – falou Tonks –, mas eu estava necessitada, não durmo há dois dias.
- Se você está dizendo – disse, dessa vez, Sirius, que até então os observava -, mas concordo com Aluado. Você é viciada em café.
Ela já ia responder quando uma coruja marrom entrou pela janela.
- É de Dumbledore – disse Molly, abrindo o envelope. – Ele pede que dois membros presentes na sede vão até o Beco Diagonal e na Travessa do Tranco, apenas como rotina para ver se alguma coisa acontece.
Molly e Sirius olhavam Lupin e Tonks.
- O que foi? – perguntou Tonks, que estivera, aparentemente, viajando em seus pensamentos.
- Dumbledore quer dois membros no Beco Diagonal – explicou Sirius –, e os únicos que podem ir são você e o Remus.
- Ah, isso, sim, é magnífico – exclamou a jovem, terminando o café de um gole e se levantando. – Quero ver quando vou poder ler aquelas poções soníferas - ela olhou para Remus, que ainda estava sentado. – Vamos, ou não?
- Claro – respondeu ele, se levantando também. – Até mais tarde, então.

*~*~*~*

- Não sei por que Dumbledore nos mandou aqui – disse Tonks, quando já estavam no Beco Diagonal. – Ainda bem que estou de folga hoje. Sem querer reclamar, mas já reclamando, eu poderia estar lendo um daqueles relatórios soníferos.
- E eu poderia estar fazendo um relatório do meu último turno – comentou Remus. – O que Dumbledore queria que fizéssemos aqui?
- Sei lá – falou a jovem, olhando a vitrine de Madame Malkins. – Aquele vestido ali é uma graça, não acha?
- É, bonito – disse ele, espantado pela pergunta. – Por que você não vai lá provar?
- Esse vestido não tem nada a ver comigo – respondeu ela, com uma careta. – Só o achei bonito. Quem sabe quando eu casar e virar a "esposa perfeita" eu use uma coisa com tantos babados. É o tipo de coisa que minha mãe compraria pra mim.
- Pois eu acho que ficaria bem em você – disse Remus, andando em direção ao Boticário.
- Sério? – quis saber Tonks.
- É – disse ele, com simplicidade. – Não imagino que as roupas fiquem estranhas em você.
- Obrigada – agradeceu. Não era todo dia que levava algum elogio logo de manhã. Ainda mais de alguém como Remus. Tudo bem, ele não era o tipo de homem que se possa chamar de "gato", mas era decididamente o tipo interessante. O tipo que não se joga fora.
- Acho que devíamos ir à Travessa do Tranco, agora – desconversou Remus. – Já olhamos tudo por aqui, não há nada.
- Só queria um p-pouco de ação, quem sabe assim eu não durmo em pé hoje – comentou ela, com mais um bocejo, quando viravam o beco e entravam na travessa.
- Boa sorte, não acho que vá ter alguma coisa interessante aqui, hoje – disse Remus, enquanto andavam por um bando de gente mal-encarada.
- Sabe, eu não sei como deixam tanta gente andar por aqui – murmurou Tonks, para que ninguém mais ouvisse. – Todo mundo sabe que quem vem aqui não é um bom exemplo, não é mesmo?
- Só estou agradecido que você não está com os cabelos cor-de-rosa – comentou ele, com sinceridade. – Seria decididamente errado vir aqui assim. Quero dizer, chama a atenção, não chama? Não que eu não goste dos cabelos cor-de-rosa – defendeu-se ele, diante do olhar emburrado que ela o lançou. – Vamos dar uma olhada nas vitrines, assim ficamos mais à vontade.
Se era para ficarem mais à vontade, o efeito provocara o contrário. As vitrines só tinham produtos relacionados à maldições e havia uma mão seca simplesmente horrível dentro da Borgin&Burkes que deixou Tonks com uma expressão de nojo estampada no rosto.
- É, eu decididamente estou mais à vontade – comentou ela, para um Remus se controlando para não rir à sua frente. – Vamos mais para aqueles cantos, tenho certeza de que há coisas melhores para se ver.
Eles continuaram andando, até chegarem à uma rua sem saída.
- E a travessa virou beco agora, é? – exclamou a jovem. – Vamos volt...
- Não, tem gente vindo para cá – Remus tampou a boca de Tonks, e a puxou para trás de algumas caixas de papelão no canto.
De fato, havia duas pessoas, um homem e uma mulher, que se dirigiram à parede, que, Tonks reparou, era extremamente parecida com aquela que levava ao Beco Diagonal. Eles pararam a apenas alguns metros de onde Tonks e Lupin estavam, e, exatamente como se faz para ir ao Beco Diagonal, encostaram-se a alguns tijolos e seguiram em frente após a passagem se abrir.
- Você não vem? – sussurrou Tonks, ao ver que o amigo continuava imóvel.
- Claro que vou – sussurrou ele, em resposta.
E assim seguiram pela passagem. O que eles encontrariam lá? Não se sabe.

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