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El amor de una madre

Autor: Wakatta

Tradutora: Ana Granger Potter

Beta da tradução: Likaah

Disclaimer: Harry Potter e seus personagens não me pertencem (melhor para eles, porque eu os faço sofrer muito). O mesmo com a canção “El amor de una madre”, propriedade do grupo Warcry.

Clasificación: K+

Aviso 1: Tristeza e depressão a rodo, morte de (vários) personagens. Ah, e os maus ganham. Coloquei a fic no par Harry Potter/Draco Malfoy porque na realidade não deixa de ser um, mas a verdade é que Harry em pessoa não aparece nem uma só vez em toda a fic. É mencionado, mas os protagonistas são Draco, e sobretudo sua mãe, Narcisa.

Aviso 2: Essa fic é de temática Slash – homem com homem em situações muy calientes... então meu amor, se isso te aborrece, não entre, dê meia volta, mas por favor não deixe comentários inúteis pois você foi avisado!

Nota da Tradutora: Assim que li essa fic sabia que teria de traduzir. Então espero que vocês gostem. E não, não traduzi a letra da música. Versos e rimas não são o meu forte e não queria estragar o sentimento da letra.

hdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhd

Capítulo 1

- Assassina!

Lucius olhou sua mulher, incrédulo. Caiu sobre a cama, e com delicadeza tomou o cadáver de seu filho nos braços e o apertou com força contra seu peito, ao mesmo tempo em que voltava a dirigir o olhar a sua mulher. O frasco de veneno ainda brilhava entre as mãos da mãe de família.

- Como foi capaz? – exclamou, sentindo que seus olhos se embaçavam de lágrimas. E pela primeira vez depois de muito tempo chorou sem vergonha, sustentando o corpo do filho no qual tinha depositado tantas esperanças. – Era seu filho, Narcisa! Era nosso filho!

Narcisa não respondeu. Tinha o olhar fixo no rosto de Draco. No rosto do seu filho, tão amado, antes sofrido e agora cheio de paz. E nesse momento soube: tinha feito o correto.


Mírales, sólo un ciego no puede ver,

las palabras de amor

a través de su mirada.

- Draco, querido, você tem que comer.

Draco não respondeu. Tombado na sua enorme cama com dossel, apático, olhava o céu cinza através da janela do seu quarto. Céu que infelizmente estava de acordo com o seu ânimo. Porque tudo era cinza, agora que Voldemort tinha vencido e que Harry se foi.

- Draco - insistiu Narcisa- Se você não comer seu pai vai começar a perguntar o que está acontecendo. E o Amo...

- O Amo! – repetiu desdenhosamente seu filho e Narcisa sentiu seus músculos ficando tensos por baixo da pele. – O maldito e asqueroso assassino, quer dizer!

- Draco! - repreendeu Narcisa, horrorizada, mas o fogo que tinha aparecido nos olhos de Draco não sumiu. – Sabe que eu te amo mais do que tudo no mundo, mas nem sonhe em dizer isso na frente do seu pai!

- Por quê? – replicou Draco, se incorporando bruscamente na cama. Narcisa sentiu como o lado rebelde do seu filho voltava a se impor, o que tinha custado tantos desgostos e tantos desvelos. – Acha que papai vai me matar se descobrir? Acha que se eu descer e lhe disser que destroçou a minha vida me obrigando a servir o abominável ser que agora controla o mundo inteiro me lançará um Avada Kedavra? – gritou, ao mesmo tempo que seus olhos se enchiam de lágrimas. - Porque se pensa isso, desço agora mesmo e vou pedir que me mate! Não quero continuar vivendo... não posso continuar vivendo... não sem ele...

El dolor atenaza el joven corazón.

Ella le da su amor...

pero eso no le basta.

- Narcisa! - exclamou Snape, entrando na sala - Lucius!

- Menos mal que tenha chegado, Severus. - Lucius o saudou sem deixar de apontar nem por um instante sua mulher com a varinha. – Começava a me preocupar que pudesse escapar.

- É verdade? - perguntou Snape, se aproximando do sofá de pele onde estava sentada Narcisa Malfoy. - É verdade que matou Draco?

Narcisa não respondeu; com os olhos vazios, parecia a milhares de quilômetros dali. Seu marido respondeu por ela:

- Ela matou, Severus. - Disse Lucius, tentando dominar a voz trêmula. – Ela o envenenou. Ela o assassinou. Justo agora, quando um horizonte de possibilidades se abria para Draco... Quando a vida começava para ele...

Nesse momento, Narcisa pareceu voltar à realidade. Piscou e levantou a cabeça para olhar o seu marido.

- Se engana, Lucius. – Declarou com voz inexpressiva, pelo jeito sem medo algum da varinha que seu marido lhe apontava com mão trêmula. - Sua vida terminou no dia em que Voldemort triunfou.

Lucius sofreu um ataque de fúria ao escutá-la pronunciar em voz alta o nome do seu senhor.

- Não admito que...! - Ameaçou aos gritos, se aproximando de sua mulher. Afortunadamente, Severus agarrou seu braço e Lucius parou no ato.

- Os demais estão a caminho. Vai e baixa o corpo do seu filho. – Ordenou em tom suave e autoritário. – Eu a vigiarei enquanto isso.

Lucius olhou seu velho amigo e concordou. Guardando a varinha, lançou um último olhar de ódio a Narcisa e subiu as escadas.

Logo que Lucius desapareceu, Severus se aproximou do sofá. Se deixou cair a seu lado, a sustentou pelas mãos com ar desesperado.

- Me diz que não é verdade, Narcisa. – pediu e pela primeira vez na sua vida o frio Severus Snape parecia realmente angustiado.

Narcisa esboçou um sorriso. Um sorriso que o fez estremecer dos pés a cabeça.

- É verdade, Severus. - Confessou, sem alterar minimamente seu tom.

Snape soltou Narcisa como se seu contato o queimasse. Retrocedeu inconscientemente, ao mesmo tempo em que a olhava com firmeza, como se não pudesse acreditar.

- Por quê? – Perguntou, finalmente, movendo a cabeça com desespero. – Por que, Narcisa?

O sorriso dela aumentou. Jogando uma mecha Loira para trás, contemplou pensativa o frasquinho que todavia segurava teimosamente entre as mãos.

- Porque ele me pediu, Severus.

Y él le pidió

que acabara pronto con todo el dolor

que su alma aguantaba.

Tinha se passado mais de um mês desde que Voldemort vencera Harry Potter no campo de batalha. Mais de trinta dias que Draco somente comia, se negando a sair do quarto.

Narcisa se apoiou no umbral da porta e sentiu que seus olhos se embaçavam ao contemplar seu filho. Draco tinha dormido sobre os lençóis; o sono que era negado de noite se apoderava dele irremediavelmente durante o dia. Seu filho, sempre gracioso e elegante, estava há uma semana com a mesma roupa e seu aspecto desalinhado era uma prova cabal de como seu espírito estava quebrado.

Narcisa se aproximou e se sentou na cama, a seu lado. Draco suspirou entre sonhos, mas não despertou. Sua mãe ficou olhando durante uns segundos e sentiu que seu coração se partia ao ver como a roupa que há uns meses fora confeccionada sob medida, agora ficava como se fosse dois números maior. Como seu rosto estava mais fino do que de costume. Como as enormes olheiras que marcavam seus olhos embaçavam a beleza do seu olhar cinza quando Narcisa o despertou ao afastar a franja que caía despreocupada sobre seu rosto.

- Oi mãe. - Murmurou Draco e sorriu.

Narcisa se esforçou para corresponder ao sorriso do seu filho, ainda que neste momento o que sentia era vontade de chorar. Mas tinha que ser forte. Por ele, por Draco. Pelo seu único filho, por ele que era toda a sua vida.

- Oi querido...

Draco a observou analiticamente durante uns segundos. Seu decaimento físico não tinha alterado em nada sua vivaz e natural inteligência. Em instantes se incorporou sem deixar de olhar sua mãe.

- O que aconteceu mãe?

E, apesar de todas as promessas que tinha feito a si mesma, Narcisa não agüentou. Um rio de lágrimas escapou de seus olhos e desta vez, ao contrário do que é sempre, teve que ser o filho quem consolaria a mãe. Draco a acolheu entre seus braços, relembrando todas as vezes que ele tinha chorado em seus ombros a morte de Harry. Agradecido, acariciou seu cabelo loiro, enquanto Narcisa chorava amargamente sobre ele que era sangue do seu sangue.

- As desculpas acabaram filho. – confessou Narcisa, secando as lágrimas com um lenço primorosamente bordado com o emblema dos Black. – O mestre já não acredita que está doente. Ele e seu pai vão te fazer uma visita amanhã. Vão ler seus sentimentos... - a voz de Narcisa se quebrou, mas fez um esforço para continuar – e saberão por que está assim. E depois...

Draco estremeceu. Sabia que era o fim. Durante mais de um ano tinha conseguido que ninguém, ninguém salvo sua mãe, soubesse nada sobre sua relação clandestina com Harry. Em duas ocasiões tinha sido chamado à presença de Voldemort, mas tinha conseguido fechar sua mente na frente dele. Mas agora, estava muito débil... E o Inominável já sabia que o jovem Malfoy escondia algo e não se cansaria até descobrir.

- Fique tranqüila, mãe. – Pediu Draco, abraçando-a carinhosamente. - Ambos sabíamos que este momento acabaria chegando. Sabe que faz tempo que desejo a morte... – Suspirou, enquanto encolhia os ombros. – Não me importa que ele me mate. Me fará um favor, mãe.

Narcisa voltou a soluçar. Que inocente podia ser seu filho em certas ocasiões! Claro que era normal. Ele não tinha conhecido Voldemort tão bem quanto ela. Ele não sabia do que era capaz.

- Não irá só te matar, Draco. - Explicou sem deixar de derramar lágrimas por seu filho. – Vai te torturar até a exaustão. Te fará gritar de dor até que fique sem voz. Se... se apossará da sua mente... e do seu corpo...

Um calafrio recorreu visivelmente a coluna de Draco, ao mesmo tempo em que assimilava as palavras de Narcisa. Sua mão tremeu de medo durante uns segundos. Depois, Draco Malfoy conseguiu superar seu próprio terror e tirando forças de onde só havia dor, voltou a encarar sua mãe.

- Se esse é o preço que tenho que pagar para voltar a estar com Harry, mãe, pagarei com gosto.

Narcisa olhou seu filho, comovida pelo seu valor e ao mesmo tempo aterrorizada ao ver a rapidez com que tinha aceitado morrer dolorosamente nas mãos de Voldemort. Enxugou as lágrimas de novo, disposta a não se deixar vencer, decidida a fazer o que fosse necessário para não ter que vê-lo sendo torturado.

- Não, Draco! Harry não iria querer que você morresse. – Insistiu, nomeando ao que tinha sido o único e verdadeiro amor de seu filho. – Todavia você ainda tem tempo de fugir. Fuja filho! Fuja e escape de suas garras!

Draco sorriu. Condescendente. E Narcisa leu em seus olhos a resposta que ele não se atrevia a dizer em voz alta. Porque o amor de mãe distorcia a sua realidade. Para onde Draco podia fugir agora que Voldemort era amo e senhor da terra? Por acaso existia em todo o planeta algum lugar onde pudesse encontrar, por fim, a paz?

Mas, acima de tudo, Narcisa soube que, ainda que houvesse um lugar onde não chegassem os grandes tentáculos do Senhor Escuro, Draco jamais fugiria. Jamais. Desejava morrer. Seu tempo de agonia em vida chegava já ao fim. Desejava morrer, voltar a se encontrar com Harry.

As mãos de seu filho encontraram as suas. E Draco, ao ler a compreensão nos olhos de Narcisa, se atreveu a formular a petição que levava tanto tempo ocultando.

- Me mate, mãe. Me mate antes ele o faça.

Él decidió

que la madre que una vez vida le dio,

ahora se la quitara.

- Narcisa!

Era a primeira vez que algo semelhante a surpresa se instalava no demoníaco rosto de Voldemort. Tampouco seu círculo íntimo de leais comensais podia dissimular o assombro. Todos conheciam bem os Malfoy, uma família de alto prestígio, bela linhagem e ascendência de sangue mágico puríssimo. Eram, e todos sabiam, os preferidos do Senhor Escuro. E todo mundo conhecia também o único herdeiro dos Malfoy, o jovem Draco: o mais promissor da nova geração de comensais, o que já figurava bem alto desde que tinha dez anos. O Príncipe da Sonserina, como o chamavam os amigos e companheiros. E era verdade, pois juntava na sua pessoa todas as maiores e melhores qualidades da casa de Salazar.

E por isso, porque conheciam a perfeição aos Malfoy, nenhum dos comensais pôde acreditar quando Narcisa, escoltada por Lucius e Snape, compareceu ante Lord Voldemort para confessar, com voz temperada e sem medo, que tinha posto fim com suas próprias mãos na vida do seu filho.

- Por quê? - Perguntou Voldemort.

Ninguém deixou de perceber que o Senhor Escuro estava tão surpreendido que nem sequer se lembrou de mandar um cruciatus a Narcissa para fazê-la confessar, seu modus operandi favorito quando se tratava de fazer falar os prisioneiros. Mas ninguém o reprovou. Porque a prisioneira em questão era a abnegada, doce e sempre discreta Narcisa Malfoy. A que se limitava a esperar com um sorriso e o olhar cheio de orgulho junto a seu marido e a seu filho. A que, não era nenhum segredo, amava Draco tão intensamente como só uma mãe pode fazer. Se deixava ver pelo antigo esconderijo de Lord Voldemort, passeando inquieta e nervosa, quando seu marido, seu filho, ou ambos ao mesmo tempo, saíam para fazer algum trabalho delicado para seu senhor. E em algum momento tinham comentado entre os comensais que, se alguma vez ocorresse algo com qualquer um dos dois, Narcisa teria morrido de dor pura. Sobretudo se o afetado fosse Draco.

E agora estava ali, confessando ter assassinado ela mesma o seu filho e nem sequer estremeceu quando Voldemort lhe arrebatou o pequeno frasco de cristal que sustinha entre seus dedos e o cheirou.

- Veneno letal de ação rápida. – Murmurou, olhando para Snape, que afirmou. – Você fez conscientemente, Narcisa.

Narcisa inclinou sua loira cabeça.

- Quando se trata de um filho, não há possibilidade de erro. – Murmurou e a frase enigmática chegou até o último canto da sala, provocando um olhar de desconcerto entre os comensais e até ao próprio Lord. Mas por mais que perguntassem, Narcisa se negou a dar mais informações. Ninguém mais saberia, jamais, o que tinha ocorrido naquela manhã na Mansão Malfoy.

El dolor también era su dolor

sin poder ayudar

a un hijo que se ahogaba.

Narcisa desceu do quarto de seu filho, aturdida. Draco, seu pequeno Draco... ainda recordava o quão difícil tinha sido ficar grávida, uma espera que provocou a vergonha de Lucius e as chacotas dos seus inimigos. Recordava sua alegria no dia em que se deu conta que estava com um atraso de três meses e mais tarde sua consternação quando, em Sant Mungo lhe disseram que aquela gravidez era de alto risco. Corria perigo de perder seu filho e dela mesma morrer durante o parto, mas, mesmo assim, Narcisa não aceitou que lhe oferecessem outra possibilidade do que a de seguir adiante.

Passou nove meses prostrada numa cama, sentindo que cada dia que passava era uma vitória para ela e para o pequeno bebê que se desenvolvia em seu ventre. E quando a bolsa estourou, pediu a um deus que nunca tinha acreditado que a ajudasse a dar a luz sem problemas, que salvasse a vida de seu filho, sem importar a sua própria.

Lembrava das dores insuportáveis do parto, os momentos em que perdeu a razão e quase desejou morrer. Um turbilhão de formas dançava ao seu redor, mas para ela só existia a dor; a dor e esse pequeno ser que abria espaço através das suas entranhas. Empurrou com todas as forças, apesar de sentir que ia desmaiar. Tinha que conseguir. Tinha que trazer ao mundo o seu filho, o único filho que antes jamais tinham permitido ter..

E de repente, a dor acabou. E um som rompeu o isolamento que a envolvia, chegando claramente aos seus ouvidos, tocando o mais profundo do seu coração: o choro de um bebê.

Narcisa abriu os olhos. E o viu. Pálido, coberto de sangue, chorando com toda força que permitiam seus pequenos pulmões. Limparam-no e lhe permitiram segurá-lo, ter entre seus braços durante segundos. Segundos que se fizeram eternos para Narcisa, gravando a fogo em sua memória. O primeiro momento em que sentiu seu pequeno coração batendo sob a pele. Osso finos, delgado, uma penugem loira cobrindo sua cabeça. Seu filho. Seu tesouro mais precioso.

Chegou ao piso inferior e teve que apoiar-se no corrimão da escada. Agora ele queria que fosse ela, sua mãe, quem tirasse a sua vida.

Como podia pedir-lhe isso? Depois do que tinha lutado por ele… sempre na sombra, mas sempre presente, protegendo-o, cuidando-lhe, oferecendo-lhe sua coragem quando a Draco já não restavam forças para cumprir as exigências de Lucius, para continuar caminhando pelo tortuoso caminho que Voldemort tinha indicado.

Seu olhar se perdeu no amplo salão dos Malfoy. Como era de se esperar, sendo filho único, com uma mãe que o adorava e com um pai que estava orgulhoso dele a extremos inimagináveis, com certeza tinham vários retratos de Draco. Narcisa conhecia de cor todas e cada uma das fotos do seu filho, as tinha contemplado até gravar na sua retina durante as intermináveis noites de espera nas quais a vida de seu filho esteve por um fio. E durante o tempo que passava em Hogwarts, elas eram seu único consolo. Olhar essas fotos lhe permitia não se desanimar na véspera de 1 de setembro, quando sabia que não voltaria a ver Draco até nove meses depois.

Olhou de novo as fotos. Draco com dois anos, um menininho loiro que sorria sem reservas para a câmera. Draco aos cinco anos, com seu marido.Usava uma das túnicas velhas que Lucius tinha usado em Hogwarts e seu pai não podia evitar sorrir ao ver como ficava terrivelmente grande nele. Apesar de tudo, Draco posava orgulhoso, procurando deixar à vista o desgastado emblema da serpente de Slytherin.

Tão pequeno e tão soberbo. Tão Malfoy.

Em um lugar especial do amplo salão tinham pendurado fotos de cada ano em Hogwarts. Em todas aparecia usando o uniforme de Slytherin, em todas com essa pose orgulhosa que tinha deixado vislumbrar aos cinco anos. Não por nada era o líder indiscutível da sua casa, o melhor dos seus alunos.

Qualquer outro só teria se fixado nisso, no orgulho de Draco e em sua pose aristocrática, pura herança Malfoy - Black. E ainda assim Narcisa, que era sua mãe, avaliava algo mais. A alegria dos olhos de Draco em seus primeiros anos escolares se diluía completamente ao chegar no quinto ano. E ela sabia por quê. Lembrava muito bem a primeira vez que Draco tinha lhe confessado, em um sussurro cheio de medo, que não queria estar sob as ordens de Voldemort. Que secretamente estava aborrecendo a aquele a quem tinha nascido para servir. Seus olhos não tinham se afastado nem por um segundo dos da sua mãe, com medo de que ela, ao escutar sua confissão, deixasse de amá-lo... De que o repudiasse como, estava certo, Lucius faria em seu lugar.

Mas, apesar de tudo, Narcisa continuava amando-o. Sem reservas. Um balde de água fria caiu sobre ela ao integrar-se de que Draco desprezava os ideais pelos quais seus pais tinham lutado em toda sua vida. E, ainda assim, isso não a impediu de seguir amando-o.

Porque o havia carregado nove meses no seu ventre. Porque ele era seu filho.

E seguiu amando-o no memorável dia em que, ao entrar de improviso no quarto de Draco, descobriu uma carta mal escondida entre uma pilha de livros da escola. Pensando que poderia ser alguma mensagem do Senhor Escuro, não pôde evitar a tentação de ler.

E descobriu que, o que ela tinha tomado como instruções do Amo, não era mais do que uma carta de amor.

Uma carta de amor assinada por um homem.

Por um tal Harry James Potter.

Mas nem sequer então Narcisa deixou de amá-lo. Sequer quando Draco lhe confessou, mais aterrado do que nunca, que estava saindo com ele desde o sexto ano, o amor que sentia por ele diminuiu.

E jurando manter segredo, começou a proteger seu filho para que pudesse seguir vendo-se clandestinamente com Potter. Com ele que era, precisamente, o maior inimigo da sua família, aquele a quem tinha odiado no mesmo instante em que soube do seu nascimento.

A possibilidade de delatar Draco perante seu marido nem sequer cruzou a sua mente. Não. Narcisa sabia que a felicidade do seu rebento dependia agora do menor dos Potter. E por isso engoliu seu ódio e o ajudou.

Porque ele era seu filho e porque ela era sua mãe.

E porque o amor de uma mãe por seu filho está por cima de qualquer ideologia.

De repente, Narcisa sentiu um calafrio. Sem se dar conta, submersa em suas recordações, tinha se dirigido à estante onde guardava seus velhos livros. Quando voltou à realidade, seus dedos roçavam um velho e usado volume. O volume de um livro muito especial, que não tinha consultado em muitos anos. Um livro que tinha descoberto a primeira vez em uma de suas visitas clandestinas à Seção Proibida da biblioteca de Hogwarts.

Estremeceu porque, inconscientemente, acabava de decidir qual ia ser o seguinte passo.

Tirou o volume da estante e o abriu, procurando o capítulo dedicado a venenos, enquanto se dirigia à cozinha. Lucius estava em uma reunião no quartel general de Voldemort, e, conhecendo-o, não voltaria até o meio-dia do dia seguinte.

Tinha tempo, muito tempo, para pôr fim na vida de seu filho.

hdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhdhd

Notas da Tradutora: E aí, estão gostando? Espero que sim. Logo, logo posto o próximo capítulo. Beijos e já sabem, deixem comentários please!

Notas da Beta: Ah cara que fic mais linda *-* Ana fez muito bem em ter decidido traduzi-la, não acham? Esse foco no relacionamento fraterno entre Narcisa e Draco tá sendo perfeito, ela é uma mãe realmente corajosa né? *o* E esse maldito Lucius, aaaai que raiva dele! Ò.ó

Té o próximo! O/

Likaah *

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