O primeiro despertar



Título: Isto não pode estar a acontecer!

Autora: Ari.Riku

Notas de Autora: Alerta! Contém relação homosexual…¬¬

Disclaimer: Vocês já sabem não é? Eu sei que sim mas voltarei a repetir… Tudo que pertence ao mundo da saga Harry Potter não é meu mas sim da talentosa escritora J. K. Rowling que deve ser parente de Einstein ou qualquer coisa do género para ter conseguido criar este mundo espectacular.



--------------------------------------------------------------------------------

Capítulo 2 (O primeiro despertar)



A primeira coisa em que reparou mal tomou consciência foi no cheiro que conhecia tão bem e que só poderia pertencer a um lugar… encontrava-se (novamente) na enfermaria. De seguida sentiu que todo o seu corpo lhe doía imenso como se tivesse caído da vassoura a uma enorme altitude, o problema é que não se lembrava de ter havido jogo.

-Harry?! – ouviu a voz de Hermione muito perto de si e abriu os olhos lentamente pois até as pálpebras lhe pesavam toneladas.

Sentou-se na cama e tentou focar a visão mas devido à falta dos óculos apenas conseguiu distinguir dois borrões à sua frente: um era, de certeza, Hermione o outro devia de ser Ron.

-Onde estão os meus óculos?

-Oh, toma. – disse Hermione retirando os óculos redondos de dentro da túnica.

-Como te sentes Harry? – perguntou Ron em pé à frente da cama.

-Além de doer-me o corpo todo, acho que me sinto bem.

-Desde quando és sarcástico? – inquiriu Ron com fingida surpresa.

-Desd…

-Fizeste uma coisa muito grave! – exclamou Hermione de repente que fez Harry quase cair da cama com o susto.

A sua amiga tinha um daqueles olhares reprovadores como só ela conseguia fazer e Harry esteve a ponto de perguntar o que tinha feito quando se lembrou da aula de poções. Sentiu como se o mundo fugisse debaixo dos seus pés sem o avisar e o ar começou a faltar. Estava completamente morto! Tinha agredido um professor e ainda por cima não um professor qualquer mas Snape! Já podia presenciar dois feiticeiros com longos mantos negros e rostos deformados pelos risos demoníacos a lhe entregarem a varinha partida em duas partes.

-Acalma-te estás a asfixiar! – avisou Hermione preocupada passando-lhe um saco de papel que tinha acabado de conjurar.

-Onde é que está o Snape? Vou ser expulso! – sabia que não devia ter ido à aula…

Hermione e Ron trocaram olhares nervosos e voltaram a atenção para Harry que nesse momento respirava rapidamente para dentro do saco.

-O Snape saiu daqui apenas à uns minutos. – respondeu Ron.

-Como reagiu ele quando acordou e o que aconteceu enquanto estive desmaiado? – inquiriu mais calmamente. Ainda não compreendia porque tinha ele e Snape ficado inconscientes. Quando despejou o conteúdo do seu caldeirão em cima de Snape era apenas para humilha-lho e faze-lo ver como se sentia naquelas aulas.

-Uma coisa de cada vez! – declarou Hermione – Nunca o tinha visto assim, estava mesmo furioso. Madame Pomfrey teve de o impedir de te lançar uma maldição!

Harry engoliu em seco e deu graças por ainda estar vivo. Devia a vida a Madame Pomfrey.

-Só daqui até à porta retirou pontos a todos os que via e isso inclui os Slytherin! – disse Ron entre o assustado e o contente.

-Snape tirou pontos à sua própria CASA?

Se Snape tinha chegado àquele ponto nem queria imaginar o que lhe aconteceria. Tinha de fugir antes que fosse tarde de mais...

-Pois é Harry, acabaste de assinar a tua própria sentença de morte! – avisou Ron com uma voz morbida.

-Ronald, o nosso objectivo era tranquiliza-lo! – gritou Hermione ao mesmo tempo que dava lhe um beliscão no braço.

-AI!

-Isso é para aprenderes quando deves estar calado.

-Isto é uma enfermaria não é para estar aos gritos, e não volto a avisar. – disse Madame Pomfrey aproximando-se da cama de Harry com uma expressão séria.

-Desculpe Madame. – disse Hermione lançando olhares nada amistosos a Ron.

-Vai passar aqui a noite Mr. Potter. – fez uma pausa. - Já soube o que aconteceu na aula do professor Snape e estou decepcionada consigo. É de conhecimento geral que ambos não têm uma relação muito boa mas nunca pensei que atacasse um professor...

Era engraçado como criticavam tudo o que fazia mas não se davam ao trabalho de averiguar porque agia assim. Pelo que dizia a enfermeira do colégio parecia que Snape era um ser frágil e inocente e que ele, Harry era o culpado de tudo.

-Se Harry tem de passar aqui a noite porque é que Snape não? – inquiriu Ron mudando de assunto.

-O professor Snape é um adulto Mr. Weasley e digamos que a enfermaria não é dos lugares que mais admire. – revelou Madame Pomfrey um bocado chateada. – Daqui a uns minutos têm de sair, Mr. Weasley e Miss Granger.

-Está bem. – concordou Hermione educadamente.

-Tente descansar Mr. Potter, mais logo irei ver como se encontra.

E dito isto foi-se embora deixando o trio magnifico respirar em paz.

-Bem, como eu estava a dizer antes de ser interrompida. – Ron encolheu os ombros perante a mirada de Hermione até à sua pessoa. – Snape estava furioso e isso não foi tudo, mal os trouxemos para a enfermaria Dumbledore apareceu e nos questionou sobre o sucedido e depois de lhe termos contado pediu para quando pudessem sair daqui irem até ao seu gabinete...

Não podia ser expulso... Queria se tornar um auror e ainda faltava esse ano e outro para se graduar. Teria de implorar a Dumbledore para permanecer no colégio.

-Espero que Dumbledore não...

-Claro que não te vai expulsar! – interrompeu-o Hermione. – Além de necessitares de todos os conhecimentos para poderes derrotar Voldemort (N/A: estás a evoluir Mione, já consegues pronunciar!!) é como se fosses um neto para Dumbledore.

-A Mione tem razão, era mais fácil que Dumbledore começasse a dançar disco no meio do salão principal do que te expulsar. – comentou Ron pensativamente o que originou risos por parte dos seus dois amigos.

---------

-Ele merece ser expulso! – exclamou Snape com cólera.

Depois de ter sido humilhado em frente aos seus alunos pelo mimado do Potter e de ter estado inconsciente devido a ter levado com uma poção que pelos vistos estava mal feita e lhe poderia originar efeitos inimagináveis, Dumbledore tinha a “amabilidade” de apenas castigar o seu rapazinho de ouro em vez de o expulsar de Hogwarts de uma vez por todas. E como se não fosse suficiente, permanecia calmo e imperturbável como se o que Potter tivesse feito fosse algo sem qualquer importância. Estava a ponto de amaldicoar o director por ser tão Dumbledore!

-Queres um caramelo de limão antes de me lançares algum feitiço, Severus? – indagou Dumbledore ao mesmo tempo em que metia um na boca e sorria jovialmente.

Snape obrigou-se a si próprio a respirar fundo e a contar até dez para se acalmar. Conseguia aparentar frieza e ocultar qualquer emoção mesmo perante Voldemort mas quando se tratava de Potter tudo aquilo que ensaiava à anos se evaporava em questão de apenas uns segundos.

Parou em frente às secretária de Dumbledore e apoiou as ambas as mãos nela.

-Não quero que ele seja castigado, quero que seja expulso, é o mínimo que posso exigir depois do que aconteceu.

-Ora Severus, sabes que isso não é possível e também sabes que o que ocorreu na tua aula não foi tudo culpa do Harry.

-NÃO?! – perguntou sarcasticamente.

-Não. – reafirmou Dumbledore. – tens a certeza de que não queres um caramelo? São mesmo deliciosos, aposto que se comeces algum ficarias menos amargo.

Desde quando Dumbledore mandava aquelas indirectas? Ah, sim, desde sempre! Sabia que era amargo, mas foi graças a isso que ainda estava vivo. Nunca pôde nem teve razões para ser diferente e não era agora que o iria ser.

E como se não bastasse, tinha sido atacado por Potter e ainda por cima a culpa era também SUA...

-A culpa também é minha Albus? Por amor de Merlin!

-Segundo o relato de Miss Granger e Mr. Weasley sim. – declarou Dumbledore tranquilamente como se falasse do tempo.

Com que então Granger e Weasley tinham contado o que aconteceu na aula. Sabia perfeitamente que durante o relato teriam feito com que Potter parecesse a vítima, o que supostamente não era... Gryffindor iria ficar sem pontos para descontar.

-Então Potter ataca um professor e a culpa é deste último... Albus, lamento dizer mas os caramelos estão a fazer-te mal.

-Mas não estamos a falar de um professor qualquer estamos a falar de ti e ambos sabemos que não é a primeira vez que hum... têm um desentendimento.

Snape suspirou e retirou as mãos da secretária para as deixar cair junto ao corpo. Mais uma vez Dumbledore conseguiria o que queria.

-Está bem Albus mas o castigo tem de ser enorme e desesperante.

-Isso fica ao teu critério desde que Harry não fique com nenhuma sequela física ou psicológica.

Snape apenas deu um sorriso frio e despediu-se de Dumbledore com um pensamento em mente: Potter iria arrepender-se de tudo o que tinha feito.

A noite já ia a meio quando acabou de corrigir os testes dos sétimos anos. Pela mesa era visível pergaminhos por todos os lados com a nota de classificação no canto superior direito. Esfregou os olhos e levantou-se. O dia tinha sido bastante longo e necessitava de uma boa noite de sono para poder esquecer os acontecimentos que tinha passado. Vestiu o pijama e deitou-se na cama para dormir sem interrupções.

Já sabia qual iria ser o castigo de Potter: ajudar os Slytherins no que se referia a cortar ingredientes e a ir busca-los ao armário durante a aula, por outras palavras, servir de criado para a sua casa. Tinha a certeza de que não havia nada pior para Potter...

----------

Abriu os olhos devagar para logo a seguir fechá-los com preguiça. O tempo deveria ter arrefecido pois sentia mais frio do que antes e o cheiro característico da enfermaria, por algum motivo, tinha desaparecido. Não lhe apetecia sair da cama sabendo o que lhe esperava. Primeiro: Como encarar Snape? Segundo: Como fazer com que Dumbledore não o expulse (sim, porque por mais que Hermione e Ron lhe tinha dito que não, ainda pensava que poderia ser expulso). E terceiro: Como evitar que Snape cometesse um homicídio cuja vítima seria ele, Harry?

Com um esforço “sobre-humano” abriu os olhos definitivamente e sentou-se na cama. Estava a ser uma manhã estranha ou então ainda estaria a sonhar pois via perfeitamente bem e não tinha os óculos colocados. Por outro lado, não se encontrava na enfermaria mas numa habitação que não conhecia. A maioria das paredes de pedra eram ocultadas por estantes com livros de todos os tamanhos e cores colocados de uma forma desorganizada. As estantes não deviam ser suficientes pois em alguns cantos da habitação encontrava-se pilhas de livros já muito usados e velhos. Além disso havia um armário e duas portas opostas.

Estava a observar o lugar onde estava quando a realidade o golpeou. Se não estava na enfermaria nem na torre Gryffindor então é porque teria sido sequestrado!

Levantou-se a correr e dirigiu-se a uma das portas. Uma delas poderia bem ser a saída... Não foi preciso muito esforço pois a porta abriu-se facilmente e Harry entrou devagar para o caso de haver algum Devorador da Morte pelo caminho, mas, para sua surpresa aquela porta tinha dado a uma casa-de-banho. Estava a ponto de entrar em pânico e ir experimentar a outra porta quando reparou em duas coisas: que tinha um pijama negro de seda e não tinha um pijama assim e que sentia o seu corpo diferente. Motivado por qualquer coisa aproximou-se do espelho e ao ver o rosto de Snape reflectido nele, desmaiou.

----------

-Acorde pois o director deve estar à sua espera.

Uma voz conhecida e que lhe fazia lembrar de coisas que odiava, despertou-o. O que estava ela a fazer na SUA habitação? Abriu os olhos e olhou para a mulher à sua frente.

-É assim tão urgente que lhe faça vir até aqui despertar-me? – perguntou.

Madame Pomfrey pareceu ter engolido um limão especialmente azedo e com a varinha fez desaparecer os cobertores.

-Como se atrev...

-Alguém lhe lançou um Obliviate? Sabe muito bem porque tem de ir ao gabinete do director. – interrompeu-o Pomfrey.

-De que cor e que sabor tinha a poção que bebeu?

Pomfrey deveria ter tomado alguma poção para agir assim, só podia pois acordá-lo com a desculpa de que o director o tinha chamado, lhe fazer desaparecer os cobertores e ainda por cima lhe interromper a ele, Severus Snape era coisa que ninguém ousaria fazer nos seus cinco sentidos.

-Do que está a falar Mr. Potter? – perguntou Pomfrey com uma expressão confusa.

-O que me chamou? – deveria ter ouvido mal.


--------------------------------------------------------------------------------

Obrigada por lerem... n.n

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.