Conversas Interrompidas



Atrás deles apareceu Cho. Estava muito bonita, seu longo cabelo negro estava preso em um rabo-de-cavalo alto. Seu rosto tão claro e rosado como sempre ficava ao chegar perto de Harry. E ele ali, parado admirando a beleza de Cho.

- Me desculpe Harry, não tive intenção de escutar sua conversa –falou Cho tão meigamente que Harry ficou feliz em ouvir a voz doca dela ao invés de seus berros de choro.

- N-Não... Tudo bem –disse Harry despertando de seus pensamentos e a encarando.

- Ah Harry... Eu vou indo pro castelo ok?! –e dizendo isso Rony se levantou rapidamente da pedra em que estava e rumou para a margem do lago, avistando Hermione vindo da direção oposta.

- Hei! Hermione! –tentou Rony, mas a garota parecia querer decididamente falar com Harry. Rony observou ela ir. Não notara mesmo ele.

- Harry! –chamou ela acenando para o amigo que ainda se encontrava nas pedras com Cho, não deu sinal algum de ter avistado Rony.

- Oi Hermione! Aqui! –exclamou Harry, para desespero de Cho, que estava agora muito rosada, talvez por raiva.

- Harry... Harry... –ofegou Hermione segurando as vestes dele -preciso que venha comigo! –disse ela radiando de alegria –Ah, oi Cho! –Cho nada respondeu, ainda estava muito vermelha de raiva e ciúmes –tenho boas noticias – finalizou Hermione abrindo um largo sorriso.

-Ah... Ok –respondeu Harry meio nervoso, meio ansioso –ok, vamos então –concluiu ele rapidamente, com um peso no estomago por estar deixando Cho.

Cho ficou sem ação. Se sentia triste, deixada de lado, e agora com muita raiva e ciúmes de Hermione. Ela nunca acreditou que entre Harry e ela nunca houve nada alem de amizade. Ela se aproximou de Rony que ainda estava no mesmo lugar, talvez tentando adivinhar o que aconteceu de tão importante para Harry, pois estava com a mão no queixo e um olhar muito pensativo no rosto.

- Ela fez isso de novo –acusou Cho, agora do lado de Rony, com uma voz fraca, porem ameaçadora.

- Fez isso o que? –perguntou Rony intrigado, voltando seu olhar à garota.

- Não é a primeira vez que Harry e eu estamos a sós, e... e ela vem e atrapalha tudo –disse Cho com a voz amarga e os olhos marejados.

- Ah, por Merlim Chang! Não passa pela sua cabeça que pode ter acontecido algo de bom para Harry? – perguntou Rony incrédulo.

- Só ficou bom para ele porque a Granger estava presente...

- Ah... Não, não –disse Rony confuso, balançando negativamente a cabeça –eles são apenas amigos sabe... –concluiu ele vagamente. Sabia que Harry amava Cho, mas não tinha certeza dos sentimentos de Hermione.

-H-hum – soluçou Cho – isso é o que você acha, não é? – e saiu a correr desesperadamente pela margem do lago rumo ao castelo.

- Garotas...


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Gina saiu do Salão Comunal da Grifinória onde Hermione havia a deixado a alguns minutos, dizendo que precisava falar com Harry, que era importante e que depois ela explicava. Gina nem estava muito preocupada. Decidiu ir dar uma volta nos terrenos de Hogwarts, para aproveitar o tempo livre que tinha antes de sua aula de Feitiços.

O dia havia melhorado. O tempo ainda estava frio, porém a chuva já não caía mais.

Gina andava distraidamente pelo gramado, observando a leve brisa que embalava as folhas das árvores, o canto dos pássaros, fechou os olhos respirando fundo, mas ainda andava...

- Ai! –Gina encotrava-se pela segunda vez no dia caída do chão. Olhou a sua volta e percebeu que Cho foi quem a derrubara. De fato Cho estava correndo feito louca, esbarrando em todos que estavam em seu caminho. –Nossa, ela deve estar mal...

- O que você acha que ela tem? –perguntou uma voz masculina, estendendo a mão para levantar Gina.

Gina aceitou. Ainda estava com o olhar em suas vestes tentando limpá-las.

- Acho que tem a ver com Harry, sabe... –Gina que até então estava com o olhar fixado nas vestes, ergueu a cabeça e percebeu que a voz masculina que vinha da sua frente era de Draco.

Por um momento o silencio permaneceu entre eles. Gina estava muito confusa, o que Malfoy queria com ela? Discutir como hoje cedo? Ela estava com a boca ligeiramente aberta, incrédula, mas como foi ele quem veio oferecer ajuda, continuou ali diante dele, queria receber talvez, uma explicação do que estava acontecendo. Draco tinha uma expressão de quem não sabia direito o que estava fazendo, mas permaneceu imóvel no mesmo lugar. Então, sua expressão de quem estava perdido, passou para uma de leve curiosidade.

- Você não se importa em falar assim dela e do Potter?

Gina boquiabriu-se. O fato de Malfoy ter oferecido ajuda e ainda, permanecer ali, para o que parecia ser uma conversa amigável, não entrava na mente de Gina.

- Weasley...?!

É. Gina acordou de seus pensamentos. Ele a chamou pelo sobrenome, teria sido muito mais impactante se a tivesse chamado de Gina. “O que? Porque eu quero que ele me chame de Gina? Eu nem dei essa liberdade toda a ele” pensava Gina freneticamente. “Não vai responder? Ele esta esperando uma resposta!” dizia uma voz na cabeça da garota. Realmente, de fato ele continuava ali, e esperando uma resposta.

- Anh... Não entendo o que quer dizer...

- Você e Potter... Sei que vocês não estão mais juntos..., mas você ainda gosta dele não?

Gina paralisou. Sabia que isso não era da conta de Malfoy, mas, sentia-se incrivelmente bem para falar sobre isso com ele. E, além do mais, realmente já havia esquecido Harry.

- Eu..., bem foi ele quem terminou tudo, mas..., é eu não gosto mais dele. –terminou firmemente Gina.

- Draco!

Draco ouviu chamarem seu nome. Virou os calcanhares rapidamente e avistou Pansy Parkinson vindo em sua direção. Pansy era colega de Draco na Sonserina, estavam no mesmo ano. Ela não era uma garota bonita, pelo contrário, tinha o rosto meio feio e uma expressão de nojo estampada sempre na cara, porém sempre ao chegar perto de Draco tentava dar um sorrisinho, sem sucesso é claro, que sempre saía amarelado. Mas Draco não podia falar nada. Já havia ficado com ela inúmeras vezes, porém ficava por pura diversão, um passatempo melhor dizendo, nos dias de tédio no Salão Comunal da Sonserina. Mas Draco sempre soube que ela era apaixonadíssima por ele, o que não mudava em nada seus sentimentos por Pansy, que no caso, nem existia sentimentos dele por ela.

- Oi Draco! Sabe, eu estava pensando se poderíamos passar a tarde juntos, não teremos mais aulas hoje, -disse Pansy agora no pescoço de Draco, arrumando o colarinho da camisa do garoto –e também pensei em...

- Não Pansy, estou ocupado -interrompeu ele impaciente –e...

- Ah não! –Pansy foi quem interrompeu dessa vez –você não vai negar passar a tarde comigo,vai?

- Sabe Pansy, eu...

- Ah, vamos! Aprendi uns feitiços que executam umas massagens para relaxar ótimas! –Pansy ficava tão excitada perto de Draco que mal o escutava, sempre falava que nem uma tagarela não deixando o garoto dar sua palavra, o que deixava Draco muito irritado, pra falar a verdade, não sabia dizer ao certo se é Pansy que estava ficando irritante ou se ele é que está irritado porque gostaria de estar dando sua atenção a Gina, que no momento devia estar excluída da conversa, atrás dele. – ah, sim, também tenho...

- Pansy! PANSY! –gritou o garoto enfurecido enquanto ela o abraçava - CHEGA! Não esta vendo que eu estava...

- Que isso? –indagou Pansy erguendo uma das sobrancelhas para o medalhão em sua mão que acabara de retirar das vestes de Draco.

- Ah! Exclamou ele feliz ao ver que ela se calara –isso é dela – disse Draco apontando para suas costas, lembrando-se que ficara com o medalhão de Gina e, talvez “D de Dino” pensou ele amargamente.

- Dela quem? Perguntou Pansy afastando sua cabeça uns dez centímetros para o lado, tentando ver quem estava atrás de Draco –não há ninguém ali!

- Ninguém?! Exclamou ele nervoso girando tão rapidamente seu corpo e pescoço que chegou a dar um mau jeito neste último –Ah, ela se foi –concluiu ele com um ponta de raiva por Pansy –Culpa sua! –acusou ele massageando o pescoço com umas das mãos.

- Culpa minha! Exclamou Pansy sem entender –Ah, então eu te atrapalhei? Com quem você estava Draco Malfoy? –exigiu saber, achava realmente que Draco devia algum tipo de explicação a ela.

- Não torra Pansy! –respondeu ele que continuava de costas para ela, com o olhar fixo onde Gina esteve minutos antes dela se intrometer e interromper a primeira conversa descente deles. –Vou pro castelo –finalizou ele ainda massageando seu pescoço.

Dizendo isso, saiu a andar com uma certa rapidez, talvez para que Pansy não o seguisse, esquecendo-se completamente que o medalhão de Gina, que ele tinha achado e ficado com a intenção de devolver, agora estava em poder de Pansy.


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