Desculpas



Forças do Destino 2
Capítulo 11 – Desculpas


 


Ao fim do jantar a ruiva se levantou rapidamente, estava decidida a ignorar Aquiles, não importava qual fosse o preço; seu plano falhou, no entanto, o garoto fora mais rápido e conseguiu segura-la pelo braço. Hermione o olhou com seu olhar mais ameaçador, o mais intimidador, mas isso não foi o suficiente.


-Vai me soltar ou não? – ela perguntou, sem paciência


-Enquanto você não escutar ao que eu tenho a dizer, não! – o garoto estava na mesma situação que a ruiva, sua paciência estava se esgotando. A ruiva tentou por uma última vez se livrar das mãos do outro, mas o moreno era mais forte; no fim, ela cedeu. – Vem comigo, é melhor conversarmos no meu quarto. – ele disse ao final, percebendo que havia vencido. Hermione hesitou, preferia ficar em um lugar público, algo na idéia de ficar sozinha no quanto de Aquiles com ele não lhe soava bem, mas sabia que não conseguiria convencê-lo e cedeu novamente.


O garoto soltou o braço de Mione depois de fazê-la prometer que não fugiria e então, juntos, porém distantes um do outro, seguiram até o quarto dele. Já em frente a porta, Victor abriu-a e deixou que a ruiva entrasse primeiro. Hermione observou o quarto atentamente enquanto o moreno trancava a porta: era grande, não tanto quanto o quarto dela, mas o tamanho era mais que razoável. Estava desarrumado, como qualquer quarto de garoto, porém ela conseguiu imaginá-lo organizado e pôde ver o quanto o aposento era bonito.


-Pode se sentar, se quiser. – o garoto disse, tentando ser educado. Ela obedeceu e sentou-se na cama dele; Aquiles a acompanhou e sentou-se na cama também, porém a uma distância razoável, por mais insistente que fosse, entendia que a garota não queria mais tê-lo por perto.


-Estamos aqui, pode dizer. – Mione foi fria, seu tom de voz estava seco; ela queria estar em qualquer outro lugar, menos ali. Aquiles engoliu seco e por um momento fitou-a, procurando as palavras. Em silêncio ele se levantou da cama, aproximou-se da garota e ajoelhou-se em frente a ela; mesmo estando com raiva do garoto, Mione sentiu-se envergonhada ao vê-lo diante de si daquele jeito – O que você está fazendo? – perguntou, estendeu a mão para levantá-lo.


-Posso te pedir desculpas antes de tudo? – ele disse, segurando o braço da garota.


-Pode, mas faça o favor de se levantar.


-Você me desculpa?


-Quer se levantar?


-Se eu me levantar, você vai me desculpar? – Mione fez silêncio por um momento, não sabia o que responder, mas vê-lo ajoelhado estava incomodando-a. Ela hesitou em responder, mas não agüentaria mais tal situação


-Eu desculpo.


-Promete?


-Prometo! – ela disse – Mas se levanta logo. – O moreno obedeceu e sentou-se novamente na beirada da cama, um pouco mais próximo do que da vez anterior. – Então, quer me dizer logo? Não estou com a menor vontade de ficar aqui por muito tempo. – o garoto tentou não se machucar com as palavras duras de Mione, sabia que ela estava alterada e que no fundo ela não queria dizer tais coisas.


-Eu só quero que você entenda que eu não queria te machucar, de verdade; em momento algum eu pensei em te enganar – ele começou, enquanto procurava as palavras certas para contar tudo de uma vez, não podia mais esconder a verdade. – Mas eu não podia te dizer a verdade, você não estava preparada para escutar; para ser sincero, acho que você ainda não devia saber e que seus pais não deviam ter convidado para conhecê-los; por melhor que as intenções deles fossem, isso só esta te fazendo mal.


-Do mesmo jeito, você podia ter me contado antes. Você já sabia o que estava acontecendo, sabia como eu ia ficar, sabia de tudo e nunca... Nunca fez a menor menção de me contar algo. Como você quer que eu me sinta? Como você quer que eu confie em você novamente? Como você quer que eu me case com você depois disso?


-Tente entender, Mione, está sendo tão difícil para mim quanto para você e...


-Não parece; na verdade, parece até que você está gostando da situação.


-Eu apenas tento ver o lado bom disso tudo! Apesar de tudo que eu estou perdendo, de tudo que eu sofri por causa disso, eu tenho a oportunidade de ser feliz ao seu lado, se você aceitar. – Aquiles não se conteve e se aproximou da garota. Ele direcionou a própria mão para o rosto dela a fim de acariciá-la, mas esta desviou. – Não faz assim, não sabe o quanto me entristece saber que você está brava comigo por algo que não é minha culpa.


-Não é sua culpa? – o sangue de Mione começou a correr mais rápido, estava indignada. – Lógico que é sua culpa! Você podia ter me dito... O que custava você me chamar e dizer toda a verdade? Arrancaria algum pedaço? Não, não arrancaria NADA! Mas você fez isso? NÃO! – a paciência da ruiva estava quase à zero.


-Você não entende! – o garoto virou o corpo para frente, a expressão de raiva da ruiva estava torturando. Ambos ficaram em silêncio, olhando para o chão, sem saber o que dizer; não era um silêncio constrangedor, no entanto, estava mais parecido com uma pausa para respirar e pensar com clareza.


-Você deve estar aproveitando muito isso, não? – Hermione disse finalmente, sem tirar os olhos no chão. As palavras da garota esgotaram a paciência do moreno, que se levantou, completamente indignado pelo que ouvira.


-Estou decepcionado! – Aquiles começou a falar, olhando sério para a ruiva. O tom de voz dele fez com que Mione levantasse o rosto para olhá-lo; ela o encarou, porém isso não o assustou. – Você realmente pensa que o mundo gira em torno de você, que só você tem problemas, que só você ta sofrendo? – a garota fez menção de falar, mas o moreno a impediu com o olhar. A ruiva esperava que o sermão continuasse, mas Aquiles sentou-se novamente onde estava e, com o olhar um pouco mais doce, olhou-a. – Eu também estou sofrendo, por causa disso, eu também perdi muita coisa. E eu também estou triste e com medo, Hermione, muito medo e eu não tenho mais ninguém para ser meu porto seguro. Ver você brava comigo só está piorando tudo! – ele disse, quase chorando. A ruiva o olhou e algo dentro dela se derreteu; ela então o abraçou, esquecendo toda a raiva que sentira dele.


<hr>


Ela abriu os olhos e os sentiu inchados pelo choro que durou a noite toda. Seu peito doía por dentro, como se alguém tivesse cortado com uma faca seu coração; por dentro, ela estava aos pedaços, estava pior do que imaginava que ficaria se seu pior pesadelo acontecesse. Ela enfrentara com facilidade quando a possibilidade dele vir a toda apareceu, mas a esperança de ser apenas um alarme falso era maior, dando força para acreditar em finais felizes, os quais nunca chegariam para ela, não importava o quanto ela esperasse, o quanto ela pedisse por eles.


Desviou o olhar do teto virando-se de lado; no foco de seu campo de visão entrara então a maldita janela, aquela que trazia as piores notícias. As únicas notícias que ela desejava não escutar; no entanto, seu desejo não era o suficiente para mantê-las longe: as terríveis novidades continuavam a chegar. A garota sabia que logo chegaria a coruja matinal para deixá-la pior do que a última coruja noturna. Não havia como evitar, era seu destino, nada mudaria aquilo.


Ela sabia que a próxima coruja seria a última e traria dentro do precioso envelope cor creme um convite que deixaria seus pais emocionados na mesma medida que ela ficaria desgostosa; seria um convite que ela não teria como recusar mesmo querendo, seria obrigada a aceitar.


Cansada, ela levantou o corpo colocando os pés no chão; manteve-se sentada na cama enquanto pensava no que faria depois de tal coruja, pois a mensagem que ela traria seria o fato que mudaria para sempre sua vida e ela precisava de algo para se segurar, alguma motivação para seguir seu próprio rumo sem o que antes era a coisa mais importante para ela, sem o que antes dava a ela um motivo para sorrir, um motivo a mais para querer manter-se viva.


Por um momento, pensou em se matar, mas ela sabia que isso só traria desgosto à pessoa que tanto a queria bem, que tanto a tratava como uma princesa, sem contar a infelicidade aos seus pais. No entanto, uma cena como essa talvez fizesse o mundo voltar a ser o que era antes. Era apenas um talvez, mas não custava tentar, custava?


A garota então se levantou ao ouvir o pio da coruja do lado de fora de sua janela. Sem pressa alguma, ela caminhou ao seu destino a abriu, deixando o animal entrar em seu quarto. “Chegou mais cedo hoje!” ela disse então, seu tom não demonstrava qualquer emoção.


 


 


N/A: Antes de tudo, desculpas a todos os meus leitores pela demora extrema para atualizar a fic e por voltar com um capítulo minúsculo. Tentarei explicar tudo! Primeiro: eu estava realmente sem tempo ALGUM, tanto que nenhuma das minhas fics foi atualizada, o máximo de “atualização” que eu fiz foram poemas soltos que foram publicados em alguns dos sites nos quais eu postos minhas artes. O real motivo para minha falta de tempo para as fics foi um texto original que eu estava escrevendo feito uma doida, tal texto atrapalhou meu tempo de estudo (por tal motivo, não me surpreenderei com as 6 notas vermelhas que eu estou esperando). Esse texto original não será publicado por enquanto, infelizmente: ele é uma exclusividade para meu namorado, foi presente para ele de um ano de namoro. Ainda falta alguns retoques que com o tempo eu vou fazer, ou seja, quando estiver realmente finalizado, caberá a ele decidir se eu posso publicar ou não, mas isso não vem ao caso.


Agora, explicando o motivo para o tamanho do capítulo: todos sabem que eu não atualizo a fic há meses pelo simples fato que eu não estava mais escrevendo, ou seja, todas as idéias para a história que eu tinha, eu perdi, apenas isso eu lembrava de fato e nem ficou exatamente como eu imaginava (tenho certeza), por isso estou relendo a FDD1 e os primeiros capítulos de FDD2 para ver se eu consigo me lembrar de tudo novamente (e se eu não lembrar, minha criatividade vai entrar em ação. Por isso, peço paciência a todos! E, é claro, quero agradecer a todos os que ainda lêem a fic e estavam aguardando ansiosos por novidades. Saibam que são vocês que me dão forças para continuar a escrever. Prometo voltar logo...

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