Cap. 7



Bellatrix se arrumava no quarto, a sala novamente estava lotada de convidados. Mas desta vez, não era nenhuma festa com classe, nenhuma em que Bellatrix precisasse mostrar o seu charme, era apenas um “bandinho” de punks amigos de Sirius. “Deveria estar L-O-U-C-A quando cedi a minha casa para o Sirius...”, pensava Bella. Algumas batidas na porta foram o suficiente para Nia acordar e começar a berrar, como qualquer bebê de seis meses de idade.

-Sirius, o que... –mas ela foi interrompida.

-Bella, é verdade?

-O que, Sirius? O que é ou não verdade?

-Aquilo, lembra? –mas nada de respostas. -Aquilo, aquilo!

-Por favor, vá logo EMBORA DAQUI, ou me diga o que é “AQUILO”. Não vê que Nia está chorando?

-Ah, tá. Deixa ela chorar um pouco, chorar faz bem, sabia? Agora me responde! Aquilo que você me falou semana passada sobre a sua filha... é sério?

A ficha foi caindo para Bellatrix. Uma sensação de ardência subia garganta a fora.

-NÃO! Como... como você, seu TONTO, foi acreditar... na... naquela... IDIOTISSE! Só você mesmo, Sirius, seu... IMBECIL, TONTO, IDIOTA! –e Bellatrix soltou um jorro de ofenças.

Calma! Espera aí... então Nia é mesmo filha de Rodolfo, não tem nada a ver com... argh! Com o Lucius, tem?

-NÃO! NÃO TEM!

-Então me diz: por que é que você ficou toda nervosinha, até me cedeu essa festa em troca de que eu ficasse quieto, sem dizer aquilo pra ninguém, se ela é mesmo filha de Rodolfo, e não de Lucius, como você me disse semana passada?

-Sai daqui, Sirius. –disse Bellatrix, com os olhos fechado e falando pausado.

-Mas Bellatrix, eu...

-SAI DAQUI, AGORA! SAI! SAI!

E o kit de maquiagem de Bellatrix fez um vôo rasante, foi pó pra todo lado, batom, sombra, lápis de olho, tudo indo ao encontro de Sirius. Este saiu do quarto correndo, fechou a porta e se mandou. Bellatrix se atirou no chão, puxou a toalha da mesinha, empurrou tudo o que estava ali em cima. Jogou o retrato de Sirius, Andy e ela na parede, que se transformou em cacos.

Bellatrix virou em lágrimas, murmurava de vez em quando “Odeio Sirius”, ou “Aquele metido!” ou até “Porquê ele não morre?”. Sua filha ainda chorava, mas Bella acabou adormecendo, e nem ligou para o choro de Nia.

Rodolfo entrou no quarto, viu a bagunça em que ele havia virado. Ele apenas olhou para a mulher, caída aos pés da cama, dormindo e pensou: “É a louca com quem me casei...”. Deu um leve chute na mesa, agora sem a toalhas e o resto de bagulhetes que antes possuía.

Rodolfo pegou Nia no colo, embalou devagar, e o chorinho foi silenciando ao poucos. Ele deu um beijo no rosto do bebê e saiu, mas sem querer tropeçou num vaso de flores estilhaçado, acordando Bellatrix.

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