Capítulo X



CAPÍTULO X


Do lado de fora, nuvens negras e relâmpagos cruzavam o céu. Logo, lençóis d’água começaram a cair batendo contra as janelas e trovões ecoavam por todo lado. Harry não ligava para tempestades... e nem chegou a ouvi-la, já que nem se mexeu quando um forte trovão fez as janelas tremerem.

No entanto, Hermione, que estava do outro lado do corredor, prendeu a respiração com medo. Seu coração acelerou e sua respiração se tornou mais rápida, enquanto ela lentamente sentava na cama. O quarto dela se clareou quando outro relâmpago cruzou o céu e ela pulou uma segunda vez quando outro trovão foi ouvido. Uma vez, tempestades nunca a assustaram. Na verdade, ela até gostava de tempestades. Ano passado, eventos terríveis mudaram isso. Ela foi capturada por um dos seguidores de Voldemort bem na frente de Harry, mas ele não tinha como ajudá-la, pois o Comensal a estava usando como escudo. Ele não teve escolha, a não ser deixá-la ir, enquanto apontava a varinha para o rosto do Comensal, mas mantendo os olhos nela, eles estavam cheios de perdão e dor enquanto os dela estavam cheios de medo e implorando por ajuda.

O Comensal aparatou em uma floresta, a vendando e a puxando para o meio das árvores. O rosto dela foi arranhado e cortado pelos galhos que estavam pelo caminho, a mão dele em seu pulso segurava tão forte, que ela já não sentia os dedos. Os trovões e os relâmpagos já tinham começado e logo ela sentiu as gotas d’água caírem sobre sua cabeça, sua face e todo seu corpo, antes de começar a cair com força. Depois de puxá-la por um bom tempo, o Comensal finalmente a jogou para o lado, fazendo com que ela batesse em uma pedra. “Potter eventualmente vai tentar te achar... e ai, o Mestre vai ter sua vingança. Você é uma boa isca”.

Ela lembrava como a voz dele era assustadora e como ela temeu pela vida de Harry mais do que a dela. Ela o ouviu fechando algo e então tudo ficou em silêncio. Ela tentou tirar a venda, mas suas mãos estavam presas à suas costas por mágica. Ela não tinha como fugir. Então ela continuou lá sentada, enquanto os trovões e relâmpagos aumentavam e ficavam cada vez mais violentos. Ela não sabia quanto tempo tinha passado quando Harry finalmente a encontrou. Uma hora... duas, dois dias? Ela não sabia. Ele a segurou e a balançou gentilmente, assegurando que estava tudo acabado e que ele estava lá por ela. Ele havia ganho a batalha de novo naquela noite, mas não a guerra.

Hermione jogou as cobertas para o lado e vagarosamente andou, pelo corredor escuro, do seu quarto até o de Harry. Ela abriu a porta e o viu dormindo, o que não era surpresa alguma. Ele conseguia dormir durante qualquer coisa. Ele estava deitado de barriga, com os lençóis pela cintura e respirava calmamente. Ela odiava ter que acordá-lo, mas ela sabia que jamais conseguiria dormir sozinha. “Harry,” ela disse suavemente enquanto se aproximava da cama. “Harry.”

Ele se mexeu e de repente levantou a cabeça do travesseiro. Ele piscou para Hermione, tentando focá-la melhor. Uma vez que ele pode enxergá-la direito, bastou ver o olhar assustado dela para saber por que ela estava ali. “Oh, Mione,” ele disse suavemente enquanto rapidamente se sentava e estendia os braços para ela. “Vem aqui.”

Hermione foi sem nenhuma hesitação e engatinhou na cama até ele, o abraçando forte enquanto ele a deitava na cama. Ela conteve as lágrimas enquanto se aconchegava mais no calor dele. A tempestade ainda caia, mas ela não escutava mais. Não quando ela estava com Harry.

“Você está bem, Mione?” ele perguntou a puxando contra si, enquanto passava os dedos pelo braço dela que repousava em seu peito.

Ela afirmou. “Agora eu estou.” Ela sussurrou.

“Eu o odeio por colocar esse medo em você.” A voz dele estava cheia de emoção, enquanto ele fechava os olhos, tentando não lembrar da noite em que ele a encontrou. Ele jurou pra si mesmo, quando a segurava enquanto ela chorava, que a próxima vez que ele se encontrasse com Voldemort... seria a última. Ir atrás dele era uma coisa, mas usar uma pessoa que ele se importava e amava como Hermione, era completamente diferente.

“É muito bobo, na verdade,” ela disse se aproximando dele. “Ainda ter medo de tempestades como uma garotinha.”

“Querida,” ele disse e beijou o topo da cabeça dela. “Não é bobo. Nem um pouco. Você passou por uma experiência traumática. Ninguém espera que você supere isso da noite pro dia. Se você tiver medo de tempestades pro resto da sua vida, isso vai ser completamente compreensível.”

“Eu não sei o que faria sem você, Harry,” ela disse com a voz embargada de sono enquanto começava a sucumbir ao cansaço.

O coração dele pulou uma batida. “Eu... sou eu que não posso viver sem você, Mione,” ele disse e virou a cabeça, encostando o rosto na cabeça dela. “Eu preciso tanto de você. Sempre precisei e sempre vou precisar.”

Hermione não respondeu. Ela finalmente havia caído em um sono prazeroso.


************


“Eu acho que devo ir antes que todos acordem,” Rony sussurrou para sua namorada, que estava deitada ao lado dele.

Julia levantou a cabeça e espiou pela cortina, olhando o relógio. “Ainda é cedo,” ela disse.

“Eu sei,” ele disse enquanto se sentava. “Mas é melhor se eu for agora, antes que suas colegas de quarto acordem. Eu não acho que seria legal se minha irmã me pegasse aqui.

Julia suprimiu uma risada. “É, se é que ela está AQUI.”

Rony olhou para ela confuso. “O que você quer dizer? Claro que ela está aqui.”

“Ou então aconchegada na cama de um certo Sonserino… ou talvez Draco está dormindo à duas camas da minha.”

Rony fez uma careta. “Isso não é engraçado, Julia.”

Ela riu. “Oh Ron, cresça. Sua irmã já o fez, já está na hora de você também o fazer.”

“Ela é minha irmã caçula, Juli. Não ligo pra quantos anos ela tem ou se ela cresceu, ela ainda é minha irmã.”

“Eu sei... e eu acho fofo como você é tão super protetor com ela,” ela disse e o beijou no rosto.

“Veja se ela está ai.”

Julia suspirou e colocou a cabeça para fora da cortina e viu suas duas amigas dormindo, mas a cama de Gina estava com as cortinas fechadas. “As cortinas dela estão fechadas assim como as minhas,” ela disse. “Então significa que ou ela não está, ou Draco está aí.”

Rony respirou profundamente. “Eu não vou pensar sobre isso. Eu não vou pensar sobre isso.” Ele então começou a procurar por suas roupas. Ele achou seu jeans ao pé da cama e sua boxer estava debaixo das cobertas, em algum canto. “Me ajuda a procurar minhas roupas, sim?”

“Oh, aqui está seu sweater,” ela disse pegando a peça. “Posso usá-lo?”

“Não,” ele disse enquanto o pegava. “Outra coisa que você vai ficar e eu já não sei onde estão meus sweaters.”

Ela riu. “Você é tão fofo pela manhã,” ela disse enquanto ficava de joelhos atrás dele, enlaçando a cintura dele com os braços enquanto ele tentava se vestir. “Seu cabelo é o melhor, apontando em todas as direções... quase tão revolto quanto o do Harry.”

Ele sorriu enquanto vestia o sweater. “É... a única diferença é que eu consigo domar o meu.”

Julia o ajudou a ajeitar o sweater. “Nós vamos para Hogsmead hoje?”

“Uh huh. Eu vou tomar um banho e me vestir, e talvez ir acordar a Hermione e o Harry.” Quando ele já estava com sua boxer, ele finalmente saiu da cama para vestir o jeans. Se inclinou e deu a ela um beijo. “Te vejo daqui a pouco.”

Ela se inclinou e o beijou de novo. “Ok.”

“Amo você,” ele disse e deu a ela um último beijo.

Julia sorriu contra os lábios dele. Ela amava escutá-lo dizer isso. “Amo você também,” ela respondeu.

Rony sorriu para ela antes de sair devagar pela porta, fazendo uma careta ao olhar para a cama de Gina no caminho. Ele rapidamente foi para seu dormitório e deitou em sua cama. Era muito cedo para se preparar, então ele decidiu tirar um breve cochilo antes de tomar banho. Porém, o ronco de Neville o deixou acordado, então ele desistiu, pegou suas coisas e se dirigiu ao banheiro.

Ele estava chocado e feliz em ver que Julia estava a caminho do banheiro dos Monitores, assim como ele, então ele tirou vantagem desse cenário, já que eles eram os únicos acordados tão cedo. O banho demorou mais do que o normal, óbvio, então quando voltou para o dormitório, seus colegas já estavam se arrumando para passar o dia em Hogsmead.

Uma vez vestido, ele decidiu ir até o Salão Comunal de Harry e Hermione ver se os dois já tinham acordado. O quarto deles não era tão distante da Torre da Grifinória, eram apenas alguns degraus abaixo e um corredor para a esquerda. Ele disse a senha, que Harry e Hermione haviam dado a ele, para que ele pudesse entrar sempre que quisesse.

O Salão Comunal estava quieto. A única coisa que fazia algum barulho era o crepitar do fogo ainda aceso na lareira. Ele colocou sua capa no encosto de uma das cadeiras e subiu as escadas, decidindo acordar Harry primeiro caso ele ainda estivesse dormindo. “Harry, você está...” Suas palavras morreram quando viu seus dois melhores amigos abraçados, juntos, na cama. Hermione estava de lado, suas costas contra o peito de Harry e o braço dele estava protetoramente abraçando a cintura dela, como se a estivesse protegendo de todo o mal existente no mundo. Ele piscou enquanto se aproximava da cama. Ele viu que os dedos de Harry estavam enlaçados com os de Hermione e seu rosto estava mergulhado nos cabelos dela. “Poxa vida!”

Harry se mexeu e vagarosamente começou a acordar. Ele se espreguiçou enquanto seus olhos começaram a abrir e então piscou assim que viu Rony dentro do quarto. “Rony?” ele perguntou, sua voz ainda rouca, pelo sono.

“Harry, o que a Hermi...”

“Shh!” Harry disse com um dedo na frente dos lábios. “Não a acorde, ela teve uma péssima noite ontem.”

“O quê?” ele sussurrou. “O que aconteceu? Por que ela está em sua cama?”

“Rony, você não pode estar surpreso, você não ouviu a tempestade ontem à noite?”

“Tempestade?” ele perguntou, entendo tudo agora. “Teve uma tempestade ontem? Não, eu não ouvi.”

“Bem, infelizmente, Mione ouviu, então ela veio me acordar, ela estava aterrorizada.”

O olhar de Rony se suavizou e ele olhou para ela. “Coitada, aquela noite deve ter sido horrível para ela.”

“Prefiro não falar sobre isso,” Harry murmurou. “Por que você está aqui?”

“Oh, só vim pra saber se vocês vão pra Hogsmead hoje, o café da manhã vai ser servido em uma hora.”

“Eu esqueci que era final de semana de Hogsmead,” ele disse. “Claro, nós já estamos indo. Deixa eu acordar a Mione e nós encontramos você no café da manhã.”

Uma vez que Rony tinha saído, ele olhou para Hermione e quase não quis acordá-la. Mas ele sabia que ela odiaria perder um fim de semana em Hogsmead. “Mione,” ele disse suavemente enquanto passava a mão pelo braço dela. “Acorda.”

“Mmm,” ela disse sonolenta enquanto deitava de costas e depois se virava para ele, colocando um braço ao redor de sua cintura e afundava o rosto em seu peito.

Ele sorriu suavemente e não podia evitar, porém perceber o quanto ele gostava de acordar perto dela. A essência dela foi a primeira coisa que ele notou quando acordou... depois o calor de seu corpo e o quão bom era tê-la próximo de si. Agora ele se encontrava querendo acordá-la com beijos... gentil e vagarosamente. Mas ele não podia. Era apenas faz de conta. E eles estavam sozinhos. “Vamos, Mione… levante e brilhe.”

Ela bocejou e se espreguiçou, encostando o corpo no dele. Ela não viu Harry olhar para o teto, tentando reprimir um gemido. “Harry?” ela perguntou sonolenta. “Que horas são?”

“Hora de levantar,” ele disse e a beijou na testa. “Hoje é dia de Hogsmead.”

Ela balançou a cabeça em concordância e bocejou de novo. “Ok, apenas... me dê um minuto.”

“Como está se sentindo?” ele perguntou enquanto apoiava a cabeça na mão para olhá-la.

“Estou bem,” ela o assegurou. “Obrigada pela noite passada.”

“Não foi problema nenhum. O que eu puder eu faço pra ajudar você.”

Ela sorriu. “Você dormiu bem?”

“Como um bebê,” ele disse, sorrindo com malícia. “Você é melhor do que um ursinho.”

Ela riu. “Você também é bastante agarrável, Potter.” Ela então se levantou e o beijo no canto da boca. “Estou acordada agora. Vou me preparar.”

“Ok, te encontro lá embaixo em uma hora?”

“Combinado... te vejo mais tarde.”

“Até,” ele disse suavemente enquanto assistia ela saindo. Tão logo ela fechou a porta, ele se jogou na cama e deu um suspiro profundo. Ele definitivamente estava com problemas. “Acho que vou precisar de um banho FRIO essa manhã.”

É... ele estava com problemas.




N.T.: Poxa vida, gente! Nem sei dizer o quanto to feliz com o retorno que vocês tão me dando... quando entro aqui e vejo o tanto de comentários, me seguro pra não sair dando pulinhos xD cheguei da aula na quinta as dez da noite e tava morta, ‘nha, vou entrar rapidinho p/ ver se alguém comentou’, vi um monte de comentários, fiquei feliz ;P!!

Pois é, espero que o cap esteja certinho, esse eu tive tempo de reler e ajeitar uns errinhos. Quero saber o que vcs acharam, eu simplesmente amo a parte da tempestade *.* meu segundo favorito, pq o primeiro é um que está por vir xD

Quem quer uma preview??????



“Isso é tão ruim assim?” ele perguntou enquanto sentia o pulso acelerar. O que ele estava fazendo exatamente? Ele estava avançando a linha? Ele realmente queria desistir desse jogo e tornar tudo oficial? Ele não sabia o que queria exatamente, mas sabia que não queria ficar sem Hermione naquela noite.

“Não,” ela finalmente disse enquanto balançava a cabeça. “Não seria nada ruim.” Ela disse e se inclinou, beijando Harry suavemente na boca, demorando um pouco antes de se afastar. “É por isso que eu preciso ir.”


=O

Teh quarta o/

;*



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