Nymphadora Tonks



N.A.: Cá está o segundo capítulo! Gostei muito de terem aumentado os comentários!

Bruna Lupin: Que bom que curtiu! Só não faz muito elogio, eu fico sem-graça *corando como um rabanete* Continue lendo!

Ana L. Weasley: Legal você ter gostado da fic! Espero que curta esse capítulo também! Beijos!

Morgana Black: Fazer o Remus sofrer é meu passatempo favorito *risada maligna*. Acho que o mais legal na Tonks é que ela choca o Remus de várias maneiras, por isso, eu não podia deixar de fazer algo assim. Espero que você goste da minha Tonks também! Valeu!

pigows: Que bom que você gostou! Continue acompanhando! Beijos!

N.A.: Esse capítulo ficou curto do mesmo jeito...


Capítulo 2: Nymphadora Tonks



Algumas horas depois, Remus e a garota entravam no apartamento maravilhosamente seco e quente do doutor.

Ela ainda tremia. À luz do apartamento, Remus podia contemplar melhor seus traços delicados e femininos. Tinha pele clara, quase branca, tão branca que mal podia-se acreditar que corresse sangue naquelas veias, não fosse pelo rubor em suas faces. Seus cabelos eram cor-de-rosa, curtos, encimando um rosto magro, com olhos docemente castanhos marcados por olheiras e maquiagem pesada.

— É melhor você tomar um banho, ou vai resfriar — sugeriu o doutor, analisando a garota de cima a baixo. — Tenho algumas roupas femininas no armário, tenho certeza que irão te servir, mesmo que não queira dizer seu nome.

Ela continuou naquele estranho silêncio, quase em transe, e Remus decidiu que precisava deixar a garota à vontade para conseguir sua confiança.

— Enquanto você toma banho, eu vou preparar o jantar. Posso ser um cozinheiro de mão cheia, sabia?

Ela nem reagiu. Com um suspiro conformado, se dirigiu ao quarto e ao guarda-roupa. A garota era magra, mas as roupas velhas de Jenny iriam servir direitinho nela. Uma blusa vinho de alcinhas, uma jeans e uma toalha — e entregou para a menina que já entrava no banheiro.

— Pode demorar o quanto quiser, OK? — fez uma última tentativa de ser gentil.

Ela fez que sim com a cabeça. Ora, ele não estava falando com uma autista. Bom sinal.

Foi até a cozinha, e resolveu aprontar uma lasanha, especialidade da sua mãe passada de geração para geração. Talvez ela fosse alérgica a queijo, mas, bem, quem não gosta de lasanha? Por coincidência, ele tinha umas massas no armário, molho de tomate e carne moída.

Já colocara a lasanha no forno quando resolveu ir ver como estava a garota.

Ficara muito bonita com a blusa cor de vinho e os jeans. De fato, o decote em “V” valorizava seu colo alvo e gracioso, e os jeans marcavam suas pernas bem-feitas. Ela estava parada diante da escrivaninha, os cabelos ainda úmidos, os olhos sem maquiagem, e segurando um retrato de Jenny nas mãos.

— Quem é ela? — perguntou.

— Olha, você fala — ironizou Remus.

— Quem é ela? — insistiu a garota, ignorando o comentário ácido.


— Minha mulher. Jenny.

— E onde ela está?

— Ela… ela se foi — disse Remus, fechando os olhos castanhos por um instante.

A garota continuou olhando para a foto, e depois para os outros retratos de Jenny espalhados pela casa.

— Não parece que ela se foi. Mas sinto muito. Não queria te fazer lembrar de coisas difíceis de lembrar.

Remus fez um gesto de “tudo bem”, e sorriu:

— E então, você tem um nome?

— É claro.

— E qual é?

— Tonks.

— Que nome estranho — gracejou o doutor.

Tonks revirou os olhos.

— Tonks é meu sobrenome, dã.

— Ora, e você só tem sobrenome?

— Não, né, eu tenho um nome próprio. Só que é idiota.

— Ah, não deve ser tão idiota assim — disse Remus bondosamente. — Minha avó se chamava Hipólita.

Tonks coçou a cabeça.

— Não é tão ruim quanto o meu.

— E qual é o seu nome?

Os lábios dela se abriram num murmúrio inaudível.

— Perdão, não entendi.

Nymphadora. E não me faça repetir.

— Ora, Nymphadora não é um nome ruim. Significa dádiva das ninfas.

— É tosco — disse Nymphadora. — Eu odeio ser chamada assim.

— Você tem algum apelido?

Ela pareceu pensar.

— Bem, primo Sirius me chama de Nymph. Não é um bom nome, mas qualquer coisa é melhor que Nymphadora.

— Posso te chamar de Nymph, então?

— Pode.

— Está certo. A verdade é que odeio esse nosso costume britânico de nos chamarmos apenas por sobrenomes. Torna tudo tão impessoal, frio.

— E o seu nome, qual é?

— Remus John.

Ela riu, e foi a primeira risada verdadeira que ele a ouviu dar. Era uma risada limpa, argentina, e fazia uma imensa diferença, suavizando as linhas do rosto aborrecidos, e, por um instante, revelando a verdadeira Nymphadora Tonks.

— Que nome formal!

— Na família da minha mãe havia o costume de se nomear os filhos com nomes de lendas. Remus vem daquela romana, dos gêmeos que foram criados por uma loba.

— Melhor que na minha família, meus avós dão nomes de estrelas e constelações aos filhos. E… porque sua mãe te deu o nome de Remus, em vez de Romulus, que matou o irmão e ficou com o reino de Roma?

— Vai ver é porque sou meio como o Remus, confiou no irmão e foi morto. Confio demais nas pessoas, às vezes.

— Pelo menos você não se chama Nymphadora.

Remus riu, e Nymph riu também. Remus não pôde deixar de admirar aquele riso.

Nesse instante, um aroma delicioso fez-se sentir, vindo da cozinha e inebriando a sala. Remus sorriu:

— Acho que a lasanha está pronta.




Nymph comia com o requinte de uma dama em uma festa de gala, segurando garfo e faca com perfeição. Remus a olhou admirado:

— Nossa, você come com muita educação!

— Obrigada — ela agradeceu, mas não sorria. Pelo contrário, nuvens negras nublavam o castanho de seus olhos.

Contemplando aquele rosto delicado mas de linhas firmes, Remus suspirou, pensando em como começar o assunto:

— Nymph… você tem pais? — ele perguntou inseguro.

— Morreram.

— Sinto muito — disse Remus, coçando a cabeça.

— Não tem por quê — ela disse sombria. — Eles morreram num acidente de carro estranho, quando eu tinha cinco anos.

Remus ficou por um instante sem ter o que dizer. Nymph, ainda com aquela expressão taciturna, continuou:

— Moro com meus avós, e meu tio avô.

— Não seria melhor avisá-los? — arriscou o doutor. — Eles podem ficar preocupados.

Aqueles lá não se preocupam com nada, Sr. Lupin.

— Me chame de Remus, por favor.

Ela concordou com a cabeça, mastigando.

— Seria melhor que os avisasse, Nymph — aconselhou Remus. — Eles certamente irão notar sua ausência, e não quero que fiquem preocupados.

— Eu sei que você quer que eu vá embora logo, mas…

— De maneira nenhuma! — indignou-se Remus. — Realmente me agrada muito ter companhia. Moro sozinho há quase três anos, não tenho ninguém. Eu só não acho aconselhável, eles irão ficar preocupados.

— Confie em mim, doutor, eles não se preocupam com nada — disse Nymph soturna. — Eles não vêem nada em mim além de uma rebelde sem causa, que pintou os cabelos de rosa apenas para chocá-los.

— Mas…

— Deixe-me passar a noite aqui — suplicou Nymphadora. — Amanhã de manhã eu ligo pro meu primo, Sirius, e ele vem me buscar. Ele tem uma moto. Por favor…

Remus coçou a cabeça sem saber direito o que fazer, mas cedeu frente ao olhar que quase implorava.

— Está certo, então. Vamos terminar de comer, e depois eu vou arrumar a cama para você.




Nymph iria dormir na sua cama. Remus cuidadosamente trocara os lençóis, as fronhas, e tirar os cobertos do armário, para proteger a garota dos primeiros ventos do inverno, que já se faziam sentir naquele final de ano conturbado. Ele a cobriu com carinho, enquanto via seus olhos castanhos cheios de alguma coisa que ele não sabia reconhecer.

— Você… já vai? — perguntou ela, quando ele se levantou.

— Eu estava indo dormir — disse Remus sem entender o motivo da pergunta.

— Oh, é claro — ela disse, e parecia triste e algo angustiada, quando se cobriu com as cobertas e virou-se para o outro lado.

Remus pôde sentir claramente que havia algo errado.

— O que é que há, Nymph?

— Nada — ela sussurrou, os olhos correndo pelo quarto escuro, arregalados. Ao ver que ele parecia não crer, ela insistiu: — Nada, é sério. Juro.

— Você está com medo de alguma coisa?

Não. E, mesmo que estivesse, não sou uma criancinha de cinco anos para correr assustada de um quarto escuro.

— Quer que eu ligue a luz do abajur?

Nymph o olhou com certa desconfiança.

— Você ligaria?

— Se você se sente melhor, é claro que eu ligaria.

Nymph suspirou.

— Então ligue, por favor.

Remus sorriu e foi até o abajur, ligando-o. Nymph parecia visivelmente mais aliviada, mas ainda estava tensa.

— Você quer que eu fique com você até você dormir?

— Eu não vou te incomodar? — ela perguntou num fio de voz.

— De modo algum — disse Remus sacudindo a cabeça vigorosamente. — Eu fico o tempo que você precisar.

Nymph sorriu, e se achegou nas cobertas, fechando os olhos com suavidade. Remus deixou-se ficar observando-a por alguns segundos.

Assim, adormecida, sem a máscara de agressividade que parecia vestir para o mundo, ela parecia decididamente frágil, os cabelos cor-de-rosa úmidos. Sua respiração aos poucos tornou-se pausada e calma, revelando que ela havia caído na doce inconsciência do sono. Seus lábios rosados estavam entreabertos, deixando entrever uma fileira de dentes regulares e perfeitos.

Sentindo algo estranho, como cócegas, se espalhar por todo o seu corpo, Remus sacudiu a cabeça para espantar aqueles pensamentos estranhos. Olhou para a escrivaninha do lado da cama, onde havia um porta-retrato de Jenny. Sem ter bem consciência do que estava fazendo, ele abaixou o retrato, ocultando o rosto da esposa. Depois esfregou os olhos, tentando recobrar-se do torpor.

Ainda um pouco confuso, mas vendo Nymph dormir e achando que provavelmente era a coisa mais adorável que tinha visto, depositou um beijo suave na testa da garota, e foi dormir. Sonhou a noite toda com leitos de enfermaria, chuva de granizo e sangue.

Não percebeu que, ao sair do quarto, o rosto de Nymph tinha se aberto num leve e calmo sorriso, desprovido de qualquer angústia. E também não podia saber que havia quatorze anos que ela não sorria daquele jeito.


N.A.: Próximo capítulo, aparição de Sirius "Cachorrão" Black! Fiquem de olho!

Quem se interessar, leia:

O Perfume de um Lírio
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=13620

Matar ou Morrer
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=15209

Incondicionalmente
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Shining Like a Diamond
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Os Outros
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Você Não me Ensinou a te Esquecer
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=15847

Fogo
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=16020

Crawling in the Dark
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=17513

Someday
http://www.floreioseborroes.net/menufic.php?id=17516


Próximo capítulo: A Família Black

N.A.: Comentem! XD

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