Capítulo 8 - Amor Como Nenhum

Capítulo 8 - Amor Como Nenhum



Autor: Occasus

Nome Original: Cannon In D

Tradução: Celly M.

Betagem: Ivi

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Capítulo 8

Amor Como Nenhum Outro

Severus acordou na manhã seguinte com uma quentura estranha em seu peito. Abriu um dos olhos apenas para se deparar com uma massa escura de cabelos rebeldes. E, então, lembrou-se. Era Harry.

Severus bocejou e envolveu seu amado com os braços. Não poderia ficar mais perfeito que estava. Correu as mãos pelos cabelos escuros e arrepiou-se quando percebeu que estava profunda e completamente apaixonado por aquele homem.

Harry deu um pequeno grunhido.

- Severus – ele murmurou. Mesmo que Harry tivesse falado um pouco durante aquela noite, sua voz ainda estava bem rouca, devido à falta de uso. – Que horas são?

Severus se sobressaltou e tentou decifrar os ponteiros do relógio.

- Er..eu acho que são sete horas.

Harry, preguiçosamente, passou uma das mãos pelo rosto de Severus.

- Muito cedo...durma mais.

Severus riu novamente. Ele não fazia idéia que Harry possuía um senso de humor tão irônico e infantil. Mas ele adorava. Era bem tranqüilizador que, agora que aquele homem havia saído de sua concha, tivesse uma personalidade tão marcante quando desejava. Sim, Severus havia notado algumas vezes quando Harry deixava sua guarda baixa, mas agora estava reparando nela com força total.

Finalmente, cansado de ficar deitado na cama sem fazer nada, Severus se separou do abraço de Harry.

- Vou preparar o café – disse, beijando-o de leve nos lábios.

O homem sorriu, os olhos ainda fechados e enterrou a cabeça nos travesseiros.

- Ótimo, mas está frio aqui sem você.

- Estou cansado de ficar deitado na cama – Severus disse, fazendo charme. – Eu adoro olhar para você, mas estou cansado de ver você dormindo.

Harry aconchegou-se no edredon e suspirou.

- Ótimo, você é quem sabe.

O homem mais velho gargalhou enquanto caminhava até a cozinha e começava a preparar o café. Ele inspecionou o lugar e conseguiu encontrar um pacote de croissants que não estavam muito passados e uma garrafa de suco de laranja na geladeira.

Colocou duas xícaras e o café da manhã em uma bandeja e voltou ao quarto. Colocando a bandeja de um lado da cama, rastejou para baixo das cobertas com Harry e tocou o pescoço dele com o nariz.

- Eu venci – Harry disse, com a voz abafada.

Severus sorriu enquanto beijava suavemente o pescoço de Harry.

- Quem diria que você era tão brilhante?

- Eu sabia. –murmurou, em um arrepio. – E, agora, você sabe.

Severus acariciou um dos lados de seu rosto.

- Eu sou absolutamente louco. Você sabia disso?

Harry deu uma pequena gargalhada e colocou a mão na bochecha de Severus, acariciando-a levemente com seus dedos.

- Sim, eu sabia disso. Sabia há algum tempo.

- E você não tinha vontade de me deixar saber isso até agora – disse, em um fingido tom de mágoa.

Harry sorriu.

- Eu não falava, lembra?

- Mas você até que fala bastante agora – Severus replicou.

Harry deu de ombros.

- Estou seguro aqui. Posso me abrir aqui.

- E você não pode lá?

- Não exatamente. O que Hermione faria se eu começasse a falar com ela? Vou te dizer o que ela faria. Ela começaria a chorar e me abraçar, depois ela iria te abraçar, então, ela sairia correndo para contar ao Ron. Então ela faria aquela tão importante ligação para a junta médica, que me levaria a um laboratório do hospital para me avaliar. Você realmente acha que eu quero isso? – Harry deu uma pequena tossida. – E eu preciso de uma bebida. Essa conversa está fazendo minha garganta doer.

Severus franziu a testa enquanto estendia a xícara de café para Harry. Era estranho, mas parecia que o garoto estava muito mais ciente de tudo que todos supunham.

- Por que você se escondeu de todos? –Severus finalmente perguntou.

Harry tomou um longo gole de café antes de responder.

- Estava cansado e com medo. Quando fui mandado para o hospital, eu era apenas um garotinho. Meus tios... eles não gostavam muito de mim. Nunca gostaram. E eles me puniam por ter caído nas mãos de um serial killer e ter ficado cego. Quando eles perceberam que tinham que cuidar de mim ao invés de me obrigar a fazer todas as tarefas de Dudley, bem, foi um pouco demais. Então, eles me jogaram em Hogwarts –Harry tomou mais um longo gole do café. – Um dia antes de me levarem para Hogwarts, meu tio se irritou e me bateu muito. Eu não entendia e era difícil porque eu estava cego e não podia fugir. Eles me chamavam de isso. Eu não sabia o que fazer, então... Apenas guardei tudo na minha mente. Encontrei esse lugar aqui dentro, onde podia enxergar, meus pais estavam lá e ninguém podia me machucar. Quando Hermione começou, eu relutei em ser seu amigo, mas podia ouvir a pena em sua voz. Ela pensou que eu era outro daqueles malucos naquele lugar, com os quais podia se falar, mas que nunca seriam pessoas reais. Então, eu decidi que era mais seguro ficar no meu mundinho.

Severus respirou, meio trêmulo. Ele estava devastado entre a raiva profunda dos Dursley e compaixão pelo seu amado. Fez um esforço para se recompor antes de fazer a pergunta mais difícil de todas.

-Harry, e quanto a Sirius?

Harry virou a cabeça para um lado e segurou a mão de Severus.

- Você não tem que me perguntar isso. Eu sei que é difícil para você. Posso falar sobre isso com você mais tarde – ele parou para outro gole de café, fazendo careta enquanto engolia.

- Sinto muito se dói para você falar tanto –Severus tentou. –Você pode parar.

-Eu não vou parar por isso. Só não quero trazer mais dor para sua vida.

Severus sacudiu a mão de Harry.

- Está tudo bem. Eu...Eu preciso saber.

Harry suspirou profundamente e pigarreou antes de falar.

- Sirius levou algum tempo para me localizar porque nunca foi nomeado meu guardião depois que meus pais morreram. Eu acho que ele tentou, em algum momento, quando eu era bebê, mas ficou provado que ele não servia como guardião ou qualquer besteira do tipo. Eu não sei se ele teria agüentado a responsabilidade. Mas eu penso, às vezes, se as coisas não seriam diferentes. Se Riddle realmente tivesse conseguido me encontrar – ele parou por um momento. – Bem, quando Sirius me achou, já havia perdido as esperanças que alguém iria me encontrar, além de um garoto aleijado que nunca teria a exata noção das coisas. Sirius conversou bastante quando veio pela primeira vez. Eu ouvi o que ele tinha a dizer, assim como fiz com você. Mas em algum momento, durante sua sexta visita, eu percebi que se eu saísse da minha concha um dia, ele ainda teria que tomar conta de um garoto cego. E, mesmo que eu parecesse com meu pai, nunca seria como ele.

- O que quer dizer, Harry?

- Sirius estava um pouco obcecado com o fato de eu parecer com meu pai. Ele costumava se sentar e ficar por horas me contando histórias de como ele e meu pai eram na escola, como meu pai conheceu minha mãe e como ela o odiava no início. Mas... eu percebi que sua voz estava melancólica demais, cheia de saudade de algo que ele nunca mais teria. Foi aí que eu percebi que Sirius me queria como um substituto de James. E eu nunca poderia ser. Eu sempre seria um pouco dependente dos outros e Sirius era muito independente para isso. Eventualmente...Ele parou de vir. Ele me mandava cartões de aniversário, que Hermione lia para mim. Mas...Ele parou de ser uma saída para mim e eu desisti.

Severus mordeu o lábio inferior, em pensamentos.

- Mas por que eu, Harry? Todos me perguntam porque, Harry. Mas eu quero saber porque você confia em mim?

- Você falou comigo como uma pessoa, como se eu pudesse entender e compreender tudo o que você dizia. E eu entendia. Era divertido pintar com você e estava tão cativado pela sua maneira de descrever as coisas. Ajudou a melhorar minha memória de cores, detalhes de árvores e animais. Era lindo. E então você... Escreveu um bilhete em braile. Você me deu algo que eu podia colocar minhas mãos de verdade e ler, ao invés de me dar algo que alguém tinha que ler para mim. Era como... Era como se você estivesse me lembrando que eu havia sido independente uma vez e que poderia ser novamente.

Severus não resistiu mais. Debruçou-se e beijou Harry nos lábios. O homem de cabelos negros correspondeu, abrindo a boca e enroscando os braços em torno do pescoço de Severus. O beijo estava mais que quente, ambas as línguas buscando por domínio, mas nenhuma delas ganhando. Severus finalmente se separou, buscando por ar.

- Eu te amo, Severus – Harry disse. – Não quero voltar para o hospital e não quero ser como era. Quero ficar aqui com você, onde eu realmente estou seguro.

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Severus ligou para Hermione, depois de obter permissão de Harry para contá-la que ele havia voltado a falar. Desejava dizer a ela que Harry ficaria com ele e não voltaria mais para aquele hospital. Ele decidiu fazer a ligação enquanto Harry cochilava no sofá.

Ligou para o celular dela e esperou que fosse atendido.

- Alô.

- Hermione? Aqui é Severus.

- Oi, Sev! – ela disse, animada. – Feliz Natal.

- Feliz Natal para você também.

- Como foi com Harry ontem à noite? Ele ficou nervoso? E o que você tinha para falar comigo?

Severus sorriu.

- Bem, foi tudo bem na noite passada. Harry estava tudo, menos nervoso e o que eu tinha para contar é que ele falou.

- O QUE?

- Ouch. – Severus resmungou, esfregando o ouvido.

- Me desculpe – ela se emocionou. – Eu apenas... Você está falando sério ou está tentando fazer alguma brincadeira? Porque isso não seria engraçado.

- Hermione, eu sou o tipo de pessoa que faz qualquer tipo de brincadeira?

- Não – ela disse lentamente. – Eu acho que não.

- Ele não vai falar com você – Severus disse. – Ele não vai falar com ninguém, a não ser comigo. E ele pediu para ficar aqui. Ele não quer voltar para Hogwarts.

Hermione suspirou.

- Ele é livre para fazer o que quiser, Severus –ela disse, mas seu tom de voz a traiu.

- O que é que você não está dizendo?

- Bem, a junta médica talvez lute contra essa decisão e tente provar que ele não é capaz. Isso forçará o caso a ir a julgamento e Harry será obrigado a ver um sem número de médicos que irão testar sua capacidade mental, isso sem falar que ele poderá ter que testemunhar no tribunal. Sem mencionar que, caso ele prove que é capaz e independente, a junta médica pode tentar uma causa contra os Dursley. Eu não sei se Harry gostaria disso.

Severus ouviu aquilo tudo.

- E se ele não aceitar?

- Então eles o irão pegar contra vontade. Será um negócio sujo, Severus, e eu vou ajudá-los da maneira que puder, eu prometo. Mas seria mais fácil se Harry lentamente deixasse o hospital, por vontade própria.

- E se eu tentar obter a custódia dele ou ao menos ter poderes de um tutor?

- É possível, mas ainda assim significaria uma sentença do tribunal.

- Isso envolveria Harry? Ele teria de estar presente?

- Não – ela respondeu depois de um primeiro momento. – Eu acho que não. Mas você vai ter que trabalhar muito para provar que ele está melhor com você que dentro de um hospital bem equipado.

Severus suspirou e colocou uma das mãos no rosto.

- Essa não era a notícia que eu estava esperando, Hermione. Eu esperava que você pudesse simplesmente dar sua assinatura em um pedaço de papel, eu pudesse arrumar as coisas dele e acabar com isso tudo.

Hermione deu um pequeno suspiro.

- Se eu pudesse, eu o faria. Mas não posso. Estou maravilhada por você e pelo Harry, acredite em mim. Gostaria de ter mais que eu pudesse fazer.

- Quem tem poderes de tutor agora?

- Harry os tem. Mas lembre-se que a junta médica pode lutar contra isso.

- Tudo bem. Eu te ligo mais tarde. Feliz Natal, Hermione.

- Sinto muito, Sev. Feliz Natal para você também.

Ele desligou o telefone e deu um gemido alto.

- O que aconteceu? – a voz de Harry soava sonolenta.

Severus virou-se e viu o garoto caminhar em sua direção, as mãos estendidas para frente, tentando encontrá-lo. O homem mais velho segurou-as e guiou Harry até uma cadeira.

- Acabei de falar ao telefone com Hermione – ele disse.

- Isso eu percebi – respondeu, suavemente. – Não foi muito bom, eu presumo?

- Bem, as coisas talvez não corram tão fáceis como eu pensei – ele suspirou profundamente e explicou a Harry cada uma das possibilidades que poderiam acontecer. – Eu quero o melhor para você, mas não quero forçá-lo a algo que você não está preparado. Tenho certeza de que Hermione vai aparecer com alguma alternativa que você fique no hospital, mas na verdade estará comigo.

- É um pouco ridículo, não acha? Eu sou uma pessoa no controle de minhas ações. Eu não gosto da idéia de ter minha liberdade ameaçada.

- Então, que caminho você vai tomar?

- Eu suponho que vou ter que me dar alta – ele disse, após um momento. – E veremos como tudo vai ser.

- Se você falar com eles da maneira que está falando comigo, eles não terão nenhum caso contra você – Severus ponderou.

Harry gargalhou.

- Talvez eu faça isso.

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O plano havia sido traçado e Harry apressou-se em solicitar alta da clínica tão rápido quanto humanamente possível. Severus o ajudou com toda a papelada necessária e rapidamente eles estavam com todos os pertences de Harry dentro do táxi, do lado de fora.

Hermione estava com os olhos cheios d’ água enquanto se despedia de Harry, que ainda estava mudo para ela. Ele se retesou quando ela o abraçou, mas permitiu o toque.

Uma vez que todos os pertences de Harry estavam arrumados no flat, o rapaz fez questão que saíssem para comer.

-Você tem certeza, Harry? – Severus pressionou. Estava nervoso por seu amado. –Restaurantes podem estar cheios e podem ser um tanto tumultuado.

Harry gargalhou.

- Eu não estou com medo, Severus. Você vai estar ao meu lado o tempo todo. Vou deixar você encontrar um pequeno bistrô, talvez, um onde ninguém vá. Não fui a muitos restaurantes e quero celebrar com você – seus olhos que não enxergavam estavam pedindo, mas foi o biquinho que finalmente venceu as resistências de Severus.

Ele inclinou-se e beijou os lábios que ainda faziam bico.

-Você venceu, seu espertinho – rosnou em seus ouvidos.

Harry sorriu e puxou Severus para um beijo mais quente.

- Eu te amo, Severus.

- Continue fazendo isso - Severus murmurou. – E não vamos chegar ao restaurante.

Harry sorriu um pouco e deu uma pequena mordida no pescoço do outro.

- Eu acho que vai ter que esperar pela noite.

Severus gemeu enquanto capturava os lábios de Harry em mais um beijo.

- Você é tão maravilhoso – disse, em um suspiro.

Harry deu um tapinha em sua mão.

- Tudo bem, vamos antes de nos distrairmos mais. Eu estou com fome e quero comer hoje.

Severus guiou Harry escadas abaixo e eles pegaram um táxi. Severus optou por um restaurante italiano logo no final da rua. Não era o melhor restaurante do lugar, mas era calmo e a comida era excelente.

Estavam sentados em uma das mesas dos fundos, longe da confusão da entrada e da bagunça de pessoas comendo e falando. Severus pediu uma garrafa de vinho e massa com camarões e lagosta para os dois.

Harry, ocasionalmente, inclinava-se na direção de Severus e perguntava em seu ouvido coisas como “Como são as mesas?” ou “Qual é a cor mais predominante nesse lugar?”.

Severus sorria e tentava se superar para dar a melhor descrição que podia do lugar para Harry. Dava-lhe um pequeno prazer descrever a Harry a quentura das paredes marrons e o amarelo pálido das velas em cima da mesa. Ele até começou a descrever as pessoas do lugar.

- Oh, lá vem uma família realmente estranha, se é que eu já vi alguma tão estranha. –Severus disse, com um sorrisinho. – O pai é bem gordo, quase sem pescoço e numa cor meio arroxeada. A mãe é magra e alta, quase como um pássaro. Ela é loira e seus dentes são bem grandes.

Estava prestes a continuar a descrição quando notou que Harry estava completamente pálido. Ele tremia um pouco e sua respiração estava um pouco falha.

- Harry? Qual o problema?

- Eles...Eles têm um filho? Provavelmente da minha idade? Gordo, de cabelos loiros, parecido com o pai? – sua voz era quase um sussurro tremido.

Severus franziu a testa ao perceber que Harry estava absolutamente certo.

- Sim. Você os conhece?

- A-aqueles sã-são m-m-meus t-t-ti-tios. –ele gaguejou.

- Deus. –Severus murmurou.

- E-eu na-não que-quero q-q-que eles m-m-me ve-ve-vejam a-a-aqui.

Mas parecia ser tarde demais. O filho gordo havia se virado e olhava diretamente para Severus e Harry. Ele apontou um dos dedos gordos na direção dos dois.

-Olha, mãe. Parece aquele meu primo maluco que nós jogamos no hospital.

A mulher com cara de cavalo se virou e perdeu o fôlego.

- Oh, meu Deus!

O pai olhou na mesma direção.

- E vejam só! Ainda uma droga cega e saindo com uma bicha. Nojento! Absolutamente nojento!

Severus sentiu a raiva crescer dentro de si.

- Olhe como fala –ele sussurrou para a família. – Eu não quero fazer uma cena aqui, mas se for necessário, se vocês continuarem a insultar Harry, eu irei. E vocês não vão gostar.

O pai, se possível, ficou ainda mais roxo e fechou os lábios em profundo descontentamento.

- Como ousa nos insultar desse jeito? Nós somos pessoas normais. Ele é apenas um louco aleijado que nos faria um imenso favor caso se matasse.

Aquele foi à última fagulha. Seveus estava de pé e antes que qualquer um pudesse piscar, seu punho havia acertado o tio de harry e o homem gordo estava, agora, no chão, segurando o que deveria ser uma mandíbula quebrada.

- Se eu o pegar...Apenas pegar perto de Harry e se eu apenas ouvir outra palavra como essas vindas da sua boca, você vai pagar. O soco que você recebeu vai parecer uma massagem comparada ao que eu vou fazer com você.

Severus tirou o rapaz trêmulo e pálido da mesa, jogou algumas notas ali pelo vinho e pela comida e eles saíram.

Harry estava absolutamente quieto e imóvel durante a viagem de volta dentro do táxi e caiu no sofá assim que entraram no flat.

Severus imediatamente estava ao seu lado, preocupado com seu amante e receoso que Harry estivesse, mais uma vez, se fechando em seu mundo.

Ele acariciou os fios negros do rapaz suavemente, tirando-os dos olhos.

- Eu realmente sinto muito, Harry. Eu não queria que aquilo tivesse acontecido. Eu te amo tanto e não vou deixar ninguém te insultar. Ninguém mais vai te machucar, Harry. Não enquanto eu estiver vivo.

Harry ficou imóvel por um momento antes de cair nos braços de Severus, soluços sacudindo seu corpo.

- Obrigado, Severus. Eu te amo mais que as palavras podem dizer. Eu nunca me senti tão seguro em toda minha vida. Apenas... Obrigado.

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