Tão Previsível!



Tão Previsível


- Adivinhação é a próxima – Pedro Pettigrew, um garoto do terceiro ano, informou seus três melhores amigos enquanto andavam pelo hall da escola. – Melhor irmos pegar o nosso material.
- Adivinhação – grunhiu Sirius Black. – Por que eu decidi estudar essa matéria?
- Porque todos nós decidimos – disse um pálido Remo Lupin, prontamente.
- E o Sirius não poderia se arriscar a pensar que poderia ficar por fora – disse Tiago Potter, que estava tentando ver se Lílian Evans estava olhando para ele (e, obviamente, ela não estava).

*~*

- Veja quem está aqui – disse Sirius quinze minutos depois. Os quatro Marotos estavam com os colegas de Grifinória e Lufa-Lufa no topo da Torre Norte para esperar a porta se aberta.
Tiago olhou esperançoso.
- Evans?
- Não – respondeu Pedro. – Você está ficando obcecado por essa garota, Pontas.
- É Sibila Trelawney, aquela garota da Lufa-Lufa com o cérebro do avesso – Remo falou.
Tiago rapidamente olhou-a. Sibila era uma garota de cabelos muito espessos, cujas vestes de Hogwarts eram quase escondidas pelos chalés e pulseiras. Ela usava óculos muito, muito grossos que transformavam seus olhos num tamanho praticamente não-humano de tão grandes, fazendo-a parecer uma enorme libélula. Ela usualmente contava a qualquer um que quisesse ouvir sobre seu “Olho Interior”.
- Ela não precisa de um olho interior quando os verdadeiros olhos dela são tão grandes – comentou Tiago, aos amigos.
De repente, a porta se abriu. Enquanto todos pareciam relutantes a entrar, Sibila rapidamente foi sala adentro. Os outros não tiveram outra escolha senão segui-la; Sirius pensou seriamente em voltar para o Salão Comunal da Grifinória.
A sala de aula pouco precia com uma sala de aula. Havia pequenas mesas espalhadas pela sala, e uma enorme mesa cheia de livros pesados, xícaras de chá e bolas de cristal. Um fogo queimava na lareira, e havia um perfume forte no ar.
Sirius, Tiago, Remo e Pedro se sentaram em uma das mesinhas com seus livros. Logo, viram a professora Brookes, uma bruxa alta com cabelos cinzas que passavam da cintura. Ela não usava óculos e apenas um chale estava em volta do pescoço. Parecia que Sibila Trelawney exagerou quando quis imitar o estilo da professora.
A professora começou ensinando-os a “misteriosa arte da Adivinhação” e os variados métodos de ver o futuro. Sibila estava prestando atenção como ninguém, e Sirius começou a se perguntar(de novo!) do porquê de ele estar estudando aquela matéria estúpida.
- Tudo bem – disse a professora, em voz alta. – Quando terminarem o seu chá, vocês devem começar a interpretar o futuro nas xícaras dos outros.
Os Marotos perceberam pela primeira vez que havia xícaras de chá à frente deles.
- Aqui, Sirius – disse Tiago, após beber o chá. – Meu futuro é seu.
- Hum... acho que isso é um cachorro grande... – começou Sirius.
- O Sinistro – disse Remo, olhando o seu livro. – É um agouro de morte. Morte repentina, violenta para ser específico.
Pedro termeu.
- Ora, vocês não acreditam nessa bobagem, acreditam? – falou Sirius, girando os olhos para o teto. – Tudo bem, ouçam. O Tiago, aqui, morrerá heroicamente nas mãos de um bruxo mal, enquanto tentava proteger, er... alguém. E eu também – ele incluiu, percebendo o que tinha dito.
- E o que eu farei antes de morrer? – perguntou Tiago, interessado.
- O quê, você casará com Evans, é claro! – continuou ele. – E juntos terão um amável bebezinho.
Tiago grunhiu, enquanto um brilho sonhador passava por seus olhos.
- Não é engraçado, sabia? – perguntou, um tanto indignado.
- Desculpe, Tiago – disse Remo -, mas Lílian te odeia. Provavelmente sempre odiará.
- Ela te acha arrogante e exibido – concordou Pedro. – Com cabelo feio.
- Ela está se fazendo de difícil – insistiu Tiago, voltando-se para Sirius. – Mais alguns detalhes sobre Evans?
- O futuro é nebuloso – ele tomou um tom de suspense, imitando Sibila Trelawney, na mesa ao lado. – Eu vejo, no entanto, que você se tornará um auror. E um dos bons. Você será bem rico.
- Ei! – exclamou Pedro. – Por que ele pegos o futuro bom?
- Ele não pegou! Ele vai morrer jovem, se lembra? – protestou Sirius. – Faço o seu se quiser, Pedrinho.
- Não me chame de Pedrinho – murmurou Pedro, entregando a Sirius sua xícara vazia.
- Eu não preciso disso – disse Sirius olhando a xícara com desprezo – Posso ver seu futuro além de você, Pedrinho.
Os outros riram gostosamente, mas Sibila os olhou com um olhar indignado.
- Tudo bem, então – Sirius começou de novo. – Posso ver, Pedrinho... você se tornará um traidor mal!
Enquanto a boca de Pedro se escancarou de indignação e os outros três rolavam de rir, Sibila marchou para a mesa da professora, que logo foi a mesa dos Marotos.
- Ficarão em detenção se não se calarem agora – ralhou a professora.
- Eu não serei um traidor! – disse Pedro em tom mais baixo quando Brookes se afastou.
- Oh, sim, você será – teimou Sirius. – Você ajudará um,er, lorde malvado a machucar os, er, mocinhos. Mas você perderá, é claro.
- Não é justo! Eu quero um futuro diferente! – falou Pedro, alto demais.
- Silencio! – disse a professora apontando a varinha para eles. – E detenção a todos vocês!
Sibila Trelawney sorriu.
Quando o feitiço para silenciar cessou, Sirius(que não se perturbou com a punição) continuou suas predições.
- Muito bem, você poderá ser um herbologista, Pedrinho. Não terá fama mundial, mas será conhecido localmente – Pedro pareceu pareceu gostar mais desse futuro, então Sirius acrescentou – E, aí, será um traidor.
Tiago e Remo controlaram as risadas.
- Mas chega de falar de você, e eu? – Sirius disse, em tom ansioso. – O que eu farei no meu futuro, antes da minha morte heróica? – ele pensou por um momento, então respondeu para si mesmo. – Eu irei, é claro, escapar da minha famíla idiota! Serei um auror, como Tiago, mas aí, por uma série de eventos inesperados, serei mandado para Azakaban.
- Em quê circunstâncias? – perguntou Remo. Ele não conseguia ver Sirius na prisão.
- Aqui ou na prisão, continuarei sendo bonito.
Remo girou os olhos, mas as garotas pareciam concordar.
- O que mais? – perguntou Tiago, após Sirius tirar os olhos das garotas.
- Eu vou escapar – falou ele. – E serei resgatado de uma certa salas por uma linda garota montada em um hipogrifo, e depois irei fugir com esse mesmo hipogrifo pela Lua Cheia.
Ele olhou para seu fã-clube, e uma garota até disse que resgataria Sirius.
- Vejo você no próximo fim-de-semana em Hogsmeade? – perguntou Sirius à garota.
- Ooh, sim – respondeu ela, corando.
- Tanto faz – continuou Remo, fazendo Sirius voltar à Terra. – Do que nós estávamos falando?
- Não sei – murmurou Sirius, ocupado olhando sua sexagésima nona namorada (Remo e Tiago estavam contando).
- Alguém em casa, Sirius? Predições! – falou Remo.
- Ah, sim,predições... hum, irei estar à caça de pessoas que querem me ver morto. E aí morrerei. Heroicamente. Numa tentativa de bater o lorde malvado que matou meu melhor amigo e fez meu outro amigo nos trair.
Ele fez um tom trágico na voz.
- Agora, para Remo – continuou ele, com um olhar levemente malvado. Ele já havia planejado algo especial para ele. – Remo – continuou, decidindo deixar a melhor parte para o final. -, você se tornará professor aqui, em Hogwarts. Defesa Contra as Artes das Trevas, para ser mais exato. O velho Dumbledore o deixará ser professor, sem ligar para sua lic...
- Cale a boca! – disseram três vozes ao mesmo tempo.
- Ta bem, o pequeno problema dele, então. Voltando ao futuro. Então, depois que eu e Tiago morrermos tragicamente jovens e o Pedrinho, aqui, se tornar um traidor malvado, Remo se achará loucamente... apaixonado.
Como Sirius esperava, Remo pegou sua cópia do “Oráculo dos Sonhos” e bateu dolorosamente em sua cabeça.
- Sério, Remo, violência? Não é muito a sua cara – disse Tiago.
Remo murmurou alguma coisa incompreensível e escondeu seu rosto por trás do livro que acabara de bater em Sirius.
- Continue, Sirius – disse prontamente Pedro.
- Eu vou – ele massageava o topo da cabeça. – Remo ficará muito deprimido por, hum, uns quinze anos, entre a morte de Tiago e a minha, e também pela traição de Pedro. Então, com seu mundo frio, coberto por sombras, sozinho, ele se apaixonará por – ele procurou o nome mais remoto que lhe veio à cabeça – Ninfadora Tonks.
- O quê? – perguntou Remo, que havia baixado o livro e mostrava uma face escarlate. – Sua prima, Ninfadora?
- Essa mesma.
- Mas... mas...
- Mas, o quê?
- Sirius, ela não tem nem um ano de idade, ainda!
- É, mas isso não quer dizer que ela não será sua namorada um dia – disse Sirius, rindo. – Isso é em vinte e cinco anos no futuro, lembra-se?
- Ótimo – disse Remo, girando os olhos. – Então ela terá vinte e cinco e eu terei, o quê, uns trinta e oito, trinta e nove. Tanto faz o que você diz.
- Os fãs amarão isso – disse Pedro, sorrindo.
- O quê?
- Nada...
- Então, Remo – continuou Sirius -, sua linda Ninfadora irá te amar taaanto que ela não ligará para o seu ‘pequeno problema’ e vocês dois se casarão e viverão felizes para sempre. O Fim.
Ele fez um sinal com a mão teatralmente, e Remo estava mais vermelho que nunca.
- Sabe, Sirius – disse ele, enquanto saíam da sala -, estou feliz que você não é um vidente verdadeiro. Se alguma dessas loucuras se tornasse real, eu não sei o que eu faria.

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