Quinto dia:



N/A: Sniff, Sniff, não dá pra acreditar, último capítulo!! A fic voou!! Estou tão triste!! Não vou mais escrever nem um capítulo pra vocês! Mas também estou feliz, por ter concluído o projeto!! De pensamentos sem lógica alguma nasce uma fic, que modéstia a parte eu adorei! Adorei escrevê-la, me diverti com cada fala, cada parágrafo, cada personagem... Tudo! E é claro, adorei todos os comentários!! Galera muito obrigado pela força! Sem vocês eu não teria conseguido fazer essa fic! E um obrigado muito especial a Amanda que me ajudou a bolar esse último capítulo!!! Mandinha muito obrigado!!! O capítulo não seria a metade do que é sem você!!! Bem chega de falação, se não eu vou começar a chorar e vocês não vão conseguir ler o capítulo! Bjooooooss e uma boa leitura!!

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Quinto dia:


 


 


No dia seguinte acordei com baques insistentes na janela, não eram muito altos, mas era o suficiente para me acordar, resmunguei coisas sem sentido, me levantei às cegas de minha cama e tropeçando em tudo procurei a fonte do barulho, vi uma coruja parda na minha janela, com um sorriso que não pude conter nos lábios corri até lá e abri a janela, a coruja entrou e pousou em minha escrivaninha, fui até ela peguei o bilhete de sua pata e ela voltou voando para fora do quarto, voltei ao bilhete e li:


 


Bom dia Lily!


 


Espero que tenha descansado o bastante! Preciso que me encontre no lago, tenho que falar com você.


 


Tiago


 


Quando li o bilhete foi que reparei o quão cansada estava, olhei o céu, o sol não havia nascido há muito tempo, olhei o relógio, 05h50min.


 


_O que diabos o Potter quer comigo há essa hora? Ontem voltamos da torre já era quase meia noite!


 


Resmungando novamente coloquei meu uniforme, dessa vez não poderia ir com a roupa do corpo, imaginem se me vissem de camisola andando pela escola? Troquei-me escovei os dentes e arrumei os poucos materiais do dia, como a tarde teria uma partida de quadribol da Lufa-Lufa contra a Corvinal, eu só teria aulas de manhã, terminado de arrumar os materiais, me dirigi ao lago.


 


Andava pelos corredores, e não via nem uma alma viva, ou morta já que até os fantasmas deveriam estar dormindo à uma hora dessas... Será que fantasmas dormem? Ok, ok... Devaneios à parte, eu andava pelos corredores, até chagar ao salão principal, não havia absolutamente ninguém lá, em sete anos que estudo nesta escola nunca havia visto o salão principal vazio! Ele ficava muito mais sem graça assim! Atravessei o salão escutando meus passos ecoarem por ele, olhei para o teto, e vi o dia lindo que estava lá fora, apressei o passo e em fim cheguei a enorme porta de carvalho, a atravessei e vi o Potter na beira do lago, ele não parecia ter me visto, estava muito concentrado fazendo as pedras quicarem ao serem jogadas por ele no lago, continuei andando em sua direção, quando estava a alguns metros dele ele me viu, deu um pequeno sorriso, lhe lancei um olhar feio e disse:


 


_Potter, ontem você me alugou até ás onze e meia, e hoje me acorda ás seis? Quer me matar de sono?


 


_Longe de mim ruivinha, mas precisava ser cedo.


 


_Posso saber por quê? À essa hora não tem ninguém acordado!


 


_Por isso mesmo. – Lancei-lhe um olhar confuso, ele sorriu misterioso, eu me apoiei numa árvore, enquanto ele permanecia na beira do lago. Ele começou a dizer:


 


_Dizem que a sensação de beijar a pessoa que nós amamos é infinitamente melhor à sensação de beijar outra pessoa, você sempre me acusou de ser um galinha, e de ter ficado com várias garotas, mas eu acho que só fiz isso pra ver se encontrava a garota que causaria em mim essa sensação, – Eu não entendia muito bem onde ele queria chegar, aquele papo estava muito estranho – mas nem uma delas foi capaz de me fazer me sentir assim. Foi quando vi você, – ele se virou para mim sorrindo e com os olhos brilhantes –  seus cabelos flamejantes, seus olhos incrivelmente verdes, seu jeito mandão de ser, não pude deixar de me encantar com sua simplicidade e sinceridade, com sua beleza, tudo em você era tão perfeito que quando olhava pra você  eu entrava em transe, por mais ridículo que possa parecer, eu cheguei a fantasiar como seria nosso primeiro beijo, e por isso eu trouxe você aqui.


 


Senti um calafrio percorrer meu corpo, ele me olhava de um jeito que me arrancava o fôlego.


 


_Só que o primeiro beijo tem de ser especial, e nosso, apenas nós vamos saber o que aconteceu e vai acontecer aqui hoje, apenas nós e mais ninguém.


 


_Potter o que você...


 


_Ninguém vai saber que enquanto eu me aproximava, nossos corações aceleravam...


 


O que senti no momento em que ele começou a falar foi indescritível, não tinha mais controle sobre meus movimentos, e meu coração acelerou logo que ouvi suas palavras...


 


_Ninguém vai saber que quando estávamos a um passo um do outro acariciei seu rosto enquanto os pelos de sua nuca se arrepiavam...


 


Dito e feito, quando senti o toque suave de suas mãos geladas pelo nervosismo os pelos de minha nuca se arrepiaram automaticamente...


 


_Ninguém saberá que colei minha testa na sua enquanto nossas respirações se aceleravam...


 


Foi sentir sua pele na minha que o ar me faltava, e eu era obrigada a respirar mais fundo e rápido...


 


-Ninguém saberá que enquanto eu a prendia completamente na árvore, o nervosismo dominava nossos corpos...


 


Ele me prensou na árvore, seu corpo colado ao meu, eram muitas sensações juntas, mas apenas uma prevalecia: o nervosismo...


 


_E ninguém irá saber que nossos olhos se fechavam devagar enquanto colávamos os lábios e tínhamos certeza de que encontramos a pessoa por quem nós tanto procuramos...


 


Sua voz rouca e levemente amedrontada me enfeitiçou, como se suas palavras fossem uma ordem meus olhos se fecharam devagar, senti sua respiração muito perto de meu rosto, estava prestes a sentir seus lábios, quando finalmente retornei ao comando de meu corpo e um alarme disparou em minha mente: ACORDA EVANS VOCÊ ESTÁ PRESTES A BEIJAR O POTTER, O POTTER


 


No momento seguinte virei meu rosto, enquanto ele beijava minha face, ele abriu os olhos assustados, olhou para mim completamente confuso, o olhei furiosa e disse:


 


_O que pensa que está fazendo? Está louco? Me acorda às seis da manhã pra isso?


 


Disse furiosa, ele me olhou com um misto de incompreensão e desapontamento, a cara que ele fez me deixou mole por dentro, mas eu precisava ser forte! Onde está a Evans monitora-chefe? Que despreza o Potter? Respirei fundo recobrando meu completo controle e disse:


 


_Nunca mais encoste em mim, ouviu bem? – disse seca – NUNCA MAIS!


 


Gritei as duas últimas palavras, pude ver através dos olhos castanho-esverdeados, em que tanto me deleitara aqueles dias, decepção e tristeza enormes, podia jurar que seus olhos estavam marejados, o que ouvi a seguir me doeu de tal maneira que não pude explicar...


 


_Fique tranquila, Evans nunca mais irei tocá-la.


 


Sua voz saiu rouca e levemente trêmula e após dizer meu sobrenome, sem vida e rancorosa, dava pra sentir sua dor através de seu timbre, ele atirou uma última pedra no lago, pedra essa que não quicou, ele permaneceu imóvel observando o lago por curtos segundos, e depois saiu de lá a passos largos e pesados, eu o observei caminhar até a porta de carvalho do colégio, e finalmente sumir por ela. No momento em que não pude mais ver sua silhueta, meus joelhos cederam e minha garganta deu um nó, meus olhos marejaram, e por minha cabeça passava um turbilhão de pensamentos, a final de contas, o que eu mais queria não era isso, a possibilidade de dar um não definitivo á ele? Por que é que doía tanto?


 


-DROGA! POR QUE DÓI TANTO?!


 


Gritei com a voz que me restava, um soluço fez-se audível, e eu me deixei mergulhar em minhas próprias lágrimas...


 


Teria passado muito mais tempo observando o lago com a visão embaçada devido às lágrimas se o som de risos e conversas contagiantes não tivesse invadido meus ouvidos.


 


Olhei para os lados, pessoas se encontravam no jardim, e provavelmente o salão principal estava cheio à uma hora dessas, fui até a beira do lago, molhei minhas mãos e sequei as lágrimas que ainda restavam em meu rosto, respirei fundo, não podia me deixar abalar, tinha que ser forte, e com esses pensamentos me dirigi à porta de carvalho...


 


Quando entrei no salão, vi que minhas suspeitas eram certas, estava realmente cheio, olhei para a mesa da Grifinória, Ly e Stil estavam lá provavelmente discutindo devido às caras que faziam.


 


Fui andando até elas, quando Stil me viu, soltou um suspiro aliviado.


 


_Graças a Mérlin Lily, já estávamos realmente supondo a possibilidade de alienígenas a terem abduzido!


 


_Estávamos, vírgula, Estela, você estava, você e essa sua mente defeituosa!


 


_Fala sério japa, você devia ser um pouco menos pé no chão, faz bem sabia?


 


_Menos ainda? Ai ai...


 


_É por isso que eu sempre digo Lily – começou Stil com ar de detetive que ela faz sempre que desconfia de algo – a Ly esconde algo e eu tenho certeza de que nós iremos nos surpreender muito quando descobrirmos o que é!


 


E Stil estava com razão, Ly realmente estava muito estranha... No fundo estava aliviada por estar com elas, ao menos essas malucas conseguiam me fazer esquecer do que havia acontecido, mas como já disse antes, e já disse tantas vezes que vocês já devem estar cansados de ouvir, eu não sou uma pessoa sortuda, e eu tive a confirmação disso segundos depois...


 


_Lily, o que estava fazendo nos jardins uma hora dessas? E por que não nos esperou para o café? – Perguntou Stil, suspirei levemente enquanto pensava rápido, respondi:


 


_Não estava me sentindo muito bem, acordei muito cedo não consegui voltar a dormir, resolvi ir para os jardins.


 


_Hum. – Respondeu a loira desconfiada.


 


_Lily, o que foi que o Tiago fez ontem? Ele gosta de te torturar em? Ele a fez esperar até a noite novamente! – Perguntou Ly curiosa, suspirei dessa vez pesadamente e respondi:


 


_Me levou ao telhado da torre de astronomia para ver as estrelas.


 


_Lílian você...


 


_Ly, por favor, não estou para sermões hoje ok? – Disse um pouco mais seca do que queria. Ponto pra você Evans! Agora elas notariam algo de errado em mim! Parabéns!


 


_Você não ta legal Lily. – Disse Stil preocupada.


 


_Desculpem não queria ser grossa, é só um mal estar, vai passar... – Disse forçando um sorriso, percebi que nem uma das duas acreditou muito no que disse, mas permaneceram quietas.


 


Nosso primeiro tempo seria livre, e depois teríamos uma aula de DCAT e outra de TCM, em fim seria o almoço e depois a partida de quadribol, nunca gostei de quadribol, às vezes Stil me arrastava pro campo, mas nunca vi graça num jogo onde pessoas sobem numa vassoura ficando a vários metros de altura do chão enquanto uns tentam por uma bola dentro de um arco e outros ficam rebatendo uma bola maluca e um último procurando uma bolinha do tamanho de uma bola de gude que voa tão rápido que fica até difícil vê-la. Por isso não iria a esse jogo, nem de minha casa era! Iria ficar estudando em meu quarto, muito melhor!


 


Assim que o café acabou, decidimos ir para o salão comunal, andávamos pelos corredores vazios até que entramos em um e vimos uma cena nada agradável: Black estava beijando uma garota de cabelos castanhos claros, porém o beijo não durou muito, Black se separou da garota a empurrando, ele estava de costas para nós, não nos via, já a garota estava a sua frente e podia nos ver muito bem, Ly parou estática no local onde estava quando viu a cena, eu e Stil não entendemos muito bem o porquê, mas não demoramos muito a descobrir...


 


_Escute aqui Lane, eu estou com outra garota deu pra entender? Não vou nem estou a fim de ficar com mais nenhuma garota! Não pode sair agarrando todo cara que te der um não!


 


Quando ele se virou e nos viu ficou estático assim como Ly, os dois trocaram olharem mais que significativos, e a cena que vimos a seguir foi ainda mais chocante: Ly corria em direção ao Black e quando chegou perto o suficiente, pulou em seu colo, enlaçando seu pescoço com os braços e com as pernas contornou a cintura dele, e deu um beijo de tirar o fôlego nele, eu e Stil estávamos tão chocadas que não tínhamos nem criatividade ou forças pra ter alguma reação, ficamos imóveis olhando a cena que se passava a nossa frente.


 


Quando o beijo terminou e estávamos recuperando nossas consciências ouvimos vozes atrás de nós, vozes essas que tinham um tom tão chocado quanto o nosso:


 


_Eu juro que eu nunca esperei que a garota misteriosa fosse a Lavínia! Logo a Lavínia! Almofadinhas, como você conseguiu?


 


Quando ouvi essa voz, um arrepio passou por meu corpo, era ele, era o Potter! Ele passou por mim sem me olhar, enquanto ia em direção ao casal que se encontrava a frente, Christine Lane, a garota que beijara Sirius saiu logo que viu os dois se beijando, Potter se aproximou dos dois, segurou o braço de Sirius com força e disse:


 


_Ha Almofadinhas... Você tem muito que nos explicar!


 


Enquanto isso Pettigrew e Remo passaram por nós indo em direção a Black e Potter para segui-los. Eu e Stil ficamos encarando uma Ly com um olhar sapeca e um sorriso malicioso. Nós duas fomos a seu encontro e a carregamos cada uma por um braço, Black poderia ter muito a explicar, mas nem se comparava ao que Ly tinha a explicar... 


 


_Eu estou tão chocada que nem sei o que dizer. – Quebrei o silêncio, estávamos em meu quarto, decidimos ser o melhor lugar para se conversar sobre um assunto como aquele.


 


Ly olhou entediada pra nós duas enquanto nós a encarávamos completamente incrédulas.


 


_Vão fazer tempestade em copo d’água é?


 


Perguntou ela se jogando em minha cama e olhando displicentemente pra nós, eu e Stil nos encaramos ainda mais incrédulas do que antes, quem falou a seguir foi Stil.


 


_Eu disse! Eu falei! Não falei? Sempre disse que existia uma marota por trás dessa máscara de santinha da Ly! Eu tinha certeza disso!


 


_Depois do que aconteceu ontem, me refiro ao sorriso que a Ly deu quando você disse que ela nunca havia quebrado uma regra, tenho que admitir, fiquei com uma pulga atrás da orelha.


 


Disse sorrindo e me sentando na cadeira que ficava a frente da escrivaninha enquanto Stil se acomodava com algumas almofadas no chão.


 


_Quem diria que Lavínia Yamada iria pular no colo do garoto mais galinha do colégio e lhe dar, não um beijo... Mas o beijo! Eu fiquei com falta de ar só de ver!


 


Disse a loira rindo logo depois, Ly tinha um olhar sonhador, se me dissessem que um dia eu veria a Ly dando um beijo, classificado como: ARREBATADOR em Sirius Black, eu iria dar umas boas gargalhadas e dizer: É mais fácil cachorros voadores cantarem o hino de Hogwarts enquanto Salazar Slytherin e Godric Gryffindor levantam do túmulo e começam a brincar de roda.


 


_E você Ly, não vai falar nada em sua defesa?


 


Disse ela a loira, Ly me olhou depois olhou para Stil, passou a olhar suas unhas e disse no tom mais displicente que já ouvi sair de sua boca:


 


_Explicar o que? Eu beijei o Black e daí?


 


_Explicar o que? Eu beijei o Black e daí? – Repetiu Stil incrédula – Eu queria ter uma câmera pra registrar esse momento! Eu não acredito! Finalmente Ly perdeu algum juízo! Cara eu tava ficando doida com aquele seu jeito todo escrupuloso! Demoro hein?


 


_E depois você me acusa dizendo que eu e o Potter saíamos ás dez da noite!


 


Disse acusadora, por que eu sempre tenho que falar a coisa errada na hora pior ainda? Toda aquela confusão havia tirado certo moreno de olhos castanho-esverdeados de minha cabeça, mas eu tenho essa incrível habilidade de relembrar coisas que deveriam ser enterradas!


 


Calei-me tirando o sorriso da face, era impossível esquecer a cara que ele fez quando eu disse para não me tocar, o tom de sua voz... Tudo! Meus olhos lacrimejaram levemente, limpei-os discretamente, e ouvi a resposta de Ly:


 


_Eu não quis contar a vocês sabia perfeitamente o que iriam dizer, então fiquei quieta, pra que vou mexer em um assunto que só vai me causar problemas?


 


_Agora o seu caso com o Sirius é um assunto?


 


_Caso? Você ta levando isso mais a sério do que eu Stil!


 


Disse Ly sorrindo, eu havia ouvido direito? Além de chamar a-coisa-que-ela-estava-tendo-com-o-Black de isso ela não estava levando a sério? Só podia ser brincadeira!


 


_Ly, eu não posso acreditar que você está somente... Ficando com o Black!


 


_E por que não Lily?


 


_Por quê? – perguntou Stil incrédula – porque você sempre foi a toda certinha que achava um absurdo uma pessoa beijar a outra sem compromisso. Ly, por Mérlin, você era tão quadrada que quase chegava a ser um cubo!


 


Disse Stil exaltada, eu ri da loira, até Ly riu, Stil porém permaneceu séria, coisa rara de se ver!


 


_Eu falo sério, você vivia me martirizando por que eu até hoje não tive nem um namoro firme, eu só ficava com os garotos e me diz que está ficando com um dos maiores marotos do colégio! Quer dizer... Será que você envenenou o suco do Sirius o fazendo ficar um garoto todo correto? Porque até hoje eu nunca o vi rejeitar uma garota só porque está ficando com outra! Por um acaso vocês estão namorando e aquele cachorro não me contou nada?!


 


_Há-há! Até parece que eu namoraria Sirius Black, apesar da demonstração de fidelidade dele hoje está no sangue dele ser cachorro!


 


Estava pasma, ela estava simplesmente ficando com um dos garotos mais galinhas do colégio! Da pra acreditar? Minha ficha ainda não tinha caído direito.


 


_Eu não posso acreditar que você está ficando com um dos garotos mais galinhas do colégio!


 


_E você está apaixonada pelo outro garoto mais galinha do colégio!


 


Retrucou Ly à altura, desviei o olhar, não queria falar sobre isso... Mas como não canso de repetir, eu não sou uma pessoa de sorte... Por mais que a população feminina discorde disso já que eu estou namorando o cara mais lindo, romântico, divertido, criativo, dedicado e gostoso de toda Hogwarts... Er... Quer dizer, ele não é perfeito né? É arrogante pretencioso e teimoso! Mas enfim... Voltando ao assunto, como não sou uma pessoa de sorte, o que vocês já estão cansados de saber, Stil disse:


 


_Por falar nisso, o Tiago já iniciou o fim da conquista?


 


Demorei um pouco a entender o que Stil disse, mas assim que entendi, pensei no que iria responder, será que eu contava o que aconteceu hoje? Claro que não! Elas iriam me matar, sem contar que se eu contasse a parte em que eu recusei o beijo teria de contar a parte onde fiquei chorando durante um bom tempo, e isso nem eu sei explicar direito...


 


_Não, sei lá, ele deve ter deixado pra de noite de novo...


 


_Hum... Eu tava tão curiosa pra saber o que ele ia fazer...


 


Lamentou Stil, ela se deitou sobre as almofadas em que se encontrava enquanto mantinha um ar pensativo, o silêncio invadiu o quarto, aquilo estava me irritando, quanto mais quietas ficávamos mais eu pensava nele...


 


_Eu só não entendo uma coisa – começou Stil, Ly mexia distraidamente com uma mecha do cabelo – por que foi que o Sirius recusou a outra garota, vocês não estão só ficando?


 


Olhei para Ly, ela tinha um sorriso maroto nos lábios, ainda não me acostumei com esse novo jeito dela! Ela parecia pensar em uma resposta, pensei a respeito também, e fazia sentido, não era do feitio do Black recusar uma garota!


 


_Fazer o que, o cara gostou dos meus beijos, eu disse pra ele ficar pianinho se não, não ia ganhar mais nenhum ele ficou com medo de me perder e recusou a garota!


 


Disse rindo da própria resposta, ta legal e eu sou a chapeuzinho vermelho! Até parece que o Black iria fazer isso! Minha linha de raciocínio foi interrompida pelas risadas de Stil, a loira ria gostosamente e enfiava a cara numa almofada tentando controlar o riso, não pude evitar rir também, Ly também sorria, Stil voltou e disse:


 


_Você conviveu demais com o Sirius, até as brincadeiras! Ele te deixou mal influenciada! Mas eu continuo sem entender, por quê?


 


_Apesar de estar um pouco mais descontraída continuo sendo a Ly, eu deixei bem claro pra ele que não queria compromisso, mas que enquanto ele estivesse ficando comigo, ele estaria só comigo, ou era assim ou não era de jeito nenhum!


 


_E ele aceitou?


 


Perguntei surpresa.


 


_Por incrível que pareça sim – respondeu a oriental – ele disse que valia a pena.


 


Terminou ela, era inacreditável, não dava pra acreditar em tudo aquilo, era muito fora do normal!


 


 


 


(Essa parte da narrativa não é feita pela personagem Lílian)


 


 


 


Os marotos estavam reunidos no quarto de monitor-chefe de Remo, todos realmente muito chocados com a notícia de que Sirius Black, estava tendo um caso com Lavínia, a garota mais escrupulosa da Grifinória.


 


_Almofadinhas, eu não posso acreditar que você está com a Lavínia, logo ela?


 


Perguntou Tiago incrédulo, ele e Remo estavam deitados cada um de um lado da cama do monitor, enquanto Sirius sentara em cima da mesa de estudo de Remo e Pedro sentara em uma cadeira.


 


_Finalmente alguém conseguiu colocar algum juízo na sua cabeça – começou Remo – a Ly é realmente a única garota que seria capaz de controlar Sirius Black!


 


Sirius começou a rir descontroladamente enquanto Tiago, Remo e Pedro se entreolhavam sem entender nada, controlando o riso o maroto disse:


 


_Vocês não sabem o quanto estão enganados ao pensarem isso da Ly.


 


_Pelo que eu saiba ela pode ser resumida em poucas palavras: Correta e escrupulosa, o que é completamente diferente de nós.


 


Disse Pedro sem entender o que o amigo queria dizer.


 


_Rabicho meu caro amigo, essa japinha pode ser muito mais que correta e escrupulosa quando se está sozinho com ela no meio da noite no salão comunal ou numa sala abandonada.


 


Disse Sirius, Pedro e Tiago começaram a rir, Remo sorria de leve, mas perguntou:


 


_Vocês estão namorando?


 


Sirius riu com vontade e disse:


 


_Até parece que não me conhece Aluado, você realmente acha que Sirius Black iria namorar a sério alguém antes dos 25 anos?


 


Tiago olhou para o amigo e falou.


 


_Mas ela sabe disso Almofadinhas?


 


-Pontas, meu amigo, essa foi uma das condições que ela impôs para ficar comigo.


 


(Essa parte da narrativa é feita pela personagem Lílian)


 


Depois da conversa descemos para a primeira aula do dia: DCAT, a última coisa que eu queria era vê-lo, mas em plena aula de DCAT não ver o Tiago é pedir demais certo? Estava sentada com as meninas em uma carteira quando os marotos chegaram, Tiago que sempre vinha a frente com Black, dessa vez veio atrás de todos eles, não levantou os olhos em momento algum, e por algum motivo desconhecido por mim o restante dos marotos também pareciam me ignorar, até Remo que sempre fora meu amigo, me dirigira um olhar de incompreensão e tristeza, nesse momento eu poderia jurar que borboletas estavam dançando tango em minha barriga, baixei os olhos para meu livro e comecei a ler, era incrível como as letras e palavras não faziam sentido algum, por mais que eu tentasse ler o que estava escrito, poucas palavras depois eu me esquecia do que havia lido, e minha mente me obrigava a pensar num certo moreno de olhos castanho-esverdeados duas carteira atrás de mim...


 


A aula foi uma verdadeira tortura, só de ouvir sua voz um nó se fazia presente em minha garganta, era muito doloroso... Mas eu me perguntava por quê. Por que era doloroso? Eu sempre o achei chato, arrogante e pretensioso! Ele sempre fora isso: um colecionador de garotas! Apenas isso e mais nada! Então por que doía tanto? Por mais que tentasse esquecer, me vinha na cabeça a imagem de seus olhos marejados e o som de sua voz decepcionada, eu sabia que se abrisse os olhos naquele momento uma lágrima escorreria por eles, por isso permaneci de olhos fechados, tentando apagar as lembranças tão dolorosas de minha mente...


 


A seguir seria aula de TCM, mas só de ter que olhar novamente para o lago já me sentia realmente muito mal, e eu sabia que a partir de agora seria sempre assim, eu sequer iria conseguir olhar para o lago sem me lembrar dele, e era como se eu não existisse mais pra ele, ele não falava mais comigo ele sequer olhava pra mim, Stil e Ly repararam que eu estava muito estranha, Stil perguntou se havia acontecido algo, eu neguei, disse que o mal estar de que havia falado de manhã, ainda não havia passado, ela não engoliu muito isso, mas deixou por ficar... Ly já foi mais insistente, ela sabia que estava havendo alguma coisa e que eu não queria contar, mas permaneci negando até ela desistir. Eu tenho certeza que contar a elas não iria adiantar em nada...


 


Por fim chegou a hora do almoço, dessa vez não tive como escapar das duas...


 


_Lílian você não engana nem uma criança com essa desculpa de mal estar! – começou Ly, fiz uma careta maldizendo minha péssima atuação – aconteceu alguma coisa e nós queremos saber o que foi!


 


_Lily, nós estamos preocupadas com você, será que é tão difícil entender? Conta pra gente! A gente só quer te ajudar!


 


Stil fora um pouco mais suave respirei fundo e disse:


 


_O problema é que nem eu entendo, ok? Se eu ao menos entendesse o que está havendo comigo eu poderia dizer a vocês, mas nem eu sei! Eu estou completamente confusa!


 


Disse com um leve desespero na voz, ok não era nada leve, só faltava eu descabelar meu cabelo e dar um ataque no meio do salão. Stil olhou para mim com um misto de pena e incompreensão, bufei alto e disse com a voz embargada:


 


_Vou pro meu quarto pensar e ver se entendo o que está havendo comigo...


 


_Boa sorte, e Lily – me chamou Ly – nunca se esqueça de que nós sempre, SEMPRE estaremos aqui ok?


 


Acenei positivamente, de certa maneira aquilo me animara...


 


Abri a porta de meu quarto, e a primeira coisa que vi foram os bilhetes em cima de minha escrivaninha, segurei com toda a força que tinha as lágrimas que queriam descer de meus olhos, não iria ceder tão fácil, fui a minha cama me deitei nela e enfiei minha cabeça no travesseiro, permaneci assim até que o ar me faltasse, estava tão nervosa! Era a segunda vez que não sabia o que fazer! Ou pior, não sabia o que sentia! Afinal de contas, eu sempre o havia odiado, não é mesmo? Estava completamente confusa, e isso me deixava nervosa, fui até a janela de meu quarto e observei o gramado, havia muitas pessoas ali, e a maioria ia em direção ao campo de quadribol, eu como nunca gostei sempre fiquei no meu quarto.


 


Olhei para os lados, encontrei um livro de feitiços em cima de minha escrivaninha, fui até ele, e comecei a lê-lo em minha cama, mas como havia acontecido mais cedo na aula de DCAT, não consegui, pois não conseguia prestar atenção, eu lia uma frase e me esquecia dela logo após, a única coisa que vinha em minha mente a todo o momento era sua voz, seu toque, seus olhos...


 


Fechei repentinamente o livro provocando um estalo, suspirei com os olhos fechados, e assim permaneci por algum tempo, até abri-los novamente, levantei-me e fui colocar o livro em minha escrivaninha, chegando lá, vi os lírios, e dessa vez não estavam belos, muito pelo contrário, antes estavam brancos e esbeltos, agora estavam amarelados e murchos, peguei o vaso com eles e o levei até minha janela, talvez precisassem de sol, mas algo me dizia que não era disso que precisavam...


 


Fui até meu espelho, olhei meu reflexo, olheiras fundas por ter acordado tão cedo, meus cabelos, por incrível que pareça, estavam sem cor, sem vida, é impressionante como seu estado de espírito pode influenciar tanto em sua aparência, meus olhos não tinham brilho, era estranho me ver assim, parecia outra pessoa, definitivamente aquela não era Lily Evans...


 


Voltei à janela, e deixei a brisa leve balançar meus cabelos, os lírios exalavam um perfume amargo, e era exatamente assim que me sentia, tinha um gosto amargo em minha boca que envenenava o resto de meu corpo, não pude mais agüentar, uma lágrima solitária escorreu por meu rosto, solucei e imediatamente pus a mão na boca tentando segurar soluços futuros, o que não adiantou nada, pois voltei a soluçar, e os soluços vieram acompanhados de lágrimas que lavavam meu rosto, agora o gosto salgado das lágrimas invadiam minha boca, limpei meu rosto decidindo tomar um banho, talvez pudesse me acalmar e pensar mais claramente...


 


Cheguei ao banheiro, girei o registro permitindo o contato de minha pele com a água fria, e por mais frio que o dia estivesse, resolvi que o banho seria sim frio, dizem que é bom para acalmar...


 


Voltei ao quarto e troquei de roupa, talvez estivesse mais calma, o ar me parecia mais fácil de respirar, um pouco mais calma voltei à janela, olhei para os lírios, era impressão minha ou estavam mais brancos e esbeltos? Não era muita a diferença, mas estavam, sorri provavelmente o feitiço que ele colocou nos lírios fazia com que eles ficassem como eu estivesse, ou algo parecido, peguei um e inspirei fundo, o aroma não era mais amargo, era doce, talvez não tanto quanto quando os ganhei, mas sem dúvida havia mudado...


 


_Foi apenas o começo...


 


Disse me lembrando das palavras que ele dissera quando fui falar com ele no primeiro dia após a aula de Herbologia, não podia ter imaginado naquele momento que o que teria a seguir seria ainda mais romântico, apesar de que no dia não havia achado os lírios românticos...


 


Fechei os olhos e me lembrei de todos os cinco dias...


 


O primeiro dia onde encontrei um lírio em cada lugar aonde ia, minha cara de desespero quando vi um lírio aparecer dentro do meu prato na hora do almoço, lembrei-me do bilhete que ele me mandara ao fim do dia acompanhado de um último lírio, e de como fora dormir irritada pelo fim do mesmo...


 


Lembrei-me quando escutei Longbotton me avisando de que algo caíra de meu livro, minha cara surpresa, ao ler o bilhete, a curiosidade ao perceber que não havia um fim, lembrei que havia ficado satisfeita ao entender que cada bilhete encontrado era a continuação do anterior, havia ficado com vontade de jogá-los fora, mas algo neles me impediram de fazê-lo...


 


O terceiro dia sem dúvida havia sido o mais torturante, minha ansiedade era tanta, mas me recusava a admitir, minha decepção ao adentrar ao mesmo quarto que estou agora e pensar que ele havia desistido, minha emoção ao ver a coruja dele bicando minha janela, meu coração amolecendo imediatamente após ver as pétalas de rosas formando um caminho ao lugar onde nos encontraríamos, e minha enorme surpresa ao ver minha comida favorita no jantar preparado aos mínimos detalhes por ele...


 


E na noite anterior, meu coração acelerando ao ouvir sua voz rouca me acordando, a primeira vez que havia depositado confiança nele, botando a venda nos olhos e me deixando guiar por ele pelo castelo, e meu espanto ao ter uma das visões mais belas de minha vida, o manto negro com estrelas extremamente brilhantes, poderia jurar que não era um céu de verdade...


 


E por fim o dia em que mais fiquei confusa e mais sofri, o quinto dia, dia que estava sendo extremamente longo e doloroso, talvez o dia em que havia mais chorado em toda minha vida, o dia em que vi Tiago Potter triste, e a primeira vez em muitos anos que eu escutava meu sobrenome ser pronunciado pela voz que tanto odiara, odiara? Sim odiara, finalmente percebi que não o odiava mais, pelo contrário, eu precisava dessa voz, precisava do toque de suas mãos, precisava de suas palavras, precisava de seus olhos, de seu cabelo assanhado, e de sua mania irritante de chamar-me de ruivinha, precisava de seu sorriso maroto, precisava de suas frase românticas, precisava seu jeito prepotente e ao mesmo tempo fofo de ser, precisava de seus defeitos e qualidades!


 


_Eu preciso de você!


 


Exclamei com a voz rouca, sorri aliviada, enquanto lágrimas de felicidade escorriam por meu rosto limpando qualquer vestígio de tristeza raiva ou qualquer outro sentimento que não fosse amor e alívio. Eu finalmente havia entendido! Eu precisava dele pra ser feliz, e não seria um orgulho bobo que me impediria de fazê-lo...


 


Imediatamente olhei para o céu, estava limpo e o pôr-do-sol se iniciava pelas montanhas a frente, as pessoas já voltavam ao castelo comemorando a vitória de um time qualquer, pra mim isso não importava, fui ao meu guarda-roupa e dentro de minha mochila peguei um pergaminho, qualquer e escrevi com a mão trêmula:


 


Potter,


 


Preciso falar com você, por favor me encontre no lago ás 20 h, é algo realmente urgente, por favor, não falte, tenho algo a dizer que só agora fui perceber, finalmente pude entender o que estava havendo comigo!


 


Conto com sua presença.


 


Lílian


 


Engolindo todo o orgulho que ainda restava em mim, fui á janela, assoviei, até que minha coruja apareceu, branca com asas pretas, a havia ganhado quando ela tinha apenas alguns dias de vida.


 


_Kissi, entregue essa carta ao Potter.


 


A observei voar contornando a torre, em direção ao dormitório masculino, uma pontinha de esperança nascendo em meu coração...


 


Ás, 19:40 estava saindo de meu dormitório e indo em direção ao lago, meu coração batia tão forte que podia jurar que ele não estava mais dentro de minhas costelas, quando cheguei ao salão comunal, Ly e Stil vieram em minha direção, Stil começou:


 


_Posso saber onde a Srta. Evans está indo?


 


_Na verdade não.


 


Respondi calmamente, com um leve sorriso nos lábios, se ele queria que o que estava pra acontecer fosse apenas nosso, não iria contar a ninguém.


 


_E eu posso?


 


Perguntou Ly, respondi:


 


_Também não.


 


E com um sorriso de lado deixei o salão sob os olhares confusos e acusadores das duas.


 


Andei pelos corredores do colégio, não encontrei muitas pessoas por eles, fui até o salão principal e de lá para o lago, meu coração batia ainda mais acelerado agora, o céu estava completamente escuro...


 


19:50... 19:55... 20:00... 20:10... 20:20...


 


Eram quase oito e meia, meu coração estava apertado, eu sabia que ele não viria, não depois desse atraso, mas é como dizem, a esperança é a última que morre...


 


Escutei um barulho atrás de mim, eu que estava sentada ao pé da mesma árvore que estivera no mesmo dia, levantei rapidamente e olhei para trás, um pouco á frente estava ele, olhos castanho-esverdeados cansados, os cabelos mais bagunçados que o normal, as mãos no bolso, e a cabeça baixa, não pude deixar e sorrir, estava com os cabelos soltos, um casaco com uma toca que deixei caída o casaco tão vermelho quanto meus cabelos, meti as mãos em meus próprios bolsos, enquanto um vento realmente frio e forte vinha por trás de mim, fazendo meus cabelos tamparem parcialmente meu rosto enquanto os dele se afastavam do rosto revelando uma expressão dura e surpresa, não o culpo, depois do que disse a ele de manhã, ele não esperaria que eu marcasse um encontro com ele, muito menos que ao vê-lo eu iria lhe sorrir como estava sorrindo...


 


-Que bom que veio... Por um momento pensei que não viesse.


 


Comecei a falar receosa, o vento aumentou a força, meu cabelo tampava parcialmente minha visão, mas pude vê-lo arrumar os óculos na face, e escutei sua voz soar dura:


 


_Não deveria ter vindo.


 


Disse passando por mim e parando á beira do lago, agradeci mentalmente por isso, agora o vento batia a meu favor, afastando os cabelos que antes me atrapalhavam, me aproximei vagarosamente enquanto sentia o vento gelado cortar-me a face, ele se sentou na beira do lago e tornou a jogar pedras nele como fizera mais cedo, só que dessa vez á luz da lua crescente, fui até a margem do lago, sentei ao seu lado, olhei meu reflexo no espelho negro, estava mais pálida que o normal, provavelmente pela luz da lua, meus olhos voltaram a ter brilho, e meus cabelos estavam tão vermelhos e se destacavam tanto de minha pele, que chegava a ser estranho ver duas cores tão antagônicas juntas.


 


_Você acredita que alguém possa se arrepender?


 


Perguntei.


 


_Claro.


 


_E que possa se redimir?


 


_Nem sempre.


 


Disse duro, a pedra que jogara no lago dessa vez não quicou, senti meu coração acelerar, disse:


 


_Me arrependi de lhe ter dito o que disse.


 


_Vai se redimir?


 


Perguntou irônico.


 


_Eu poderia tentar?


 


Ele me olhou de lado, eu sorria de leve, agora ele virou o rosto completamente em minha direção.


 


_O que você quer dizer?


 


_Que por mais incrível que pareça, eu estou apaixonada pelo garoto que odiei durante seis anos de minha vida, e que esse garoto conseguiu me fazer apaixonar em apenas cinco dias...


 


Ele olhou para mim sem demonstrar sentimento algum, estava assustada, e se ele dissesse que não me queria mais? Que pra ele eu era apenas um troféu? O vento tornou a aumentar, dessa vez era até difícil manter os olhos abertos, o vento gelado os fazia arder, o que colaborou bastante para que meus olhos marejassem, olhei para meu reflexo na água, a pele muito alva, os cabelos exageradamente vermelhos sendo completamente afastados de minha face pelo vento muito forte, as bochechas rosadas, e os olhos verdes como a muito não via, um gosto amargo de medo tomou conta de minha boca, sua resposta poderia acabar com minha vida, assim como podia salvá-la...


 


_Você não tem ideia do que é pra mim ouvir isso – começou ele, soltou uma risada amarga – desde o quinto ano eu vi que era realmente apaixonado por você, e desde então eu tento mostrar-lhe isso – dessa vez ele virou a cabeça para o céu, olhando fixamente para a lua crescente, com um sorriso radiante – você não acreditava que eu pudesse mudar, na verdade nem eu, mas eu não podia me controlar, eu só pensava em você, vivia por você, sorria pra você – um floco de neve caiu em seu nariz, ele fechou os olhos deixando o vento bagunçar ainda mais seus cabelos enquanto a neve começava a cair – eu sou apaixonado por você.


 


Ele pronunciou as últimas palavras lentamente, enquanto começava a rir abertamente, uma fina lágrima escorreu de seus olhos em quanto uma outra escorria do meu, eu o olhava com um sorriso tímido, enquanto via em seu rosto o sorriso mais deslumbrante que já havia visto...


 


Num ato impensado, ele se levantou, me deu a mão para que também me levantasse, quando o fiz ele se aproximou, pensei que fosse me beijar, mas não, ele se abaixou passando um dos braços por minhas pernas enquanto o outro segurava minhas costas, no segundo seguinte estava em seu colo enquanto ele rodava rapidamente e gritava:


 


_Eu amo você!


 


Por mais tonta que estivesse, estava tão feliz que comecei a rir juntamente com ele, não parava de rodar e gritar. Quando finalmente parou, me colocou no chão, me deu um abraço forte, enquanto dizia em meu ouvido:


 


_Eu tenho um lugar muito especial pra te levar...


 


Me perguntei naquele momento o que ele fazia para conhecer tantos “lugares legais” ele pegou minha mão, me levando até o salgueiro lutador, no início fiquei com medo, mas depois de encostar em algum lugar que não pude ver o salgueiro ficou parado, surpresa o segui por uma passagem secreta que havia lá dentro, andamos um pouco até sairmos em um lugar realmente horrível, uma casa caindo aos pedaços, que se não me engano era conhecida como casa dos gritos, olhei confusa pra ele, ele disse:


 


_Calma não é aqui.


 


Saímos da casa enquanto andávamos pelo mato, perguntei:


 


_Potter onde está me levando?


 


_Será que ao menos agora não pode me chamar de Tiago?


 


_Sabe, não é fácil, eu fiquei durante seis anos lhe chamando de Potter, posso até tentar, mas vai demorar!


 


Ele balançou a cabeça incredulamente enquanto ria do que falei, continuamos a nos embrenhar pelo mato, até que pude avistar o topo de um pequeno chalé, ele se virou para mim e disse:


 


-Meu avô tinha esse chalé aqui, meu pai dizia que ele aprontava tanto no colégio que meu avô depois de se aposentar resolveu se mudar pra cá, assim ficaria mais fácil de resolver os problemas – parou por um instante enquanto ria, voltou a falar – tinha uma estradinha ali que dava para o povoado – disse apontando para uma parte do pequeno terreno que rodeava o chalé em que havia um caminho de pedras que agora estava destruído – depois que meu avô morreu poucas pessoas vieram aqui, meu pai não conseguia vir sem se lembrar dele, era inevitável, assim o chalé foi ficando abandonado até meu pai me trazer aqui, gostei muito do local, e sempre que conseguia fugia do colégio e vinha pra cá, apesar do terreno não estar tão limpo lá dentro está em perfeito estado.


 


Disse enquanto entrava no local, com um aceno de varinha a lareira se acendeu e pude ver o pequeno chalé por dentro, era muito aconchegante, pintado de cores claras, com duas janelas de madeira assim como a porta, dois sofás vermelho sangue em frente à lareira e uma mesinha de centro, havia uma porta ao fundo que levava a um pequeno corredor, e nesse corredor haviam mais duas portas, uma que levava á um quarto e outra que levava a uma pequena cozinha, havia gostado do local, fui a uma das janelas, a lua brilhava forte entre as nuvens, a neve caía sem cessar, e o vento trazia pequenos flocos a minha face, falei:


 


_Sem dúvidas é um belo lugar... Tiago...


 


Escutei um riso leve vindo dele, olhei em sua direção, ele caminhava lentamente até mim, se aproximou e acariciou meu rosto, fechei os olhos ao sentir o toque de suas mãos, ele olhou para mim com tanto carinho e conforto que senti meu coração se aquecer...


 


_Eu te amo.


 


Disse ele num sussurro rouco, ele olhou uma última vez pra mim e começou a se aproximar, seu rosto ia chegando perto, até que estava tão perto que nossos narizes se tocavam, acariciando meu rosto ele acabou com qualquer distância que um dia pudesse haver entre nós...


 


O que senti no momento em que seus lábios tocaram nos meus foi indescritível. Uma corrente elétrica passou por nossos corpos entrelaçando completa e definitivamente nossas almas, era sublime, desesperador, era perfeito, não sentia frio nem calor não sentia absolutamente nada, meus pés saíram do chão, era como se estivesse flutuando, estava completamente confusa, sentia medo, carinho, desejo... Eu havia perdido meu próprio controle...


 


Apenas a lua cheia que se encontrava no céu fora testemunha do amor que estava presente ali...



<Hr>

N/A:
Que triste!!!! A fic acabou!!! Mas eu quero saber o que todos vocês que leram a fic acharam do último capítulo, depois de uma demora enorme pra postar espero que tenha ficado bom!!! Muito obrigada a TODOS que leram a fic, os que comentaram ou não, até mesmo os que não gostaram! =] Eu agradeço a força que as leitoras que comentaram me deram! Agradeço a todas vocês!!! Amei o tempo que estive escrevendo! Mas agora vou parar de escrever... OBRIGADO! =D Poly_Malfoy.

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