Voltar Pra Te Buscar



N/A: Eu, Padfoot, decidi fazer uma song fic sobre o Sirius na noite em que fugiu de Azkaban, por ser um dos personagens mais perfeitos, encantadores e maravilhoso que a titia JK fez, então, Sirius merecia uma song fic, não concordam? Espero que gostem, e continuem a ler a fic das Marotas, ok? A música é da banda Barão Vermelho, Voltar Pra Te Buscar. E não reparem muito, porque é minha primeira song fic.

Porque tudo na vida começa e acaba, porque tudo há seu tempo, seja da nossa própria vontade ou não.
O que vive, um dia morre. Morre deixando pessoas que as amam com uma dor crescente. Principalmente se quem se foi deixa uma responsabilidade nas mãos de quem mais confia, que sabe que haja o que houver, cumprirá sem hesitar, mesmo que as semelhanças piorem a saudade no peito de quem ficou encarregado.
Amigos, são amigos. Inimigos, são aqueles que sabemos que apenas nos querem mal. Traidores, são os que se fazem de amigos para nos prejudicar de todas as formas.

Eu posso te ouvir chamar no meu sonho
tenho certeza que não acordei
vejo muitas flores caindo do céu
como um presente que dou a você
não imagina o que eu sinto aqui
queria tanto poder te contar
tudo surgiu com o som da sua voz
que me faz poder...


Como sempre, a prisão de Azkaban estava inquieta. Seus prisioneiros resmungavam em plenos pulmões coisas sem nexo, decerto algo do seu passado podre e tempestuoso, onde a maioria dali era um Comensal da Morte, que levava, como o próprio nome diz, a infelicidade humana, que a morte e/ou sofrimento, seja na carne ou na mente.
Entre tantos, um em específico não se lamuriava, ao contrário, se encontrava quieto, absorto em seus pensamentos e devaneios, cochilando e sonhando com o que lhe acontecera havia doze anos.

‘Nos reunimos para realizar o feitiço Fidelius, com o propósito de protegê-los, meus amigos. Seria eu o fiel do segredo, mas por uma opinião erronia, acabei estragando tudo.’

--Almofadinhas, eu gostaria que aceitasse ser o fiel do segredo—fala Tiago, mirando o amigo com um brilho no olhar.O brilho da confiança desmedida.
--Sei que já tínhamos combinado que o seria, Pontas, mas...
--Ora, Sirius. Sabe que confiamos plenamente em você. Não há mais ninguém no mundo com quem contamos mais do que você.—fala Lílian, tentando convencê-lo a fazer o feitiço.
--Por isso mesmo, Lil! Seria óbvio demais! Use outro.
--Quem, Sirius? Aluado está fora do país, se esforçando para ser professor.—fala Tiago começando a se irritar com Almofadinhas por ser um grande cabeça-dura.
--Vocês têm a mim!—guincha Pedro, que mesmo sabendo que o feitiço era para ser secreto, se disponibilizou a ir ver como tudo aconteceria.
--Sim! O Rabicho!—sobressalta-se Sirius-- Pense, Pontas... quem julgaria Pedro digno de confiança, sendo tão fraco e sem nenhum talento em magia?—sussurra ao ouvido do amigo.
--É, faz sentido. Mas deixo bem claro que ainda prefiro você, Almofada.—diz Tiago pouco convencido de que Pedro era uma boa opção.
--Não sei, não, Tiago.—murmura Lílian—Sabe que não gosto do Pedro.—lança um olhar de desconfiança e contrariedade.
--Ora, Lil. Ele também é um dos melhores amigos do Pontas.—cochicha Sirius.
--Almofadinhas tem razão, Lil. Será o fiel do segredo, Pedro.—Tiago dá a palavra final, e o ritual começa.

‘ “Prefiro que seja você” foi o que Tiago disse, mas eu, tolo, não lhe dei atenção. Lílian também não se sentiu confortável tendo Pedro como fiel. Eu devia ter imaginado tudo, devia ter aceitado o acordo, devia... tê-los poupado.’
‘Prefiro que seja você! Temos plena confiança apenas em você, meu amigo!’, era o que Black não conseguia para de se lembrar, da frase usada pelo amigo nas diversas ocasiões onde ele, Sirius Black, se negava a aceitar ser o portador de tal segredo, o portador de vidas tão preciosas para ele.

‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’

Os ecos dos risos, das conversas, brigas de cinco segundos, passavam pela cabeça de Sirius como relâmpagos de um tempo que jamais voltará.

‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’
‘Prefiro que seja você!’

Será que Tiago o culpava por ter morrido, juntamente de sua esposa? O culpava por deixar Harry...

‘Harry! Meu pobre afilhado, que, agora órfão, nunca ouvirá a voz de seus pais o alertando, consolando, brincando, por minha culpa. Minha culpa!’

...Harry foi o último pensamento doloroso de Sirius antes de cochilar.
Passou a sonhar que estava na mesma prisão, olhando as estrelas intocáveis no céu limpo e escuro.

“Foi Rabicho, e não você.”

Estaria mesmo sonhando?

‘Tiago!’
“Não se martirize, Almofadinhas. O único culpado é Rabicho, que tem nas mão o meu sangue e o de Lílian; que carrega no coração um assassinato.”

‘Mas fui eu quem disse para usá-lo!’

“Mas não foi você que nos delatou, querido amigo.”

‘Lil!’

“Nos prometa que cuidará de Harry, Sirius.”

‘Nessa prisão? Como?’

“Encontrará um jeito no momento apropriado.”

‘Como? Quando?’

“Não se esqueça de Harry, Sirius!”

‘Lil! Tiago! Não vão ainda!’

“Harry, Sirius!”

‘Harry!’

Voltar, voltar
voltar pra te buscar

“Cuide de Harry, e voltaremos para buscá-lo no fim.”

‘Harry!’

‘Harry!’

‘Harry!’

Sirius acordou ainda pensando no breve sonho, como se este fosse uma extensão da realidade.
Sabia o que tinha de fazer e o faria. Quando ao certo, ele não fazia idéia.
Morreria lutando pelo bem-estar de seu afilhado, e encontraria seus amigos novamente, os amigos que tanto se culpava por ter matado, que tanto adoraria rever para contar os horrores da prisão que fora levado mesmo sendo inocente, embora isso não fosse do conhecimento de todos.

Há uma chuva forte que vem do horizonte
grandes nuvens brincam e formam seu nome
uma brisa fria sussurra e me chama
pra dançar como um ciclone
quero estar contigo todo o tempo do mundo
sem perder um só segundo
tudo sempre surge com o som da sua voz
que me faz poder

Nuvens de chuva se formavam ao longe, embora o amanhecer começava a surgir, fraco, quase sem vida.

‘Lembro-me da noite em que vi seus corpos inertes no chão, a casa queimada, totalmente destruída. Não consegui crer. Meus olhos, decerto, estariam me enganando. Esperava que ambos se levantassem, dizendo: Te pegamos!, mas isso, infelizmente não aconteceu.’

--Tiago!!! Vamos lá! Pára de brincadeiras sem graça!—implorava, tocando o rosto do melhor amigo—Levante-se, seu veadinho! Sei que você é bom em pregar peças desse tipo, pois vivia fazendo isso em Hogwarts. Era engraçado, mas agora não é, então pare com isso imediatamente!—sacudiu o corpo imóvel e gelado, sem receber resposta alguma. Afastou-se para um canto onde tinha uma escada que parecia ceder, mas mesmo assim ele subiu e foi para um quarto, onde havia outro corpo ao chão.
--Lil!!! Resista! Lute para se salvar!—sabia que já não falava coisa com coisa. Atacados pela maldição da morte, Tiago e Lílian tinham morrido instantaneamente, então, aquele apelo era inútil. Para que fazê-lo então? Para tentar controlar a dor instalada no peito.
Pegou Lílian do chão e a levou para junto de Tiago no andar de baixo. Pensou que, por seu amigo sempre tê-la amado muito durante a juventude, Tiago adoraria ter seu corpo ao lado da esposa. Esse pensamento matou todas as inúteis esperanças que Sirius alimentara ao ver a Marca Negra pairando sobre a casa. Agora, um ciclone de sentimentos o atormentava; amargura, decepção, tristeza, solidão... Poderia ele dançar conforme a música? Aceitar o fato de que Lílian e Tiago Potter estavam mortos? O que seria de Harry? Estaria vivo? Resistiria? E ele? O que seria dele mesmo?
Sirius ouve o choro de uma criança assustada.
--Harry!—subiu rápido, tirou-o do berço e levou ao andar onde os corpos dos pais estavam.
Ao voltar à sala, viu alguém gigante parado à porta, examinando o local com lágrimas nos olhos.
--Hagrid? Que faz aqui?
--Vim buscar Harry. Dumbledore pediu.—fala o guarda-caça em tom choroso, mas ainda sim com uma inconfundível nota de orgulho na voz.
--Mas eu sou o padrinho. Cuidarei dele.
--Sinto muito, Sirius, mas Dumbledore pediu para levá-lo comigo. Ficará com a família de Lílian.
--Mas os pais dela morreram.
--Falo da irmã dela, Petúnia.
--Sei. Se Dumbledore julga que será bom para Harry conviver com aquela mulher, então pode levá-lo. Só quero o bem para meu afilhado, e... acredito não ter forças suficientes para cuidar dele no momento... o choque é demais para mim.—Sirius sente seus olhos arderem com as lágrimas que se formavam e escorriam pelo seu rosto bonito e bem cuidado.
Entrega Harry a Hagrid e lha dá sua moto voadora, alegando que não precisaria mais dela, mesmo pensando consigo mesmo em dar uma olhada no Rabicho. Se certificar que o amigo estava na mesma situação dos outros, ou, por um milagre, ainda vivo mas gravemente ferido.

Uma lágrima rolou do olho de Sirius, que revia, mentalmente, os olhos vidrados dos amigos, e o esconderijo intacto de Pedro.

‘Aquele traidor imundo! Você pagará muito caro, Pedro! Não por eu estar nessa maldita prisão no seu lugar, ser conhecido como o assassino mais perigoso e maluco do mundo bruxo, mas por trair a confiança que depositei cegamente em você! Por ajudar matar a minha família, porque sim, eles eram minha única família, e por destruir a vida de Harry!
Harry, não o abandonarei, como fiz com seus pais. Ficarei ao seu lado e matarei o rato monstruoso que nos deixou desamparados, sem ninguém. Agora que sei onde Rabicho está, poderei destruí-lo e ser trancafiado aqui, em Azkaban, pelo crime cujo qual fui sentenciado.’

Sirius pega uma folha de jornal velha, encara a foto de uma família de bruxos, mirando fixamente o rato no ombro do garoto sorridente.
Os dementadores, que não paravam de fazer suas rondas por entre os prisioneiros, passaram pela cela de Sirius, mas não conseguiram sugar muita felicidade, como sempre acontecia.
Assim que se distanciaram, Black, muito magro e castigado pelo tempo que passara naquele lugar, passa por entre as grades, como cachorro, pois era um animago.

Voltar, voltar
voltar pra te buscar

Voltaria a ser livre, um homem livre procurado, para buscar Pedro. Trazê-lo para seu pior pesadelo. Torturaria Rabicho, para mostrá-lo a dor que tinha passado por tudo que aconteceu.

É,eu sei que a distância não importa
você não imagina o quanto isso me conforta
só deus sabe o quanto quero ir agora
o quanto quero ir agora .

‘A única coisa que me conforta, é pegá-lo, Rabicho. E a única que me deixe querer continuar viver, é poder finalmente voltar a me encontrar com Lílian e Tiago quando meu trabalho como padrinho de Harry estiver cumprido.
Não imagina o quanto eu gostaria de já ter partido, sem passar pela difícil provação de viver com a consciência pesada, por ter colocado vidas inocentes em mãos miseráveis!
Não imagina o quanto quero estar perto de Tiago, meu melhor amigo, mais uma vez!
Não imagina nada do que eu passei! Mas vai imaginar quando eu te encontrar!’, pensou Sirius, antes de se transformar.
Acordou em uma praia, humano novamente.
Como parara ali? Ele não saberia responder.
O que faria? Perseguiria até o fim do mundo o culpado por seu sofrimento, e o faria pagar pelo crime que cometera.

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