Capítulo 1



style='font-size:8.0pt;font-family:Verdana'>UM DIA... O FLORESCER DAS ESCOLHAS



style='font-size:8.0pt;font-family:Verdana'>Por Lua









Capítulo
1





style='font-size:8.0pt;font-family:Verdana'>



Era ainda cedo, Virginia já estava acordada, como todos os
dias e o que havia se tornado um costume seu, permanecia na cama, a cortina
tinha sido esquecida aberta o suficiente para que raios do sol adentrarem o
quarto, iluminando-o. Parte da noite tinha sido insone, a posição era
dificilmente encontrada, sendo que logo se tornava incômoda, sendo novamente
buscada, o que não permitia demasiado o tempo de sono. Tinha dormido pouco
aquela noite, em especial, ainda era madrugada quando desistiu tentar dormir
novamente.





Esperava para chamar o esposo. Aproveitando esses momentos
antes de acordá-lo observando-o, Virginia, não cansava de acariciar o rosto
dele, com as pontas dos dedos da mão direita, fazia como a decorar o rosto, em
movimentos suaves. Desde os cabelos platinados em desalinho, a expressão doce e
natural, o peito desnudo da blusa aberta do pijama. Vendo-o naquela condição
ninguém se atreveria a dizer o quão irritante poderia ser aquele homem em
momentos específicos. Todas as manhãs eram parecidas, mas nunca iguais.





Ela olhou o relógio no criado mudo, junto à cama. Passavam
das sete horas da manhã, eram quase oito. Mas quando se tratava de acordar
Draco Malfoy pela manhã, ou qualquer que fosse a hora, a jovem tinha
determinado trabalho, pois ele era teimoso e apreciava dormir todo o tempo
possível, não querendo acordar por nada. Aos domingos Draco não levantava antes
do meio dia, não havia o que ser feito.





- Querido! - Chamou o esposo, que em murmúrios quase
guturais implorava por mais uns poucos minutos e moveu-se levemente. - Vamos
Draco, você já dormiu o suficiente para uma manhã, é quarta-feira e dessa forma
chegará atrasado...





- Sabe, eu realmente não preciso ir...- As palavras eram pausadas
e cheias de preguiça - Posso muito bem ficar aqui...





- Oh, não... - riu - Você não ficará dormindo...





- Estou com sono, deitei tarde ontem...





- E eu não sei?





- Você deveria fazer o mesmo. - Draco punha o cobertor
sobre o rosto.





- Eu já não durmo bem há noites... - Gina tocava
afetuosamente em sua gestante barriga - Vamos papai, você tem que dar o
exemplo, não?





- Por isso mesmo digo que devo permanecer deitado e
dormindo, quer exemplo melhor? - Draco riu, algo que tinha se tornado comum,
mas apenas na presença única e exclusiva da esposa. - Ok, você venceu Gin. -
Draco falou contrariado, Virginia riu, o marido ainda que teimoso era
excessivamente responsável.










Mas quando tinha sido que o garoto mimado transformara-se
em um homem?



Ele era então o ultimo herdeiro dos Malfoy, possuía
sozinho a quarta maior fortuna do mundo bruxo.










Gina apoiou-se melhor para em seguida erguer o corpo e
levantar da cama, um leve incômodo no baixo abdômen e uma dor nas costas a
estavam deixando inquieta. Ela sentia que precisava caminhar, só não tinha
idéia da real razão, ou até soubesse.





Draco ainda tencionava fazer o mesmo, levantar-se, mas
aparentemente aquilo era algo tenebroso.





Ginny não esperaria, como não o fez, estava ansiosa,
buscou o penhoar, que estivera sobre uma cadeira próxima ao leito, vestindo-o
por sobre a camisola delicada, e caminhou para seu banheiro.





Ao bater da porta, a ruiva, adentrou por seu closet e
posteriormente, também seu, banheiro, que separado do marido tinham suas portas
em lados opostos da parede.





Tendo então perdido o sono o louro levantou-se e caminhou
ao banheiro. Notara muito disfarçadamente que Ginny o tinha deixado só.
Geralmente os dois saiam juntos da cama ou mesmo, Ginny ficava observando pela
janela o jardim que ela mesma tinha feito, com ajuda, obviamente, mas ao seu gosto,
e não se cansava de admirá-lo. Draco ainda que calado, também admirava o
encantador jardim, mas sem a exaltação da esposa.










style='font-size:8.0pt;color:windowtext'>



style='font-size:8.0pt;color:windowtext'>Quatro anos antes, florescia no íntimo
de Draco Malfoy, uma decisiva escolha que o presentearia com bons e maus
momentos.





Com grande surpresa o rapaz foi recebido, ainda que
discretamente e envolto a duvidas, na brigada de Dumbledore, tinha se graduado
há exatos 10 meses e sempre conviverá no circulo mais fechado entre os comensais,
o que não era de causar espanto, já que Lucius, seu pai, era por assim dizer, o
conhecido melhor comensal, assim como o professor Severus Snape. Draco ainda
estava servindo aos comensais, mas tinha a perigosa e dificílima tarefa de
passar informações, já ele era também um espião de Dumbledore.












Draco banhou-se sem a menor pressa ou nenhuma, os cabelos
impecavelmente bem lavados e tratados com loções e condicionantes, a barba
feita, a colônia usual, essa tinha sido criada exclusivamente para o rapaz,
muito vaidoso. Os cabelos já com gel estavam perfeitamente escovados para trás.
Seu elegante e bem cortado terno negro ajustava-se ao corpo.





Gina a muito tinha deixado o quarto, praticamente repetido
o que Draco fazia, acrescentado o fato de que seus movimentos eram lentos e
pausados, conseqüente da avançada gestação, ela tinha demorado deslizando óleo
de amêndoa pelo corpo, era dito que ajudava na elasticidade da pele, e
principalmente da barriga, escovado os longos cabelos cor de fogo, lisos até
próximo as pontas onde então se formavam cachos, e prendê-los em um
rabo-de-cavalo frouxo. Corado o rosto com uma leve maquiagem e vestido-se
apropriadamente para quem permaneceria em casa, uma camisa de alças médias, na
cor creme, e de tecido macio e uma saia ao estilo indiano, bem confortável,
ambos. Agora esperava pelo esposo na sala contínua.












Draco Malfoy tinha então retornado de uma reunião com os
comensais e agora acompanhava o padrinho na fabricação de mais poções, o rapaz
mantinha-se calado, com sempre. Ao que buscou dois frascos e voltou à mesa onde
trabalhava, o jovem deixou-os cair, quebrando-os, em seguida seus joelhos
amorteceram parte de sua queda e o restante do corpo tombou, onde a cabeça,
desprotegida, foi com força ao chão.





Severo que até então estivera concentrado na manipulação
de substâncias e ervas altamente tóxicas ergueu a vista ao som de vidro
quebrando para ver a queda do rapaz. Ao que se levantou e caminhou de encontro
ao mesmo, tocando-lhe a testa, sentiu a tez fria e molhada de suor e tendo
sangue a escorrer-lhe por um corte. Sem muita demora levou o rapaz à
enfermaria, onde Draco foi admitido e deitado em uma das muitas camas, que na
ocasião estavam sem pacientes. Apenas duas outras eram ocupadas naquele
momento. Madame Annia, enfermeira naquela unidade de tratamento dispensou o
professor e pôs-se a fazer o exame para posteriormente tratar o rapaz.





Após examinar as possíveis causas, à enfermeira chamou uma
aluna, que dispensava parte de seu tempo a ajudar na enfermaria.





Virgínia Weasley então cumpriu sua obrigação, limpando os
claríssimos fios de cabelo do rapaz que estavam impreguinado do próprio sangue.
Após uns poucos minutos a moça buscou uma solução tópica para uso sobre os
locais machucados, sobre a sobrencelha esquerda tinha aberto um longo corte e
outro menores riscavam-lhe o rosto. Após desnudarem o corpo do rapaz, para que
fosse feito um exame mais completo, puderam notar marcas distintas de hematomas
não muito antigos e que ainda se formavam.





A noite não se demorou
a chegar e aquele continuaria sendo o plantão da jovem senhorita.





Além de Draco Malfoy,
mais dois adoentados permaneciam no local, a moça buscou um livro, tinha muito
a ler, sentou-se confortavelmente numa poltrona com visão total aos três
pacientes, e assim esperava a noite passar e adiantar um pouco de seus estudos.





A noite transcorreu
calma, pela manhã os dois rapazes deixaram a enfermaria, permanecendo apenas o
louro. Virginia Weasley deixou o seu plantão, era sábado e aproveitaria então para
dormir um pouco pela manhã, a tarde tinha se comprometido: estudaria para os
NIEM's, que estavam próximos, menos de 1 mês e meio, e ela vinha fazendo muita
coisa e não estudando o suficiente. Retornaria a noite para mais um plantão.












A sala contínua era cinco degraus mais baixo que o
quarto. Sentada no confortável sofazinho de dois lugares, ao centro da parede
impecavelmente branca, estava impaciente esperando pelo esposo que aparentemente
tardava em retornar do banheiro. Mais alguns minutos, e novamente sentia-se
desconfortável na posição e pensava já ter esperado bastante. Aquele incômodo
era incomum, era em tese a primeira vez que se sentia como naquele momento.





- Draco!





Após muito ponderar sobre subir ou não, e já tendo se
levantado, por não mais poder continuar sentada, parou antes do primeiro degrau
e novamente chamou o esposo, com a não resposta subiria os degraus e
chama-lo-ia no banheiro. Tendo então subido quatro dos cinco degraus, parou
ante o "ploc" (som de aparatagem). E mesmo antes de virar-se e olhar o esposo,
já confirmara quem era... Afinal somente os dois tinham permissão para tal ato
dentro da casa. Os demais, só poderiam fazê-lo, na saleta de comunicação e
apartagem, específica para esse fim, porém não sem antes prévia autorização, do
contrário poderia ter uma desastrosa chegada, devido ao sistema de segurança
ali existente
. style='font-size:8.0pt;font-family:Verdana'>





Draco subiu dois degraus, ficando então da altura da
esposa. Tocando-lhe os cabelos, beijou-lhe a nuca. Só então ela virou-se, com
cuidado, para contemplá-lo.





- Você não deveria ficar subindo degraus desnecessários...
- reprimiu o louro.





- Deixa que eu te conte algo...





- Já sei, já sei...





- Se sabe tanto por que insiste em me aborrecer com seus
comentários? - Virginia parecia magoada.





Draco ficou meio sem jeito, mas nem por isso reprimiu um
beijo surpresa e uns poucos elogios.





- Por que você fica tão charmosa quando está irritada. -
Foi por fim sua resposta.





- Ah é? - falou maliciosamente.





- É. Você sente-se bem hoje?





- Sim. Por quê?





- Nada. Bem, podemos descer pro café? - Do contrário ele
acabaria por não ir ao escritório aquela manhã, não podendo realizar tal ato,
tinha reuniões marcadas por toda a manhã. E já que a única razão que o deteria
em casa declarou estar bem, ele não se deixaria ficar e casa.












Draco fora mantido onde estava, na penúltima cama da
enfermaria, o local tinha sido escurecido, como em visita "sugestionou" Severo.





O quadro do rapaz era estável, ainda que permanecesse
adormecido.





A causa do desfalecimento foi o contato, na reunião que
teve com os comensais, com uma erva venenosa, e não só o contato, mas também
algo mais que Draco Malfoy não tinha evidenciado. Ainda não tinha podido falar
desde acontecido seu desfalecimento e antes também não o fizera. Tinham
provavelmente descoberto o jogo duplo que tanto ele como o padrinho, praticavam,
tentaram dar uma lição no rapaz, que por sorte, antes de sair tinha bebido uma
poção protetora, dando ao corpo sanidade diante maldições diversas e também
crucio e impero, era uma experiência nova, ainda estava em teste, mas nem por
isso o rapaz deixava de tomá-la, e levado consigo uma chave de portal, pela
qual pode fugir antes da aplicação da mais mortal das maldições, pois era
interessante fazer o traidor sofrer antes de morrer. Tolo fora não dizer o
sucedido assim que voltou, tinha omitido fatos, mas que nem por isso ficaram
oculto por muito tempo.





Quando fora chamado à enfermaria para ver o rapaz, Severo
Snape, entendeu rapidamente o que possivelmente tinha acontecido, tinha então
que tomar todo cuidado. Não teriam tentado matar o rapaz sem razão, porque não
tinham simplesmente machucado-o. Severo, como experiente mestre em poções
conhecia a erva usada, e sabia também de suas propriedades mortais e as formas
usadas, alguém tinha denunciado-o e com certeza ele não teria sido livrado da
acusação. Não era possível mentir para Lord Voldemort, e ele também não seria
tolo de fazê-lo. Era então o momento de esperar por sua dose de tortura e preparar-se
para a tentativa de matarem-no...












- Sabe, o nó da gravata está malfeito. - Disse tocando com
intenção de arrumá-la.





- Não, não está. - Disse beijando-lhe a testa. Se existia
alguém altamente perfeccionista e organizado, esse era Draco Malfoy. - E então,
vamos descer?





- Claro. - A ruiva tinha uma das mãos sobre o abdômen e a
outra no braço do esposo.





Iam descendo devagar, Draco amparando a esposa.












Virginia foi até onde o rapaz estava deitado. Levava a
solução tópica para cicatrização dos cortes e hematomas, que não eram poucos,
para repetir os cuidados.





O corpo mantinha-se desnudo, exceto pelas partes intimas
que estavam cobertas por um lençol magicamente preso ao corpo, permitindo o movimento
do rapaz, mas a não queda, do lençol.





As pernas fortes, o peitoral liso, e bem encorpado,
esculpidos por exercícios físicos, treinos de quadribol, e mais imensuráveis
coisas. Era o ajuste do perfeito. Quando tocou o rosto do rapaz tendendo
afastar alguns fios de seus cabelos que lhe caiam sobre a testa, para verificar
a cicatrização do corte frontal, notou o estado febril. Deveria informar a
madame Annie, mas essa não estava nas proximidades, e ela estava sozinha, não
devendo deixá-lo também, para procurar a enfermeira.





Buscando um recipiente, misturou água e álcool, pôs-se
então a fazer compressas, quase secas, por conta dos cortes ainda não
totalmente cicatrizados. Tentava conter a temperatura. Mas parecia não estar
adiantando muito, pois o rapaz iniciava um delírio. E a temperatura só
aumentava.





- Malfoy acorde! O que aconteceu? O que você está falando?
- As perguntas ficavam no ar, o rapaz não as estava escutado.





- Saia daqui! - Gritou o rapaz voltando a sua conciência.





- Eu não posso, eu não posso. - repetiu para si, quase
silenciosa. De certo se fosse em outro local, em outro momento, teria sido um
prazer sair dali e deixá-lo, mas ela tinha uma obrigação.





Após um breve silêncio, Draco enfim abriu os olhos e
constatou onde estava. Era uma enfermaria, a enfermaria de Hogwarts. E tinha
uma moça a cuidar dele. Ela naquele momento trocava o liquido do recipiente por
um novo e misturava novas substâncias. Com cuidado ela separava folhas verdes e
roliças de um frasco, em outro um líquido arroxeado tornava a água até então
límpida da cor lilás. As folhas ela juntava ao tecido que seria umedecido.
Draco respirou mais profundamente e só então notou seu corpo desprovido de
vestes.





- Onde estão minhas vestes? - a pergunta foi direta e
tirou-a de seus pensamos, assustando-a.





- Ohh, no armário correspondente ao leito que ocupa.
Sente-se bem?





Aparentemente o rapaz mantinha-se sem seu natural
sarcasmo.





- O que me aconteceu, senhorita? - A visão ainda estava
adaptando-se as imagens.





- Suponho não poder conversar com você agora, ainda mais
sobre o relatório médico, se preferir saio em busca da enfermeira e ela própria
conta a você.





- Saberia me informar quanto tempo estou aqui?





- Sim, já tem três dias. Passados todos dormindo. Sugiro
que retorne a dormir, até amanhã cedo.





- Não acho que possa voltar a dormir agora. Preciso andar,
levantar dessa cama.





- Sinto muito, mas não poderei permitir. Se quiser eu
posso preparar uma poção do sono, assim você dormirá.





- Não. - Virginia esticou sua mão a testa do rapaz,
contatando que a febre antes alta não mais se manifestava. - Você se importa se
o deixar sozinho por uns poucos minutos? Preciso comunicar madame Annie que
está acordado e assim você poderá fazer as perguntas que desejar.





- Eu preferia não ficar só agora. Mais cedo ou mais tarde
ela ficará sabendo e não tenho pressa quanto à resposta para as perguntas antes
feitas.












A ampla sala de jantar estava clara, as cortinas já
tinham sido abertas e as grandes janelas de vidro mostravam o encantador e bem
cuidado jardim fora da casa.





Draco e Virginia chegaram então. Ginny sentou e Draco fez
o mesmo. Ele na ponta e ela a sua direita.





A sala retangular tinha sua entrada por meio de duas
grandes portas de um vidro fumê, uma outra, um pouco menor, também no mesmo
vidro, levava ao salão de festas bastante espaçoso. Quase escondida e
praticamente não usada, uma portinha em madeira de linheiro, clara, era a
passagem para os elfos, ligando sala de jantar à escada que dava na cozinha.





A mesa para o desjejum já tinha sido posta e era farta,
absolutamente desejável, de muitas cores, as frutas ganhavam grande destaque.
Os laticínios e cereais também tinham seu próprio realce.





Virginia misturou frutas, cereais e iogurte. Em instantes
degustava dos alimentos.





Draco, no entanto, preferia comer cada alimente em
separado, primeiro frutas, cereais e laticínios por último.





- Draco... Sabe o que eu pensava agora?





Nesse momento um elfo pediu licença e se aproximou da
mulher.





- Senhora, chamam na lareira.





- Quem quereria falar comigo uma hora dessa? - perguntou
mais pra si do que para os demais no local.





- Vá saber quem é, e o que querem. - Draco falou ao elfo.





- Sim, meu senhor. - O elfo saiu da sala indo obedecer à
ordem. - Então, o que pensava?





- Nada de importante, mas quem deverá ser na lareira. Será
que é importante? - Ginny pensava na pouca dor que sentia, só não sabia se
deveria deixar preocupado o marido com algo que achava um pouco anormal, mas
uma tolice. E quando o elfo veio falar-lhe ela acreditou não ser realmente tão
sério.





O elfo voltou respondendo que a senhorita Martina Amundsen
queria-lhe falar tão logo foi possível.












Martina estava nervosa esperando a amiga, sentada na
poltrona da sala. Ao vê-la, levantou imediatamente.





As garotas passavam o verão na casa de Martina, na
Noruega. Eram primas em terceiro grau e só tinham tomado consciência de tal
fato quando passaram a cursar a escola de graduação, na qual Martina viria a
tornasse Medi-bruxa pediatra e Virginia pesquisadora de feitiços e mestra na
mesma arte. Estavam apenas as duas, Martina morava em sua casa própria,
separada da dos pais por um lago, não muito grande, que com uma ponte interligava-as.
Os pais desta estavam viajando.





Chovia torrencialmente fora da casa, naquele momento, mas
evento que tinha iniciado há pouco tempo, o que não deveria mais estar
acontecendo, já que era inicio de inverno, o que era bastante incomum.





Martina tinha deitado para dormir tarde da noite, havia
ficado lendo um romance que comprara durante o dia, sentada na poltrona em seu
quarto. O quarto vizinho era ocupado por Virginia que a muito dormia, tinha
jantado e ido dormir cedo, as amigas tinha andado pela vila próxima a casa e a
moça sentia-se cansada.





- Onde você se meteu?





- Eu... Fui dar um passeio... - gaguejou .





- Estou vendo... Mas tão cedo? E na chuva?





Virginia calou-se.





- Seu irmão perguntou por você antes de sair.





- Meu irmão? Carlos esteve aqui?





- Apareceu para uma surpresa ao amanhecer. Acordou-me com
o pretexto de desjejuar comigo. - Martina tentou manter no rosto uma expressão
de desgosto, mas não conseguia segurar o sorriso.





Apesar de estar nervosa pela amiga, a moça exibia um belo
sorriso. Há um ano namorava o irmão da amiga, mas Carlos Weasley estava sempre
na reserva e ela não gostava muito do ambiente, dos dragões... Viam-se
pouquíssimo, após a guerra grupos inteiros de dragões quase tinham sido
dizimados e os tratadores vinham tendo muito trabalho na reprodução e criação
de espécimes quase extintos.





Martina buscou uma toalha seca e entregou a amiga.





A muito custo Ginny conseguiu manter oculta a folha que
tinha nas mãos, e nem sabia mais se a mesma ainda estava seca, não esperava
pela chuva que se abateu sobre o local e por essa razão não estava preparada
com feitiços impermeabilizantes. Foram sentar-se na cozinha e Martina fez um
café.





- Você estava com ele? - Perguntou a amiga, depois de
algum tempo.





- Com ele quem? - só pensava em Malfoy. Os dois após os
quinze tumultuados dias que o rapaz esteve na enfermaria, ainda que irritado,
prezara bastante o zelo com que a moça cuidava dele e um ano mais tarde
tornaram-se namorados, ainda que ocultos.





- Com ele, sim. Com o... - Desde que chegaram na casa de
Martina e mesmo antes, a amiga pode perceber os furtivos sumisso da amiga.





Virginia balançou a cabeça, não havia necessidade de Martina
continuar, mesmo por que ela desconhecia o nome real da pessoa com a qual
sugestionava.





Tina, como era chamada por Ginny, já sabia parte da
verdade, não havia muita necessidade de forçar a amiga a falar mais. Ela
acabaria por lhe contar, mais cedo ou mais tarde.





Virginia continuava sentada, séria, os olhos fixos na
mesa. Em parte achava que era correta em não seguir todas, as mínimas regras
impostas, mas também se sentia péssima por precisar manter segredo. Que mal
tinha eles serem namorados, se gostavam, era suficiente, somente para ambos,
pois quando a noticia fosse dada cairia como uma bomba.





- Tina, preciso ficar só. Prometo que não será por muito
tempo, depois conversamos e acho que será a hora de contar-lhe toda a verdade,
já que partes você conhece...- Virginia ergueu-se da cadeira em que estava sentada
- Vou para o meu quarto.





- Gina, você não precisa me contar nada, sou sua amiga e
pretendo continuar sendo... Só me fale qualquer coisa se realmente quiser.





- Você às vezes parece tão mais madura que eu, e temos a
mesma idade, até nascemos no mesmo dia.





- Tolice... Não pense nisso agora. Vá pro quarto, você
levantou bem cedo, está toda molhada... deve deitar-se e dormir um pouco.












- Obrigada Ica. - agradeceu.





- Ica feliz em servir tão gentil senhora... - adiantou-se
em completar - E senhor.





Ao que o elfo saiu, ficaram somente os dois na sala e
Draco adiantou-se:





- O que acha de nessa semana transferir nosso quarto para
essa ala, no térreo?





- Eu tenho opção de escolha? - perguntou já conhecendo a
resposta.





Virginia já tinha concordado que quando estivesse chegando
à última semana de gestação evitaria subir e descer escada e por isso
passariam, ela e Draco, a ficar instalada em um dos inúmeros quartos da ala
inferior da mansão. Draco bem que tentara mudar antes, achara que aos sete
meses de gravidez a esposa cederia e concordaria, mas Ginny permanecia
irredutível e dizia que se era da escolha dele que ele fosse só, que não estava
incapacitada de ir para seu quarto e que não deixaria de fazê-lo. Só passou a
cogitar a possibilidade quando no oitavo mês achou bem mais pesada a barriga e
ponderou consigo mesma sobre a possibilidade, mas ainda assim não deu o braço a
torcer e aceitou apenas que o fato acontecesse nas últimas semanas...





- Ok.





- Sábia escolha - Ginny mostrou a língua ao esposo que achou
graça da infundada criancice e animação inexistente na resposta. - Você fica
encantadora quando contrafeita, senhora Malfoy.





- Que elogio! - Ironizou a ruiva que involuntariamente
acariciava sua barriga com a mão esquerda.





Ginny continuava pequenina e aparentemente frágil, os
cabelos vermelho fogo, lisos e com cachos nas pontas permaneciam, os olhos
castanhos expressivos, e diferente de antes seu grande orgulho a barriga
crescida por conta da gestação avançada.





Um elfo surgiu à porta trazendo uma bandeja com as
correspondência e o jornal matutino. Feita a entrega à criaturinha de grande e
esverdeados olhos, orelhas medianas e vestindo uma farda de riscas azuis e
brancas, saiu.





- Vejamos, Senhor e Senhora Malfoy, e outra, mais uma...
Senhora Virgínia W. Malfoy, Senhora Malfoy, Gin Molly... Ah, muito bem, para
mim apenas o jornal. - Draco lia as correspondências, só vinham para sua casa
convites, periódicos e cartas pessoais, as demais correspondências iam direto
para o escritório.





O louro desenrolou o jornal e leu rapidamente as matérias
de capa, teria mais tempo no escritório, e até mesmo o faria com mais atenção.





- Quer torrada? - Ofereceu uma mordida da sua. Draco
mordeu a pontinha e beijou os lábios da esposa.





- Tenho que ir. - Draco dobrou o jornal e o abandonou
sobre a mesa. Ginny mostrou-se descontente com a noticia, mas não disse nada. Por
alguma razão desejava que Draco não fosse pro ministério, ou o que no mais
provável dos casos, ele voltasse mais cedo, que não a deixasse só por muito tempo.
Alguma coisa lhe dizia que precisaria do esposo tão logo.





Depois que ele saia para o ministério ela ficava só, e não
tinha absolutamente nada que pudesse realmente fazer para distrair-se que não
fosse incomodar, devido à barriga crescida. Desde que completou sete meses de
gestação tinha ficado entendido que ela deveria descansar. Aparatar estava fora
de cogitação, pela lareira, via flú, só se desejasse ficar enjoada, os enjôos
não tinham a abandonado após os primeiros meses, e a casa era um pouco afastada
para caminhar sozinha, geralmente Draco a levava de carro, por incrível que
parecesse o rapaz interessou-se e adquiriu um modelo bruxo, bem parecido com os
automóveis trouxas, só que com mais opcionais e funções, ou mesmo chave de
portal, mas como não tinha se manifestado a respeito Draco não tinha providenciado.





- Eu sei. - ela levantou junto ao marido e o acompanhou
até o salão de comunicação e aparatagem interna. - Almoça comigo hoje?





- Acredito que não seja possível, ainda assim aviso,
certo? - Draco acariciava o rosto delicado que tanto amava. Deu um beijo na
testa e outro sobre os lábios, desaparatando em seguida. Virginia deixou-se ficar
entorpecida uns poucos instantes pelo carinho do marido. Um elfo apareceu e lembrou-lhe
que a senhorita Martina queria lhe falar.





Antes ainda de fazer qualquer coisa e até mesmo retornar o
chamado da amiga receber um arranjo de lírios e também soube que almoçaria sem
Draco. O arranjo era comum, Draco sempre a presenteava com arranjos diversos.





Chamou pelo nome da amiga e qual não foi sua surpresa
saber que ela não estava na Noruega, mas na Inglaterra. A amiga ficaria toda a
semana, estava havendo uma palestra de medicina bruxa na área de pediatria, que
era a especialidade de Martina, e perguntava quando poderiam se ver. Gina logo
respondeu que estava em casa todo o tempo e que se ela quisesse poderiam
almoçar somente as duas.





Há quase um ano as amigas não se viam, mantinham contato
por carta e às vezes pela lareira. Não, isso não era suficiente, ainda restava
muito a ser conversado.





A loura tinha então combinado que na metade da manhã iria
vê-la, aquele dia por ser o primeiro não teria muito a ser assistido e antes do
horário do almoço teria terminado.





A manhã passou lenta, Gina acompanhou a mudança de alguns
pertences, seus e de Draco, para o outro quarto e esperou a chegada de Martina.
As costas tinham deixado de doer. O quarto da biblioteca, como era chamado,
tinha esse nome por ser o mais próximo ao local, era tão bom e confortável
quanto o seu próprio.





No fim da manhã Martina chegou, então.





As duas saíram para os jardins. E lá mesmo o almoço foi
servido.





A arquitetura externa da residência exibia colunas. O
jardim, elaborado sobre laje e com apenas cinqüenta centímetros de profundidade
de terra, ficava em cima do andar inferior da casa, onde estava localizada a
cozinha e o laboratório de poções de Draco. Misturando o verde da grama e o
areia da pedra do calçamento, com gardênias, camélias, azaléias, gérbera,
crisântemos, solidago, áster, amarílis... A um canto dos quase mil metros
quadrados de jardim uma fonte d'água guardava seus próprios segredos, sempre
tinha estado naquele local e ao ser construída a casa tinha permanecido, em
outra parte um belo quiosque tinha sido erguido para almoços e jantares ao ar
livre.


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