Finja



Capítulo 2.: Finja


(que não me quer)




N.A.: Oi gente!

Fala sério, isso aqui foi o recorde de velocidade! xD

Thanks a MarauderMaHh pela betagem

Obrigada pela força!

A todos, Boa leitura e... a gente se vê lá embaixo...







Hogwarts, 18 de fevereiro de 1977



Pergaminho amassado e magicamente colado.



‘Quer se casar comigo?


Eu decidi que você era especial...’




DROGA!

Eu estava encarando há uns dois minutos a minha prova de História da Magia, e tudo o que eu conseguia pensar era... SURPRESA! James Potter! E talvez o zero bem redondo que eu ia tirar se não conseguisse me focar na prova.

Depois daquela declaração linda, eu havia fugido do Potter como o diabo foge da cruz. Eu não podia simplesmente ficar muito tempo no mesmo lugar que ele sem que as minhas reações fossem as mesmas de uma garotinha de treze anos.

Então, a melhor cura no meu atual estado de Potterose seria fugir.
Ahn, vocês não sabem o que é Potterose?

Dicionário multi-funcional de Lily Evans, por favor!

Está aqui, na letra P, de Potter:


Potterose: Virose provocada por indivíduos chamados James Potter. Geralmente conduzem a muitas trocas de microorganismos bucais (conhecidas como ‘beijos’), e a coisas piores. (Como por exemplo ‘ se apaixonar’).

O melhor método para a cura definitiva de Potterose é: se manter o mais afastada do agente transmissor e o mais perto de livros, pergaminhos e sonserinos quanto possível, ou seja... fugir. E isso deu muito certo.

Claro que deu certo! Eu passei a maior parte do tempo dentro do dormitório feminino, ou dentro do banheiro feminino, e sentando-me o mais longe possível dele nas nossas aulas em comum, e tudo bem. Potter parecia muito ocupado ultimamente.

Mas hoje, eu não tive escapatória... afinal, era prova. Prova para qual, aliás, eu não estudei absolutamente nada... e eu estou ferrada.

Muito bem, Lily Evans, concentre-se, concentre-se! Focus, focus, diriam alguns. Não importa o idioma, minha querida Lily, simplesmente se concentre e leia a primeira questão.

Isso... muito bem. Respira fundo... Vamos lá.

1) Qual é o nome do vigésimo quinto soberano dos duendes?

R.: Não tenho a mínima idéia.

2) Quem foi Catrina Qüille?

R.: Provavelmente uma mulher.

3) Qual foi o maior bruxo das trevas do século XV?Justifique sua resposta.

R.: O que inventou o Abra Kadabra. Porque eu simplesmente odeio o ‘justifique a sua resposta’ bah!


4)Quantas revoltas dos duendes existiram?

A) 30
B) 15
C) 25
D) 54

Eu acho que é a A. Porque o nome de uma das minhas melhores amigas começa com a letra ‘A’, Alice. Então, que seja A.

Ai meu Merlinzinho. Tô ferrada.

Muito bem, esse tal de Potter tá começando a me deixar irritada. Porque pra começar, se eu não estivesse pensando nele, eu teria estudado. Se eu tivesse estudado, eu saberia alguma coisa; e como se não bastasse, eu simplesmente não consigo me concentrar na prova com ele na minha frente, se mostrando. Sim, porque não existe outra palavra pra isso, ele está se MOSTRANDO.


Desenhando qualquer coisa num papel, enquanto bagunça os cabelos e sorri pra qualquer coisa que use saias. Merda. Tô ferrada.

Calma, vamos Lily, calma. Você vai conseguir. Se concentra: qual é o nome do vigésimo quinto soberano dos duendes?... Vamos lá, Lils, você é boa, você sabe...

‘- Mais cinco minutos !- o professor Binns anunciou tediosamente, enquanto flutuava a alguns centímetros do chão.

Me diz, você sabe alguma oração realmente boa? Porque eu estou precisando de um milagre aqui... E pouca coisa não vai adiantar não...

‘- Vamos, passem os pergaminhos com as respostas para frente!

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

Adeus vida perfeita sem notas ruins no boletim! Adeus horas e horas sendo elogiada pelos professores! Adeus respostas perfeitas para minha irmã chata!

Eu acho que vou... Eu acho que vou...

‘- Lils?- Alice acenou, vindo em minha direção - E aí, foi bem?

Me limitei a lançar-lhe um olhar de desespero.


‘- Prova mole, né?- Remus falou, enquanto cumprimentava a nós duas e aos marotos. - o que acharam?

‘- Muito fácil.- Potter concordou. Ai...

‘-Tirei de letra. Não vamos precisar estudar mais o resto do ano - Sirius sorriu arrogante.

‘- Fale por você! Mas concordo que não estava difícil. - Pettigrew disse, guardando desajeitadamente uns pergaminhos em sua mochila.

De repente fica tudo negro, surge uma luz branca que foca em mim.

‘- Ai de mim! Ai de mim! Tristes horas são tão longas1! Até o Pettigrew se deu bem nessa prova e eu vou ser humilhada publicamente! Ai de mim, ai de mim!

‘-Lils?- Alice estava passando a mão na frente dos meus olhos - Tudo bem? Liilsss??

‘- Flor?- Potter se uniu a Alice - O que houve com ela?

‘- Será que ela não está em estado de choque?- Remus indagou - Talvez a gente devesse jogar um pouco de água fria e...

‘- Eu estou bem. - falei simplesmente, antes que, além de tudo, ainda tivesse que ir pro dormitório encharcada. - Só lembrei que tenho que... que... - Muito bem, Evans, ‘tem que o quê?’

Lista de Opções da Lily:

A) Ir ao banheiro - Ei, por um acaso alguém se esquece que tem que ir ao banheiro?? Não muito improvável...

B) Ir beber água – Tá, e o Potter vai junto né? Não. Impensável.

C) Pegar um livro?- Clichê... Mas essas sempre são as melhores.

Feito!

‘- que... o que Lily? - Potter sorriu amigável – Parece que você se esqueceu de novo! - ele riu de algo, mas não parecia ser de mim. Era como se ele... tivesse tentando ser simpático.

Interessante, Sherlock Lily, interessante.

‘- O meu livro de poções! - eu fiz cara de assustada - Eu vejo vocês depois!

‘- Ei Lily!- Black gritou - Poções é só na segunda e nós estamos na quarta!

Meros detalhes técnicos, Black, meros detalhes técnicos.

Saí rumo ao dormitório feminino e resolvi escrever um pouco. Ia me fazer bem, desabafar tudo o que havia acontecido não?

Pois é, não.

É meio chato você descobrir isso quando já colou o pergaminho que havia escrito durante a prova, tentando esclarecer sua mente e, bem, não funcionou. Mas como a minha mãe sempre dizia, nada como um dia após o outro... Se eu tentasse antecipar a noite, talvez...

Bem, nem adianta dizer que ainda não recebi meu diploma de bruxa do tempo, então foi inútil eu ficar aqui tentando fazer anoitecer depressa, então, eu resolvi fazer a única coisa que uma pessoa sensata poderia fazer nessa situação.

O quê? Me matar? Não, ainda não cheguei a esses extremos...

A noite não quer vir? Dane-se. Vou dormir assim mesmo. Sabe, pra esquecer o vexame da prova e coisas assim, nada melhor do que dormir.

Quer se casar comigo?”

Lá vamos nós...

Calma, vamos lá, apaga. Apaga. Isso, tudo escuro. Muito bem.

‘Eu decidi que você é especial’

APAGA LOGO, CONSCIÊNCIA ESTÚPIDA!

‘..’

Muito bom.

Vira para um lado.

Vira para o outro lado.

Travesseiro na cabeça.

‘- Atchin!

Levanto. Fecho a cortina com violência. Volto. Me enrolo no cobertor.

O travesseiro cai no chão.

‘- Merda!

Me reviro na cama e tento pegar o travesseiro, sem abrir os olhos.

Meu pé fica preso no cobertor.

Eu caio no chão.

‘- Lils?-Helizabeth abriu a cortina delicadamente, e enfiou a cabeça lá dentro. - Tudo bem com você?

‘- Eu pareço estar bem?- minha voz veio das profundezas do inferno.

‘- Não.- ela respondeu sinceramente.

‘- Obrigada.- dei de ombros.

Helizabeth sorriu amigavelmente, e se sentou no ‘ amontoado de panos’ que um dia eu chamei de cama.

‘- Vamos, Lils, o que aconteceu com você?

‘- Me ferrei em História da Magia. - choraminguei.

‘- Mas estava tão fácil! - ela não parecia conformada.

‘- Eu sei!- falei em um tom de desespero - Estava patética! Mas eu não sabia nada! NADINHA, Helizzie!

‘- Entendo... - ela parecia pensativa - Bem, você pode recuperar no resto do ano. Relaxa, Lils, você passa.

Continuei emburrada.

‘- Hey, Lils... - Helizzie sorriu, afastando uma mecha de cabelo que caía no meu rosto - Não é só isso que tá te perturbando, não é?

Malditas-melhores-amigas-que-sabem-tudo-o-que-você-vai-pensar-antes-que-você-pense.

‘- Não. - suspirei. - É que...

‘- É que...? –Helizzie tentou me ajudar, mas era inútil. E lá estava eu, mais lerda do que internet trouxa discada, travando mais que computador velho, voltando na droga dos flashbacks que eu me recuso a repetir aqui por motivos óbvios.

Sabe qual é a parte ruim dos flashbacks? É que você não pode simplesmente pedir que eles parem; eles ficam na parte incontrolável da sua consciência. É algo como digerir comida ou respirar: você não controla. É uma droga.

‘- Liiily? - eu odeio o meu nome: ele sempre me trás de volta à realidade quando eu não quero vir.

Tipo assim, tudo o que eu queria era dormir, dormir, dormir e comer um pote de sorvete de chocolate, com granulado de chocolate, com pedaços de chocolate, MM’s, calda de chocolate, com bombons de chocolate recheados de licor de cereja e mais calda de cereja por cima.

Tudo bem que se eu comer isso e não ficar diabética é um milagre divino, mas ainda assim crise existencial sem chocolate é dose.

Ai-Meu-Deus, eu estou em crise existencial sem chocolate!

AHHHHHHHHHHHHH!

‘- Liiiiiiiilyyyyyyyyyyy!- Helizzie começou a sacudir a mão esquerda na minha frente; gesto que não serviu de nada para aplacar a minha crise.

Oh, Merlin! Crise existencial sem chocolate! Problemas na vida amorosa sem chocolate. Peraí...

Eu tenho vida amorosa?

AAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!

E naquele momento de absoluto pânico, a única coisa que eu pude dizer foi:

‘- Helizzie... tem... chocolate? - Helizzie me encarou como se eu fosse uma alien, ahn, mas fala sério! Eu só estava precisando de chocolate!

‘-Ufa, pelo menos você respondeu... - ela sorriu - Está tudo bem, Lils. Eu vou malocar2 algum do estoque da Lice, ela não precisa de 2.456 chocolates debaixo da cama mesmo.

Tudo o que eu pude fazer nesse momento foi respirar profundamente de alívio... E comer trinta e seis sapos de chocolate.


Hogwarts, 18 de fevereiro de 1977, a noite.


Nossa, nem sei por quantas horas eu dormi. Sabia que sapos de chocolates são a nova oitava maravilha do mundo? Eles são.

Enfim, mesmo que você não acredite, eu acordei mor-ren-do de fome. Juro!


Sabe, diário, às vezes eu acho que você deve agradecer por ser um monte de papel. Você não se ferra numa prova de História de Magia, você não é perseguida por um cara que você não sabe mais se odeia ou não, você não é assediada por crises existenciais nem por necessidades de chocolate, muito menos por fomes absurdas.

Pois é, mas eu sou uma reles Lily do Lily’s World... ai, ai.. Vamos parar com a enrolação Lily, que você tem muito estômago pra encher se quiser completar o seu tanque combustível de sono.

Nem preciso dizer que eu me arrastei até o salão comunal, e desse até o retrato da Mulher-Gorda. Em todos os lugares por onde eu passava só se ouvia ressonares de pessoas (ou quadros. Você não vai acreditar em mim, mas eu vou dizer assim mesmo. Sabia que alguns quadros ‘ressonam’ mais altos do que os meninos da Grifinória? Não que eu tenha ido lá, é claro. Mas o ronco de Pettigrew é tão alto que você não precisa ir muito longe pra saber se os marotos estão na torre ou não... E eu falo sério!) que dormiam tranquilamente. Claro!

Ninguém tem um estômago cretino que acorda por volta das duas/três da madrugada para vir atrás de comida. Isso é decididamente um absurdo!

Continuei caminhando pelos corredores vazios e assustadores de uma Hogwarts às escuras... Droga, aonde era a cozinha mesmo?

Parei num corredor para me guiar, e senti uma corrente de vento frio passar, rasgando minha pele. Droga, eu tinha de sair do quarto usando só uma mísera camisola? Cadê o meu senso de auto-proteção? Ahn, lembrei, ele tava dormindo...

Como a criatura extremamente inteligente aqui não trouxe a capa de verão, muito menos a de inverno, nem a de outono, nem absolutamente nada que preste pra me esquentar um pouquinho que seja, vou morrer de frio. Merda.

Por que o frio inglês tem de ser tão frio? Não podia ser um pouquinho mais ameno?

Mas não, é claro que não! Quando Deus criou o mundo, ele disse: Que o Brasil e os outros países tropicais sejam quentinhos, com frutas e animais estranhamente interessantes, e que a Inglaterra e o resto do mundo virem gelo! Ahauauahauauah!

Pois é. O que eu tava falando mesmo...?

Ahn, sim. Sobre eu estar morrendo congelada nas geleiras do Pólo-Sul, ops, nos corredores de Hogwarts.

Eu ia voltar a caminhar quando eu vi algo estranho no chão... Um pergaminho.

Fiquei extremamente curiosa. Oras, o que podia ser aquilo?

A minha boa educação mandou eu não abrir, porém a minha curiosidade mandou eu abrir logo de uma vez, já que não tinha ninguém olhando; e o meu estômago falou para eu mandar as duas plantar favas e ir comer alguma coisa. (Droga, estou cada vez mais parecida com Peter Pettigrew).

Guardei o bilhete no bolso e segui para a cozinha.

Estava cruzando um corredor escuro demais para eu saber qual era, quando alguma coisa me puxou.

‘- O que está acontecendo?- perguntei para a ‘coisa’.

Mas a ‘coisa’ não me respondeu. Pois é. Eu também odeio ser ignorada.

A partir daí, foi tudo muito rápido. Num minuto, eu estava me xingando por estar sendo carregada por alguém, e no minuto seguinte eu estava entre uma parede fria demais para a minha camisolinha de seda e a ‘coisa’ que eu ainda não tinha identificado quem era ou, ai Merlin, o quê era.

Quando eu me toquei disso, comecei a tentar me soltar, porém o que quer que estivesse me prendendo era realmente mais forte do que eu. Estava entrando em pânico, e se fosse um tarado? E se fosse o... ai, que nojento, mas e se fosse o Snape? Merda, eu tinha que sair dali.

Tentei me soltar desesperadamente, estava ficando nervosa, irritada... mas o que quer que estivesse me prendendo ali era muito mais forte do que eu, e não me deixou sair.

Senti um perfume suave e doce de rosas inundar os meus sentidos, me enfeitiçando e inebriando.

‘- Quem é você?- perguntei, assustada, minha voz saindo um pouco trêmula demais para o meu gosto. Não queria parecer afetada pela proximidade tão... insinuadora de alguém - sim, eu já tinha definido que era alguém .- que eu não sabia quem era.

‘- Shhh.. Fique quieta, Lils. Não estrague tudo... - Aquela voz...

Era uma voz suave e ao mesmo tempo rouca, cujo timbre eu sabia que conhecia de algum lugar, apesar de ainda não ter definido da onde.

A mão, delicada apesar de grande e claramente masculina, acariciou meu rosto com delicadeza e... amor? Não, não podia ser amor... devia ser carinho...respeito... alguma coisa nesse nível... nunca... amor?!

Eu sentia a respiração dele cada vez mais perto, e já poderia arriscar que o hálito dele tinha um aroma agradável de menta; refrescante, viciante...

Senti minhas pernas vacilarem; estava nervosa, como se um grande evento estivesse prestes a acontecer... Uma coisa que poderia mudar minha vida para sempre... E eu não estava gostando disso.

Cerrei meus olhos involuntariamente, como se estivesse completamente hipnotizada pelo momento, e logo senti uma pressão leve e quente sobre meus lábios, pressão essa que fez sumir imediatamente todo frio que eu sentia, mandando ondas de calor, aquecendo meu corpo e meu coração.

Estava assustada, o que viria agora? Tinha uma grande vontade de abrir os olhos, de vê-lo, de olhar bem dentro das orbes dele e perguntar o que estava acontecendo ali, mas não pude: minhas pernas fraquejaram no exato momento em que meus lábios desgrudavam do toque quente e carinhoso dos dele.

Ele me abraçou amorosamente e me apoiou, eu envolvi os braços no pescoço dele para me apoiar melhor - que isso fique bem claro: pra me apoiar melhor - e ergui minha cabeça na direção dele lentamente, a imagem dele tinha começado a tomar foco, graças a luz bruxuleante da vela que tinha sido magicamente acendida por ele enquanto me auxiliava a ficar de pé.

Estava zonza e desnorteada, talvez, essa seja minha única defesa, pois quando ele se aproximou de novo, eu apenas pude prever que um novo beijo aconteceria.

Mas você lembra que todos sempre dizem que o primeiro beijo é um sonho? Pois eu concordo plenamente, o primeiro beijo é um sonho... E o segundo? Ahn, o segundo é pura realidade...

Esse foi meu único pensamento no momento, além do meu tremendo desapontamento comigo mesma por não ter descoberto quem era o tal misterioso que beijava muito bem. Muuuuuito bem, como diria Alice. Bem até demais.

O segundo toque foi mais breve, mais perigoso, mais caliente. Senti uma descarga elétrica inteirinha cair sobre o meu humilde corpo quando ele me beijou... E quando eu o beijei.

É loucura, uma completa e estúpida loucura você beijar alguém que não tem a mínima noção de quem é, mas o modo como foi acontecendo tudo, me envolveu, hipnotizou, não sei explicar. Só sei que era como voar... E cair... Inexplicável. Todo aquele medo, aquela ansiedade, aquele frio na barriga... E ao mesmo tempo, toda vontade de que nunca acabasse, que eu ficasse pra sempre naquele dilema mortal, naqueles braços e com aqueles lábios sobre os meus.

Cheguei à conclusão de que estava insana, tão insana quanto jamais tinha ficado em toda minha vida. E feliz. Estupidamente feliz. Ansiosa, e tão nervosa que chegava a dar um nó no meu estômago.

Estava ficando difícil de respirar; e mais difícil ainda ficou de fazê-lo quando o beijo encerrou-se. Por si mesmo, pois aparentemente, nem eu, nem ele queríamos fazer isso.

A ansiedade quadruplicou-se quando eu soube que era pressuposto eu abrir os olhos, mas eu tinha muito medo. E se na verdade, o meu príncipe fosse um sapo? E se na verdade, tudo aquilo não tivesse passado de um sonho?

Eu pisquei forte, assustada, amedrontada, e abri meus olhos hesitantemente.

Aparentemente, ele não poderia esperar muito tempo mais para saber minha reação, e com muita delicadeza, segurou meu queixo com a mão e o ergueu lentamente.

Levei um choque quando percebi o que estava acontecendo e com quem estava acontecendo...:

‘- James...Potter...? - o moreno de olhos esverdeados sorriu levemente, e acariciou meu rosto com a mão livre - O que...



‘- Shhh. Eu te amo, Lils... - ele sussurrou, brincando agora com uma mecha de cabelo minha, antes de ajeitá-la atrás da orelha.

Eu sorri, minhas bochechas estavam quentes; tenho quase certeza de que ficaram vermelhas também. Mas, por Merlin, o que estava acontecendo?

Lily Evans, é James Potter! Ele não é nem nunca será o seu Príncipe Encantado! Saia daí já antes que você faça mais besteira!

Eu tentei me afastar dele, mas isso foi impossível visto que ele continuava me prendendo contra a parede. Respirei fundo e reuni toda a minha força de vontade.

‘- O que você pensa que está fazendo, Potter? - perguntei, controlando minha voz para que ela não saísse por demais agressiva ou assustada.

Ele suspirou, parecendo completamente exausto.

‘- Lily...

‘- Evans. - apressei-me em corrigi-lo.

‘-Evans, - ele deu de ombros, como se não se importasse com isso - vamos agir como adultos e parar com esses joguinhos, certo? Nós dois sabemos muito bem o que acabou de acontecer aqui, e não foi pouca coisa. - ele respirou fundo - Você não vai mais poder fugir dizendo que não sente nada por mim, esses beijos foram a prova de que James Potter e Lily Evans têm sim sua chance de dar certo!

‘- Do que você está falando, Potter? - indaguei, fingindo não ter entendido.

‘- Você sabe muito bem do que eu estou falando, Evans! - James suspirou novamente - Veja, estamos cansados de tudo isso... - ele passou as costas da mão no meu rosto, carinhoso. - Por que não pôr um ponto final nessa história? Por que não ficar juntos de vez?

‘- Potter, você não está falando coisa com coisa...

‘- Sim, eu estou. E você sabe muito bem que eu estou. - Ele meneou a cabeça, como se soubesse que tudo aquilo era um esforço inútil... E bem, era mesmo. - Por que você não me dá uma chance? Uma chance, só uma...

Uma chance... Que mal poderia haver em uma chance? E ele tinha feito aquela declaração tão linda...

Chega, Lily! Você já está tendo pensamentos românticos de novo. Chega!

‘- J-James... - eu soltei, sem querer, mas acabei me alegrando de leve por isso... Ele me lançara um sorriso tão bonito... Como se estivesse... agradecido...

‘- Aceita?- ele pediu, encarecidamente, e eu estava me indagando o que diabos eu deveria aceitar ou não.

‘- O que?- perguntei a ele, que pareceu curioso.

‘- Você recebeu o meu bilhete, Lily? - SOCORRO!

EU QUERO LEGENDAS! EU NÃO ESTOU ENTENDENDO NADAAAAAA!

Certo, calma, Lily. Não entre em pânico.

‘- Bilhete??

‘- Ué, isso mesmo. - James bagunçou o cabelo preguiçoso - Vai me dizer que não recebeu?

Programa de vasculhamento cerebral de Lily Evans ativado.

Total de bilhetes recebidos no dia de hoje:
0

‘- Eu não recebi... - eu tive de dizer, por mais clichê que possa parecer. Alguém aí lembra de algum bilhete?

Pois é. Nem eu.


‘- Eu deixei na sua frente quando eu ia pro Salão Comunal com os Marotos... - ele murmurou distraído.

‘- Na minha frente?- foi quando eu lembrei do papelzinho - Isso aqui?- eu peguei o bilhete no bolso (sim, tem um bolso na minha camisola, só que é um bolso, humn, interno. Foi meio complicado de pegar sem que o Potter visse nada que não devesse, eu admito, mas eu sou Lily Evans ou não sou?!) disfarçadamente e mostrei pra ele.

‘- Isso mesmo. Pode se explicar agora - James continuava muito emburrado, e eu ainda estava pedindo por legendas.

‘- Ahn, bem, eu peguei mais por curiosidade mesmo... Não cheguei a ler porque se não fosse pra mim ia ser invasão de privacidade, e isso é crime, sabia? Eu ainda sou muito nova pra ir pra cadeia... - disse séria.

James sorriu.

‘- Ai, Lily, você inventa cada uma... - ele revirou os olhos. - Muito bem, por que você não lê o seu bilhete agora? Duvido muito que você se processe por isso. - comentou divertido.

Ai, essas pessoas que se divertem tirando uma com a minha cara...

‘- E se eu não quiser? - indaguei desafiadora. Oras bolas, ninguém diz a Lily Evans, única sobrevivente da raça de Lily’s World, o que fazer!

Os olhos de James brilharam maliciosamente marotos.

‘- Acredite em mim, é melhor você fazer. Pro seu próprio ‘bem’... - ele sorriu malicioso - Afinal, ninguém poderia me culpar se você fosse sumariamente agarrada hoje a noite, não é mesmo? Ninguém mandou ser tão bonita e estar em trajes tão... - ele passou a língua rapidamente pelo lábio inferior e eu descobri de repente que não gosto muito desse gesto. Me causa arrepios. – sugestivos. - Potter me lançou uma piscadela marota.

Droga. Eu sempre me ferro.

Abri o bilhete lentamente, minhas mãos tremendo um pouco. O que poderia ser?

Dentro do papelzinho, porém, só havia uma palavra:

Hogsmeade?

‘- Peraí, Potter. - eu falei hesitando, quando ele resmungou alguma coisa que lembrava vagamente ‘ voltamos aos sobrenomes’-O nosso próximo passeio em Hogsmeade é só daqui a... duas semanas.

‘- Isso se você quiser ir pelas regras da escola... - ele me lançou uma piscadela.

‘- Eu acho melhor não... - comecei, mas James me interrompeu.

‘- O que você pensa que estava fazendo, Evans?- Uhhh... Ele me chamou de Evans. Adianta eu dizer que a situação tá preta? Não? Ahn, tá.. obrigada.

‘- Eu? - murmurei, confusa. Afinal, o que eu estava fazendo? Nada... além de dispensá-lo, é claro. Mas eu estava até sendo gentil com ele! - Dá pra ir mais devagar, Potter? Eu acho que ainda não acordei... e meu cérebro tá lerdo, lerdo...

‘- Cadê a Lily corajosa pela qual eu meu apaixonei? - ele perguntou, parecendo furioso - Pare com isso, droga, seja você mesma! Eu odeio quando você age assim!

Baixei a cabeça, ligeiramente envergonhada.

James sorriu doce - peraí, ele não estava furioso a dois minutos atrás? Depois sou eu que mudo de humor rápido! - e acariciou o meu cabelo gentilmente.

‘- Pare de se importar com o que os outros vão pensar de você, Lils. Aja com o seu coração, depois com a razão... - ele sussurrou, ainda mexendo no meu cabelo. - E não fique mais assim, tá? Eu prefiro quando você grita comigo, porque você quer gritar, do que quando você não aceita sair comigo educadamente, pelo medo de que sua perfeita reputação seja manchada.

Eu respirei fundo, me deixando se abraçada e confortada por ele. Senti uma sensação reconfortante, uma paz, um sentimento agradável de segurança, como se eu soubesse que nada de mal me aconteceria.

Mas por que raios! Aonde aquilo iria parar??

Me afastei de James quando notei que aquilo já estava indo longe demais.

‘- James, chega. - eu o empurrei gentilmente - Chega, por favor, chega. - suspirei, enquanto me separava dele - A gente não tem absolutamente nada a ver, James.. Me esqueça, por favor... - eu pedi, enquanto me afastava a passos rápidos.

‘- Finja, Evans. Vamos, isso mesmo, continue fingindo... Vamos ver até quando você vai conseguir fingir que não me quer... - ele riu, irônico.

E, internamente, eu não pude deixar de me fazer a mesma pergunta.

Até quando eu vou conseguir fingir que não quero nada com Potter?






Observações da Autora:

1.: Trecho retirado da obra de Shakespeare, Romeu e Julieta.



2.: Malocar é uma espécie de gíria que uma amiga minha falava e que meio que ‘pegou’ na minha escola. Nem sei se essa gíria existe em outros lugares, mas eu simplesmente não arrumei palavra melhor. Então, aqui estou eu para explicar o significado dela! XD. Bem, ‘malocar’ significa roubar alguma coisa com intenção de devolver algum dia. Algo como ‘pegar emprestado’ mas a pessoa necessariamente não precisa saber que você pegou isso emprestado, entende?XD



Momento Invisível da Miss Huyu:


Olá a todos. Sim, eu estou usando a capa de invisibilidade, eu peguei ela emprestada do James, só que ele ainda não sabe disso, então fiquem quietos.



Meu Merlin, o que foi essa cena de beijo? MarauderMaHh, minha querida beta( empina ligeiramente o nariz ao dizer a palavra beta), agora você já sabe por que eu me atrasei tanto. Essa cena me tirou o sono por semanas!.. desde que essa fic começou eu já estava com medo dela.


E lá estava no meu ‘roteiro’ de FT: e eles se beijam. Agora eu entendo por que as cenas mais complexas são as que, no início, parecem mais simples.


Sinceramente? Odiei esse capítulo. É meio revoltante quando você escreve seis capítulos dois diferentes e, no final de tudo, você olha pro capítulo escolhido e diz: ‘odiei esse capítulo’. Você sempre fica com a sensação de que vai acabar escrevendo mais uma versão..XD

Mas eu não podia demorar mais, né? Pôxa, tinha tanta gente querendo um capítulo novo...

Enfim, espero que eu tenha conseguido alcançar as expectativas de vocês!/ Miss Huyu fica pulando pra alcançar a palavra ‘expectativas’/ mas é que eu sou tão baixinha.../faz cara de triste/...


Bem, eu ainda estou num momento um tanto complicado aqui, por que eu vou ter que dividir o meu bebê com a MarauderMaHh (afinal, ela é minha beta) e eu, Lily Evans, James Potter e todo o resto do elenco de Fairy Tales gostaria de te dar as BOAS VINDAS!^^ E, claro, falar que, apesar de você ser beta, você ainda tem que me mandar reviews aqui no fanfiction...XD AHauhauhauahuhauahauha.

SEJA BEM VINDA, MARAUDER!

Agora, venha aqui que o pessoal da Grifinória quer que você diga algumas palavras pros leitores de FT!

N/B: Oi gente.... Aqui quem fala é a MarauderMahh.... Tudo bom como vocês pessoazinhas lindas??

Bom... o que falar?? Fiquei muitoooo feliz com a homenagem da minha amiga... Miss Huyu... você é demais!

Só pra que vocês fiquem sabendo: ela escreve maravilhosamente bem... quase não me dá trabalho nenhum como beta... fazer o quê? Algumas pessoas nascem com o dom...

Capítulo comprido esse, né? Mas muitoooo legal! Eu ri muitooooo. Ai ai... essa Lily da Miss é incrível...

Falar mais o quê? Eu to muito feliz por ser uma das pessoas que mais sabem sobre essa fic... vocês não têm nem idéia do que está por vim... (na verdade, nem eu... mas pelas conversas que eu tive com essa autora, posso afirmar que serão coisas bombásticas)

É isso aí. Comentem!!! E pode deixar, Miss Huyu... assim que você postar esse cap eu vou ser a primeira a comentar.



Nota final da Miss: E aí? O que estão achando????

COMENTEM!
E, bem, tem mais um cap a ser postado hoje. *sorrindo*

Digam, eu sou boazinha, não sou? xD

Atualização TRIPLA!
Beijoos!

Compartilhe!

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