*Procurando-a...*






Godric’sVillage - Inglaterra - 1745


Todos no Castelo de Harrowgate estavam agitados e curiosos. Algumas criadas corriam do quarto da Rainha até a cozinha ou o contrário. A parteira berrava para que as ajudantes, sendo meninas muito novas e inexperientes, fizessem as coisas direito. Afinal. Estavam trazendo a vida o Herdeiro do Rei.
O Quarto onde Rainha Lílian estava fora arrumado especificamente para seu parto. Já que Rei James desejava o maior conforto para sua amada esposa. A História de amor da Realeza poderia ser sandisse para uns, mas para as romanticas moças de Harrowgate era um verdadeiro conto de Fadas.
Contrariando todas as normas e conceitos de um Príncipe bruxo, James, o único filho de Rei Vitor. Apaixonou-se pelos encantos da trouxa Lílian Evans. Não era difícil de entender porque James a amava. Lílian era doce, educada e de uma beleza reluzente em seus cabelos ruivos. Fora uma grande batalha até conseguirem se casar. E agora, três anos mais tarde a Rainha Lílian trazia consigo um novo regente. Nascera um varão para a grande alegria de toda Godric’sVillage. Um menino grande e belo, carregando os cabelos negros do rei e os olhos verdes da Rainha. Porém, por trás daquele pequeno bebê estaria uma grande ameaça. Uma ameaça que James e Lílian conheciam bem, uma ameaça que andava sobre pernas, Lorde Tom Riddle.

***


Paris – França – 1748



Três anos Depois...



As Roupas escuras rodopiavam pela as ruas de Paris. O Homem de feições finas e claras caminhava preocupado até avistar perto do poste de luz os ombros longos e definidos de seu superior.
_Fez o que lhe pedi? – Perguntou o homem. Lorde Tom Riddle era alto e tinha os cabelos ondeados arrumados em um bem feito rabo de cavalo. Poderia ser um homem atraente se não carregasse nos olhos a frieza dos mares nórdicos.
_Me desculpe meu Lorde. Soube apenas que a menina nasceu.
_Nasceu!- Esbravejou Tom Riddle. – De que me adianta saber que ela nasceu? Se não sei onde está!
_O que faremos meu Lorde?
_Procuraremos país por país. Cidade por cidade. Vila por Vila. Devastaremos o mundo a procura da mulher que gerará o meu filho. – A escuridão perpassou os olhos do homem.
_Mas Senhor. Como a reconheceremos? – Perguntou quase desesperado.
_Sabe muito bem o que a Profecia diz. “E ela terá a marca deixada pela vida passada no vale que corre entre seus seios.”
_E quanto à outra parte da Profecia?
_A parte em que diz que um varão príncipe nasceria três anos antes com a mesma marca e que isso os uniria? – O homem riu. – Esta parte já está sendo resolvida. Seja ela quem for... Eu irei achá-la antes dele!

***


Londres– Inglaterra – 1748




Á alguns minutos a mulher havia tido sozinha e silenciosamente sua pequena menina. Os cabelos loiros de Alexandra Granger estavam molhados e seus olhos azuis só podiam fitar a filha. A pequena menina herdara os traços do pai. Um pai que não tivera a chance de conhecê-la. Tudo por culpa daqueles homens. Pensou magoada. Queria levar a filha para longe de tudo aquilo, sabia que aqueles homens poderiam achá-la e levariam sua filha embora. Sabia que havia algo sobre sua filha, algo que não poderia explicar, mas seu instinto materno lhe dizia para pegar Hermione e levá-la embora e esconder-se.
_Vou tirá-la daqui minha menina! – sussurrou beijando os ralos cabelos do bebê.

Assim que tivesse condições de levantar-se, pegaria tudo o que lhe pertecesse e o pouco dinheiro que ainda tinha e iria para a Irlanda. Sabia que lá havia condados respeitosos no qual poderia criar sua filha sem que ninguém soubesse que a menina existisse. Com grande dificuldade levantou da cama indo em direção à banheira, a menina reclamou quando Alexandra mergulhou-a na água um pouco gelada.
_Desculpe querida, mas não temos fogo para esquentar a água... - Não terminou de falar ao notar algo na criança. Aproximou o rosto do pequeno e alvo corpo da filha notando que entre os seios havia uma marca. Era diferente de tudo que já vira... Era em forma de um raio.




1ª PARTE: Por trás das Brumas da Irlanda



Harrowgate - Inglaterra – 1753



Concentre-se. Pensou Harry segurando a espada em mãos. Seu Professor de Esgrima. Lorde Severo Snape era um homem alto de feições grossas e antipáticas. Harry não gostava dele e nem da maneira como este o olhava.
_Vou contar alteza... Um, Dois, Três! – Os dois começaram a duelar. Severo refletiu o quanto o Príncipe havia crescido naqueles dezoito anos e como se tornara hábil com a espada, mais alguns treinos e estaria melhor que ele próprio.



_É só isso que sabe fazer? – Provocou Harry. Severo atacou com mais força e o moreno se esquivou. _ Estaria você perdendo o Jeito Professor? _ Anelou sorrindo.




_Não seja patético e concentre-se no que está fazendo! – Lorde Snape parecia tentar se controlar, mas Harry podia ver as linhas de raiva em seu rosto.



_Ora! Eu estou muito concentrado... _Em um ataque magistral Harry girou a espada atacando com mais força e fazendo seu oponente cair no chão. Aproximou-se e encostou a ponta afiada no coração de Lorde Snape. _ Você é que não está!



Ora! Bufou de raiva levantando-se. No exato momento em que o Professor parecia querer falar-lhe alguns impropérios um Rapaz ruivo de olhos muito claros adentrou o lugar sem ao menos bater na porta. “Rony e seus bons modos!” Pensou Harry traquina.



_UAU! Finalmente venceu o sebo... quer dizer...O Professor Snape. _ Tanto Harry quanto o ruivo queriam rir ao lembrar do apelido que haviam dado a lorde Snape quando crianças. “Seboso”.


_Da próxima vez tente se concentrar! _ Disse Snape ajeitando as roupas.



_Usei uma estratégia Professor. Meu Padrinho Lorde Sirius me ensinou. Enquanto eu o distraía o Senhor perdia a calma e seus movimentos se tornavam mais impensados e previsíveis! _ Toda a cor do rosto do Homem se esvaio e sem dizer nada Lorde Severo andou até o porta espadas e guardou a sua, ajeitou sua capa e saiu pisando firme.


Ao escutarem o baque da porta, tanto Ronald como Harry começaram a rir da cena anterior:


_Eu acho que ele ficou com raiva. _ Disse o ruivo puxando uma espada.




_É... _ Ronald se curvou a sua frente apontando a espada para o Príncipe. _ Querendo lutar?



_Acha que tenho medo?



_Não. Sei que lhe ensinei tudo o que sabe. _ Os dois riram e iniciaram um duelo acirrado.



***


Condado de Neplin - Irlanda - 1753




Neplin era um dos condados da Fronteira. Uma paisagem típica Irlandesa, as flores e o verde se destacavam para onde fosse. Naquele momento uma menina de não mais que dezesseis anos se encontrava deitada em meio à mata que possuía a Floresta Zuriens. Aquele era o seu lugar preferido em todo o mundo, adorava escutar os uivos dos animais e o canto das águas que vinham dos mares que não estavam muito longe dali. Não gostava muito do mar, era bravo e frio. Assustava-lhe ás vezes, mas em outras... Na época de verão, quando o sol brilhava e o céu se tornava azul ela apreciava tomar banho lá.


Os cabelos cheios e castanhos estavam espalhados por toda a grama e ela sentia o cheiro de chuva, não que estivesse chovendo, mas de alguma forma ela sabia que iria chover. Havia coisas sobre ela, coisas que ninguém sabia a não ser sua mãe. Desde muito pequena ela apresentara poderes estranhos, podia fazer coisas que nenhuma outra pessoa podia. Contava assustada para a mãe, mas Alexandra achava que estava possuída pelo demônio e a levava para a Igreja onde o padre fazia todo um ritual de exorcismo. Parara de falar sobre o assunto depois que em uma dessas cessões de exorcismo o seminarista tentara colocar as mãos em seus seios. A partir desse dia fingia que não sentia aquela vibração estranha correr por seu corpo, ou o fato de ás vezes poder mexer objetos apenas com o poder do pensamento. Era por isso que gostava da floresta, era um lugar calmo e a natureza lhe causava uma sensação de bem estar que não sentia em qualquer outro lugar.

Não ia a Igreja, pois todos a acusavam de ter um pacto com o Diabo. Alexandra, sua mãe, nunca se opôs ao que as pessoas falavam. Na cidade não gostava de ver as pessoas a olhando torto. E nas festas e bailes que aconteciam nem perdia seu tempo em ir. As mulheres a olhavam com raiva e desprezo, os homens com um desejo rude do qual sentia nojo. Nunca namorara ou tivera um relacionamento com alguém, de tempos em tempos aconteciam infortúnios e alguns rapazes tentavam molestá-la. Ela é claro se esquivava e usava das técnicas que aprendera com seu amigo Xemiro Yang.
Xemiro foi o único amigo que teve durante toda sua vida. Era muito idoso e faria exatos dois anos que morrera. Ela gostava dele como um pai já que não tivera o seu. Enquanto as outras meninas aprendiam a agradar um cavalheiro e a arrumar uma casa. Xemiro lhe ensinava a embainhar uma espada e a canalizar aqueles poderes que todos abominavam. Dissera-lhe uma vez para que não tivesse medo daqueles poderes, que eles tinham sido dados a ela por um motivo e em um futuro próximo ela saberia qual. Aprendeu muitas coisas com Xemiro, a ler, escrever, cavalgar e pensar. Não ser apenas mais uma das moças fúteis que tinha em seu condado. Em uma de suas conversas contara a Xemiro a vontade que tinha de ir embora dali, de voar como um passarinho, o velho japonês lhe dissera que isso iria acontecer e que seu destino não estava ali. Ela acreditava... Ou melhor, queria acreditar com todas as suas forças que seu grande amigo estava certo.
Olhou para o céu sentindo seus olhos queimarem e uma tristeza grande assolar seu coração.

_Onde você está Xemiro? Preciso tanto de seus conselhos. Sinto que está na hora de ir... Mas não sei para onde... E nem por que. _ Sentiu uma voz calma sussurrar em seus ouvidos. “Espere o sinal”.



***


França – Paris – 1753




_Dezesseis anos! – Disse Tom Ridlle, agora um homem mais velho e com mais rugas de expressão na face. _ Dezesseis! E Vocês ainda não a encontraram seus inúteis!



_Tenho uma notícia para lhe dar meu mestre! _ Lucius estava radiante. _ Achamos a menina... ou devo dizer... a mulher. _ riu malicioso.



_Tem certeza?



_Sim. Condado de Neplin na divisa da Irlanda.



_Isso é maravilhoso. _ Um sorriso insano se abriu no rosto de Tom. _ Prepare os homens... Iremos conhecer minha futura mulher!



***



Godric’sVillage – Inglaterra – 1753




Harry observou todos os Lordes que estavam sentados nas cadeiras. Seu pai é claro, sentava no trono real junto a sua mãe a seu lado direito. E ao esquerdo estava ele. Começava a ficar impaciente. Disseram que o assunto era urgente! Sem querer olhou-se no espelho que tinha exatamente a sua frente do outro lado do salão. Lá estava ele. Um rapaz alto e forte, os cabelos um pouco longos e negros fazendo contraste com os olhos verdes. E é claro lá estava ela, sua marca de nascença em forma de raio, bem no meio de sua testa, corriqueiramente ela só o deixava mais belo. Sorriu para si mesmo pensando se não estava se tornando arrogante demais.


_O Fato é que descobrimos os novos passos de Voldmort, ou Tom Ridlle. _ Disse rei James. _ Não sabemos por que, mas uma de nossas fontes segura nos revelou recentemente que o próximo ataque será em um condado chamado neplin. Não fica muito longe daqui. Na verdade são apenas algumas milhas.


_O que sugere que façamos alteza? _ Perguntou Lorde Remo Lupin um dos amigos de seus pais.


_Juntaremos nossas forças armadas e iremos até lá! _ Algumas pessoas pareceram não concordar.


_Mas pra que?


_Segundo minha fonte, Voldmort foi buscar algo precioso. _ O Olhar de James se tornou penetrante. _ Preciso saber o que é!



Aquelas foram às últimas palavras de seu pai. Mas Harry sabia, pode ver no olhar de preocupação de sua mãe que o que Voldmort iria buscar era algo muito importante. Saiu da reunião pronto a ir para os aposentos de seus pais e perguntar a verdade. Mas não conseguiu dar muitos passos já que duas mãos agarraram as suas próprias. Olhou pra trás para contemplar o belo rosto de Ginevra Wesley, irmã de seu amigo Ronald.



_Então não fala mais com os amigos? _ Ela sorriu abraçando-o moderadamente. _Esses meses de viagem foram muito longos longe de você Harry.



_Sinto o mesmo Gina.



_Poderiamos tomar um ar... andar a cavalo talvez. _Harry riu. Ginevra odiava andar a cavalo, tinha medo.



_Perdoe-me Gina, mas tenho assuntos muito importantes a resolver com meu pai.



_Certo. Pode ficar para mais tarde então.



_Foi muito bom revê-la.



Saiu voltando-se para os corredores da ala Oeste. Gina era uma mulher bonita, sempre fora. Quando criança ela era quase como sua musa inspiradora, trocaram juras e realmente acharam que iriam se casar. Mas agora que tinha idade para tal Harry sentia que Gina não era a mulher para ele. Ele gostava de cavalgar, ela odiava. Ele gostava da natureza do ar puro, Gina preferia estar segura sobre as paredes de pedra do Castelo. As diferenças eram tão saturadas que ele não via como poderiam ser felizes juntos.



Entrou no quarto dos pais após bater e ouvir um “Entre!”. James estava sentado sobre a cama, às linhas do rosto muito preocupadas. Lílian deveria estar fazendo sala para os convidados.



_Pai, quero que me conte sobre o que Voldmort quer em Neplin. E não tente me enganar... sei que sabe!



_Certo. Voldmort não foi atrás de algo. Ele foi atrás de alguém!




_Como assim? – Sentou em uma das poltronas azuis perto da cama conjugal de seus pais. Derrepente sentia-se extremamente interessado na História que seu pai estava prestes a lhe contar.




_Há exatos dezoito anos atrás, eu e sua mãe soubemos de uma Profecia. Uma destinada a Voldmort Harry.


_E o que ela dizia?


_Que existiria uma mulher. Uma mulher que nasceria para gerar um filho de Tom Riddle, ao dar a luz a essa criança... Os poderes de Voldmort aumentariam de uma forma que nem um exército bruxo poderia impedi-lo de por em pratica seus planos de dominar o mundo bruxo e o trouxa.
Harry absorveu as palavras do pai com incerteza e incredulidade. Seria verdade? E se fosse o que teriam de fazer para que Voldmort não colocasse as mãos nessa garota? Ela teria a mesma idade que ele, o que transformava Tom Riddle muito mais velho, ela aceitaria se subjugar a um homem como ele? A mulher sem rosto tomara total conta de seus pensamentos.



_Há pouco tempo descobrimos por fonte segura que Voldmort a encontrou. Seja ela quem for está em um condado trouxa ao qual falei para todos na reunião. Nós precisamos achá-la... Ou então uma grande catástrofe poderá acontecer. – Completou James.



***


TO BE CONTINUED

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