Em Perigo de Vida



Foi no dia seguninte que se prepararam todos para ir para Hogwarts.
- Estão todos? Ora vamos lá ver. – dizia Mrs. Weasley. – Harry!
- Estou aqui.
- Ronald.
- Ron, mãe!
- Hermione...
- Presente!
- Ginny!
- Estou aqui.
- Luna!
- Sou eu.
- Bom, parece que estamos todos. O Charlie já foi para Roménia e o Bill... – começou a chorar.
- Molly, outra vez não. – aproximava-se Mr. Weasley.
- O que é que se passa? – sussurrava Harry a Ron.
- Sempre que fala no Bill, começa a chorar por causa da dentada daquele maldito lobisomem, no ano passado. A mãe tem medo que ele se torne lobisomem, apesar do Bill nunca ter manifestado nenhuma característica deles... Não percebo.
- Pronto, Molly.
- Continuemos... – fungou e depois recomeçou – O Percy não pode vir ao casamento e o Arthur vai para o Ministério. Bom, estamos todos, então. Vamos.
Sairam da Toca e entraram no carro, juntamente com Mr. Weasley. Quando chegaram a King’s Cross, Mr. Weasley deixou-os lá e foi-se embora. Seguiram todas a Mrs. Weasley até chegarem à parede entre as plataformas 9 e 10. Assegurando-se que ninguém estava a ver, começaram a atravessar a parede, vendo que ainda faltavam 20 minutos para a partida do Expresso de Hogwarts. Quando finalmente chegaram à plataforma 9¾, o comboio estava fechado, então sentaram-se.
- É a primeira vez que chegamos à estação antes da hora. – observou Harry.
- Sim, é verdade. – concordou Hermione.
A estação estava deserta. Foi assim que Harry e Hermione começaram a reparar nos pormenores daquela plataforma, pois sempre que lá estavam era por menos de cinco minutos.
A plataforma era antiga. Alta, com tecto vidrado lá em cima e as paredes eram avermelhadas. Só estava um comboio na paragem – o Expresso. O tempo foi passando e às dez e cinquenta as portas do Expresso abriram-se e as pessoas começavam a chegar.
Harry, Ron, Hermione, Ginny e Luna foram os primeiros a entrar. Harry e Ginny foram para uma carruagem vazia (estavam todas), enquanto Ron e Hermione foram para a carruagem dos prefeitos e Luna fora à casa-de-banho.
Harry entrou e fechou a porta da carruagem enquanto Ginny se sentava.
- Ginny, eu tenho uma coisa para...
- Harry, eu tenho uma coisa para... – disseram em conjunto. – Ahem... er... diz tu primeiro, Harry.
- Ginny, é o seguinte... No ano passado começamos a andar e...
- Eu já percebi. Era disso que eu te queria falar. Eu também acho que é melhor acabarmos.
- Ainda bem que percebeste... – Harry sentiu-se aliviado.
- Eu conheci um rapaz, Harry, e nós nem nos víamos e eu, simplesmente, deixei de te amar... Desculpa.
- Não tem mal! Eu também conheci uma rapariga...
- Mas podemos ser amigos.
- Claro! Nós somos amigos.
- Não ficas chateado? – perguntava Ginny.
- Não, acabaste de tirar um peso de cima de mim... eu não sabia como te dizer, não queria que ficasses chateada.
- Mas lembra-te, Harry, que não vais ter esta sorte para sempre.

***

- Já voltamos! – anunciavam Hermione e Ron.
- Fogo, só agora? Demoraram tanto! – queixava-se Ginny. Luna acabara de entrar, também.
- Olha, nós demorámos o mesmo tempo de sempre, o problema, é que chegámos mais cedo. – esclarecia Ron.
- Doces, queridos... Quem quer doces? – Harry ouviu a senhora dos doces do comboio lá fora e o seu estômago queixou-se de falta de comida. Pegou nalguns galeões e perguntou:
- Querem alguma coisa? – ninguém disse que sim. – Está bem, então. – saiu da carruagem e foi ter com a senhora. Ia começar a dizer o que queria até que uma voz o petrificou.
- Eu queria dois pacotes de pastilhas Droobles e dois queques. – Harry virou-se para trás e viu Audrey, a rapariga dos sonhos dele. Audrey olhou para ele com olhos petrificantes e depois foi-se embora. Harry continuou a olhar para ela.
- Queres alguma coisa, querido? – a senhora queria ir embora e ele estava a obstruir a saída.
- Não, obrigado. – entrou na sua carruagem e sentou-se, feliz por ter visto Audrey.
- Harry, tu não foste comprar coisas para comeres? – perguntou Hermione. Harry nem lhe respondeu.
- Olha, olha. Uma coisa decente! – exclamava Luna.
- O que foi? – perguntou Ginny.
- Toma. – entregou um jornal a Ginny.
- É o Profeta Diário. – disse Ginny. – “Voldemort anda desaparecido. Boas ou más notícias?”.
- Lá isso é verdade... – afirmou Ron – Vocês ainda não notaram que não tem acontecido rigorosamente nada?
- Pois não, mas, mesmo assim, eu apontava para más notícias. – dizia Harry.
- Também eu. – afirmava Hermione.
- Também... – Luna foi interrompida por um estrondo enorme.
- O QUE FOI ISTO? – gritou Ron. Luna olhou para a janela e viu o que era.
- A PONTE! – começou a gritar – A PONTE!
- O que tem a ponte?
- A PONTE ESTÁ A DESMORONAR! NÓS VAMOS CAIR!
- Tem calma, Luna!
Outro estrondo. O comboio começou a virar.
- AIIIIIIII! – gritou Luna.
- TODOS PARA TRÁS! TODOS PARA TRÁS! – avisava um homem que vinha para trás do comboio.
A extensa ponte, enorme e alta, tinha uma parte completamente partida, fazendo um buraco entre as duas partes da ponte. O carruagem da maquinaria do comboio começava a entrar no buraco e a cair, puxando as outras carruagens para baixo.
- TEMOS QUE FAZER PESO PARA TRÁS! – avisava o homem.
Foi uma questão de segundos para todos fazerem o pedido. Com todos os estudantes na carruagem de trás, o comboio pareceu estabilizar, mas não serviu de nada. Continuou a andar para a frente e a levantar as carruagens de trás.
- O peso da primeira carruagem é maior que o peso desta. – dizia Harry.
- FIQUEM AQUI. – O homem começou a correr lá para a frente e puxou Harry com ele.
- O que é que está a fazer?
- Tu vais-me ajudar. – dizia o homem.
- Como?
- Estás a ver aquela coisa? Aquilo é o que liga a carruagem da frente com a de trás. Tenta parti-la e, assim, a carruagem da maquinaria vai para baixo e o resto fica aqui.
- Mas pessoas vão morrer!
- Não sejas idiota! A carruagem da maquinaria não tem ninguém lá dentro! O condutor fica nesta carruagem!





- Ok, então. – Harry aproximou-se da peça que ligava a carruagem da maquinaria à carruagem 1. – BOMBARDA! – nada.
- Isso não vai servir de nada! O comboio tem protecção contra vários feitiços e esse é um deles!
- Tenta outro. – pediu o homem.
- Sei lá... – Harry começava-se a sentir preocupado.
- Afastem-se! – um homem vinha em direcção de Harry. – Pega na tua varinha. Diz comigo: Cortafiala. – Harry repetiu. – Então agora aponta a tua varinha para a peça e diz isso.
- CORTAFIALA! – Harry ficou surpreendido com o que viu. Montes de fitas agarraram-se à peça, envolveram-se nela e apertaram-na, fazendo-a partir.
Harry só viu a carruagem da frente cair. Caía... caía, até se perder de vista.
- Esta foi a tua primeira lição de Defesa Contra as Artes Negras. - disse o homem que tinha chegado depois.
Depois percebeu: já não estavam em perigo.

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