Parte II - Reflexões



Parte II – Reflexões

Após o almoço, Tiago saiu de casa transtornado. Porque diabos caíra nas provocações de Sirius? aceitar aquela aposta fora a coisa mais idiota que já fizera na vida.

Ele parou na beirada da calçada, olhou para os lados, esperou que um velho carro cinzento passasse e atravessou a rua. Andou mais alguns metros e dobrou a esquina, chutando todas a pedrinhas que encontrava em sua frente.

Não posso perder essa aposta, ou terei que desistir da Lílian para sempre! - pensou ele, enquanto caminhava sem olhar para frente, esbarrando nas pessoas que vinham na direção contrária.

Tiago não tinha muitas opções. Poderia pedir a Sirius que reconsiderasse e anulasse a aposta, mas sabia que o amigo não só não aceitaria, mas zoaria com ele para o resto da vida. E o pior: zoaria com ele em Hogwarts, na frente de todos e de todas, o que acabaria com sua imagem.

Opção descartada.

Ou ele poderia simplesmente fingir, diante de Sirius, que levara a aposta à sério, mas se perdesse, não cumpriria com sua parte no acordo. Isso seria trapaça, seria uma traição a um de meus melhores amigos! - refletiu.

Aquilo estava fora de questão.

Outra idéia seria simplesmente jogar. Ir até a Knightsbridge, encontrar Lílian, tentar convence-la a sair com ele e que fosse o que Merlin quisesse.

Não, ele sabia que ela nunca aceitaria. Ele sentia que ela não ia aceitar. Mas se ela não aceitasse, ele teria que desistir dela para sempre! E aquela idéia de perder Lílian dava-lhe um aperto no coração.

Sim, era humilhante para ele, Tiago Potter, admitir que sentia um aperto no coração ante a idéia de perder uma garota, mas a mais pura verdade.

Não sei o que essa garota fez comigo, mas nunca me senti assim em relação a ninguém antes. Perto dela eu me sinto bem, mesmo quando ela grita. Vê-la se aproximar faz meu coração disparar, eu perco o controle! Ora, Tiago Potter, basta! Derretendo assim por causa de uma garota? Mas o que posso fazer se, no fundo, é uma sensação boa?

Ainda andando de cabeça baixa, ele esbarrou em um senhor de meia idade, porém mal percebeu o ocorrido.

-“Pedir desculpas nunca é demais!” – gritou-lhe o homem, irritado. Tiago não lhe deu atenção.

Caminhou por mais duas quadras, arrependendo-se a cada passo da maldita aposta que fizera. De repente, ele ergueu os olhos e viu uma coruja parda pousar em uma das janelas do edifício a sua frente.

Deve ser uma casa de bruxos! - pensou, rindo da expressão de espanto de dois trouxas próximos, ao verem um animal como aquele a luz do dia.

Então, quase tão súbita quanto o aparecimento da coruja, uma idéia surgiu em sua mente. Correndo, ele refez o caminho para casa – tinha uma carta a escrever.




Depois de almoçar, Sirius voltara a deitar-se no sofá em frente a janela. Havia um sorriso em seus lábios, pois, além da deliciosa comida da Sra. Potter, ele finalmente encontrar um jeito de fazer Tiago desistir de vez da monitora.

Sim, finalmente aquela obsessão compulsiva, aquele amor doentio que seu amigo sentia – ou pensava sentir – por Lílian Evans iria acabar. E Sirius sentia-se feliz por isso.

Por mais cruel que pudesse parecer, fazia um certo tempo que ele estava empenhado em fazer Tiago desistir do que ele dizia ser seu grande amor. Para Sirius, estava mais do que na hora do amigo conhecer outra garota, alguém que retribuísse seus sentimentos. Ou que apenas o ature por uns tempos, já serve. - pensou com um sorriso.

Ele reconhecia que pegara um pouco pesado com a aposta, mas considerava que assim seria melhor.

Essa aposta vai ser um belo teste para o ‘grande amor’ do Pontas. Se a Lílian gostar dele, ela dirá sim, se não gostar, vai ser melhor para o Tiago desistir dela de uma vez por todas.

E com esse pensamento, levantou-se e saiu de casa.

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