Megafone, sofá e tinta

-Mas eu estou falando sério! Eu não sei como aquele arbusto foi parar exatamente onde o Joshmiller ia sentar! Não é minha culpa se o palerma não olha antes.

Dan já estava sentado a mesa da Griffinoria, jantando. Ed estava sentado ao seu lado, enquanto Mel e Clara estavam à frente deles; todos os outros olhavam para o moreno com uma expressão de desconfiança divertida. Dês de o “momento descontração” na escada, estava sendo assim. Não houve problema nem quando Ed derrubou sem querer suco de abóbora em cima do prato da Clarisse. E olha que eles já estavam na sobremesa!

-Spedler, se eu algum dia descobrir que foi você, vou fazer desejar nunca ter pisado nessa escola. – Brincou Mel, pegando uma tortinha de caramelo no prato de ouro entre eles.

-Tem minha palavra de honra, MacDenn.

-Eu não confiaria na palavra dele. – Contrapôs Ed, entrando na conversa, depois de engolir uma fatia de torta de maça. – Ter um rato como cão de guarda é mais seguro.

-Quanta confiança em mim, obrigada, Ed! – Disse Danniel, com uma falsa expressão de indignação; mas logo a desmanchou para jogar a cabeça para frente numa gargalhada, ao ver o sonserino parrudo que passava, coberto de furúnculos, apesar do pus ter sumido.

Clara chegou a se encolher um pouquinho de nojo, mas riu junto com os amigos. Principalmente quando o mal encarado se sentou na outra mesa, com uma expressão de dor profunda.

-Não acha que vai acabar piorando a situação se continuar assim? - Perguntou Mel, em meio a uma risada, apontando o garfo para Dan. - Podemos começar uma guerra desse jeito, sabe?

-Ia ser ótimo! Torre versus masmorras, o colégio inteiro iria virar um campo de batalha, azarações para todos os lados e... É só uma ideia! - Ed e Mel lançaram um olhar duro para o rapaz, que se calou na hora, só fazendo aumetar, segundos depois, a explosão de gargalhadas.

-Tem certeza que ninguem botou poção do bom humor nesse suco de abobora? - Edward falou, rindo enquanto se seriva novamente e derrubando mais suco na toalha de linho branca.

-A menor, desculpe. - Respondeu Clara, estendendo seu cálice, com um sorriso de orelha a orelha.

-É melhor não facilitar, vamos subindo que hoje você ainda tem ronda, Edward. - Mel abaixou a taça da amiga, antes que o loiro pudesse servi-la, e levantou-se, puxando Clarisse pela manga.

-Você tinha que lembrar? - Reclamou Ed, seguindo atrás delas com Danniel, que ainda terminava de comer uma bomba de chocolate. - Não pode me cobrir por hoje?

-Mas não mesmo, ainda tem uma penca de dever pra terminar, e você não vigiaria o Danny tão bem quanto eu.

-Você vai fazer os deveres ou vigiar o Dan? - Perguntou Clara, sorrindo.

-Hum... - Mel colocou a mão no queixo, com uma espressão pensativa. - Os dois, eu espero, mas primeiro as prioridades.

-E qual é a prioridade? - Ed perguntou com um sorriso mau, quando Dan voltou a colocar o braço ao redor dos ombros da monitora, rindo como uma criança.

-Pra você, no momento, é ir para a sua ronda. E pro seu amiguinho, aqui, vai direto fazer os deveres, entenderam?

Tinham chegado ao retrado da mulher gorda. Ed, com um suspiro, se virou para seguir pelo corredor, e Dan, tendo o braço retirado mais uma vez, foi empurrado para dentro pelas meninas. Seu malão já estava em cima de um sofá macio, que com certeza não estava lá pela manha, junto com um megafone dourado e um pergaminho selado que Mel pegou e analizou, antes de entregar ao moreno.

-Alguma ideia do que seja? - Perguntou Clara, tentando ver por cima do ombro dele.

-Uma ideia, com certeza. - Disse o menino, desenrolando a mensagem. A cada linha, seu rosto parecia mais surpreso, tanto que nem percebeu Mel e Clara pegando o megafone com cara de interrogação. - Não dá pra acreditar...

-Que foi?

-Bem... - Mel arrancou o pergaminho das mãos dele antes que pudesse abrir a boca para responder. No fim da leitura, o queixo dela já estava no chão.

-Irradiador de quadribol? Você???

-É o que parece. - Respondeu Dan, atonito.

-M-mas... Como assim? Por que você???

-Eu substitui Katherin Whetherd uma vez no terceiro ano, mas foi de ultima hora, por que ela teve uma crise de nervos...Não achei que fosse acontecer de novo.

-Fala sério, irradiador? - Clara passara a observar o megafone em suas mãos com adimiração, e, visivelmente, com muito mais delicadeza. - Parece mesmo incrivel...

-Na verdade, é só narrar os lances e comunicar os pontos, mas se você quer achar incrivel. - Dan dobrou o pergamingo e guardou no bolso das vestes,

-Ah...Tem razão...Mas mesmo assim, você vai participar do jogo, deve ser legal!

-Se nenhum balaço acertar ele no meio da partida, pode ser divertido. - Disse Mel, tirando o megafone das mãos de Clara e colocando-o em cima de uma mesinha ao lado do sofá. - Aconteceu no ano passado não foi? Tiveram que parar a partida por quinze minutos para fazer no nariz do cara parar de sangrar.

-Valeu, Mel, isso é reconfortante. Agora, se me dão licença, vocês não tem deveres para fazer?

-Está tentando se livrar da gente? - Perguntou Clara, com uma carinha de bebê.

-Só por uns minutos, quero arrumar umas coisas, e depois subir no dormitorio para trocar de roupa. A não ser que queiram que eu faça isso no meio do salão.

-Captamos a mensagem, até mais tarde. - Se apressou Melaney, empurrando Clarisse pelas costas para subir a escada do dormitorio das meninas.

Danniel ainda ficou parado por uns dois minutos. Tirou a carta do bolso e leu novamente, sorrindo de satisfação; olhou carinhosamente para o megafone e colocou a carta, novamente dobrada, ao lado o objeto. Abriu seu malão, tirou seu pijama e subiu para trocar de roupa, com um sorriso safado estampado no rosto.



Meia hora depois, Clara andava de um lado para o outro da sala comunal, com sua camisola xadrez, sendo acompanhada com os olhos por Melaney, que volta e meia desviava a atenção de seu livro para ver como a amiga estava. Nem sinal de Dan, por enquanto, mas isso não parecia muito importante.

-Clarisse, se você continuar andando assim, o chão vai acabar cedendo. - Comentou a morena, colocando o último ponto final e enrolando seu dever de casa de Transfiguração ("A Transfiguração de Objetos Inanimados em Seres Vivos apresenta um avanço perigoso na Magia, discuta").

-Isso nunca aconteceu antes, Mel! Mais de uma semana sem resposta! Alguma coisa deve ter acontecido; talvez mamãe tenha sofrido um acidente, ou então Diana foi interceptada, e talvez...Ai meu deus Mel, e se alguem morreu???

-Primeiro, Diana nunca se deixaria interceptar, é a coruja mais inteligente que eu conheço. - Respondeu a menina, levantando de sua poltrona e apertando o laço de seu robe vermelho, que estava deixando a mostra uma parte de uma camisola branca. - Segundo, noticia ruim sempre chega depressa, se alguem tivesse se acidentado ou até mesmo morrido, você já saberia.

-Mas então por que...?

-Clara, seus pais acabaram de se mudar! Deve ter muita coisa ainda para organizar, uma mudança para coordenar, e todo o resto! Logo as coisas se arrumam e eles respondem a sua carta. Agora faça o favor de se sentar e se acalmar.

A ruiva cedeu quando as mãos da amiga empurraram seus ombros, fazendo-a se sentar em uma poltrona proxima ao sofá de Danniel. Suspirou e concordou, resignada, pegando seu dever de Herbologia, já na metade, e um livro em cima da mesinha do megafone. Mel sorriu cansada, afagando a cabeça ruiva com carinho, e sentando na ponta do sofá, proxima a Clara. Em questão de minutos, as duas estavam debruçadas sobre seus deveres, quando Dan desceu a escada em caracol do dormitorio.

-Boa noite. - Cumprimentou ele, terminando de abotoar seu pijama verde-musgo. - Terminando os deveres?

-Noite. - Respondeu Clara, erguendo os olhos, enquanto Melaney apenas fez um gesto com a mão, aparentemente muito interessada em escrever um trecho de seu trabalho de Herbologia ("Cite as Vantagens e Desvantagens do Cultivo de Arbustos Espinhosos"), tendo em vista a furia com que arranhava o pergaminho com a pena. - Estamos quase no final, e você?

-Na metade. - Disse ele, se espreguiçando enquanto andava até as meninas. Parou, olhando para Melaney.

-Melzinha?

-Hum?

-Esse é o meu sofá.

-Eu sei.

-Onde eu vou dormir.

-Tá.

-Você está sentada nele.

-Hum...

-Como eu vou dormir?

-Normalmente, você fecha os olhos ou conta carneirinhos. - Respondeu a garota, enrolando o trabalho cuidadosamente.

-Certo... - Dan parecia contradito, mas seus olhos brilharam maldosamente quando Mel se debruçou por cima do braço da poltrona para guardar seu livro e o trabalho terminado.

E sentou-se ao lado da monitora, que ignorava suas intenções enquanto terminava de organizar a pequena pilha de livros na mesinha ao lado. Na verdade, ela só percebeu que algo não estava certo quando ouviu uma risadinha abafada de Clarisse e sentiu um peso sobre suas coxas.

-Boa noite, então. - Disse o rapaz, deitando a cabeça no colo da menina e fechando os olhos com naturalidade. Deu alguns segundos antes de abrir um dos olhos, sorrindo marotamente.

Mel encarava o colega com uma expressão incrédula, ainda segurando a mochila alguns centimetros acima do chão. Piscou confusa, para depois responder ao olhar maroto da mesma forma, como se não estivesse lhe incomodando. Dan não entendeu a principio a tranquilidade da colega, virando de leve a cabeça, e corando levemente, tanto que ninguem percebeu. No entanto, um movimento brusco com seu pé acabou por desequilibrar a mochila de Clara, que se encontrava equilibrada precariamente sob o outro braço do sofá, tendo como resultado uma mochila desabando e seu conteudo espalhado no chão. Tinteiros quebraram e penas cairam no chão, fazendo uma grande mancha no carpete e na lateral do sofá.

-Opa! - Exclamou Clara, levantando num salto para evitar gotinhas de tinta em sua camisola. Só que nenhum deles prestou atenção.

O sorriso de Dan tinha sumido, e Mel colocou os braços ao lado do corpo, apoiando a palma das mãos no tecido macio, ainda encarando o rapaz. Por um motivo desconhecido, parecia que um grupo inteiro de dançarinas de can-can estava praticando em seu estomago. Simplesmente parecia incopaz de desviar o olhar. Antes que percebesse, seus olhos estavam vagando pelo rosto da colega, enquanto a expressão em seu rosto ficava cada vez mais encantada, observando dês de os olhos profundos até os cabelos cor-de-petróleo presos num rabo de cavalo baixo e displicente, que soltava pequenas mechas da longa cascata. O rapaz sentiu um arrepio subir sua espinha, quando Clarisse fez um movimento amplo, cortando o ar e limpando a sujeira no chão.

-Ops...Foi mal por isso. - Disse ele, levantando do colo da menina, e examinando os cacos de vidro no chão.

-Ai meu Merlin, como eu vou as aulas amanha? - Exclamou a ruiva, agachando no chão e procurando por um vidro de tinta intacto e verificando os trabalhos manchados nas bordas, mas, felismente, sem grandes estragos.

-Tome aqui, fique com esse até amanha. - Respondeu Mel, estendendo-lhe um vidrinho de tinta lacrado que estava spbre a mesa. - Pelo menos até arrumarmos mais tinta pra você...Eu disse que essa sua mania de botar todos os vidros na bolsa ainda ia dar problema.

-Realmente... - Clara pegou o vidrinho, sorrindo agradecida, e se inclinou para guardar dentro da bolsa.

-Pode deixar que amanha eu encomendo um estojo de tintas novo pra compensar... - Prometeu Danniel, estendendo as penas e livros que tinha recolhido. Parecia estranhamente incomodado com toda a situação, ou talvez fosse o sono, o fato é que o garoto se espreguiçou sonolentamente e bocejou, voltando a deitar no sofá, mas, dessa vez, sem o apoio das pernas de Mel. - Mas... Ah... Está tarde, eu vou dormir então... Boa noite, meninas.

-Durma bem. - Desejou Clara, levantando-se do chão e colocando uma das mãos nos cabelos do amigo. - Nos vemos amanha.

-Até amanha, Danny. - Disse Melaney, puxando a mochila por cima de um ombro e imitando distraidamente a amiga, afagando a cabeça do sonserino.

-Até amanha, Clara. - O rapaz se virou de lago, ignorando o formigamento que se espalhava por todo o seu corpo. - Até amanha, Melzinha.

Mel ainda chegou a se virar para ralhar com o moreno, mas não teve coragem de faze-lo abrir os olhos de novo.

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Ois!!! Mensagem da autora! Descumpem-me a demora para postar esse capitulo, mas essa escritora não teve muito tempo de elaborar o capitulo pulando de um lado para o outro na Disney! Isso ai! U.S.A., meus queridos!!!

Na verdade, eu cheguei ontem, depois de oito horas numa poltrona de avião desconfortavel pacas. Agora, de volta a linha de produção!

Peço desculpas por possiveis erros de grafia, mas eu não estou podendo usar o meu MicrosoftWord, então, tenho que me virar com o WordPad, que não tem corretor ortografico. Ainda trabalhando na nova capa para incluir a Clara!

Nos veremos em breve, tendo em vista que eu pretendo postar mais dois capitulos até o fim da semana, quando, infelizmente, estarei de volta a escola... Agora, orgulhosamente, uma aluna do primeiro ano!

É isso então, boa leitura, gente!!!

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