Capítulo 2



10h23min – Salão Principal

*

Rabicho, Almofadinhas, Aluado e Pontas partiram para a mesa da Corvinal, onde se encontrava Lucy. Ela era decididamente a garota mais bonita da mesa, cursava o 6º ano de Hogwarts (assim como os nossos marotos), tinha um sorriso radiante que dava a todos uma sensação de felicidade, olhos verdes, cabelos castanhos e curtos, e uma pele que parecia seda. Com certeza ela era muito invejada por todas as garotas ao seu redor. “Como é que uma garota dessas poderia gostar de um cara como eu?!” (como se ele fosse muito feio), essa era a questão que não saia da cabeça de Lupin. Mas o que ele não sabia é que por detrás de toda aquela beleza, ela tinha o seu lado meio... “Maroto”, e o pior de tudo é que ela era muito parecida com o Sirius. Tinha um ar bem convencido pra falar a verdade. Será que Aluado agüentaria namorar com uma... Como eu posso dizer?... Ah! Uma Sirius de saia? Está ai uma ótima questão.



- Acho que eu não vou – Lupin tremia da cabeça aos pés.



- Do que é que você está falando?! Nós viemos até aqui e você não vai desistir agora!



- Acho que eu vou desistir sim Sirius...



- Ahhh.....não vai não! Você esperou anos por esse momento, e agora que ele chegou você vai desistir? – e com a ajuda dos outros amigos, Sirius o empurrou para perto de Lucy.



“O que fazer? O que fazer? Bem...ela ainda não me viu, eu ainda posso dar meia volta e ir embora”, mas era tarde demais, quando ele foi virar os calcanhares se deparou com os marotos atrás dele.



- Lucy querida! Acho que o Lupin quer dar uma palavrinha com você. Não é Lupin? – enquanto Sirius falava, Lupin gemia de dor, por causa da cotovelada nas costelas que ele levara do amigo – Você poderia falar com ele, porque eu acho que ele está sem voz por causa, bem... por causa da emoção.



Lucy ficou meio desconfiada “será que ele vai me dar o fora?” pensava ela, mas no final ela resolveu ir falar com o Lupin.



- Acho melhor nós irmos até o lago para ninguém nos atrapalhar – a cada palavra que saia da boca da Lupin, mais as suas pernas ficavam bambas.



Os dois seguiram até o lago em silêncio. Chegando lá ela se sentou no chão como se estivesse desabando e começou a chorar. Lupin não estava entendendo nada.



- Você me trouxe até aqui... pra mim não dar vexame na frente de todo mundo, não é? – enquanto ela falava lágrimas rolavam pelo seu rosto.



- O que você quis dizer com isso? – ele continuava a não entender nada.



- Você vai me dizer não, não é mesmo? – Remo não respondeu nada – Me trouxe até aqui, pois sabia que eu iria chorar na frente de todos – disse ela chorando com mais desespero ainda.



Lupin ficou imóvel, pensava “O que eu faço agora? O que eu faço agora?”. Ele sabia que tinha de fazer algo, tinha de tomar alguma atitude, tinha de... mas não conseguia, era como se alguém o tivesse petrificado. Lutou durante alguns segundos, mas o máximo que conseguira fazer foi abrir a boca para dizer algo, e deixar as suas pernas mais trêmulas, o que o fez desabar do mesmo jeito que ela. Agora estava sentado ao lado dela o mais perto que nunca, tinha de aproveitar aquele momento, ela estava vulnerável, não podia deixar escapar (lembre-se de que o Sirius lhe disse “DEVIA TER LASCADO-LHE UM BEIJO NA HORA!!!!! APROVEITADO O MOMENTO!!!!!!”). Agora ela havia parado de chorar, o seu rosto estava tão próximo do dele que os dois poderiam sentir a respiração um do outro. Ele aproveitou o momento fez uma coisa que ele queria fazer há anos: beijá-la.


*

12h38min – Salão Principal.

*



Os dois voltaram para o salão principal de mãos dadas, o que virou um tumulto de conversas que os deixou envergonhados.



- Lupin... é.... hum... eu vou na minha mesa falar com as minhas amigas e já volto, ok?



- Tudo bem, eu também vou conversar com os garotos e... depois a gente conversa.



- Posso te fazer uma pergunta?



- Já está fazendo...



- Você tem certeza que é isso que você quer?



- Eu já disse que te amo Lucy, e por mim passaria o resto da minha vida com você... Você está vermelha! – os dois riram.



- Bem... Acho melhor eu ir, antes que as minhas amigas morram de curiosidade.



“O que eu faço agora? Beijo ela, na frente de todos? Bem... as pessoas não têm nada a ver com a minha vida mesmo”, e como um tchau ele a beijou.



- Já vi que a conversa entre vocês dois foi boa. Agora eu quero saber dos detalhes! – Sirius parecia uma criança.



- Bem... No começo eu não disse nada e ela começou a chorar....



- Você não disse nada mesmo, ou é só modo de falar? – perguntou Tiago.



- Eu não disse nada mesmo! Ela começou a chorar e bem... eu... eu entrei em choque...



- Mais uma vez Aluado?! Duas vezes em um dia, e com a mesma pessoa?!



- É, foi! Mas depois disso eu... beijei ela e...



- E ai, como foi?



- Foi bom, mas... Você vai me deixar contar Pontas?!



- Desculpa...



- Beijei ela, conversamos durante um bom tempo, eu contei tudo o que eu sinto por ela e...– ele parou, pensou – Eu acho que é só.



- Parabéns Aluado! Estou orgulhoso de você, não precisou de nenhuma das minhas dicas – Sirius parecia um pai orgulhoso de seu filho – Agora só falta o Tiago e o Rabicho arranjarem alguém, para não ficarem sozinhos pelo resto da vida.



- Não me diga que você conseguiu enganar mais alguma coitada?



- Ah meu querido Tiago, até parece que você não conhece o charme do seu amigo aqui, e... eu ainda não tenho ninguém, mas...



- Ah! Há! Você não tem ninguém!!



- Mas para a sua informação eu irei arranjar uma logo, logo.



- Ah! Me poupe...



- E o que é que você está falando?! Você também não conseguiu conquistar a Lily até hoje. E duvido que vá conseguir conquistá-la um dia – falou a última frase tão baixo que quase foi apenas um pensamento.



- Eu não sou surdo Sirius.



- Ué! Eu não disse nada!



- Você acha que eu sou algum idiota?



- Bem... pra falar a verdade...



- Não responda! Ah! E para a sua informação eu ainda vou conquistar a Lily.



- Tá, vamos SUPOR que você consiga essa proeza, ainda falta o Rabicho. E ai Pedro! Você tem alguém em vista?



- O quê? Vocês estão falando comigo? – Pedro parecia totalmente fora da conversa.



- Estamos. Eu-que-ro-sa-ber-se-vo-cê-tem-al-guém-em-vis-ta?



- Por que você está falando assim? – perguntou Tiago.



- É que o Rabicho é meio... Você sabe Tiago! – virando-se para Pedro, perguntou – E ai Pedro! Fala.



- Bem... Em 1º lugar eu posso não ser muito inteligente, mas entendo o que você diz, em 2º lugar eu não devo satisfação da minha vida pra você, e em 3º, e mais importante lugar, você vai se arrepender muito um dia se continuar me tratando assim – Pedro parecia outra pessoa.



- Isso foi uma ameaça? – disse Sirius com um sorriso maroto nos lábios.



- Não Almofadinhas. Foi apenas um aviso – decididamente aquele não era o Rabicho que os marotos conheciam, ameaçando e falando sarcasticamente, isso era inacreditável.



- Estou ficando com medo de você Rabicho.



- Que bom Sirius – Rabicho tinha um ar realmente feliz.



- Eu disse que ele estava passando muito tempo com você Lupin! Olha o que você fez com ele!



- Eu não tenho nada a ver com isso Sirius! Você foi quem despertou o mal interior dele, tratando ele dessa maneira.



Durante alguns minutos eles ficaram em silêncio, Sirius olhando para Pedro com ar de preocupado (“O que foi que eu fiz com ele?” pensava) e Pedro todo feliz, pois havia conseguido acabar com as gracinhas dele. Lupin, meio abobalhado com tudo que havia acontecido com ele naquela manhã, olhava para a sua amada como se ela fosse um anjo. E Tiago, aquele não fazia nada além de pensar em como conquistar a Lily, quando do nada lhe veio um idéia.



- Sirius, você consegue pegar um vidro de Veritasserum do estoque da escola, né?



- Consigo, mas eu peguei a semana passada, eles vão desconfiar.



- Eu sei! E não sei se você se lembra, mas, o Senhor usou ele todo pra saber se a Gerda gostava de você.



- Verdade!! Eu tinha me esquecido!!! E foi muito bem usado, não sei se te contei, mas ela disse que me amava – “Uma coisa que a Lily nunca vai te dizer, coitado” pensava ele.



- Claro que disse! Ficou tão empolgado, nem percebeu que me contou exatamente trinta e duas vezes.



- Não exagera Pontas!



- Não estou exagerando, eu contei, foram e-xa-ta-men-te trinta e duas vezes... Ah! Voltando ao assunto. Você vai pegar ou não vai?



- Pegar o que?



- Ô seu cabeça oca! Sobre o que a gente tava falando? - Tiago tinha uma expressão tão estranha no rosto que não dava pra definir – A gente tava falando sobre você ir ou não pegar o Veritasserum! Você vai?



- Por Merlim Tiago! Parece a minha mãe! Sirius faz isso... Sirius faz aquilo... Sirius pare de fazer isso moleque imbecil! Sirius, Sirius, Sirius!



- Que Merlim me permita não ter um filho igual a você.



- Ah é assim?! Então que ele não me permita ter um filho VEADINHO igual a você – Sirius, Rabicho e Lupin quase caíram da cadeira de tanto rir.



- Vai começar Sirius?! Eu já disse que sou um cervo! Se você não responder logo eu mesmo vou pegar o... – foi interrompido por Sirius



- NÃO!!



- Por que não? – perguntou Lupin.



- Você não conhece o seu amigo? Toda vez que o Tiago vai fazer alguma coisa, nunca faz direito.



- Fique a sabendo, Sr. Almofadinhas, que eu nunca fui pego em nada que eu já fiz



- Claro! Porque você nunca conseguiu terminar o trabalho.



- O que você quis dizer com isso?



- Que sempre que você vai fazer algo, a “maldição da ruiva” te persegue e estraga com tudo.



- “Maldição da ruiva”? – agora Rabicho havia entrado na conversa.



- É! Ela sempre aparece, POR ACASO, para distrair o Tiago e acabar com o que ele IA fazer. Por isso eu, Sirius Black, irei fazer o trabalho e o Tiago terá a tarde toda livre para correr atrás da ruiva dele.



- Ótimo! Sabia que você não iria me deixar pegar o Veritasserum mesmo... Bem, as duas horas da tarde você vai até o estoque e pega, ok?



- Ah! Esqueci de te perguntar, pra que você quer o Veritasserum?



- Ahhhh! É que eu tive uma idéia. Vou usá-lo contra o Ranhoso hoje a noite – aquele sorriso maligno surgiu novamente nos lábios dos marotos.



- Não precisa dizer mais nada. Você me empresta a capa de invisibilidade?



- Empresto. Você sabe onde está, né?



- Sei.



- Rabicho, Lupin, enquanto o Sirius estiver dentro da sala de estoque vocês tomam conta do corredor para ver se aparece algum professor.



- E se aparecer um? – perguntou Lupin.



- Bem... se aparecer... bem, ai é outra história... vocês dão um jeito, não é? Sempre dão.



- Eu, Lupin e Rabicho vamos trabalhar, e você o que vai fazer?



- Vou perguntar se a Evans quer passar o Natal comigo.



Por um momento os marotos não entenderam o que oTiago acabara de dizer, mas depois eles caíram no riso (agora ele estava realmente delirando!)



- Fala! O que você vai fazer?



- Eu já disse! Eu vou ver se a Lily quer pass... –Lupin o interrompeu rapidamente.



- Você está falando sério? – Lupin não estava acreditando.



- Estou sim – respondeu o mais sério que pôde.



- Tiago, me desculpa, mas você está ciente do que está falando? Você está falando da Lílian Evans! A garota que te deu os foras mais criativos de todos os tempos.



- Eu sei! Mas.... vamos dizer assim que, de hoje ela não passa.



Tiago se levantou tão decidido da mesa que quase derrubou Rabicho ao passar por ele.



- Até parece que ele vai conseguir – disse Sirius debochando de seu amigo, e puxando o braço de Lupin para ver as horas – Ahhh! Está quase na hora de irmos pegar o Veritasserum, vamos nos preparar.

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