Prólogo



O menino estava pensativo e solitário em um canto dos jardins, de onde tinha uma visão ampla do espaço. Seu olhar recaiu sobre quem não queria ver no momento.
Alguns dias atrás escutou alguém falar algo que não queria ter ouvido, álias ninguém ia querer. Mesmo havendo separado o casal “apaixonado”, o coração alheio não fosse seu e não tinha nada que o garoto pudesse fazer.
Olhou novamente em direção ao seu amor, que estava perto de seus amigos. Aquela pessoa que havia tirado suas esperanças vinha se aproximando. Lançou mentalmente pragas e azarações contra a mesma. Aparentemente estava dando certo, pois mesmo à distância o rapaz notou que ela estava cada vez mais pálida. Com a aproximação de ambos, um ódio tomou conta de seu corpo. Percebeu que só teria seu amor no momento em que acabasse com a intrusa. Apertou com força a varinha a cada passo que aquele “ser” dava.
O ódio palpitava fortemente em suas veias. Conduziu a varinha em direção a ela, como se tivesse achado uma solução para seus problemas,
Murmurava um de seus próprios feitiços, porém antes que ele se completasse, sentiu que alguém o havia empurrado. Completou o feitiço com a esperança de que ainda atingisse seu alvo.
Quando seu corpo atingiu o chão, percebeu que a pessoa que o empurrou era uma garota. Olhou para o feixe de luz. Desesperadamente viu que o feitiço estava indo em direção à pessoa errada, estava seguindo em direção a pessoa amada.
Fechou os olhos não querendo ver o desfecho da cena. Recusava-se a olhar. Não queria ficar com a imagem de um assassinato em sua mente, conseqüentemente não viu o que aconteceu a seguir.
Um vulto se jogou na frente do individuo amado, recebendo o raio de luz verde em seu lugar.
O garoto que estava de olhos fechados até então, resolveu levantar suas pálpebras e viu que felizmente sua maldição não atingiu seu amor. Um corpo caiu inerte em direção ao chão. O garoto suspirou por um momento, até perceber que o vulto que havia sacrificado à vida era ninguém menos que o amigo daquele que o feixe deveria atingir.
Percebeu tarde demais que se destino era ficar sem seu amor. O impulso de lançar o feitiço lhe custou caro. Começou a correr sem notar aonde ia. Pensou erroneamente que se matasse a pessoa que se metera na vida de seu amor, o possuiria para sempre. Mas agora sabia que isso jamais aconteceria. Arrependia-se a cada fôlego por ter sido tão idiota a ponto de pensar que uma morte pudesse resolver seu problema. Já era tarde. Nunca iria ser perdoado!
Teria que conviver com a dura e cruel realidade. Era agora um assassino procurado e mal-amado, com o coração dilacerado pela culpa.

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