Confusamente Apaixonada



Lílian Evans voltava para a sala comunal da Grifinória após um cansativo dia de estudos na biblioteca. Era sábado e fazia um dia de sol extremamente bom, mas a ruiva resolveu estudar a passar o dia com as amigas na beira do lago, afinal tinha aquele dever cansativo sobre tranfiguração que McGonagall havia passado para segunda-feira e ainda não estava terminado. Seguindo em direção à sala comunal Lílian passara por uma corredor do qual se lembrava, e muito bem por assim dizer, afinal este fora o local em que James Potter teve a petulância de lhe roubar um beijo. Ela não queria admitir, mas aquela lembrança ainda lhe causava arrepios. Não que ela tivesse gostado, como ficava se lembrando todo tempo, mas pelo fato dele ter tido coragem de tê-la beijado. Ela não entendia porque as vezes se pegava pensando sobre ele, afinal ele era o Potter, o arrogante Potter, metido, o biltre arrogante que se achava melhor do que todos só porque era o bom no quadribol! Ela não poderia perder o seu precioso tempo com aquele garoto infantil, não podia! Perdida nesses pensamentos ela se sobressaltou ao ouvir uma voz familiar e, ao perceber a quem ela pertencia, seu coração disparou a mil por hora.
- Olá Lily, por que este lindo Lírio está aqui dentro nas sombras enquanto poderia estar aproveitando este belo dia de sol?
- Ah, é você Potter? Me assustou sabia?- tentando controlar as batidas de seu coração, que mais parecia os batuques de um tambor.
- Estava tão distraída assim? Pensava em mim? – Abriu um daqueles seus sorrisos presunçosos que ela odiava, mas que fizeram seus pensamentos se perderem por alguns segundos.
- Se acha tão importante assim? – Disse parando de andar e olhando de frente para ele.
- Estou mentindo?
- É Evans pra você Potter.- Disse, mas já não carregava tanto rancor, agora era mais automático. – E não, não estava pensando em você – mentiu
- Não minta pra mim Lily.
- Por que acha que estou mentindo – Ela estremeceu ao ver que ele chegara mais perto dela agora.
Ele estava só a alguns centímetros, ela queria recuar, seu cérebro mandava, mas os membros não obedeciam. Parecia estuporados, seu coração disparara, se xingava por não conseguir recuar. Os lábios deles estavam agora muito perto.
- Por isso. – disse, com a mão direita enlaçando-a pela cintura e com a esquerda segurando o braço da garota. Os lábios se tocaram e ao perceber que ela não oferecia resistência, aprofundou aquele beijo tão esperado. Guiou seu braço para sua cintura e beijou-a como nunca a beijara antes. Ele sorriu por entre seus lábios quando ela correspondeu ao beijo e ampliou a mão na cintura para um abraço e com a mão esquerda ela começou a acariciar a nuca dele, e isso o fez estremecer.
Lílian o sentiu estremecer entre seus braços. Seu cérebro pareceu retornar a ação lentamente. “Ele é o Potter! O que estou fazendo aqui?”. Mas não queria sair dos seus braços, não queria sair daquele beijo. Ele se afastou e tirou os lábios dos dela apenas alguns centímetros. Ela percebeu que o peito do rapaz subia e descia, sem fôlego, assim como dela e abriu os olhos assim como ele. Ela nunca tinha notado a intensidade daquele olhar, e percebeu, era profundamente apaixonado.


- Te amo minha querida – disse antes de recomeçar o beijo. Ela estremeceu com aquelas palavras. Mesmo com tudo que ele dizia, não conseguia acreditar que aquilo era verdade e, mesmo tendo certeza disso, correspondeu mais uma vez àquele beijo. Aos poucos ela foi recuperando a lucidez e se deu conta do que ela ela estava fazendo e com quem! “É o Potter! Ele, com aquele jeito arrogante e toda sua fama. Destratando todos e qualquer um a sua volta pelo simples prazer em se divertir. Assim como ele fizera com o pobre Severus a um ano atrás. Mas ele ainda era o Severus e ele tinha feito a sua escolha.”. Ela não pararia o beijo naquele momento por nada nesse mundo. Estava já sem fôlego quando ele se afastou mais uma vez, e dessa vez Lílian agiu e empurrou-o para longe de si.
- O que... – a pergunta incompleta do maroto foi respondida por um tapa de Lílian.
- Isso não devia ter acontecido Potter. Não devia.
- Lílian, mas eu gosto de você, e agora sei que você gosta de mim! Por que esconder isso?
- Eu não gosto de você Potter – disse com raiva, limpando a boca com a manga da camisa.- E detestei o seu beijo.
- Não foi o que pareceu ruiva. – disse dando um de seus melhores sorrisos.
Ela pareceu espumar de raiva por não conseguir encontrar uma resposta adequada.
- Lily...
- Evans, Potter, Evans!


Dizendo isso se virou e caminhou o mais rápido possível para a sala comunal, disse a senha para a Mulher Gorda e subiu diretamente para o dormitório, ignorando os chamados insistentes de suas amigas Mary Macdonald e Sofia Clearwater que estavam sentadas nas poltronas mais próximas à lareira. Remus, Sirius e Peter que estavam a um canto mais afastado da sala pareceram nem ouvir o grito as meninas. Assim que chegou ao quarto deitou em sua cama e fechou o cortinado. Não sabia o que pensar. Ela gostava dele mais do que poderia admitir, mas afinal ela não seria mais uma na listinha de Potter, não mesmo! E ao mesmo tempo não poderia negar pra si mesma que havia algo, que ela sentia algo... 


***

Sofia era uma garota com incríveis olhos e cabelos castanhos. Não tinha uma beleza atípica, e um temperamento menos ainda. Era uma sorte que Lílian e Mary conseguissem entendê-la. Na verdade eram poucos os amigos que ela tinha, e Lily e Mary eram sem dúvida as melhores. Lily era a determinada e Mary vivia no mundo dos livros. Ela e seus olhos puxados sempre com os cabelos negros presos e seus olhos verdes grudados em um livro. Elas estavam sentadas em frente à lareira quando uma garota extremamente irritada entra no salão comunal. Era Lily, e algo estava errado. As duas começam a chamá-la insistentemente mas ela simplesmente as ignorou e entrou no dormitório. Sofia tinha que saber o que estava acontecendo, afinal era difícil ver Lílian desse jeito. A última vez que à vira estressada assim a causa havia sido Potter, e ela tinha certeza de que dessa vez não havia sido diferente.


 


***


Remus trocou um olhar significativo com Sirius e sussurrou com tom de preocupação:


- Pontas aprontou uma.


De repente Sofia, a amiga de Lílian que estava sentada com Mary em frente à lareira, se encaminha direto na direção de Sirius e como se adivinhando o que Remus acabara de dizer aponta um dedo na direção deles e diz:
- Se o seu amiguinho, fez algo de errado para a Lílian, eu Juro Sirius Black, que mato ele! 
- Não duvido que... – Mas nesse momento um James completamente confuso entra no salão.

***


Lílian saiu, deixando James extremamente confuso para trás.
Ela diz que me odeia, mas corresponde ao meu beijo tão apaixonadamente quanto eu, pensou olhando a ruiva desaparecer pelo corredor e começando a sua lenta caminhada até a torre da Grifinória. Chegou ao retrato da Mulher Gorda e lhe deu a senha. Quando entrou viu Sirius e Remus sentados a um canto com Sofia quase enfiando um dedo na cara de Sirius e Mary um pouco afastada olhando a cena com extrema atenção.


- James Potter – Sirius disse falsamente sério – O que o senhor fez para Lílian Evans entrar daquele jeito? Saiba que já houve até juras de morte a você, meu amigo. - Disse apontando Sofia discretamente com o queixo, e esta ainda mantinha uma feição muito séria.
- O que você fez Potter? – perguntou Sofia
- Nada.
- Aham, acredito muito.
- Apenas descobri que ela é mais complicada do que eu imaginei.
- Como assim?
- Simples! Ela corresponde aos meu beijos e depois me trata como um, como um...


- Como o próprio filho de Você-Sabe-Quem. - Disse Sirius


- É! Eu simplesmente não entendo essa garota.
- Você não entende que ela gosta de você? – Dessa vez foi Mary que falou.
- Como?
- Ela gosta de você, mas tem medo de se decepcionar, de ser apenas mais uma na sua lista.
- Também acho isso, James. Lily é uma garota legal, ela tem medo – Remus se pronunciou pela primeira vez.
- Eu disse que a amo!
- Mas ela não acredita. Tenho a impressão de que acha que você quer apenas se divertir com ela.
- Mas não... Eu não... Eu nunca ... Eu amo a Lily! – Gaguejou James – Você não pode falar com ela?
- Acho melhor que seja você.
- O.K., então acho que eu vou atrás dela.


- Não precisa, ela esta aqui. No dormitório. - Disse Sofia.


- Ótimo! Já que eu não posso entrar no dormitório feminino, será que vocês não podem dar um jeito dela ir no nosso, ou pelo menos deixar eu falar com ela?
- Lílian Evans entrando no dormitório masculino? Acho pouco provável.
- Por favor – Disse com a famosa cara de “Cervo que caiu da mudança em um dia de tempestade”, como dizia Sirius. 
- Essa cara de pobre coitado não me convence, James! Você precisará muito mais que isso para me convencer! - Disse Sofia.


- Então o que eu devo fazer? Qual o suborno dessa vez?


- Bom... - Ela o encara com um olhar travesso – Se um dia você fosse a Hogsmeade com a Lily e resolvesse levar um amigo junto – Ela olha para Sirius que dá um leve sorrisinho, desses que ela adorava – A conversa ficaria bem mais interessante!


- Sofia!


- Ah, qual é Mary! Assim todos nós saímos lucrando! Talvez até o Lupin resolva sair com você!


- Opa! Não me meta nessa história não! Já tenho problemas de mais para uma vida inteira.


- É, mais assim talvez você se esqueça do seu pequeno problema peludo. - Sirius diz rindo e botando a mão em seu ombro.


- Bom, ai é com vocês! E ai James, acordo fechado?
- Claro! - Ele olha para Sirius – O acordo é bem mais fácil do que parece!


- Ótimo! Vou arrumar um jeito dela querer falar com você. - Diz subindo para o dormitório com Mary ao seu encalço e dando uma piscadinha para eles.

***

Lílian estava deitada com o cortinado fechado, sua cabeça trabalhando a mil. Lágrimas silenciosas caiam de seus olhos insistentemente. Ela ainda não acreditava que estava se apaixonanda por Potter, não podia ser! De todos os meninos de Hogwarts, por que logo o Potter? Podia até ser um sonserino do bem, qualquer coisa, menos o Potter! Ele é arrogante, fútil, volátil, maluco, presunçoso, idiota, um, um... Fofo! Droga. Ela não se deixaria conquistar, mesmo com todas as declarações de amor do mundo ela não seria mais uma no mar de muitas! De repente ela ouve a porta se abrir e entram duas garotas, que falavam muito baixo. Imediatamente fingi estar adormecida.
- Lil - Chamou a voz de Sofia - responde Lily.
- Por favor. - pediu Mary.


- Nós só queremos saber o que aconteceu. O James também está lá em baixo com o Sirius e os outros com a maior cara de “eu acabei de perder o jogo final de quadribol, e pra Sonserina!” e praticamente nos obrigou à vir aqui te chamar. Vamos Lil , ele gosta de você!
Mas Lily não dava nenhum sinal de vida e parece que não daria por muito tempo. Era como se elas estivessem falando com o Hagrid sobre como as joaninhas são bonitas. Ela as estava ignorando e isso era péssimo. A coisa era mais feia do que pensavam. Ou o James foi realmente um safado idiota, ou a Lily era mais cabeça dura do que parecia.
- Ela deve estar dormindo, a gente fala com ela amanhã. 
- Não, tem que ser hoje!
- Ela não vai ouvir a gente hoje, vamos falar com ela amanhã. - disse Mary com aquele tom de fim de conversa – vem!
Lílian ouviu os passos das duas sumirem após o abrir e fechar de portas. Não que ela não quisesse conversar com as amigas, ela simplesmente não queria falar com ninguém. Não enquanto ela não soubesse o que ela estava pensando e sentindo. Como ela poderia fingir que estava bem, que estava segura de si quando ela sabia que a cada aproximação de James mesmo que a sua cabeça soubesse o que era certo, seu corpo agia sem comando algum? Era quase a maldição Imperius! Ainda pensando em como escapar das garras de James, Lily adormeceu.
Ela acordou no meio da noite e abriu o cortinado. Mary, Sofie e todas as outras meninas já estavam dormindo. Passavam das 3 da manhã. Ela se deitou novamente na esperança de voltar a dormir mas sabia que seria totalmente inútil, afinal o sono já havia ido totalmente embora. Lembrou-se do sonho que tivera. Ela estava em uma sala cheia de brinquedos espalhados pelo chão. Se sentia completamente em casa, a sua casa. De repente surge uma criança linda, um menino, com seus olhos e os cabelos negros rebeldes. Parece James, ela pensou. Ele passa voando em uma pequena vassoura de brinquedo todo sorrisos e covinhas. James entra correndo atrás dele e o pega pela camisa. Os dois sorriem e Lily sorri junto. Ali era a sua vida, seu lugar. O menino some e ela se vê cercada pelo cortinado vermelho. Levantou-se procurando a jarra com água que sempre ficava na mesa de cabeceira, não estava lá. Os elfos provavelmente esqueceram de enchê-la. Ela então veste seu robe, que fazia uma harmonia silenciosa com a camisola que estava usando, ambas de tecidos leves e de um azul bem claro e desce as escadas. O salão comunal não estava totalmente escuro, o fogo da lareira ainda estava aceso, bem fraco. Olhou nas poltronas, para ver se tinha alguém, mas estava só. Olhou por um momento as escadas do dormitório dos meninos e se sentiu um pouco decepcionada. No seu íntimo ela queria que James aparecesse. Sentou-se na poltrona em frente a lareira e após um tempo refletindo, adormeceu. 

***

O quarto estava completamente às escuras e não se ouvia nenhum barulho, a não ser as respirações e o vento batendo nas árvores. De repente, Bam! Sofie acorda assustada com o barulho e procura de onde ele veio. Droga, foi só o Noah, o gato de Alice. Ele tinha que derrubar a jarra de água logo agora que ela estava começando a sonhar com o seu encontro com o Sirius? Ah, o bonito e famoso Sirius Black. O misterioso, bonitão. Se toda a família dele não viesse da Sonserina ela até diria que ele era perfeito. Mas como nada nessa vida é perfeito – nem mesmo o Black – ela tinha que se contentar com um simples romance escolar, e ah, isso ela teria com certeza! 
Ela olhou à sua volta e viu as meninas dormindo. Mary, Alice, Penny, Emma e Li... Lily? Ué, cadê a Lily? 
Levantou-se, sua camisola batia na coxa, era de seda preta, sem babados. Seguiu até o banheiro pra ver se ela estava lá e nada. Pegou seu robe, do mesmo tecido e cor. Será que ela havia ido até o Salão Comunal? Resolveu ir até lá e conferir, afinal ela não estava legal por causa do James, e Sofie se sentia péssima por isso. Primeiro por que Lily era uma de suas grandes amigas e segundo por que ela tinha um acordo com James, e nesse último ela não poderia falhar! Desceu as escadas e encontrou Lily deitada em uma poltrona em frente à lareira apagada.
- Lily - chamou-a – Lily! - ela sorriu, um sorriso leve, mas mostrava que estava feliz com o sonho que estava tendo.


- Vamos, acorda! - disse sacudindo seus ombros, mas esta nem chegou à se mover. - Humft, não tenho escolha! - tirou a varinha do bolso do robe – mobilicorpus! - murmurou apontando para Lily, levou-a para o dormitório e botou-a na cama - Durma bem minha amiga - passou a mão pelos cabelos ruivos dela - e pense bem, James te ama. - dizendo isso, fechou o cortinado e deitou-se na sua cama.

***

James
 acordou extremamente cedo aquela manhã. Na verdade ele mal dormira, estava ansioso de mais para conversar com Lily, sua amada ruivinha, e entender porque ela agia daquela forma. Não sabia o que os marotos tinham em mente, mas sabia que eles tinham um plano para deixá-los à sós e é lógico que nenhum deles contaria nada. Nem adianta perguntar. Quando encasquetam com uma coisa não há nada que faça-os mudar de ideia. James suspirou. Olhou para o relógio e ainda eram 6:55, início da manhã de sábado. Ele marcara um treino com o time. Depois da ruiva e de seus amigos, quadribol era a coisa mais importante para ele. Com o jogo contra a Corvinal se aproximando eles tinham que se preparar. Tudo bem que a Corvinal não era excelente, mas não poderiam dizer que era ruim. A goleira, Maggie Thatcher, era realmente boa, e apanhador Julius Dobbins não era ruim, mas James tinha certeza que iriam ganhar! Eles estavam treinando duro desde o início do campeonato e não poderiam deixar que a Sonserina ganhasse a Copa esse ano. Já não basta eles terem ganho a Taça das Casas no ano anterior, ele ainda ia ter que aguentar o Ranhoso se vangloriando o tempo todo com isso, com aquele tom ácido e desdenhoso que costumava usar? Não mesmo! Com James Potter como capitão, as chances de isso acontecer eram praticamente nulas! Ele era o apanhador e capitão, Richard Stearns e Marcos Lewis eram os batedores, Julianne Langdon, Sofie Clearwater e Josh Sawyer os artilheiros e Patricy Roger a goleira.
Bom, não ia adiantar ficar deitado agora, ele já estava acordado mesmo! Então, resolvendo ir para o campo treinar um pouco enquanto todos ainda estavam no castelo l
evantou-se e foi se arrumar. Faltava apenas uma semana para o jogo, e o último jogo fora contra a Lufa-Lufa, eles ganharam em apenas vinte minutos com uma pegada extremamente fácil para James, e com uma vantagem de mais de 200 pontos. Ele sabia que este não seria tão fácil quanto o primeiro, mas estava confiante. Dos três oponentes a Sonserina era a mais forte, e também a que mais utilizava de trapaças, o que tornava o jogo mais emocionante e a vitória mais espetacular e saborosa para os Grifinórios! Foi até o banheiro e se olhou no espelho. Estava deplorável, os cabelos, se é que poderiam, estavam mais desarrumados do que quando ele saia da vassoura – e olha que eles ficavam desarrumados praticamente o tempo todo! - o rosto estava amassado e os óculos tortos na ponte do nariz. Voltou-se sobre a banheira e abriu as torneiras, retirou os óculos e botou-o sobre a pia. Entrou na banheira, e sentiu a água quente em seu corpo. Voltou o pensamento para Lily. Ele realmente não a entendia. Por que ela era tão teimosa? Por que não aceitava de uma vez o amor que ele insistentemente oferecia? Ele já não dissera que a amava mais que tudo? Como entendê-la? Os marotos, junto com as amigas de Lily, Sofie e Mary, prometeram ajudar com um plano que tinham, mas eles se recusavam terminantemente a dizê-lo. 
Saiu da banheira, vestiu seu roupão, pegou os óculos sobre a pia e saiu do banheiro. Abriu seu malão e retirou uma muda de roupa, se vestiu. Até pensou em acordar um dos meninos para ajudá-lo no treino, mas desistiu. Tinha a leve impressão de que seria muito mal recompensado se o fizesse.

***

Lily acordou, às 10:00 e estranhou estar na sua cama, afinal tinha certeza que adormecera na poltrona do Salão Comunal. Olhou as camas à sua volta. A de Sofie estava vazia, mas Emma, Alice, Penny e Mary estavam dormindo profundamente, ou pelo menos era o que suas respirações pesadas indicavam. Levantou-se, tirou o robe que ainda estava usando e foi diretamente ao banheiro, ligou a ducha quente e entrou após despir a camisola. Pensou muito enquanto estava na banheira. Ela gostava de James, disso ela tinha certeza. Sempre sentia um arrepio na barriga quando o via, e sua mão suava muito quando ele a tocava. Sentia seus lábio pedindo um beijo dele quando ele se aproximava o suficiente, mas era forte e não deixaria que ele fizesse com ela o que fazia com todas as outras. Desligou o chuveiro, se secou e botou o uniforme.
- Lily - Sofia estava parada no vão do porta, ainda usava o uniforme de quadribol - vejo que está melhor hoje.
- Sofie! - exclamou assustada, não havia a visto chegar - Que susto!
- Por que você dormiu no salão comunal?
- Eu estava sem sono, fui pro salão e adormeci lá. Bom, pelo menos eu acho que foi isso... Como sabe que eu dormi no salão? 
- O Noah me acordou e eu não te vi na cama. Imaginei que tivesse descido até lá e te achei. Te trouxe com um mobilicorpus. A propósito, com o que estava sonhando? - disse, lembrando-se do sorriso no rosto de Lily.
- Eu? - estava nervosa, sonhara novamente com James.
- É. Você. - Falou como se fosse óbvio - Estava sorrindo, feliz. Nem acordou quando eu te chamei.
- Eu tava... Estava sonhando com meus pais - mentiu rapidamente.
- Sei... Lily eu preciso falar com você. 
- Sobre o quê? - pegou o pente e passava suavemente sobre os cabelos acajus. 
- Sobre James.
- Não me fale sobre aquele ser!
- Lily!! Ele é muito legal.
- Fala isso porque você tá a fim do Black.
- Não é por isso Lil. Ele te ama!
- Ele deve falar isso pra metade das garotas de Hogwarts. - Disse enquanto saia do banheiro e se sentava na cama.
- Lily - seguiu-a - Por que você não dá uma chance pro James? - sentou-se na sua cama, que é ao lado da de Lily.
- Não quero que aconteça comigo o que aconteceu com a Livien, com a Patricy, com a Maggie Thatcher e com muitas outras.
- Isso não vai acontecer - disse uma voz atrás de Sofie - Lily, elas que procuravam o James. Ele nunca alimentava as esperanças delas. - Era Mary, os cabelos negros presos em duas tranças e a camisola lilás batia no joelho.
- Você não sabe o que diz. - Lily ficou emburrada - Isso é um complô contra mim?! - detestava quando se juntavam pra fazê-la mudar de ideia – Vocês estão do meu lado ou do lado daquele verme?
Sofie e Mary se entreolharam.
- Do seu lado, claro! - disseram em uníssono
- Acredito... - Falou cética e ainda mais chateada, se é que isso era possível.
- Lily...
- Vamos descer? Quero tomar café ainda hoje. - E sem dizer mais nada saiu.
- Ela não tem jeito mesmo não é?
- Não mesmo. Mas a gente ainda vai conseguir, não tem como dar errado!
- Não mesmo. Vamos descer?
- Desce primeiro, vou trocar de roupa.
- Também.
Se entreolharam e começaram a rir.

***

Lily desceu as escadas do dormitório, e seus olhos procuraram habilmente uma certa pessoa no salão. Encontrou-o junto com Remus, Sirius e Pedro nas quatro melhores poltronas do Salão. Típico! Sirius parecia estar muito irritado com Remus e James, Pedro falava alguma coisa insistentemente para os outros três, que não lhe davam muita atenção. Lily não pode deixar de reparar em como James, mesmo suado e com o uniforme de quadribol sujo, estava bonito. Decidindo que não ia se deixar abalar pelo fato de vê-lo, desceu as escadas com o nariz empinado e tentou passar o mais despercebida possível pelos marotos mas foi vista por Pedro que avisou a James. Lily estava olhando-o no exato momento em que ele virou-se e seus olhares se encontraram. Ela corou furiosamente. Desviou seus olhos dos dele e saiu em direção ao buraco do retrato.

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