O cemitério



O Cemitério

Rony e Hermione foram invadidos pela impaciência. Não viam a hora de sair daquela sala, onde sabiam que não eram bem-vindos. Tia Petúnia, não oferecera nem mesmo um copo de água.
_ Sua casa é muito bonita. - mentiu a garota.
_ Obrigada. - respondeu secamente a senhora.
_ Graças a Merlim. Quanta demora! - disse Rony ao ver o casal descendo as escadas.

Harry e Gina estavam com um olhar vago e pareciam que estavam anestesiados.
_ Gina, o que houve com sua blusa azul? - perguntou o ruivo, percebendo que sua irmã estava com umas das camisas brancas do amigo.
_ Quando entrei no quarto ela prendeu na maçaneta e rasgou.- mentiu Gina.
_ Rasgou. - repetiu Rony, incrédulo.
_ Onde estão suas coisas, Harry? – perguntou Hermione tentando mudar o assunto.
_ Desculpe, tinha esquecido. ACCIO baú!!! - depois de alguns segundos o malão apareceu flutuando na sala.
_ Pronto. Podemos ir? - perguntou Gina.
_ Não vamos levar essa coisa por toda Londres, não é? Acho melhor mandá-la para casa. – afirmou Rony enquanto balançava a varinha e fazia o baú sumir com um estalo.

Harry olhou para o amigo com uma careta, como se dissesse “ele melhorou bastante”. O rapaz reparando no olhar do moreno disse:
_ Tenho praticado com a Mione. Ela tem ido lá em casa.
_ Você e Mione, na sua casa, apenas fazendo feitiços domésticos?!! - debochou Harry.
_ E qual é o problema? - perguntou.
_ Nenhum. Podemos ir agora? - reclamou gina.
_ Sim. Porém antes gostaria de falar com minha tia. - Harry foi em direção à sua tia que estava sentada no sofá olhando para suas magras mãos.Abaixou-se para ficarem na mesma altura e disse:
_ Estamos indo, como a senhora sugeriu. Mas ainda não entendo o porquê disso agora. Ir ao cemitério, ver a tumba simbólica de meus pais... por quê?
_ Queria apenas que ficasse um pouco mais próximo deles. O mundo esta em guerra, e lá poderá estar, mesmo por um momento, junto do amor de seu pai e de sua mãe. Agora vá. – respondeu Petúnia.
_ E onde está meu tio?
_ Foi procurar emprego no correio. - respondeu simplesmente.

Harry levantou e virou-se. Foi em direção aos seus amigos, e juntos seguiram para saída. Enquanto ainda estavam no corredor, Hermione lembrou.
_ Como não pensei nisso?! De que forma iremos ao cemitério nesses tempos?
_ Pensei em pedir o papai um carro do ministério emprestado, no governo fugje era libarado, mas agora com uma nova política, ficou tudo mais proibido.
_ Isso não é problema, podemos pegar um táxi até a estação e depois pegamos o trem para lá. - disse Gina.
_ Táxi? O que é isso? - perguntou o ruivo.
_ É um transporte de trouxa, é como um carro de passeio, mas nós pagamos por isso.
_ E como você sabe disso?
_ Tenho conversado mais com o papai. E ele sabe muitas coisas dos trouxas, não foi à toa que foi promovido a chefe de sua seção. - esclareceu Gina.
_ Acho que entendi. - Rony deu de ombros.
_ Mas, eu tenho pouco dinheiro trouxa. – Harry falou olhando para os amigos.
_ Ah? Meus pais me deram algumas libras. - respondeu Hermione.
_ Ok, vamos. – Disse o moreno com a concordância dos outros três. Saíram da casa e olharam para todos os lados, mas não viram táxi algum e sim vários gatos e cachorros andando pelas ruas.
_ Teremos que ir para a rua principal para pegá-lo. - comentou Harry.
_ Nada disso, é perigoso. – disse Hermione enquanto pegava um celular em sua bolsa - Tive uma idéia. - discou um número e assim que atenderam falou.
_ Olá, bom dia. Meu nome é Hermione e gostaria de pedir um táxi para a estação de King´s Cross. Estou na rua dos Alfeneiros, número quatro, Surrey. Rápido por favor. Obrigada.
_ Nossa...Mione! Você pensa em tudo. - comentou Rony.

Um minuto, exatamente um minuto depois o táxi chegou. Não era o táxi clássico de Londres, era um carro popular. Os quatro entraram no táxi, e estranharam de não poderem escutar um ruído sequer ao fecharem as portas.
_ Você chegou rápido. - falou Hermione intrigada.
_ Temos um grupo que fica nas redondezas, e eu estava a algumas quadras daqui. Para onde vocês querem ir? - o taxista olhou em um monitor que ficava na parte esquerda do painel do carro. – Ah, sim! Querem ir para a estação de King’s Cross. - acelerou e foram para a rua principal e logo depois pegaram a rodovia que daria em Londres.

Gina reparou que à partir do momento em que eles saíram do bairro onde os Dursley moravam, cinco carros pretos e com vidros escuros o seguiram, e discretamente mostrou aos outros.
_ Esses carros não parecem ser do ministério. Eles usam outros modelos. - comentou baixinho Rony.
_ Mas mesmo assim, é estranho. - disse Harry. – Ainda bem que estamos chegando.
O táxi parou na estação de trem, que por muitas vezes, Harry esteve para pegar o trem para Hogwarts. Porém seu próximo destino era diferente. Era a Escócia. Dentro do terminal Hermione pagou a corrida e eles foram em direção a entrada. Gina, contudo, parou para observar os carros que os seguiram por todo trajeto. Os cincos carros passaram por ela em comitiva, viraram a rua e desapareceram, o que fez com que ela achasse aquilo muito estranho, realmente.
_ Vamos Gina, temos que comprar as passagens. - gritou o irmão.

Harry aproximou-se da garota e perguntou:
_ O que houve?
_ Aqueles carros. Nos seguiram até aqui. - comentou Gina com a certeza de que eles estavam os seguindo.
_ É estranho mesmo. Mas, apenas vocês sabem que iremos ao cemitério, não é? - perguntou Harry.
_ Sim..claro...apenas nós. Respondeu a ruiva meio sem graça. - Por quê? Você não confia em nós?
_ Sim. Mas conheço a Mione e sei que o Rony é extremamente influenciado por ela. E esse excesso de precaução dela me irrita!
_ Você disse indiretamente que não confia em nós.
_ Eu confio minha vida a vocês. - afirmou o garoto.
_ Podemos ir? - berrou Hermione de longe, depois que acabara de comprar as passagens.
O grupo desceu pela escada rolante e foram em direção a um corredor. O trem estava estacionado na lateral da plataforma seis. Entraram no trem, que era muito bem conservado, e logo depois de alguns minutos, o trem começou a se mover.
O trajeto era longo, mas Gina já sabia como o tempo deveria ser ocupado, então logo depois que o irmão e a amiga foram para o vagão-restaurante, começou a abraçar o rapaz, dando beijos longos e molhados.
_ Quero você aqui, neste vagão! - gemeu a ruiva.
_ Mas e se eles chegarem? - perguntou Harry.
_ Colocarei um feitiço na porta. Eles não conseguirão abri-la, pois fui eu que o inventei. - Gina apontou a varinha para a porta da cabine e conjurou o feitiço:
- CIMENTICUS!

A garota voltou toda sua atenção para o namorado que continuava abraçado a ela beijando seu pescoço. Aos poucos começaram a deitar no chão. Harry, ao esticar seu pescoço para Gina lhe beijar, foi forçado a olhar de cabeça para baixo a janela. Nesse momento, viu um vulto negro do no céu azul pela janela. Sentiu seu coração acelerar, sua boca secou e gritou:
_ Vassoura! Acabo de ver um vulto de um bruxo sentado em uma vassoura!
_ O quê? – perguntou a garota - É extremamente proibido voar a essa hora do dia. O bruxo que fizer isso, irá direto para Azkaban.
_ Gina, eu disse que vi, e de fato vi!
_ Você conseguiu ver qual o tipo de roupa ele, ou ela, usava?
_ Não. Vi apenas que eram pretas.
_ Os inomináveis usam esse tipo de uniforme e, certos agentes mais experientes, têm uma autorização para voar, mas mesmo assim, eles usam um feitiço de camuflagem.
_ Esse, esqueceu de usar. - disse Harry. - Vamos chamar os outros, isso está ficando estranho. Primeiro você viu aqueles carros pretos em Londres e eu agora vejo um bruxo do serviço secreto do ministério da magia.
_ E se não forem? E se foi um bruxo drogado fumador de maconha? - comentou Gina.
_ Como você disse, estamos em tempos de guerra. Não acha que o ministério está com a atenção redobrada por causa de Voldemort e seus aliados?
_ Sim..mas,...
_ Mas então, tenho motivos de estar nervoso. - berrou Harry.
Gina, ao escutar o berro do garoto, olhou em seus olhos e disse com uma calma cínica:
_ Já acabou com o show? Sei, como Rony e Hermione, o que se está passando. Mas temos que manter a calma.

Harry respirou fundo e aos poucos de acalmou. Logo após alguns minutos os amigos estavam de volta do vagão-restaurante, e depois foi a vez de Gina e Harry irem tomar um café. Já estava tarde, e o três agora se encontravam em terras escocesas. Era uma tarde fria, o céu se encontrava coberto de gordas nuvens brancas. Aos poucos o trem começou a diminuir a velocidade e parou na estação. O quarteto saiu do trem junto. Todos estavam com suas varinhas no bolso. Foram para fora da estação e pegaram novamente um táxi.
_ Boa tarde senhor. Queremos ir par o cemitério de Saint O’Brien.
_ Como queira senhorita. Mas esse local é conhecido, aqui na Escócia, como uma igreja. Porém isso não é problema, pois na propriedade da igreja há um cemitério.
_ Igreja? - perguntou Harry.
_ Sim. Mas essa igreja não é uma igreja qualquer. Em seu cemitério apenas os nobres das maiores famílias do Reino Unido foram enterrados. - comentou o motorista, tal qual um guia turístico.
_ Nobres? Disse Harry.
_ Sim. Grandes nobres. Neste cemitério, estão enterrados reis, rainhas, príncipes e princesas. Contudo o que leva as pessoas a visitá-los é o mistério que envolve a igreja. Pois ela foi construída pelos guardiões do sangue real.
_ Harry, quem eram seus avós? - perguntou Hermione.
_ Não sei nada sobre os meus avós por parte de meu pai, só sei alguma coisa sobre os da parte da minha mãe. – falou o rapaz.
_ Como?! Você não sabe nada de seus avós por parte de pai? Creio que nos arquivos do cemitério exista alguma referência a eles. - disse o taxista que continuou - Qual seu sobrenome, jovem?
_ Potter.
_ Potter!!!! - gritou o taxista. – Pelo que fiquei sabendo, há muitos anos a maioria dos membros da família dos Potter foram mortos durante a segunda guerra, digo isso , porque sou de origem judia, e a maioria de meus antigos familiares foi assassinada em Auschwitz. E logo depois, foram colocados, por toda a Europa, listas com alguns nomes dos corpos identificados nos campos de concentração. Agradeço todos os dias a Deus por essa lista existir. Sem ela, não saberia que fim levara meus pais, meus irmãos e irmãs. Sem ela, hoje estaria alimentando a esperança de revê-los, e isso me faria um escravo da minha saudade e do meu amor.

Esse discurso fez com que Harry perdesse a esperança de saber sua origem, mas o que mais comoveu o grupo foi a história do taxista. Todos, depois dessas palavras, abaixaram a cabeça. Hermione emocionou-se a ponto de chorar. Rony, por sua vez, abraçou-a, para consolá-la, mas na verdade, havia em seu olhar um sinal de afeto e ao mesmo tempo de oportunismo para mostrar ser mais carinhoso.
_ Pronto, jovens. Chegamos. Logo atrás dela está o cemitério. Para saber informações sobre as famílias, há uma loja de artigos para visitantes, e nessa loja tem alguns computadores disponíveis para pesquisar sobre a história de cada família que está enterrada no cemitério.
_ Obrigado senhor. Quanto custa? - perguntou Hermione.
_ Nada. Essa corrida é por minha conta, é uma honra levar um Potter em meu velho táxi. Os Potter são famosos porque sempre buscaram ajudar os mais pobres, sempre doavam uma fortuna a hospitais ligados a doentes mentais. Esses são os verdadeiros nobres.
_ Senhor, insisto que aceite o dinheiro. - disse Harry com um tom duro na voz.
_ senhor...
_ Aceite, por favor. - insistiu o garoto.
_ Ok. Foi uma honra, senhor Potter, até breve!

O grupo saiu do táxi e foi em direção a entrada da igreja. Eles entraram e Hermione começou a olhar os detalhes, em que haviam símbolos egípcios, célticos, judeus, templários e maçônicos.
_ Eu conheço esse símbolo. Meu pai usa um broche parecido com ele. -comentou Rony apontando para um dos símbolos maçônico na lateral de igreja.
_ Seu pai é maçom? – Hermione questionou.
_ É sim.
_ Ah! Cala essa boca, idiota!!!!! - gritou Gina.
_ O que significa isso? - perguntou Harry.
_ Qual é o problema dele saber? É uma sociedade formada por homens de todas as religiões e credos que tem como base o princípio de liberdade, igualdade e fraternidade.
_ Agora que já sabe, podemos visitar a igreja e depois o cemitério? - falou a ruiva, com a intenção de cortar o assunto.
_ Sim. Vamos.
_ Ali estão os computadores, vamos fazer as pesquisas. - disse hermione que evidentemente, era a única que sabia como usá-los. - Ok, ok, ok.....Harry, seu pai chamava-se Tiago Potter, não é? – falou enquanto escrevia no campo que era para fazer a procura, e segundos depois, surgiram vários Thiagos, mas apenas um Tiago Potter. Ela clicou no nome e logo em seguida apareceu uma lista com os dados:
_ Pronto, já sabemos onde fica o jazigo. Porém o cemitério é enorme. - comentou Harry.
_ É, mas aqui deve ter um mapa. - disse Hermione.E de fato havia um mapa que aparecia ao se clicar nos números do jazigo, que explicava o local e como chegar. Solicitaram a impressão, mas não conseguiam ver onde esta iria aparecer. No mesmo instante um homem magro e alto, com ralos cabelos louros se aproximou do grupo, dando um susto em todos.
_ Boa tarde, jovens. São vocês que querem ir ao jazigo dos Potter?
_ Sim. - responderam todos ao mesmo tempo.
_ Meu nome é William McNugle e terei o prazer de ser o seu guia. Algum de vocês é descendente dos Potter?
_ Eu. - respondeu Harry.
O homem olhou para ele, sorriu e fez uma reverência digna de um elfo doméstico.
_ Senhor Potter, ficarei honrado de levá-lo. O mapa que pediram para imprimir não irá servir mais. - disse o homem.
_ Podemos ir? – falou Gina impaciente.
_ Sim, claro, sigam-me.

O grupo seguiu o homem e foram em direção a um estacionamento, onde haviam vários carros como aqueles usados nos campos de golfe.
_ Esse jazigo é muito distante. - comentou o homem.
Depois de algum tempo, eles chegaram a um lugar amplo, no qual havia no meio de um espaço circular, uma grande capela branca que rasgava o céu azul. No grande portão de ferro prata havia uma grande cruz dourada com um corte negro no meio.
_ Senhor, o que significa esse símbolo? Eu o conheço de algum lugar. - disse Hermione.
_ É uma cruz celta. - comentou McNugle.
_ E por que o jazigo de meus pais teria uma cruz celta? - perguntou Harry.
_ Os celtas eram povos antigos que habitavam os lugares onde atualmente chamamos de Europa. Hoje, podemos dizer que os membros das famílias ligadas às monarquias, são de origem celta. – disse o guia.
_ Como sabe disso? - perguntou Rony.
_ Estudo história na universidade. – falou simplesmente.

Na parte lateral externa da capela havia, sustentando o teto doze grossas colunas de mármore branco, onde na parte de cima havia em relevo, doze símbolos do zodíaco.
_ Interessante. Na frente há uma cruz celta, mas nas laterais existem símbolos gregos. - comentou Hermione.
_ Realmente, senhorita. - respondeu o homem olhando mais de perto os símbolos que a garota citara.
Rony olhou as colunas com um olhar curioso e disse:
_ Essas colunas são típicas de ...
_ Cala a boca, Rony. - disse Gina, rispidamente.
_ Por que sempre me manda calar a boca com relação à maçonaria? Papai é maçom, e a maioria de seus amigos também. Até eu, já fui convidado para fazer parte da sociedade e já comecei a estudar. Essas colunas são sim, semelhantes as que sustentam os templos maçônicos. - disse o ruivo.
_ Por que você é um idiota machista que adora dizer que é maçom.
_ Eu nunca disse que era maçom!
_ Vocês estão em um lugar sagrado, façam silêncio. – falou o homem - De fato essas colunas são semelhantes às usadas nos templos místico maçônicos.
_ Como sabe disso? - perguntou Rony.
_ Por que faço parte de uma outra sociedade, mas com outra filosofia.
_ Chega, vocês e suas sociedades!!!! Viemos aqui para ver o túmulo dos pais de Harry.!!! - gritou Gina.
_ Sim, claro. Vamos. - No grande portão de metal da capela não havia fechaduras, e sim um orifício na parede, em forma de mão.
_ Só é permitido abrir a capela quem é descendente da família. – informou McNugle – Coloque sua mão direita aí. - ordenou o homem.

Harry ergueu sua mão direita, a mesma onde havia a cicatriz da detenção com a Umbridge, no quinto ano. No momento em que ele colocou a palma no orifício, sentiu uma picada no polegar direito.
_ Ahhhhhh....!!!! - gritou Harry.
_ O que houve? - perguntou Gina preocupada.
_ Fui picado por algo.
Nesse momento o grande portão de ferro começou a abrir, e aos poucos, demonstrando o lindo magnífico interior da capela. No teto havia, em relevo, centenas de estrelas lapidadas de pedra, e como no exterior, mas partes laterais haviam mais doze grossas colunas, mas de cor vermelha sangue. No fundo havia um grande pirâmide dourada.
_ Nossa!!! Nunca tive o prazer de entrar nessa capela. É um sonho. - disse o homem com os olhos cheio de lágrimas e apontando para os símbolos que tinham na grande capela.
_ Onde ficam os túmulos? Perguntou Harry.
_ Devem estar no fundo. - comentou o homem, deixando o grupo ir à sua frente.
_ AVADA KEDRAVA!!!!!!!

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