O leão e a cobra



Capítulo 8 – O leão e a cobra

-Lílian!
A ruiva virou-se, no meio do corredor do 4º andar. Vindo correndo em sua direção estava Gary Yale, 7º ano, Sonserina. Ela abriu um sorriso radiante, e ele parou de frente para ela, com seu costumeiro sorriso de canto. Desde que se conheceram, os dois conversavam muito. Lílian reparou que ele mexia em algo dentro do casaco, e parecia nervoso.

-O que foi? – ela perguntou ainda sorrindo, mas muito curiosa em saber o que ele escondia. Ele hesitou, respirou fundo e tirou a mão do casaco, revelando uma caixinha embrulhada em papel dourado, com uma fita vermelha e estendeu para ela.

-Eu... Não tive a oportunidade de te dar meu presente de Natal. – com as mãos trêmulas ela agradeceu e com cuidado rasgou o embrulho.

Era uma caixinha de veludo branco. Notou uma abertura e puxou-a para cima. A caixinha era forrada por veludo também, e no centro havia uma fina corrente de ouro, com uma medalhinha também de ouro pendurada. Lílian colocou a caixinha no bolso e segurou a corrente na altura dos olhos, notou uma imperfeição na borda e a puxou. Dentro da medalha havia um espaço de vidro.

-É para colocar uma foto. – Gary explicou com as mãos nos bolsos e ombros encolhidos. Viu quando Lílian abriu a boca para dizer algo, mas fechou e mordeu o lábio inferior, hesitando. – Achei... Achei que você gostaria.

-Gostei. – ela disse em voz baixa, olhando a medalha. Depois sorriu docemente e o olhou nos olhos. O sonserino estremeceu com o brilho diferente no olhar esverdeado. – Posso te pedir um favor?

-C-Claro.
-Eu quero que me dê uma foto sua para colocar na medalha.
- O quê?

Ela sorriu mais largamente. Venceu os dois passos de distância dos dois, ergueu-se na pontinha dos pés, e com as mãos apoiadas no rosto dele, beijou-o suavemente. Passado os primeiros segundos de susto, ele retribuiu. Pôs as mãos na cintura fina da ruiva, enquanto ela deslizava as mãos para a nuca do moreno, arranhando suavemente com as unhas.

-*-

Tiago e Sirius estavam no 6º andar correndo como loucos. Ouviam os miados de Madame Nora atrás deles e passos se arrastando rapidamente na escada que dava para o patamar. Correram para trás de um grande jarro e se abaixaram sob a capa de invisibilidade. Não adiantaria nada, porque a gata do Filch já alertara o dono, e estava no corredor ao lado, perceberia os dois pelo cheiro, e naquele andar só havia uma passagem secreta, e teriam de passar por Madame Nora. Tiago abriu um pedaço de pergaminho velho.

-Juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

No pergaminho foram surgindo linhas e mais linhas até se tornar um mapa. Os dois voaram para o 6º andar. Madame Nora estava na esquina do corredor em que estavam. Filch vinha se aproximando e já estava a 20 metros dela, com seus passos arrastados. Sirius resmungou imitando a voz de Tiago:

-Ninguém vai ver se nós colocarmos as roupas no armário do bolorento do Filch.
-Deixa de ser idiota Almofadinhas, eu não ia ficar com aquela joça que Lily me obrigou a vestir. Vamos fazer assim, eu fico com o mapa e você com a capa de invisibilidade. Eu corro pra escada de baixo e pego a passagem para o quarto andar, você fica aqui e espera eles passarem e pega a passagem eu dá para o andar de cima. O.k.?
-Tá, tá! Vai logo, pega o mapa e corre.

Foi no momento exato. Sirius correu para a extremidade oposta do corredor e derrubou uma armadura. Madame Nora correu pra lá (sem vê-lo) e ficou miando para o lado em que ele estava. Sirius prendeu a respiração e subiu no batente da janela, enquanto via Tiago dobrar o corredor. A gata cheirou o ar, ronronando suavemente. Filch chegou (finalmente) na armadura, resmungando baixo:

-Esses moleques ainda vão se ver comigo! Fugiram de novo! Lembre das minhas palavras meu amor, nós ainda vamos fazer esses dois não esquecerem da gente.

E saiu arrastando os pés, com uma Madame Nora muito desconfiada, ainda olhando pra trás. Quando dobraram o corredor, Sirius respirou aliviado. Andando cauteloso, foi em direção a passagem para o andar inferior.

...

Tiago estava quase derrapando de tanto correr. Encontrou a passagem atrás do quadro da menina que canta e se deparou com o túnel escuro de pedra nua. Fechou a passagem e murmurou “Lumus”. Foi seguindo o túnel depressa, e depois de duas curvas encontrou a escada para baixo. Desceu-a pulando de dois em dois degraus. Pulou os quatro últimos e caiu no chão fincando os pés. Andou mais dois metros e encontrou a armadura que girava (do outro lado havia uma exatamente igual). Empurrou-a e virou a esquina, apenas para se deparar com uma cena que nunca queria ter visto.


-*-

Passaram-se dois meses desde o Natal. Todos os quintanistas e setimanistas estavam às voltas com os estudos. E Lílian não diferenciava desses estudantes. Ela era vista com Marissa, Agatha, Mackenzie e Gary, ás vezes acompanhada por Remo ou Sirius, nas idas e vindas à biblioteca, e milhares de deveres sendo feitos até altas horas no Salão Comunal. O namoro de Lílian e Gary também era muito comentado, nunca havia acontecido de uma grifinória namorar um sonserino.

Mas por outro lado, ela e Tiago Potter estavam em pé de guerra novamente. Para os que se acostumaram com duas semanas de paz, só restava enfiar a cara nos livros ao ver os dois brigando.

Tiago havia ficado furioso, porque viu antes de mais ninguém, Lílian e Gary. Ele achou que o sonserino estava “abordando” Lílian, afinal, era um sonserino. O que deu foi que ela simplesmente cansou daquilo, e os dois cortaram os laços de paz. Mesmo sabendo que a ruiva namorava, voltou a pedir constantemente para que os dois saíssem.

Lílian por sua vez tinha raiva de Tiago, achava que sua implicância com os sonserinos era pura bobagem. Agora sempre que podia, ia em defesa de Snape, o atormentado número 1 dos Marotos.

...

-IMPEDIMENTA!

Ele tombou, a boca batendo fortemente no chão. Se pudesse falar, já teria mandado Potter para o lugar que ele merecia ir. Mas estava impotente, estirado humilhantemente no chão frio. Ouvia as risadas estridentes, inclusive as que ele mais odiava. Duas pessoas o pegaram e o viraram emborcado, de modo a deixá-lo ver a todos. Percebeu que eram Black e Pettigrew. Olhou em volta, e viu um círculo de pessoas apontando e rindo. Sentiu o sangue subir ao rosto.

Então sentiu algo nas suas costas, tentou inutilmente virar-se, mas não conseguiu. Apenas viu que Potter enrijecera, Pettigrew ostentou um olhar assustado, e Lupin e Black se entreolharam dizendo silenciosamente: “Lá vem problema”. Sabia que tinha alguém atrás dele e torcia para que fosse um professor. Mas viu uma cabeleira ruiva passar pisando tão duro que sentia o chão estremecer quando dava um passo. Lílian Evans postou-se na sua frente, o cabelo ainda balançando no meio das costas, podia ver por uma brecha o rosto de Potter, que se transformara em pura malícia. Ouviu uma voz suave murmurar “Finite Incantatem”, se levantou derrapando ao ver os olhos castanho-azulados. Lá estava Agatha Springmeyer, a grifinória que por um acaso, ele achava linda. Ele virou-se para a briga entre Evans e Potter:

-Gostaria de saber o porquê de você não deixar ele em PAZ! – ela falou em tom duro e alto.
-Ah, qual é Evans? O que é que você vê nesse cara pra proteger ele?
-O que é que você vê nele para atacá-lo constantemente?
-Por que não discutimos assuntos mais agradáveis? Do tipo... – ele abriu um grande sorriso, passando a mão no cabelo – você quer sair comigo?

Snape viu que Lílian ficou muito vermelha, mas não de vergonha, e sim de pura raiva. Ouviu um assovio atrás de si, voltou-se e percebeu a amiga loira dela, Schindel, ao lado de... Springmeyer! Sentiu que ficaria vermelho novamente quando ela olhou pra ele. Murmurou um “obrigado” e saiu correndo, ainda sentindo os olhos castanho-azulados nas suas costas.

...

Todos que estavam no círculo deram um passo pra trás, ou arregalaram os olhos, assustados. Parecia que Lílian iria explodir. Ficou muito vermelha, a boca abriu-se perplexa, os olhos brilharam odiosos. Deu uma risadinha desdenhosa, fazendo todos os presentes sentirem um calafrio na espinha. Andou lentamente até Tiago, aproximou a boca de seu ouvido e todos pensaram que ela finalmente aceitaria. Mas sussurrou de modo que todos ouvissem:

-Nunca.

E saiu andando na direção das estufas.

Tiago estava na mesma posição, a boca aberta, incrédulo. Sirius aproximou-se dele e disse baixinho: “Mal jeito, Pontas”. Para não bancar o idiota, imediatamente deu o sorriso que só os marotos sabem dar (tudo bem, talvez Pedro não) e saiu passando a mão no cabelo. Percebeu um grupinho de garotas olhando para ele esperançosas, então beijou os dois dedos e assoprou na direção delas, sorrindo galantemente, enquanto ouvia elas soltarem gritinhos agudos. Todos abriram espaço para eles passarem. Afinal, era Os Marotos.

-*-
Minha alma inunda-se de uma serenidade maravilhosa, harmonizando-se com a das doces manhãs primaveris que procuro fruir com todas as minhas forças.

Ela deixou-se cair na poltrona. Acabara de chegar da sua ronda, já terminara os deveres, que conseguiu não acumular na semana, e agora se lembrava da agradável hora do almoço que ela e Gary passaram nas margens do lago.

Sentou na frente da lareira, já era tarde, e Lílian não sentia o menor sono. Ouviu passos e antes que pudesse dizer “Quem está aí?” Sirius sentou ao seu lado.

-Olá Lílian, meio tarde pra ficar enrolando no Salão Comunal não?
Ela riu baixinho.
-E o que VOCÊ está fazendo aqui então? – ela perguntou em tom baixo e divertido.
-Bom... – ele pareceu pensar no assunto. – acho que você pode ficar por aqui.
Lílian soltou uma risada.
-Sem explicação Sirius Black?
-Huuum, no momento sim. Está sem sono?
-É. E você também, imagino.
-Pois é. Principalmente porque o Pedro ficou resfriado.
Lílian fez cara de confusa.
-O que tem a ver o resfriado com seu sono?
-Quando ele resfria, fica com catarro, produzindo sons... ahn... guturais.
Ela riu mais alto ainda.
-Ah, então tá. Agora entendi. Mas e os outros?
Sirius fez cara de sofrido.
-Tiago é impossível de se acordar, Remo pôs um feitiço rebatedor ao redor da cama e por isso ele não escuta nada e o som rebate. Só que os roncos rebatem de frente para a MINHA cama, e como o feitiço não se restringe a Pedro, eu não consigo falar com ele. E Frank arranjou um par de tapador de orelha. Claro que eu que sofro nisso. – ele pôs a mão no coração dramático, fazendo Lílian rir de novo.

Depois houve silêncio. Uns minutos depois, Sirius chamou:

-Lily?
-Eu.
-Por que você namora um sonserino?
Lílian suspirou cansada, já esperava por isso, e já tinha resposta.
-Porque eu gosto dele, estou apaixonada por ele, ele é gentil, inteligente, bonito, engraçado, não fica dizendo ou fazendo grosserias, como muitos garotos daqui de Hogwarts.
-Você quer dizer o Pontas?
-Potter? Sim, está entre eles. Eu não vejo problema em ele ser da Sonserina se quer saber. Veja você por exemplo. Logo quando chegou aqui, só por ser um Black era muito recriminado, inclusive pelo Potter.

FLASHBACK

-Oi! Podemos sentar aqui?

O garoto de cabelos negros cacheados virou-se para a ruiva e a morena que estavam na porta da cabine, olhando as duas sem emoção. Sacudiu os ombros com indiferença. A ruivinha vacilou um pouco no sorriso, mas logo se recompôs. Puxou a amiga morena e sentaram-se bem na frente do garoto, depois de guardar os malões. O garoto ergueu uma sobrancelha, mas não disse nada. Apenas abaixou a cabeça para continuar analisando a varinha clara, 28 centímetros, que continha um único pêlo de unicórnio.

-Muito bonita sua varinha.

Ele levantou a cabeça apenas para ver dois olhos verde-esmeralda o encarando. A dona deles sorria para o garoto. Ele murmurou um “é mesmo” e olhou para a outra garota. Ela tinha olhos castanho-azulados. “Mistura interessante” ele pensou. Baixou novamente a cabeça. Mas a ruiva não se deu por vencida, quando ele viu, ela estava com a mão erguida na frente dele. Novamente ele levantou uma única sobrancelha.

-Lílian Evans, prazer.

Meio que de mal gosto apertou a mão da ruiva de olhos cintilantes.

-Sirius Black.
-Prazer Black! Esta aqui é Agatha Springmeyer – Evans puxou a mão da morena e a estendeu para Sirius, ignorando o olhar homicida que ela recebeu da amiga. Mas antes que pudessem se cumprimentar a porta abriu-se com um estrondo, e parado no umbral estava um garoto de cabelos negros que mais pareciam um tufo jogado de qualquer jeito de tão assanhados, de olhos castanho-esverdeados, por trás de óculos redondos. Atrás dele vinha um sujeitinho pequeno e gordinho, de cabelos cor de pelo de rato, que estava meio encolhido e olhava receoso para Sirius Black. O de óculos sorriu arrogante.

-Ora vejam só! Black, não é? Ouvi a sua priminha mais velha falando de você lá na frente. E você ruivinha! – ele voltou-se para Lílian Evans, que segurava inutilmente a mão de Agatha Springmeyer na direção de Sirius Black, analisando a de alto a baixo – Seus pais são trouxas certo? Se eu fosse você se afastava de qualquer Black. Eles odeiam nascidos trouxa.

Lílian olhou assustada para Sirius, mas ao olhá-lo nos olhos azuis tão escuros que pareciam negros, teve certeza de que ele jamais faria mal algum a ela. Enquanto Agatha puxava a mão da dela, ela levantou e ficou de frente para o garoto.

-E quem é VOCÊ, pode-se saber?
O sorriso do garoto aumentou e ficou ainda mais arrogante quando ele ergueu o queixo orgulhoso, passando a mão no cabelo.

-EU, sou Tiago Potter para sua informação. E VOCÊ quem é ruiva?
-Meu nome é Lílian Evans, e não ruiva. Agora me diga, seus óculos estão no grau certo?
Ele pareceu desconcertado.

-É claro que estão, o que isso tem a ver com...
-ENTÃO, deve estar vendo que Sirius BLACK até agora não me enfeitiçou, azarou, xingou, estuprou, assaltou, esquartejou ou nada do gênero. Portanto, não tem nada a fazer aqui glorioso POTTER!

Ele ficou com uma expressão mista de incredulidade e raiva.

-Você me deu um corte?
-SIM, eu lhe dei um corte.
-Ninguém corta Tiago Potter! – ele exclamou bravo.
-Pois pra tudo existe a primeira vez, Tiago Potter!
Ele bufou exasperado.

-POIS BEM! Ignore o aviso que lhe dei! E vocês dois vão pagar por isso! E você não me escapa Black! Pode até ter ficado quieto, mas eu conheço sua família como todos conhecem! E que fique bem posicionado na Sonserina!

E saiu pisando duro, e o gordinho saiu correndo apressado atrás dele.


-É, acho que tem razão. Mas é que... Nada, deixa pra lá. Você está certa.
-E por isso vocês não têm motivo para atacar o Snape.
-Ah não! Isso não! Pode até falar a respeito de preconceito, mas não vamos desistir do Snape.
Ela suspirou, e falou desafiadora:

-Pois é uma pena Sirius Black. Não gosto de conviver com pessoas que azaram as outras por mera diversão.

Ela se levantou e de queixo erguido voltou para o dormitório.

-*-

N/A: Hello!!!!!!

Eu sei que demorei, mas as aulas começaram e eu estava com uma preguiça desgraçada de escrever. Ele estava mais comprido, só que se eu continuasse ficaria MAIS comprido ainda, então dividi ele em dois, mas o outro ainda não está pronto! Agora só posso entrar na Internet final de semana (muah, como diria Luh).

Comentem!!!!!

Me adicione no orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=15296750077335241445

Mandem scrap avisando que é da Floreios ok??

bjoexxx

MALFEITO FEITO NOX







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